Os primórdios da
emissão de moeda
“As primeiras moedas
portuguesas terão sido produzidas ainda no reinado de D. Afonso Henriques,
certamente depois de, em 1179, ter sido reconhecido pelo Papa como rei. São
pequenos espécimes feitos de bolhão, uma liga de cobre e de prata: o dinheiro e a mealha, esta valendo metade de um dinheiro.
(…) No tempo de D.
Afonso Henriques continuavam a circular moedas romanas, denários e áureos, assim
como moedas leonesas e muçulmanas, estas últimas principalmente de prata e
ouro, os dirheme e o dinar.
(…) Os morabitinos são uma resposta à moeda de
ouro muçulmana, o dinar…O morabitino continuou a fabricar-se nos reinados de D.
Afonso II e D. Sancho II tendo reduzido o seu formato e terminado as emissões
naquele reinado.
(…) Também D.
Dinis…Criou uma moeda de prata, o tornez
decorado no anverso com uma cruz feita com cinco escudetes e no reverso
pela cruz dos Templários, que neste reinado foram integrados na Ordem de
Cristo, nascida por iniciativa de D. Dinis. Nos reinados seguintes continuam a
fabricar-se dinheiros de bolhão, o que mostra a carência de metais nobres em
Portugal. No tempo de D. Afonso IV, o dinheiro passou a ser conhecido por alfonsim.
(…) Chama-se barbuda
ou celada ao elmo com viseira caída. Foi no reinado de D Fernando que pela
primeira vez foram vistos em Portugal cavaleiros com o rosto coberto de ferro.
Dentro da série de barbudas aparecem submúltiplos, as meias barbudas e os quartos de barbuda. Para recordar os
escudeiros que vinham com os cavaleiros barbudos, o Rei cunhou o pilarte. Para distinguir os
porta-bandeiras fez bater o grave,
no anverso do qual imprimiu um F significado Fernando e, no reverso, as armas
do rei.
(…) A D. Fernando deve-se
o forte de prata, que valia cento e
vinte dinheiros e tinha as dimensões da barbuda. Neste reinado aparece também o
real de prata que valia cento e
vinte dinheiros. Porém, o mais interessante na série fernandina são as
cunhagens de ouro, a dobra-gentil,
em que o Soberano aparece sentado no trono em atitude majestática e a outra
moeda, a dobra-pé-terra, onde se vê
D. Fernando em atitude bélica, levando a mão direita erguido o gládio. Rara é
uma dobra-gentil emitida no Porto.
(…) D. João, Mestre de
Avis, filho ilegítimo de D. Pedro I…Mandou bater moedas de prata, de bolhão e
de cobre. Os reais pretos foram a primeira
moeda portuguesa de cobre. Mandou cunhar os quartos de real de dez
soldos em bolhão e outras moedas em liga como o rela branco, o que expressa a desvalorização da moeda. Vencida a
crise e estabilizado o reino forma emitidas moedas de prata, o real de dez soldos e o real de dez reais brancos. O real
preto aparecido em 1415, altura da conquista de Ceuta tinha escrito Adjutorium
nostra, significando Senhor, sê nosso auxilio.
O início da expansão
ultramarina portuguesa, em 1415, foi memorizado com a criação de uma nova
moeda, o ceitil (Ceuta).”
Cortesia de “imperionumismatico.blogs.sapo.pt/”
O bolhão, referido no texto anterior, era uma liga de cobre
ou bronze com pequena percentagem de prata, abaixo de 200 partes em 1000.
In História do Porto – Luís Oliveira Dias
Para além das moedas referidas no texto anterior, muitas
outras correram de mão em mão no nosso País. É o caso do maravedil, ou maravedim,
ou marabitino, ou morabitino, do cruzado e do dobrão.
No final da década de 1360, já há notícias sobre a abertura
de outras casas da moeda em Portugal, para além da de Lisboa, nomeadamente as
casas da moeda do Porto e de Miranda do Douro, bem como outras casas da moeda,
por seu turno provisórias, possivelmente itinerantes, em territórios
além-fronteiras, como a de Tui, a da Corunha, Quiroga, Valência de Alcântara ou
a de Zamora, todas elas abertas, mas também encerradas, no contexto da Primeira
Guerra Fernandina.
Destas casas da moeda, dentro e fora de fronteiras, apenas a
de Lisboa, a do Porto e a de Miranda do Douro sobreviveram à Paz de Alcoutim,
em 1371, e, em 1372, encerra a de Miranda do Douro.
A Casa da Moeda do Porto laboraria, ainda que
interruptamente, até 1721, por Decreto de 12 de Setembro de 1721.
Em 25 de Dezembro de 1489, D. João II ordena que se lavre no
Porto moeda: cruzados de ouro e reais e meios-reais de prata.
O papel-moeda surgirá com as apólices em finais do Séc.
XVIII.
O Banco de Lisboa emitiu notas e ordens em reis, no Séc.
XIX.
Foram, porém, os Bancos do Norte que apresentaram maior
variedade de notas, a partir de 1836, quando obtêm esse privilégio: Banco
Comercial do Porto, Banco Mercantil do Porto, Banco União do Porto, Banco do
Minho.
Como se irá ver, em 1891, os bancos do Norte do País perdem
a capacidade de emitir moeda.
