Companhia Industrial
de Fundição – CIF
A CIF é uma empresa, cujos registos históricos têm raízes em
1895, tendo nascido da fusão de duas "firmas" situadas na proximidade
das actuais instalações industriais, em Gondomar.
Cartão comercial de “Paiva, Irmão & C.ª” (antiga
Fundição de Gondomar), já com instalações na Rua de S. João – Antiga Fundição
de Gondomar
Publicidade da Companhia Industrial de Fundição, S.A.R.L.
Segundo o folheto publicitário acima exposto, a CIF dizia estar
apta para o fabrico de material agrícola e que os pedidos de informações,
deveriam ser dirigidos à Rua de S. João, 17 a 21, no Porto.
Já nos anos 30 do séc. XX, a CIF era uma das mais
prestigiadas empresas da área do Grande Porto, tendo-lhe sido mesmo atribuído o
"Grande Prémio" na
Exposição Colonial de 1934, que teve lugar no Palácio de Cristal e onde
estiveram presentes as empresas portuguesas que na época se destacavam.
Naquela exposição, a CIF ocupou um stand na “Marquise dos Expositores da Metrópole”.
Naquele mesmo ano, o Anuário Comercial identificava a
empresa do seguinte modo:
Companhia Industrial de Fundição
Secção: Fundição (de Ferro)
Escritórios e Armazéns na Rua de S. João, 19
Depósito na Rua de S. João, 6 e 8
Fábrica: Esposade (Gondomar)
Posto de venda da CIF, na Rua de S. João, 17 a 21
Ocupação actual do antigo Posto Comercial da CIF, na Rua de
S. João – Fonte: Google maps
Actualmente, a CIF encontra-se bem posicionada em diversos
mercados, sendo os seus produtos principais:
Recuperadores de calor e Salamandras de ferro fundido,
postes, candeeiros, bancos de jardim, estruturas em ferro fundido, etc.
Coreto de Vieira do Minho (1993) – Ed. SIPA
O coreto, da foto acima, teve intervenção da CIF - Companhia
Industrial Fundição - SA Porto, com a colocação dos gradeamentos, colunelos e
cúpula.
Duas “Devantures” (frentes de lojas), de ferro fundido, em
lojas da Rua dos Clérigos (2018)
Espaço polivalente da Fundação Gramaxo, na Maia, da autoria
da CIF
Memorabilia da CIF
Candeeiro da CIF, na Sé do Porto
Vista parcial do complexo fabril da CIF, na Avenida Dr.
Francisco Sá Carneiro, Foz do Sousa – Fonte: Google maps
A Bisália, Lda
“A Bisália, Lda.” teve início em 13 de Junho de 1920,
instituída pelo capitão António Ferreira de Sousa, em conjunto com outros
accionistas. Ficou situada no centro do Porto, um pouco abaixo do Ateneu
Comercial, na Rua Passos Manuel, nº 40, e com uma área de 1500 m², passando a
ser uma das maiores fábricas ligadas à transformação do vidro, com o sistema
mais avançado para época.
“A Bisália”, na Rua de Passos Manuel, nº 40
Ao longo dos anos, a empresa adoptou também o nome de “Bizália,
Lda.”.
Em 1934, durante a Exposição Colonial que teve lugar no
Palácio de Cristal, foi-lhe atribuído o diploma de “Grande Prémio”, já como
“Bizália, Lda.”.
Diploma atribuído à “A Bizália, Lda.”, na 1ª Exposição
Colonial de 1934
Trabalhadores da
Bisália junto de camioneta, à porta da empresa, na Rua Passos Manuel, possivelmente, preparados para partirem numa
viagem de recreio
A camioneta, que parece ser a da foto anterior, já está com
todos os passageiros a bordo e pronta para iniciar a viagem
A viagem de recreio, a que alude as fotos acima, deverá ter
ocorrido na década de 1940, já que a camioneta da foto tem uma matrícula obtida
após 1937 quando, neste ano, as matrículas das viaturas passaram a ser
expressas por um par de letras, a que se seguiam dois pares de números (PT – 10
– 03).
Antes, em 1911, entendeu-se necessário estabelecer um
sistema de matriculação padronizado a nível nacional, para substituir os
arcaicos sistemas distritais, de identificação que vigoravam, devido ao aumento
de veículos automóveis a circular.
Para isso, o país foi dividido em 3 zonas de registo: Norte,
Centro e Sul.
A cada zona foi atribuída uma sequência privativa
constituída por uma letra identificativa, seguida pelo número de série.
As sequências estabelecidas foram N-000, C-000 e S-000,
respectivamente para as Zonas Norte, Centro e Sul. As chapas de matrícula foram
padronizadas em fundo preto com caracteres brancos.
O veículo, na foto, é uma camioneta Stewart.
"Segundo o livro " Private bus operators of
Northern Portugal" , de Ian Manning e Martin Nichols, pág.223, o
autocarro PT-10-03, da marca Stewart, pertenceu à
empresa J.Espírito Santo & Irmão, estando ao serviço desde 4/1937 até
11/ 1973".
Cortesia do engenheiro José Luís Castro Apolinário
Por outro lado, ao fundo da Rua de Passos Manuel, observamos
que o edifício Rialto, concluído durante o ano de 1944, ainda nem começou a ser
construído.
Construção do edifício Rialto na Praça D. João I
A cena referente a uma viagem de recreio dos trabalhadores
da Bisália, situar-se-á, portanto, entre 1940 e 1942.
Entretanto, “A Bizália, Lda”, até aos anos 80, passaria por
diversas fases de gestão e, a partir de 1981, daria lugar à “Vidraria Passos
Manuel, Lda”, fundada por 4 sócios, situação que se manteria até ao ano de
1983.
Nesse tempo, foram realizados poucos investimentos, o que se
traduziu numa dificuldade de a empresa competir no mercado interno nos sectores
da construção civil e do mobiliário.
Perante este cenário, houve cedência de quota a um dos
sócios dos restantes três, tendo apenas permanecido ao leme da empresa, Fernando
Neves, que teve a iniciativa de rejuvenescer a “Vidraria Passos Manuel”,
investindo em equipamentos sofisticados para fazer face às exigências mercado e
permitindo, assim, uma grande expansão.
Em 1990, a “Vidraria Passos Manuel” mudou de instalações,
para Perafita (Matosinhos), com uma área de 300 m².
Em 1993, volta a mudar de nome e de instalações, passando a
situar-se, desde então, na Zona Industrial da Varziela (Vila do Conde), tendo
uma área de 1200 m² e voltando ao nome de origem, “Bizália, Lda”, continuando
hoje a ser uma referência no sector de actividade que abraçou há um século.
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