Quartéis da Guarda Real da Polícia do Porto e Quartéis da Guarda Municipal
Guarda Real da Polícia do Porto
Em 1808, o Porto vê surgir uma polícia, a Guarda Real da Polícia do Porto também conhecida por Corpo da Guarda da Polícia do Porto, respondendo a uma necessidade sentida
pelos portuenses visando a sua segurança.
Em 1814, o general
Beresford organizou os chamados Corpos de Guarda Real de Polícia.
Até à guerra civil, que teve por palco principal a cidade do Porto, atendendo à vontade dos
vencedores, é óbvia a extinção da Guarda Real da Polícia do Porto, por ter
apoiado os derrotados.
A Guarda Real da
Polícia do Porto estivera aquartelada em instalações onde tinham estado os
efectivos dos Terços, na Cordoaria, a poente. Hoje, está por lá o Palácio da
Justiça, mas, antes, tinha estado o Mercado do Peixe, se bem que num outro
edifício construído de raiz.
Por lá se tinha
alojado a cavalaria da Guarda Real da Polícia do Porto e uma companhia de
infantaria.
Ainda antes do
desembarque de D. Pedro IV na praia de Pampelido, no limite das freguesias de
Lavra e Perafita, a 8 de Julho de 1832, a Guarda Real da Polícia do Porto já se tinha mudado para a zona da Sé, para o Largo do Corpo da Guarda, depois de
ter utilizado também, instalações na Casa Pia.
As instalações da Guarda
Real da Polícia do Porto, naquele largo, concentravam-se num edifício que na Idade
Média, era uma torre pertencente ao Bispo, servindo de cadeia e foi adaptado,
mais tarde, a palácio por um oficial régio, e que pela linha de sucessão dos
Condes de Miranda do Corvo, passa para os Marqueses de Arronches, recebendo, em
1718, o título de Duques de Lafões. Este solar também terá sido residência de
João de Almada e Melo, acumulando na época as funções do Palácio do Governo.
Em 1760, ocorria nas
cocheiras do solar o primeiro espectáculo de teatro lírico do País.
“A principal artéria existente nestes
quarteirões - ligando a Praça de Almeida Garrett ao Largo da Cividade -
apresentava o curioso nome de Rua do Corpo da Guarda, embora anteriormente a
sua denominação fosse Calçada da Relação e, posteriormente, Calçada da Relação
Velha, como salienta Cunha e Freitas na sua obra sobre a toponímia portuense.
Não se conhece com precisão a data em que essa Calçada da Relação Velha se
assumiu como uma artéria urbana, mas tudo leva a crer que terá sido durante o
século XVI. Cunha e Freitas refere que a sua denominação resultou do facto de
em 1583 se ter estabelecido naquele local o Tribunal da Relação, no antigo
palácio do governador das Justiças, conde de Miranda. Quando, em 1796, ficou
praticamente concluído o novo edifício do Tribunal da Relação, no Campo da
Cordoaria, a Calçada da Relação passou a denominar-se Calçada da Relação Velha,
em virtude de o tribunal já não se encontrar ali instalado. A adopção da
denominação de Calçada do Corpo da Guarda - e do largo do mesmo nome - ocorre
já no século XIX, e deriva do facto de para aí se ter transferido, ainda antes
do Cerco do Porto, o Corpo da Guarda Real da Polícia do Porto, que
anteriormente se encontrava instalado no edifício da Real Casa Pia de Correcção
e de Educação, o qual, por sua vez, veio mais tarde a ser ocupado para outras
funções, nomeadamente para a instalação do Governo Civil, que ali permaneceu
até há bem pouco tempo. Não é conhecida, contudo, a data em que se registou a
alteração de Calçada do Corpo da Guarda para a rua do mesmo nome, se é que a
mesma veio oficialmente a fazer-se, pois pode ter-se dado o caso de essa nova
denominação resultar simplesmente da institucionalização da forma como a
população se lhe referia”.
Cortesia de José
Manuel Lopes Cordeiro “Jornal Público” de 18 de Março de 2001
Guarda Municipal do
Porto e Quartel de S. Brás
Diga-se que a Guarda Municipal do Porto, em 24 de Agosto de
1835, sucedera à Guarda Real da Polícia
do Porto, surgida em 1808.
A Guarda
Municipal do Porto vai instalar-se no mosteiro dos carmelitas que, como as
demais ordens religiosas, foram extintos e as demais instalações ocupadas pela Guarda Real da Polícia do Porto, uns
barracões junto da Casa Pia e o quartel do Largo Corpo da Guarda.
No texto acima deve entender-se que o mosteiro era de
religiosos e, por isso, masculino.
A circunferência amarela na planta acima, indica o edifício
da Casa Pia, ao Largo da Batalha que, à data, albergava também a Câmara e,
junto do qual, existiram dois barracões que viriam a servir a cavalaria da
Guarda Municipal.
Em 1873 é construído um novo e moderno quartel, no Monte de
S. Brás, para servir a Guarda Municipal do Porto e colocar um ponto final nos
referenciados barracões junto da Casa Pia.
Depois de ter servido a Guarda Municipal, o Quartel de S.
Brás foi sede dos Telegrafistas e, a partir de 1963, Casa da Reclusão da 1ª
Região Militar.
No início de 2024, o quartel já estava totalmente demolido para dar lugar a um empreendimento imobiliário.
Guarda Nacional Republicana e Quartel da Bela Vista (à
Rua de S. Roque da Lameira)
Em 1910, a Guarda
Municipal do Porto seria substituída pela Guarda Republicana, em sequência da
instauração da República, passando a utilizar as mesmas instalações da Guarda
Municipal.
Entretanto, viriam a ampliar ao longo dos anos a sua área de
ocupação.
Assim, a partir de
1919 até 1995, foram ocupadas pela Guarda Nacional Republicana, as instalações
que tinham sido, entre 1914 e 1918, a sede do Colégio Moderno.
Seguiu-se a PSP, até
aos nossos dias, sendo o local onde está instalado o seu “Corpo de
Intervenção”.
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