Banco Industrial do Porto (Nota fac-similada de vinte mil
reis)
Banco Industrial do Porto (Nota fac-similada de cem mil reis)
Casa da Moeda no
Porto
Durante o reinado de Dom Fernando I, pela primeira vez, a
cidade do Porto emitiu moeda: graves
meias, meias barbudas, barbudas e tortezes, identificados pela letra P no
campo do anverso.
Em 1370, D. Fernando concede ao Alcaide, moedeiros e oficiais
da Casa da Moeda do Porto, Carta de Privilégio e isenção de várias taxas e
tributos.
Esta carta é depois
confirmada pelo rei D. João I, em 1385, e revela o estatuto privilegiado que,
de facto, gozavam os oficiais e moedeiros que até formaram uma corporação
à parte e viviam no seu próprio quarteirão.
“17 de Abril de 1486 – Pero Anes é nomeado
contra-ensaiador da moeda do Porto”.
Sousa Viterbo, In
“O Tripeiro”, Set. 1951, p. 108; Cit. “Porto Desaparecido”
Seria na “Casa do Infante”, à Ribeira, que se albergaria a
Casa da Moeda, a qual se manteve em actividade até 1587 (ocupação filipina),
sendo em consequência, extinta, finalmente, por alvará de 1607 e reactivada em
1688, nesse local, onde se manteve até 1721.
Daqui em diante, não haveria mais moeda portuense cunhada no
complexo régio da Ribeira, junto à Alfândega.
Entrada da Casa da Moeda do Porto, na Rua do Infante D.
Henrique, local provável da Casa da Balança. À esquerda, vemos o brasão da
porta do século XIV e, à direita, a porta e o brasão de 1688 – Fonte: AHMP
A chamada Casa da Balança, seria o local de contagem e de
administração por onde os metais entravam e saíam, depois, já amoedados.
Teria uma entrada para o público, que acedia a um balcão e estaria
localizada num espaço exterior às oficinas, possivelmente no mesmo edifício da
Rua Nova que ainda hoje preserva as portas brasonadas, que se observam na foto
anterior.
“Alguns dos célebres
Mestres da Balança nas casas da moeda de Porto e Lisboa foram, respectivamente,
Pêro Vaz de Caminha e Gil Vicente. As suas funções eram sobretudo as de
controlo técnico e aferição dos pesos dos metais entrados e das moedas cunhadas”.
Cortesia de Mário Bruno Pastor (CITAR / Escola das Artes –
UCP); II Congresso Internacional sobre Património Industrial, 22-24 Maio de 2014
Apenas, esporadicamente, na primeira metade do século XIX,
no contexto das guerras civis pré-Regeneração, mais concretamente durante o
Cerco de 1833 e a Patuleia, em 1847, se cunharam alguns bronzes no Porto, no Convento
dos Lóios e no Convento de Monchique, respectivamente.
Assim, entre 1832 e 1833, em pleno Cerco do Porto, cunhou-se
moeda em nome da rainha, no Convento dos Lóios.
Em 1847, em plena guerra da Patuleia, foi aberta uma oficina
monetária provisória no Convento de Monchique, onde foram cunhados exemplares
de 40 réis (patacos).
De notar que, entre 1642 e 1644, já tinha funcionado
provisoriamente a Casa da Moeda, no Porto, no edifício dos Paços do Concelho,
na Torre dos Vinte e Quatro.
Pataco carimbado de 1847
Banca Comercial
Banco Comercial do
Porto e a abertura da Rua Ferreira Borges
Para abrir a Rua de
Ferreira Borges, foi necessário efectuar um plano urbanístico, no qual se
degladiaram duas concepções.
Acabou por sair
vencedora a tese de Joaquim Costa Lima Sampaio (?-1837), um arquitecto da
cidade entre 1822 e 1837, em alternativa à do Brigadeiro Paullet, o que iria
ficar expresso na planta apresentada abaixo.
Segundo esta
hipótese (que não vingaria), o arruamento proposto para ligar o Largo de S.
Domingos ao Palácio da Bolsa atravessaria o chão da antiga capela gótica dos
dominicanos e chegado à área que tinha sido a cerca do convento, inflectia em
direcção ao edifício da Bolsa.
Diga-se que, aquela
capela, há muito que tinha sido abandonada, pois em 24 de Abril de 1778, fora
alvo de um incêndio, o que levou os frades a tomarem, por cedência, como sua a
capela dos Terceiros, o que envolveria a própria rainha.
Segundo Nuno V.
Cruz, um estudioso da problemática ligada àquele convento dos dominicanos,
existem boas provas de que o incêndio referido teria sido, se não obra dos
próprios frades, pelo menos, não teria provocado, assim, tantos estragos que
justificassem o seu abandono.
Planta que, em 1835,
Joaquim Costa Lima Sampaio usou para apresentar a sua sugestão, para a ligação
do Largo de S. Domingos ao Palácio da Bolsa, desvalorizando a do Brigadeiro
Paullet
Na planta acima, num
quadrilátero a azul, observa-se a especificação da propriedade da família
Vanzeller e, com a letra P (azul), um pouco mais acima, a localização da “Casa
do Patim”, daquela mesma família.
A “Casa do Patim”
ligava ao Largo de S. Domingos, por uma estreita viela, que seguia ao longo da
fachada lateral da igreja dos Terceiros Dominicanos, começada a demolir em 1 de
Junho de 1835.
