Os primórdios
A produção de cerveja, em Portugal, aponta para o ano de
1689, com o aparecimento da primeira fábrica. A relutância da sociedade para o
consumo de cerveja, que era considerada uma bebida
de baixo preço e inimiga do vinho, estendeu-se às autoridades que proibiram
a sua importação entre 1710 e 1810, o
que suscitou, nesse período, a entrada de algumas quantidades por contrabando.
Entre as diversas mercadorias entradas por contrabando e apreendidas pelos
fiscais da Alfândega do Porto, entre 1788 e 1791, contavam-se 10 almudes de
cerveja (cerca de 250 litros).
O hábito do seu consumo
acelarou, porém, quando começaram, no século XIX, a abrir os primeiros
botequins e cafés.
Ainda nas primeiras
décadas do século XIX, o consumo de cerveja na cidade do Porto estaria
circunscrito quase exclusivamente aos residentes estrangeiros, sobretudo aos
ingleses.
Contudo, a partir da
década de 1830, a cerveja foi conquistando um número crescente de adeptos e,
nesses tempos, já se divulgavam receitas para fazer cerveja caseira.
No entanto,
habituados ao consumo de vinhos, a mudança não foi fácil.
Disso nos é dado
prova, pelos fazedores de opinião desses tempos – os escritores.
Assim, Júlio Dinis
na sua obra “Uma Família Inglesa” descreve a posição de um típico inglês, Richard
Whitestone, perante o consumo de cerveja:
“A mesma
indiferença, a mesma, senão absoluta impassibilidade, estabilidade de razão
pelo menos, com que, uns após outros esvaziava copos de cerveja e cálices de
Porto e Madeira, de rum, de conhaque, de kummel, de ginger beer,
e até de absinto, libações que a qualquer pessoa menos inglesmente organizada
ameaçariam, em pouco tempo, com as mais pavorosas consequências de um completo
alcoolismo”.
Por sua vez, Ramalho
Ortigão, nas FARPAS, faz alusão ao consumo de cerveja, após uma noitada de
batota na Foz, nos seus tempos de juventude, na década de 1860, numa “espelunca”
improvisada “no lindo cottage do
Mallen, na Praia dos Ingleses, com um terraço sobre o mar e a entrada
pela rua da Senhora da Luz”. Quando todos abandonaram a sala, já ao romper
do dia, os vestígios eram indisfarçáveis:
Na gravura acima,
publicada no livro "As Praias de Portugal, Guia do Banhista e do
Viajante", editado em 1876, talvez numa das casas representadas,
funcionasse o tal cottage do Mallen
de que falava Ramalho Ortigão.
Camilo Castelo
Branco várias vezes aludiu, nos seus romances, ao consumo de cerveja. Entre essas ocasiões, no romance
“Duas Horas de Leitura” fê-lo, quando com o seu companheiro de viagem, que tinha por destino Vila Nova de Famalicão, param na
estalagem da Mariquinhas, na Carriça, para darem descanso aos cavalos e matarem
a sede.
Por outro lado, Camilo
Castelo Branco, na sua obra “O Cego de Landim” (1877), criticava o uso
imoderado da cerveja pelos jovens da época.
Camilo tinha as suas
razões para fazê-lo, já que, o seu filho Jorge acumulava a infelicidade da
demência com bebedeiras de cerveja.
Já, Eça de Queiroz
nos seus “Contos” faz referência à nova bebida.
“Meu caro amigo! Os meses cerimoniais de luto
passaram, depois outros, e José Matias não se arredou do Porto. Nesse Agosto o
encontrei eu instalado fundamentalmente no Hotel Francfort, onde entretinha a
melancolia dos dias abrasados fumando (porque voltara ao tabaco),
lendo romances de Júlio Verne,
e bebendo cerveja gelada até que a
tarde refrescava e ele se vestia, se perfumava, se floria para jantar na Foz.”
A meio da foto, na esquina das ruas do Laranjal (à esquerda)
e de Elias Garcia (à direita), nos andares superiores esteve o Hotel Francfort.
Eram tempos em que estava a decorrer as demolições para abertura da Avenida dos
Aliados
As experiências industriais para produção de cerveja
começariam em 1836, e progrediriam, em crescendo, até ao fim do século XIX.
Durante esses anos a cerveja era designada por “bock”, por analogia a termos
resultantes da sua importação.
Assim, um copo de cerveja equivalia a um “bock”.
“A expansão do consumo da cerveja no Porto
romântico, em especial a partir de meados de Oitocentos, provocou um crescente
dinamismo da indústria cervejeira local, multiplicando‑se os pedidos de alvarás
para a instalação de novas unidades, que contribuíram para a substituição
gradual da cerveja importada (sobretudo, inglesa e alemã) por cerveja de
produção nacional.
