A 14 de Maio de 1915, iniciou-se um golpe de estado para
repor a plena vigência da Constituição de 1911, e derrubar o governo presidido
pelo general Pimenta de Castro – que governava em ditadura, após o encerramento
forçado do parlamento.
Pimenta de Castro tinha subido ao poder no desenvolvimento
de um golpe militar, o Movimento das Espadas (20 a 25 de Janeiro de 1915), ou
Golpe das Espadas, nome pelo qual ficaram conhecidos os incidentes de
insubordinação militar, em que se destacaram o capitão Martins de Lima e o
comandante Machado Santos, que conduziram à demissão, a 25 de Janeiro de 1915,
do Governo presidido por Victor Hugo de Azevedo Coutinho (alcunhado de “Os
Miseráveis” de Victor Hugo) e à instauração de um governo ditatorial, a
primeira ditadura do republicanismo português.
Face aos acontecimentos protagonizados pelos militares, o
governo de então demitir-se-ia e o Presidente da República Manuel de Arriaga,
num acto que em muito contribuiu para destruir a sua credibilidade como
democrata, nomeou o general Pimenta de Castro para governar em ditadura.
Porém, passados apenas cerca de quatro meses, em 14 de Maio,
surgia o movimento que sairia vitorioso, levando à substituição do governo de
ditadura por uma Junta liderada por João Chagas, e à demissão do presidente da
República, Manuel de Arriaga, substituído, em eleições, por Teófilo Braga.
Os tumultos só terminaram no dia 17, causando cerca de 200
mortos e mais de mil feridos, em Lisboa.
Este foi um dos acontecimentos mais dramáticos ocorridos
durante a vigência da I República Portuguesa (1910-1926).
“A revolta de 14
de Maio de 1915, começou por ser uma tentativa de reposição da Constituição
de 1911, levada a efeito por um conjunto de militares que vão ser conhecidos
como os Jovens Turcos,
entre eles destacavam-se Álvaro de Castro, Freitas Ribeiro, Sá
Cardoso, entre outros. Este grupo procurava acabar com a ditadura do
General Pimenta de Castro, que tinha chegado ao poder ao fracasso
das iniciativas governativas lideradas por Bernardino Machado (10-02-1914
a 11-12-1914) e por João de Azevedo Coutinho (12-12-1914 a
25-01-1915) que enfrentou graves problemas com o denominado “movimento das
espadas”, quando os militares de várias unidades pelo País, numa atitude de
protesto, devido à transferência do então major João Carlos Craveiro
Lopes da Figueira da Foz para Lisboa a pedido dos líderes locais
do Partido Republicano Português, entregaram aos superiores
hierárquicos, as suas espadas e criando assim um ato de indisciplina contra a
transferência deste camarada de armas”.
In Almanaque Republicano
A revolta de 14 de Maio estender-se-ia ao Porto resultando,
no final, nesta cidade, dois mortos e mais de vinte feridos.
Do funeral de uma das vítimas mortais, Manuel Oliveira
Ramos, noticiava a revista Ilustração Portugueza na sua edição de 31 de Maio.
O funeral de Oliveira Ramos passando pelas Carmelitas e Rua
31 de Janeiro – Ed. Ilustração Portugueza de 31 de Maio de 1915
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