À direita, a meio,
sublinhado também a azul, a referência para o traçado proposto pelo Brigadeiro
Paullet.
O traçado proposto
por Joaquim Costa Lima Sampaio para a Rua Ferreira Borges é completamente
recto.
Rua Ferreira Borges, junto às traseiras da igreja de S.
Francisco
Com as traseiras da igreja de S. Francisco, em primeiro
plano, observam-se os trabalhos da abertura da Rua Ferreira Borges, cujo começo
reportam ao ano de 1835 e, até à respectiva conclusão, se estenderiam por
vários anos.
A “Casa do Patim” estará no aglomerado, à esquerda, à cota
mais baixa.
Em 1908, o prédio
situado no gaveto das ruas Ferreira Borges e do Belomonte, onde hoje está o
“Hotel da Bolsa”
A primeira sede do Banco Comercial do Porto viria a
instalar-se num edifício construído de raiz, na Rua Ferreira Borges
(recentemente traçada) e em terrenos pertencentes, anteriormente, à família
Vanzeller.
Banco Comercial do Porto instalado na Rua Ferreira Borges
(ainda em fase de construção), em prédio cuja edificação é de 1843
Na foto acima,
observa-se a primeira sede do Banco Comercial do Porto, sendo que, o terreno no
qual foi implantada e aquele que lhe estava a montante, até à Rua de Ferraria
de Baixo (Rua do Comércio do Porto), pertencia, anteriormente, à família
Vanzeller que, na esquina desta rua, tinha uma residência conhecida como a
“Casa do Patim”.
Tal denominação
referir-se-ia, talvez, à existência de um terraço ou varanda, com aquela forma
característica.
Igreja dos Terceiros
Dominicanos – Gravura de J. Vilanova, de 1833
Na gravura acima, à
direita da igreja dos Terceiros Dominicanos, observa-se um estreito arruamento
que, ladeando aquele templo, levava à “Casa do Patim”.
Em estilo
neoclássico, o edifício da sede que foi do Banco Comercial do Porto, seria
adquirido em 1933, pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto.
“O primeiro banco do
Porto é fundado em 1835, por dois comerciantes locais, Francisco Joaquim Maia e
João Ferreira dos Santos Silva Júnior e que se chamava Banco Comercial do Porto, com capacidade de emissão de moeda,
privilégio, até então, do Banco de Lisboa, criado dez anos antes.
(…) Duas décadas depois da criação do Banco Comercial do Porto (que viria a ser
extinto noventa anos depois da sua constituição), nasce o Banco Mercantil Portuense, que desapareceu em 1894.
Muito impulsionada
pelo fluxo de capitais vindos do Brasil, segue-se a criação do Banco União, do Aliança e da Nova Companhia
de Utilidade Pública, todos com capacidade de emitir moeda.
Entre 1873-1875, há
uma expansão descontrolada de bancos no país, incluindo no Porto, em parte por
não ser necessária autorização governativa. Em três anos criaram-se seis
bancos, quatro estabelecimentos de crédito e numerosas agências e filiais de
outros bancos. À euforia e especulação segue-se as crises de 1876, que obrigou
ao encerramento de vários deles.
A partir de 1881, um
conjunto importante de bancos do Porto cria o Sindicato Portuense, para assegurar a construção e exploração da
Linha Férrea de Barca de Alva a Salamanca, um projecto que não cumpriu as
expectativas e ficou conhecido por "Salamancada".
É na sequência da
Salamancada, e da profunda crise financeira das maiores instituições da cidade,
que os bancos do Porto perdem, em 1891, o direito de função fiduciária.
Em 1894, o número de bancos do Porto reduziu-se apenas a dois.
"A partir
de então, o Porto deixou de ter qualquer capacidade de diálogo ou de réplica a
Lisboa, a uma capital que se transformou em definitivo no único centro de
decisão nacional (…)”.
Cortesia de Rosa Soares, 11 de Maio de 2009, Jornal Público
O Banco Comercial do
Porto vai consolidar-se e expandir-se, fruto da intervenção da Associação
Comercial do Porto que, como sócia, permite a realização do capital inicial da
instituição bancária no valor de 2.000 contos de réis. Este capital
encontrava-se dividido em 10.000 ações, de 200$000 réis, cada.
Foi também no edifício da Associação Comercial, em
instalações adaptadas, no antigo convento de S. Francisco, que a instituição se
instalou provisoriamente. Pouco depois, passa para a Rua dos Ingleses e, em
1847, já tinha instalações próprias adequadas à actividade, na Rua Ferreira
Borges.
O Banco Comercial do Porto foi ultrapassando, com maior ou menor
dificuldade, as diversas convulsões políticas que foram atingindo o país, casos
do “Setembrismo” (1836), e as revoltas da Maria da Fonte e da Patuleia,
1846/1847. Ultrapassaria, também, a crise de 1858, que viu falir mais de cem
empresas no Porto.
Desde 1836 até 1891, este banco teve a prerrogativa de
emissão de notas.