Se as primeiras experiências industriais
deste sector, como a Fábrica de Cerveja Portuense, de 1836,
parecem ter sido efémeras, outras unidades que se instalaram depois seriam mais
duradouras.
Em 1861, existiriam já, pelo menos, treze
fábricas de cerveja nos concelhos do Porto e Gaia, embora se tratasse, na maior
parte dos casos, de pequenas unidades artesanais, correspondendo a consumos
ainda bastante reduzidos. Como referia o deputado do Porto Faria Guimarães, em
1860:
“Estas
fábricas [de cerveja] fazem
entre nós poucos interesses, porque o nosso povo prefere o vinho à cerveja, e
mesmo o verde, quando o há, é melhor do que ela; mas se for maduro não se
estima menos. A cerveja apenas se gasta entre nós em alguns meses do verão, e
nesses mesmos em pequena quantidade”.
Mas a tendência crescente de expansão dos
consumos estimulou a instalação de unidades maiores e mais bem apetrechadas,
como a “Fábrica de Cerveja da Baviera”, de Jansen & Cª, que se
associou a Agostinho Moreira dos Santos, na Rua da Piedade, desde 1863,
e que construiu, na década seguinte, uma nova fábrica na Rua do Melo,
inaugurada em 1876.
Ou a modernização, desde 1884, da
velha Fábrica da Piedade pelo alemão Maximiano Schreck, que dispunha
também de uma afamada cervejaria na Rua do Laranjal, anunciando, além da “cerveja nacional”, “cerveja alemã branca e preta, a qual
rivalizando com a estrangeira custa pouco mais do que metade do preço”.
Num mercado em expansão, a concorrência das
cervejeiras portuenses através de uma rede de distribuição dominada por depositários
(armazenistas), que impunham preços e condições que limitavam as margens de
lucro dos industriais, conduziria, nos anos oitenta, a estratégias de cartelização
do sector. Esse movimento de concentração dos industriais cervejeiros do Porto
culminaria na criação da CUFP – Companhia União Fabril Portuense das Fábricas
de Cerveja e Bebidas Refrigerantes (antepassada da actual Unicer), em 7 de
Março de 1890, reunindo capacidades financeiras e técnicas para desenvolver
a produção industrial e controlar o mercado portuense e nortenho. No ambiente
anglófobo que se vivia então na cidade, na sequência do Ultimatum inglês de 11 de Janeiro, vale a pena destacar que a
primeira marca de cerveja lançada pela nova empresa foi a “Serpa Pinto”,
numa clara afirmação nacionalista e nacionalizadora da bebida que muitos
continuavam a considerar anti‑nacional”.
Com a devida vénia a
Gaspar Martins Pereira, Professor catedrático do Departamento de História e de
Estudos Políticos e Internacionais da FLUP
Agostinho Moreira
dos Santos, acima referido, foi quem inaugurou, no início da década de 1860,
uma fábrica de cerveja na Rua da Piedade e terá ficado conhecido na cidade,
também, por ser o gerente dos teatros Circo e Camões e neles promover, pelo
Carnaval, animados bailes de máscaras.
Requerimento
dirigido à CMP, por Agostinho Moreira dos Santos, para construção de prédio que viria a ser a sua
fábrica de cerveja e que receberia a licença de construção, nº 208/1857 – Fonte:
AHMP
Desenho da fachada
da fábrica que Agostinho Moreira dos Santos se propunha erigir na Rua da
Piedade – Fonte: AHMP
Ainda, no ano de 1857, Agostinho Moreira dos Santos solicita
à Câmara a obtenção de licença para acrescentar um andar ao edificado já
aprovado, anteriormente, para o mesmo local.
Nova fachada, constante de projecto apresentado à Câmara do
Porto, da fábrica de cerveja da Rua da Piedade, que obterá Licença de obra nº 331/1857
Agostinho Moreira dos Santos falecerá, em 29 de Julho de
1882, na Rua da Piedade onde, também, residia, deixando viúva e seis filhos
herdeiros.
Em 1884, já Maximiano
Schreck estava à frente dos destinos da fábrica de cerveja da Rua da Piedade, a
qual iria modernizar.
No Porto, em 1890, existiam seis unidades de produção (Fábrica da Piedade, Fábrica do Mello, M. Achvek & Cia., J.J.
Chentrino &Cia, J.J. Persival
& Cia e M. Schereck) que, a
7 de Março desse ano, foram fundidas com uma unidade de Ponte da Barca, numa única empresa, a Companhia União Fabril Portuense (CUFP),
em laboração até 1977, altura em que passa a constituir a Unicer.
