Durante anos, a Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos
(SRNOM) esteve sedeada na Rua Ávares Cabral, nº 76.
Haveria de mudar-se, na década de 1980, para a Rua Delfim
Maia, nº 405, na freguesia de Paranhos.
Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) na sua antiga
morada, na Rua Álvares Cabral – Fonte; Google maps
“Quando começou a
trabalhar na Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) tinha apenas
14 anos. Nessa altura, em 1956, as
instalações estavam ainda localizadas na Rua Álvares Cabral, mas quando
começaram as mudanças para a Rua Delfim Maia, em 1984, José Maria Moreira,
seguiu-as. Hoje, com 46 anos ao serviço da SRNOM e dos associados da
instituição, este funcionário de 60 anos de idade é, talvez, o mais antigo de
toda a Ordem dos Médicos. “Sou o
trabalhador mais antigo da SRNOM e direi, quase sem receio, que sou o mais
antigo de toda a Ordem dos Médicos”, afirma orgulhosamente.”
Cortesia de “nortemedico.pt” em Setembro de 2002
Dada a exiguidade das instalações de Álvares Cabral, facto
que se vinha a acentuar de ano para ano, a SROM acabou em 1984, por mudar-se
para uma bela propriedade, próxima do Jardim de Arca de Água e com três acessos
à mesma: Rua Luz Soriano, Rua Delfim Maia e Praça 9 de Abril.
Em tempos, era mencionada por Horácio Marçal na sua obra “S.
Veríssimo de Paranhos” (página 106, edição da CMP), uma Quinta do “Tique-Toque”
que se estendia da Rua Carlos da Maia e Rua Carvalho Araújo, até à Rua Leonardo
Coimbra, fazendo parte do Casal do Couto, e que corresponderá à área ocupada
pela SRNOM.
“O bem conservado
jardim da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, junto à Arca d’Água,
foi projetado por Jacinto de Matos e pertenceu
à família Riba d’Ave. Possui lago, gruta e miradouro decorados com os
tradicionais motivos naturais em cimento armado, para além de várias esculturas
modernas. A vegetação inclui um cedro-do-atlas e um tulipeiro, ambos
classificados em 2011, ciprestes, magnólias, palmeiras, camélias e uma
monumental araucária-do-Brasil”.
Cortesia de “100milarvores.pt”
Ordem dos Médicos, em Paranhos – Cortesia de “simedicos.pt”
A propriedade tinha sido pertença de António Manuel Ferreira
Braga que, em Outubro de 1913, ainda vivia, de acordo com pedido de
licenciamento de obras à Câmara Municipal do Porto, na Rua Costa Cabral, nº 323
e, para esta morada, solicitava obras de beneficiação das instalações.
Fachada do prédio da Rua de Costa Cabral, nº 323, que a partir
de 1943, seria ocupada pelo Cinema Júlio Deniz
Na casa da Rua de Costa Cabral, nº 323, morreria em 12 de Setembro
de 1871, o escritor Júlio Dinis, nascido em 14 de Novembro de 1849, na Rua do
Reguinho, freguesia de S. Nicolau.
Em 1918, num outro pedido de licenciamento, à mesma
entidade, António Manuel Ferreira Braga já se dava como morador na Rua Luz
Soriano e, era, para aqui, que solicitava as respectivas obras e, em 1929, continuava
a ser dado como o proprietário da propriedade sedeada na Rua Luz Soriano, pois
solicitava para aquela morada a construção de uma garagem.
António Manuel Ferreira Braga era genro do industrial e
capitalista Narciso Ferreira, casado com uma filha deste industrial, Rita de
Oliveira Ferreira, nascida em 9 de Setembro de 1884, em Riba de Ave e falecida
em 23 de Dezembro de 1973.
Em 1904, Rita Ferreira (irmã do capitalista Delfim Ferreira e do conde de Riba d'Ave), casou, então, com António Manuel Ferreira Braga, tendo
sido ele um dos grandes colaboradores de Narciso Ferreira e um dos
continuadores da sua obra.
Do casamento resultaram 5 filhos, Manuel (faleceu
prematuramente), António, Luísa, Branca e Eva.
António Manuel Ferreira Braga faleceu, em 10 de Abril de 1947, no seu palacete, à Praça 9 de Abril, hoje, a sede da Ordem dos Médicos.
Uma outra irmã, mais nova, de Rita Ferreira, de seu nome
Luciana Ferreira, viveria bem perto dela, na Rua do Campo Lindo, nº 234.
Residência de Arnaldo Gonçalves e Luciana Ferreira, na Rua
do Campo Lindo, 234. Hoje, é um Centro de Atendimento Temporário – CAT – Fonte:
Google maps
Em 20 de Janeiro 1954, os jornais noticiavam o falecimento,
à Rua de Campo Lindo, nº 234, de Arnaldo Gonçalves, dono da “Fábrica de Tecidos
da Ponte da Pedra” e cunhado de Delfim Ferreira, que tinha sido casado com Luciana de Oliveira Ferreira (irmã de Delfim
Ferreira, e do conde de Riba d’Ave) nascida em 2 de Setembro de 1898, em
Riba de Ave e, entretanto, à data, já falecida em 5 de Outubro de 1949.
Em 1920, Luciana Ferreira, tinha casado com Arnaldo
Gonçalves, que esteve na gerência da Fábrica de Bairro, fundada por seu pai,
Narciso Ferreira, o patriarca da família Ferreira.
Arnaldo Gonçalves tinha feito parte da administração da
CHENOP (o embrião da actual EDP) e, em 1936, tinha fundado a “Fábrica de Fiação
e Tecidos da Ponte da Pedra”, em Leça do Balio.
Do casamento resultaram dois filhos, Maria Luciana e Arnaldo
Ferreira Gonçalves.
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