Nota de 10$000 (dez
mil) réis do Banco Comercial do Porto
Nota (fac-similada) de
cinquenta mil reis do Banco Comercial do Porto – Fonte: AHMP
Com a fusão do Banco
de Lisboa com a Companhia Confiança Nacional é criado o Banco de
Portugal, instituição à qual é concedido em 1887, o direito da emissão de
notas, em Portugal Continental, função que partilha com outros bancos até que, por
um decreto de 9 de Julho 1891, é estabelecida a cessão da faculdade de emissão
de notas pelos bancos do Norte do País, que tinham tido aquele privilégio e
passa, a partir daí, a deter o exclusivo.
“Na grave crise de
1876, o banco para evitar uma situação de rutura, deliberou pagar somente dois
terços dos depósitos à vista que fossem levantados. Passados os piores anos, em
1880 a prosperidade regressou e o banco aderiu à iniciativa da Associação
Comercial de auxiliar economicamente na ligação ferroviária entre Salamanca e a
linha do Douro, por Barca d’Alva, e na linha da Beira Alta”.
A diminuição da
concorrência, criada pela crise de 1876, reforçou as entidades resistentes.
Fonte: “bportugal.pt/”
Em 1881, é, então,
constituído o Sindicato Portuense, uma união de bancos que têm por fim
assegurar o financiamento da construção de linha férrea entre Barca d’Alva e
Salamanca.
O objectivo era
concretizar a ligação ferroviária do Porto a Salamanca, através de Barca D´Alva.
Distribuição do
capital do Sindicato Portuense – Cortesia do Professor Fernando de Sousa
O projecto previa
que a obra fosse concluída em 1884.
Só o seria, de facto,
em 1886, envolvida em vasta polémica. Durante a execução, tinham ocorrido actos
de corrupção diversa, envolvendo várias personagens.
As falhas de
construção e as vigarices, entre estas a entrega de sub-empreitadas a amigos,
com lucros para além do aceitável, sucederam-se, levando a que, por outro lado,
alguns troços, de largos quilómetros, tivessem que ser refeitos. O nepotismo
esteve ao seu mais alto nível.
Em 1887, a linha
entrou finalmente ao serviço, mas os proveitos anuais, não davam qualquer
retorno, antes pelo contrário.
Anúncio da
inauguração do caminho-de-ferro de Barca d’Alva a Salamanca – In jornal “O
Comércio do Porto” de 3 de Dezembro de 1887
Em 1888, o Governo
começa a ser solicitado para intervir e dar uma ajuda na salvação do ruinoso
negócio.
O governo acudiu aos
bancos e entregou a exploração comercial do Porto de Leixões e dos caminhos de
ferro da circunscrição, a uma empresa que o Sindicato Portuense viesse a criar.
A companhia
chamou-se “Companhia das Docas do Porto e Caminhos de Ferro Peninsulares”.
No entanto, as
acções desta companhia estavam nas mãos dos bancos, apesar de não terem nenhuma
cotação.
Entretanto, dá-se uma
crise em Maio de 1891 e os bancos já debilitados pelos investimentos colossais,
correndo o risco de entrar em bancarrota, são salvos através de uma lei de Julho
de 1891, mas com um preço bem alto. Deixam de poder emitir moeda.
Em 1894, o Sindicato
Portuense formado para assegurar a construção e exploração da Linha Férrea
de Barca de Alva a Salamanca, face à falência do projecto subjacente,
desfez-se, do que resultou na fusão dos sete bancos que o constituíam. No fim
deste processo, restam dos integrantes do Sindicato Portuense o Banco Comercial
do Porto e o Banco Aliança.
Numa primeira fase,
que durará 11 meses, o Banco União e o Banco Português chegaram a unir-se,
formando o Banco Portuense que acabará, no entanto, por se fundir no
Banco Comercial do Porto.
No fim de todo o
processo desaparecerão, para sempre, o Banco Mercantil, fundado em 1856,
o Banco União, criado também em 1856, a Nova Companhia de Utilidade
Pública, fundada em 1864, o Banco Português, fundado em 1875 e o Banco
de Comércio e Indústria, criado em 1876.
Numa conjuntura favorável e expansionista, em 1909, o pacto
social do Banco Comercial do Porto
é alterado e o capital elevado a 3.000 contos de Réis.
Em 1920, chegam a ser distribuídos dividendos de 14% ou 4$00
por acção.
Contudo, nada fazia prever a crise cambial que, em 1921,
provocou grandes dificuldades, ocasionada pela desvalorização da moeda e pela
instabilidade dos câmbios. Perante esta adversidade, em 1924, o pacto social é
novamente reformado.
Em 1925, o banco é forçado a suspender pagamentos
a 14 de Agosto. Por Portaria de 20 de Agosto de 1925 é nomeado um comissário do
governo.
A actividade do Banco Comercial do Porto é retomada em 07 de
Maio de 1928, ano em que o pacto social é reformado e aprovados novos
estatutos, mantendo-se o capital social nos 3.000 contos.
A conjuntura externa desfavorável no princípio da década de
30, com a incapacidade de fazer face à
corrida aos depósitos na sequência da Grande Depressão de 1929, bem como
a crise económica e financeira interna, não contribuíram para a melhoria da actividade
do banco. Em sequência deste estado de coisas, o sistema bancário foi
reorganizado por Salazar, tornando mais exigente a constituição de novas
entidades.
Em 1935, a direcção do banco considerou que a melhor solução
passava pela fusão com uma entidade mais sólida, o que viria a ocorrer em 19 de
Dezembro de 1938, quando numa assembleia geral extraordinária, foi votada a
fusão da instituição com o Banco Ferreira
Alves.