O edifício da unidade referida e sita em Ponte da Barca,
seria vendido, em 1902, à câmara local e os equipamentos transferidos para o
Porto, como forma de obtenção de fundos para a aquisição de um terreno na Rua
da Piedade, onde viria a situar- se, por muitos anos, a sede e os escritórios
centrais da empresa que, até aí, se localizavam na Rua do Mello.
A ligação entre as unidades fabris da Rua do Mello e da Rua
da Piedade remontava a alguns anos atrás quando, em 1863, a “Fábrica de Cerveja da Baviera”, de
Jansen & Cª, se associou,
a Agostinho Moreira dos Santos, proprietário de uma outra unidade na Rua da
Piedade e acabaram por, em 1876, inaugurar uma nova fábrica na Rua do Mello.
Por outro lado, em
1884, já o alemão Maximiano Schreck modernizava a velha fábrica da Rua da
Piedade, ele que detinha uma conceituada cervejaria na Rua do Laranjal, nos
baixos do prédio onde se situava o Hotel Francfort.
A cervejaria Schreck
localizava-se no rés-do-chão do prédio da esquina, junto à área do gaveto (à
direita), onde estava o Café do Chaves. A fachada observável do prédio, onde
nos andares superiores esteve o Hotel Francfort, estava voltada para a Rua do
Laranjal e, aquando da obtenção da foto, procedia-se a demolições para a abertura
da Avenida dos Aliados
“É decidida a venda
das instalações de Ponte da Barca, dos armazéns de vinho de Vila Nova de Gaia e
de todo o ferro e cobre sem aplicação, como forma de obter fundos para a
aquisição do terreno – por 8,5 contos de réis – junto da Fábrica da Piedade. O
financiamento é obtido por hipoteca, tendo-se entrado com 6 contos em dinheiro
e cinco letras de 500 mil réis pagas semestralmente, sem juros.
O negócio do vinho é
extinto por não ser compensador e os produtos armazenados nas Devesas são
vendidos em conjunto, permitindo um encaixe de dois contos e 800 mil réis.
Fonte: “unicer.pt”
Entretanto, outras fábricas, espalhadas pela cidade, terão encerrado. Será o caso da que, abaixo, ainda publicitava, em 1891.
Companhia União Fabril Portuense de Cerveja e Bebidas Refrigerantes, SARL/
“Poucas empresas
podem orgulhar-se de uma tão longa história, com raízes fundas que remontam aos
inícios da industrialização do sector das bebidas, na segunda metade do século
XIX. As origens da Unicer remetem-nos para o movimento dos industriais
cervejeiros do Porto que fundaram, em 7 de Março de 1890, a CUFP - Companhia
União Fabril Portuense das Fábricas de Cerveja e Bebidas Refrigerantes, uma
sociedade anónima de responsabilidade limitada, dispondo de um capital inicial
de 125 contos, com o objectivo de reunir capacidades financeiras e técnicas
para desenvolver o seu sector de actividade. Das sete fábricas que se uniram
nesse projeto, seis do Porto e uma de Ponte da Barca, algumas tinham já várias
décadas de existência. Foram essas fábricas que iniciaram o abastecimento
de cerveja nacional aos cafés e cervejarias do Porto, substituindo gradualmente
a cerveja importada, numa época de mudança dos hábitos de consumo, sobretudo
nos meios urbanos. Num país de tradições vinícolas, a cerveja passou de «bebida
estranha» a «bebida da moda». No início, a CUFP começou a laborar nas fábricas
da Rua Piedade e da Rua do Melo, em condições pouco mais que artesanais.
Empregava apenas 13 trabalhadores e produzia, essencialmente, cervejas, gasosas
e gelo, em quantidades limitadas. Nessa altura, a produção de cerveja rondaria
os 360 mil litros.
Os negócios da
empresa estendiam-se ainda a outras bebidas alcoólicas, como licores, cognacs e
aguardentes, vinhos e genebra. A gestão era feita diretamente por acionistas
eleitos para o efeito e decorria num ambiente familiar. Desde então até à
actual Unicer, mais de 120 anos de história contam uma persistente busca de
renovação em todas as dimensões da atividade da empresa”.
Site da Unicer
Após a data da formação da CUFP - Companhia União
Fabril Portuense das Fábricas de Cerveja e Bebidas Refrigerantes, na Rua do
Laranjal, nº 22, no prédio onde estava sedeado o Hotel Francfort e a cervejaria
do alemão Maximiano Schreck, seriam comercializados os produtos saídos das suas
fábricas de acordo com a publicidade seguinte.
