O Lar do Comércio
“O Lar do Comércio” é uma Instituição Particular de
Solidariedade Social que, hoje, alberga cerca de 300 idosos residentes, 40
utentes em Centro de Dia, 80 em Apoio Domiciliário, cerca de 175 crianças em
Creche e Jardim de Infância e, ainda, alguns praticantes de equitação
(adaptada, terapêutica ou de lazer), usufruindo da actividade equestre, tanto
utentes, como educandos ou funcionários da
Instituição ou, mesmo, pessoas externas à mesma.
“O Lar do Comércio” foi idealizado para ser fruído, em
situação de reforma de uma vida de trabalho e mediante o pagamento de uma
quota, por todos aqueles que tinham tido uma actividade comercial.
“É em 26 de Junho de
1936, com a aprovação do Estatuto por alvará do Governo Civil do Porto, que
surge “O LAR DO COMÉRCIO”, Instituição Privada de Solidariedade Social. A
criação desta Obra visava assegurar aos profissionais do comércio, no termo
duma longa vida de labuta, uma velhice mais feliz.
De início na Rua dos
Bragas, albergando 6 Hóspedes e mais tarde, em 1939, na Praça da República já
com 60 idosos. Na prossecução da resposta aos objectivos que haviam presidido à
sua fundação, em 1951, é celebrada a escritura da compra da quinta de Catassol
e erguida a 1a. fase, em Outubro de 1954, para 150 Hóspedes.
Em Dezembro desse ano,
foram transferidos para ali os Hóspedes que residiam no edifício da Praça
da República. No ano de 1969, reconhecendo-se a necessidade de melhorar as
condições habitacionais, a qualidade de vida dos residentes e aumentar a
capacidade de resposta, iniciou-se o projecto da construção da 2a. fase da Casa
de Repouso. É em 1976 que se inaugura este imóvel com capacidade para cerca de
300 Residentes.
Na sequência do
desenvolvimento da Obra, foram ainda criados um Centro de Dia, o Serviço de
Apoio ao Domicílio (o primeiro em Portugal), uma Creche/Jardim de Infância e
Salas de Actividades de Tempos Livres.”
Fonte: “olardocomercio.pt/”
“O Lar do Comércio” organizava, frequentemente, sorteios que
se destinavam à angariação de fundos.
Publicidade a um sorteio de “O Lar do Comércio”, impresso
num bilhete de acesso ao recinto da Feira popular no Palácio de Cristal –
Fonte: AHMP
Instalações de “O Lar do Comércio” em Catassol – Maia –
Cortesia de “clubedecoleccionadoresdegaia.blogspot.com/”
Durante as comemorações dos 75 anos de “O Lar do Comércio”,
em 2011, os CTT emitiram um Selo Personalizado, um Postal ilustrado e um
sobrescrito especial para colar o Selo Personalizado.
Os CTT fizeram ainda a obliteração respectiva, com um carimbo
comemorativo que ilustra um Pelikano e quatro crias, logotipo da instituição.
Selo comemorativo dos 75 anos de “O Lar do Comércio”
Na comemoração dos 50 anos da Instituição também tiveram
lugar algumas iniciativas interessantes.
Praça da Batalha (Edição Comemorativa do 50º Aniversário de “O
Lar do Comércio”, postal nº 5) - Impressor: Litografia Invicta; Fonte: AHMP
De notar que o carro eléctrico nº 33, da gravura acima, datada
de c. 1904, tinha plataformas abertas, parece ter 8 janelas e que a igreja de
Santo Ildefonso ainda estava desprovida de azulejos, que só os ostentou, a
partir de 1932.
Os carros eléctricos deste tipo resultaram da transformação
de antigos carros americanos.
Cais de V. N. de Gaia e vista sobre o Porto (Edição
Comemorativa do 50º Aniversário de “O Lar do Comércio”, postal nº 7) - Impressor:
Litografia Invicta; Fonte: AHMP
Arnaldo Leite (9/03/1886 - 21/02/1968), o comediógrafo e
jornalista portuense, haveria de deixar o seu nome ligado à prestimosa
instituição, ao deixar a sua extensa biblioteca, após o seu falecimento, à
guarda de “O Lar do Comércio”, conforme atesta a notícia seguinte.
Artigo no «Jornal de Notícias» em 3 de Abril de 1968,
referindo-se ao legado que Arnaldo Leite deixou ao «Lar do Comércio». Com
ilustração de Cruz Caldas – Fonte AHMP
«Da vasta obra de
Arnaldo Leite, destaca-se o livro de poesia “Versos de um portuense” (1927) e a
compilação de várias crónicas publicadas no Tripeiro a que deu o nome “O Porto
1900” (1952). Para teatro, escreveu “Pires da Costa Paio”, “O Luz em Queluz”,
“Monólogo”, “Manhã Triste”, “O Adultério” e “O Mudo”, obras da sua exclusiva
autoria. Em colaboração com outros autores, escreveu dezenas de peças,
incluindo contos humorísticos, operetas e revistas, estas últimas estreadas nos
palcos do Porto. Muitas das cançonetas e rábulas das suas peças ganharam fama e
corriam a cidade de boca em boca e haverá ainda quem tenha memória de revistas
como “Contas do Porto”, “Chá e Torradas”, Porto à Vista”, “Cama, Mesa e Roupa
Lavada”, “O Pardal de S. Bento”, “A Costureirinha da Sé” ou “O senhor
Ventura”.»
Cortesia de “memoriacruzada.wordpress.com”
Capa da revista “O Tripeiro” de Junho de 1952, com uma
caricatura de Arnaldo Leite, desenhada por Cruz Caldas
Capa do Mensário “Catassol” de “O Lar do Comércio” no Natal
de 1968 – Fonte: AHMP
Da capa do “Catassol” acima destaca-se, a seguir, o poema.
(Continua)
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