Por sua vez este
banco, posteriormente, vai-se fundir com o Banco Joaquim Pinto Leite &
Filhos que, por sua vez, anos depois, vai ser incorporado no Banco
Nacional Ultramarino e que, já nos nossos dias, foi integrado na Caixa
Geral de Depósitos.
Quanto à ligação ferroviária entre Barca d’Alva e Salamanca
(ou melhor, entre Porto e Salamanca), ela encerraria naquele troço, em 1985.
Em 1988, foi encerrado, em território nacional, o troço
entre o Pocinho e Barca d’Alva, tendo a Linha do Douro deixado, por isso, de visitar
a Estação de Barca d’Alva que, a partir daí, ficou ao abandono.
Estação de Barca d’Alva, em 2009 – Cortesia de Antero Pires
(Fonte: “pt.wikipedia.org/wiki/”
Banco Aliança
O Banco Aliança é fundado, em 1863, na cidade do Porto.
Para a designação de “Banco Aliança” contribuíram a fusão de
três projectos que não chegaram a concretizar-se, até essa data: o Banco
Industrial, o Banco Comércio e Indústria e o Banco Agrícola.
Daí a sua designação de “Aliança”. Um dos grandes
impulsionadores para a sua criação foi Francisco José da Silva Torres, o
segundo marido de D. Antónia Ferreira.
Primeira sede do Banco Aliança, na Rua de Belomonte
“Autorizada a
constituição do banco por Carta de Lei de 13 de julho de 1863, os primeiros
estatutos foram aprovados por Decreto de 16 de novembro desse mesmo ano. Após
um período de instalação e organização, a instituição só começa a funcionar em
1864, na Rua de Belo Monte, da cidade invicta, no palacete que, em 1913, viria
a ser ocupado pela Companhia dos Caminhos de Ferro através de África.
(…) O negócio do
banco, para além do ramo financeiro, foi estendido à participação na indústria
nacional, tendo apoiado financeiramente algumas indústrias de papel, tecidos e
vinhos.
Sobrevivendo à crise
financeira de 1876, o que não se pode dizer de outras entidades congéneres
surgidas na mesma altura do Banco Aliança, e após um período de penetração no
mercado e expansão do negócio ao Brasil, o banco foi progredindo lentamente nos
seus negócios, com lucros razoáveis até aos períodos difíceis vividos no final
do século XIX e princípio do século XX. Neste período, a desconfiança da
população frente aos bancos era grande, devido à queda de alguns, e à
prerrogativa da emissão de notas, em exclusivo, para o Banco de Portugal
(1891). A situação ia sendo amenizada pelos negócios que o banco detinha no
Brasil, onde abrira representações, no Rio de Janeiro (em 1906, é autorizado a
abrir uma filial pelo prazo de 20 anos) e Santos, e com o estabelecimento de um
contrato com o governo provincial de Minas Gerais. Em Lisboa, o negócio estava
representado pela casa Burnay & Companhia. Em 1890 o banco abre uma caixa
filial, nesta cidade.”
Fonte: “bportugal.pt/”
Em 1881, o Banco
Aliança vai fazer parte do Sindicato Portuense, uma união de bancos que
têm por fim assegurar o financiamento da construção de linha férrea entre Barca
d’Alva e Salamanca.
No desastre
financeiro em que culminou este projecto para alguns dos accionistas, salva-se
o Aliança.
Em 1884, a nova sede
do Banco Aliança vai começar a ser construída de raiz, na Rua Mouzinho
da Silveira, numa rua recentemente aberta, para onde a instituição se muda após
a sua conclusão.
Banco Aliança, na Rua Mouzinho da Silveira, 228
Em Agosto de 1934, a sede social foi deslocada para um lugar
mais central e moderno da cidade: a Avenida dos Aliados, passando as antigas
instalações a funcionar como filial, até serem ocupadas pela Associação
Industrial portuense, quatro anos depois.
Banco Aliança na Avenida dos Aliados – Revista Ilustração de
1 de Dezembro de 1934
Publicidade ao Banco Aliança, In Comércio do Porto 30 de
Outubro de 1938
Banco Aliança, na Avenida dos Aliados
Em 1961, a fusão com o Banco
José Henriques Totta, de Lisboa, de cuja fusão nasceu o Banco Totta-Aliança que, anos mais
tarde, vai dar origem ao Banco Totta
& Açores, uma das maiores instituições bancárias do País.
Banco do Minho
«O “Banco do Minho” (BM) foi instituído por carta de lei de 14
de Abril de 1864, com sede em Braga, e iniciou a sua atividade em Junho de
1865. O capital inicial foi de 600 contos de réis, elevado a 1200 contos de
réis em 1918.
O Banco do Minho nasceu na época do boom das
remessas financeiras dos emigrantes no Brasil.
A partir de 1918, desenvolve uma estratégia
de participação em empresas industriais, comerciais e financeiras. Entre as
empresas não financeiras contam-se a “Companhia Fabril do Minho”, a “Companhia das Águas do Gerês”, a “Companhia Metalúrgica do Norte” e a “Perfumaria Confiança”. Foi acionista
maioritário da Sociedade Bancária do Minho, criada em 24 de Maio de 1924, em S.
Paulo, no Brasil, destinada a servir de agência local do banco e a ter
actividade própria. Apesar de um início de actividade promissor, a situação
financeira desta sociedade derrapou e acabou por ser liquidada em 1927.
Em 21 de Outubro de 1930 é nomeada uma
Comissão Administrativa para gerir o “Banco
do Minho”. Na sequência do relatório desta comissão, datado de 14 de
Abril de 1931, é decretada a liquidação do banco. A Comissão Liquidatária
nomeada pelo Estado encerrou actividades em 31 de Dezembro de 1939».
Fonte:
“restosdecoleccao.blogspot”
Sucursal do Banco do Minho à direita, à entrada da
engalanada Rua de D. Pedro em 1908, junto ao Hotel Francfort à esquerda
Projecto de 1918 para a filial do Porto do Banco do Minho na
Avenida dos Aliados, com projecto do Edifício da Nacional visível à esquerda
No edifício da foto acima haveria de estar, a partir de 1934, o Banco Aliança e mais tarde o Banco Totta & Açores.
Em 1929, o Banco do Minho e o Banco Comercial do Porto ficam
em situação difícil, devido à “Grande depressão” com origem nos USA.
Em 1939, o Banco do Minho abre falência.
Banco Borges &
Irmão (BBI)
A Sociedade dos Vinhos Borges foi fundada em 1884 por
António Nunes Borges e seu irmão Francisco, desde cedo se tendo afirmado como
um dos principais produtores e exportadores de vinhos portugueses. Na mesma
ocasião os mesmos protagonistas fundaram uma casa de câmbios que viria, mais
tarde, a transformar-se num banco.
“Em 1884 iniciou-se a Casa Bancária António
Nunes Borges & Irmão na esquina da Rua de Sampaio Bruno (então Rua de Sá da
Bandeira) e Bonjardim. Nos pisos superiores estava instalado o Hotel Aliança.
Anteriormente, tinha estado no rés-do-chão um luveiro e nos andares superiores
o Hotel Mary Castro, que se havia mudado para a Rua das Motas, no Passeio
Alegre. Foi muito conhecido pelo seu esmerado serviço e por lá terem
estado hospedadas diversas personalidades tais como Ramalho Ortigão, que sobre
ele escreveu.
Neste edifício esteve, já em meados do séc.
XX, a secção de câmbios e de lotaria do banco”.
Cortesia de Rui
Cunha
A casa de câmbios
dos irmãos Borges, na esquina das ruas do Bonjardim e de Sá da Bandeira, em
1910, torna-se numa casa bancária, com sede no Porto e agência em Lisboa.
Em 1912, é aberta
uma filial no Rio de Janeiro.
Para além da
actividade bancária, os irmãos continuam a manter um negócio de vinhos que, em
1918, se autonomiza com fundação da Sociedade dos Vinhos Borges.
Assim, em 3 de
Setembro de 1918, por escritura desta data nas notas do Dr. Ponce de Leão,
constituiu-se a “Sociedade dos Vinhos Borges & Irmão, Lda.”, nova empresa,
com sede na Rua do Bonjardim, 73-77, sendo fundadores António Nunes Borges,
Francisco Borges e Alberto Guimarães Lelo, com o capital de 120 contos.
Em 1919, o pacto
social da casa bancária é alterado com a entrada para a sociedade de Manuel
Pires Fernandes e José Nunes Fonseca.
Em 1926, a casa bancária
muda a sua sede para a Rua de Sá da Bandeira e, fruto da expansão dos negócios,
em 1937, passa a “Banco Borges & Irmão (BBI).
Nas décadas
seguintes, assiste-se à abertura sucessiva de dependências e agências em
diversos pontos do país, nas colónias e nos principais países de destino da
emigração portuguesa.
Nas décadas de 1970
e 1980, apesar da nacionalização da banca, a actividade do BBI continua a
alargar-se.
Enquanto entidade
autónoma, o BBI deixa de existir em 1998, quando se dá a sua fusão com o Banco
Fonsecas & Burnay e o Banco de Fomento Exterior, dando origem a uma nova
instituição: o BPI - Banco Português de Investimentos.
Sede da fundação do Banco Borges & Irmão
As origens do Banco Mutuário remontam a 21 de Junho de 1884
quando, no 2º Cartório Notarial do Porto, de Aureliano Ferreira Moutinho, foi
lavrada a escritura de constituição da Companhia Mutuária.
Na génese da sua constituição está o negociante portuense
António Albino Costa Correia.
Com a sede estabelecida no Porto, à Rua de D. Pedro, em
Santo Ildefonso, a principal missão da Mutuária era a realização de
empréstimos sobre penhores e a constituição de depósitos à ordem e a prazo.
Em 22 de Novembro de 1888, em Assembleia Geral, são
aprovados os novos estatutos, aprovada a compra do activo e passivo da Crédito e Auxílio Portuense e a emissão
de acções para financiar a operação, que prometia grandes vantagens de negócio.
Com esta aquisição, as quatro filiais existentes em 1888, passaram a ser 16, em
1889, 20 e, em 1891, 21.
A maior parte das filiais/agentes estavam situados no Porto,
onde residia a maioria da clientela. Fora do Porto, em Leça do Balio,
Matosinhos, Vila do Conde, Vila Flor e São Mamede.
Em 20 de Setembro de 1895, uma reforma estatutária altera a
designação da firma, que deixa de ser Mutuária, para passar a designar-se Banco
Mutuário.
Em 1915, o banco irá mudar as suas instalações para a Rua de
Passos Manuel e, em 1921, o Banco Mutuário passa a ter participações sociais na
Urbana Portuguesa, no Banco do Douro, no Banco Comercial do Porto e na
Companhia Fiação de Crestuma.
No prédio da esquina (à direita), formada pelas ruas de Sá
da Bandeira e de Passos Manuel instalou-se, a partir de 1915, a sede do Banco Mutuário
Em 1929, o banco deixa de registar lucros, pese também o
facto de ter assumido o passivo da sociedade Vieira & Silva, Sucessores e a
exploração da sociedade Adriano Sampaio Batista, Sucessor & Comandita e os
prejuízos da sua exploração.
Entrando o banco em francas dificuldades, a partir de 22 de
Abril de 1931, é cancelada a licença para o banco exercer a actividade
bancária.
Face à incapacidade de recebimento dos créditos mais
significativos, sobretudo o do principal devedor – Empresa Portuense
Cinematográfica, Lda, com a exploração do Teatro Carlos Alberto, que se
encontrava fechado, o Banco Mutuário acabaria, finalmente, em 5 de Agosto de
1939, por ser liquidado com a aprovação da extinção da sua Comissão
Liquidatária.
Crises Financeiras em
Portugal no século XIX
O sistema bancário que começava a instalar-se na segunda
metade do século XIX, tornava-se vulnerável em conjunturas de quebra de
confiança do público, como o acontecido em 1876.
Assim, sendo entre 1854 e 1891, o valor-padrão no mercado
português o ouro, em relação ao qual eram referidos os valores dos outros bens
e dos serviços, a emissão de moeda fiduciária e os empréstimos, excedendo em
muito as reservas em caixa, impediam os bancos de fazerem a conversão em ouro
das notas e o reembolso dos depositantes, em caso de uma «corrida» aos
depósitos.
Aquela paridade era interrompida quando os particulares
fossem obrigados, pelo curso forçado, a aceitar pagamentos internamente em
moeda de valor fictício, o primeiro recurso a que os governos deitavam mão.
As quebras de confiança, num sistema com tendências
inflacionistas, estavam ligadas à desaceleração do crescimento do valor do ouro
em circulação e a quebras da actividade económica.
“Portugal assistiu em
1876 à primeira crise financeira que afetou o setor bancário. Os primeiros
meses de 1876 foram marcados por uma crise nos mercados financeiros no Norte do
país, que rapidamente se estendeu a todo o território atribuindo-se a
conjuntura, à especulação que se produzia em Espanha sobre os títulos da dívida
pública. Os portugueses, na segunda metade do século XIX, manifestaram
interesse nos títulos de dívida pública espanhola, o que contribuiu para o
estabelecimento de inúmeras companhias de seguros de vida (Tutelar, A Porvir
das Famílias, o Monte Pio Universal e La Nacional) e posteriormente, o
estabelecimento de agências nos bancos portugueses para o pagamento de juros
daquela dívida, (esta função era assumida nos finais de 1870 em exclusividade
pelo BNU). Uma grave crise económica em Espanha levou à depreciação dos títulos
de dívida, originando no mercado nacional uma desconfiança generalizada que
levou a uma corrida aos bancos, e consequentemente, a uma falta de liquidez dos
mesmos.
A saída da crise
esteve na solução encontrada por Fontes Pereira de Melo em obter junto de
Londres um empréstimo para compensar a falta de numerário que afetara o Tesouro
Público, ao mesmo tempo que decretara uma moratória. O empréstimo contraído
junto a Londres permitiu ao então Ministro da Fazenda, António Serpa Pimentel,
distribuir pelas instituições em crise uma importante quantia em numerário,
pagando aos bancos as quantias que estes haviam desembolsado por conta do
pagamento das classes inativas.
A crise de 1876 teve
como consequência a concentração do mercado bancário através de um conjunto de
fusões e tornou o Estado mais regulador neste setor de atividade. É igualmente
neste contexto que é fundada a CGD, tendo como objetivo «receber e a administrar todos os depósitos
em dinheiro efetivo ou em títulos da dívida pública que, nos termos das leis e
regulamentos, podem ser ordenados, requeridos ou autorizados por qualquer
tribunal ou repartição do Estado”.
Cortesia de Mónica Ferreirinha; Fonte: “cgd.pt/”
Entre 1880 e 1890, a economia portuguesa atravessou momentos
difíceis.
No período da “Regeneração” o governo adoptou o
“livre-cambismo” que conduziu à entrada de produtos estrangeiros, oriundos de
países com os quais os nossos produtos eram incapazes de concorrer. A balança
comercial começa a ter deficites constantes.
Os grandes investimentos em obras públicas, por outro lado,
conduziram a um endividamento estrangeiro de vulto.
A situação era atenuada, porém, com a chegada de capitais
provenientes do Brasil, nos bolsos dos brasileiros de torna-viagem.
“A partir de 1889, a
crise política no Brasil e a queda das exportações de vinhos conduziram a uma
diminuição do afluxo de capital fresco (ouro) aos bancos e aos títulos da
dívida pública. Logo então o crédito retraiu-se: notas em circulação e
depósitos bancários registam quedas de 1889 para 1890. O Banco de Portugal, já
então tesoureiro do Estado, deveria obter na praça papel cambial suficiente
para atender ao pagamento dos juros da dívida consolidada, o que não conseguiu:
faltava o ouro dos investidores nacionais e residentes no Brasil para acorrer
aos novos empréstimos que, dentro e fora do país, o governo tentara realizar”.
Cortesia de Luís Aguiar Santos
Em 1890, aconteceu a falência do banco, a quem o estado
português recorria, o Baring Brothers, em Londres que, consequentemente,
provocou a falência da banca do Porto e de Lisboa, originando uma grave crise e
depressão na economia portuguesa.
A chamada crise de 1891 foi, de facto, uma crise financeira,
pois as finanças do Estado e o sistema bancário entraram completamente em
colapso. Depois, esta crise financeira tornou-se imediatamente uma crise
económica, porque provocou uma estagnação do crescimento da riqueza.
Naquele ano, em virtude do desfecho da operação financeira
que ficou conhecida por “Salamancada”, aos bancos do Porto foram-lhes retirados
o privilégio de emitir moeda.
Em 1892, Portugal está em bancarrota, devido ao défice
comercial e à dívida pública, colossais.
É com José Dias
Ferreira, como Primeiro-Ministro e com Oliveira Martins como ministro da Fazenda
(Finanças), que face ao estado de bancarrota pela suspensão do pagamento da
dívida, que irão ser procuradas as primeiras soluções. Surgem as medidas de
austeridade e o descontentamento e a luta política tomam o terreno.
A partir daqui, Portugal instituiu uma nova pauta
alfandegária e volta ao proteccionismo.
O mercado colonial foi valorizado, a indústria reformada e
dá-se a concentração empresarial.
Desce a importação e os pedidos de capitais ao estrangeiro.
Entretanto, o Estado posicionava-se, ao conceder o monopólio
da emissão de moeda fiduciária a uma entidade, o Banco de Portugal (o seu
principal credor interno), para passar a estar em condições privilegiadas de
acesso ao inflacionado stock monetário e ao respectivo «crédito barato».
Acresceria a vantagem aparente para o Estado de disciplinar
as tendências inflacionistas das entidades emissoras em situação de
concorrência.
Sistema Financeiro,
na cidade do Porto, no século XIX
BANCOS e ano de
fundação
Banco Comercial do Porto – 1835
Banco Mercantil Portuense – 1856
Banco União do Porto – 1856
Banco Aliança – 1863
Nova Companhia de Utilidade Pública – 1864
Banco Industrial do Porto – 1874
Banco Português - 1875
Banco de Comércio e Indústria - 1876
Banco Mutuário (antiga Mutuária) – 1895
Os bancos Português e União do Porto fundiram-se durante 11
meses, dando origem ao Banco Portuense e, em 1894, foram absorvidos no Banco
Comercial do Porto.
Nesta data, o mesmo aconteceu aos bancos Mercantil
Portuense, Nova Companhia de Utilidade Pública e Comércio e Indústria.
Bancos e Agências Bancárias existentes, no Porto, em 1876
Cardoso Lopes & Cª
Carlos José da silva & Cª
Casais & Filhos
Eduardo da Costa Correia Leite
Joaquim Pinto Leite & Cª
Pinto da Fonseca & Irmão
Pires Soares & Cª Lda.
Coimbra & Filhos
AGÊNCIAS BANCÁRIAS NO
PORTO 1888- 1910
Banco do Alentejo
Banco de Bragança
Banco de Chaves
Banco Comercial de Coimbra
Banco Comercial de Guimarães
Banco Comercial de Lisboa
Banco Cooperativo e Comercial
Banco da Covilhã
Banco do Douro
Banco Eborense
Banco de Guimarães
Banco Lisboa & Açores
Banco Lusitano
Banco Mercantil de Braga
Banco Mercantil de Viana
Banco do Minho
Banco Nacional Ultramarino
Banco de Portugal
Banco da Régua
Banco de Viana
Banco de Vila Real
London & Brazillian Bank Ltd
Banco Português e Brasileiro (após 1894)
Banco Economia Portuguesa (após 1910)
Crédit Franco Portugais
CASAS DE CÂMBIO, ENTRE
1884 - 1910
António Francisco de Castro
António Inácio da Fonseca
Aparício Augusto da Cunha Sampaio
Bacelar & Carregosa
António Nunes Borges & Irmão
Cândido Dias Ltd.
Castro Barbosa & Cª
Domingos José de Antas
J. dos Santos
Jerónimo Pereira de Sousa
José Júlio da Costa
José Pereira de Sousa Júnior
Lourenço Marques de Almeida
Luís Ferreira Alves
Manuel José de Macedo
Ricardo Soares Duarte
Santos Oliveira & Cª
João Machado Lobo
José Maria Durão
Lourenço Joaquim Carregosa (L. J. Carregosa)
A.J. Fernandes Magalhães
Bernardino F.A. Campos
Chaves & Freitas
Dias & Dias
Francisco Oliveira Moutinho
Joaquim Alves Oliveira
Luís Alves da Silva Rios
Sá & Cunha Lda.
Sebastião José Machado Guimarães
Úrsula Maria Ramos
Viúva Cunha & Filhos
J.W. Burmester
Francisco José de Faria
José Augusto Dias & Filho
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