Aí, a CUFP passou a ter os seus escritórios e uma cervejaria.
A produção da cerveja fazia-se na fábrica da Rua do Melo e na fábrica da Rua da Piedade.
Catorze anos depois da constituição da CUFP, seria construída uma nova fábrica na Rua da Piedade para substituição da existente.
Acima está a fachada principal das instalações da fábrica
da CUFP - Companhia União Fabril
Portuense de Cerveja e Bebidas Refrigerantes - Sociedade Anónima de
Responsabilidade Limitada, situada então na Rua da Piedade, hoje um
terreno ajardinado, junto de onde se encontram actualmente os edifícios
«Mota-Galiza», à Praça da Galiza e onde, presentemente, está a ser construída
uma estação do Metro.
O edifício ficou concluído em Janeiro de 1904, situando-se
na Rua da Piedade, nº 140, a sede da empresa e unidade fabril.
Cartaz de 1907, anunciando a primeira marca icónica (A Cristal) produzida na nova fábrica da
Rua da Piedade
Até a CUFP mudar a sua fábrica para as suas instalações
actuais, em Leça do Balio (1964), manteve os seus pólos de produção dispersos,
nomeadamente o da Rua da Restauração, nºs 60-82, construído entre 1912 e 1913,
com algumas alterações nos anos 1940, conhecida como Fábrica de Cerveja Leão, destinada a fabrico de cerveja e gelo.
Esta unidade é inaugurada a 20 de Novembro de 1914, passando
a Companhia a deter duas fábricas (da Piedade e da Restauração) em regime de
concorrência. Os investimentos na nova unidade foram de 250 contos.
Pretendia-se colocar em Marrocos a cerveja produzida por esta nova unidade.
A conhecida internamente como “Fábrica do Leão” é encerrada em 1916, depois de por decisão
governamental terem sido expulsos dois técnicos cervejeiros alemães que
prestavam serviço técnico na unidade fabril.
Estava-se em plena 1ª guerra Mundial e as matérias-primas,
de diversa ordem, iam escasseando, neste caso, o malte e a cevada.
Em 1929, ainda seria assinado com a Fábrica de Moagens
Victória, antiga Fábrica do Corpo Santo, um contrato de venda de água de mina por 6.500$00, que corria nos
terrenos da Fábrica do Leão.
Perspectiva actual da gravura anterior - Fonte: Google maps
Publicidade à Fábrica de Moagem de Trigo do Corpo Santo - Fonte: Jornal "A Voz Pública de 12 de Janeiro de 1902
Em 1941, seria montada uma malteria nas instalações da
Fábrica Leão e, em 1966, as instalações seriam vendidas para albergarem outros
serviços e empresas.
Edifício onde funcionou a Fábrica de Cerveja Leão, na Rua da
Restauração
A partir da década de 1930, as instalações fabris da Rua da Piedade são
alvo de uma ampliação.
Edifícios da CUFP, na Praça da Galiza e Rua da Piedade, após
ampliação das instalações primitivas que lhe eram contíguas - Ed. Jornal de Notícias
Na foto anterior, já
é possível apreciar, para além do edifício mais antigo de 1904, um outro mais
recente, o da esquina, dos anos 30, projectado por Arménio Losa.
Em 1918, já se tinha concretizado, também, a aquisição de um
edifício e terreno na Rua da Boavista, pertencentes à antiga Fábrica de
Panificação.
Em 1921, foram
compradas mais quatro casas contíguas à Fábrica da Piedade, onde seria erguido
o tal novo edifício.
Todo a área de
implantação dos edifícios fabris da CUFP, hoje uma área que está a ser
preparada para que aí surja uma estação de Metro seria, mais tarde, permutado
por um outro na Rua Diogo Botelho, frente à Universidade Católica.
Os edifícios «Mota-Galiza»
foram por sua vez construídos, no terreno da Fábrica do Jacinto, na Rua da
Piedade, mais a poente, o que pode ser apreciado na vista abaixo.
Um dos ex-libris da
CUFP seria lançado em 1927.
"No dia 9 de
Novembro de 1927 foi registado o nome da marca Super Bock, marcando assim
início a história de uma das mais emblemáticas marcas portuguesas.
A ideia que
culminou no surgimento da marca Super Bock partiu de um dos administradores da
CUFP (Companhia União Fabril Portuense das Fábricas de Cerveja e Bebidas
Refrigerantes), empresa que acabou por originar em 1977 a empresa que
actualmente detém a Super Bock e várias outras marcas, a Unicer.
Esta cerveja é da
variedade bock, inserida no tipo Lager, a cerveja mais consumida no mundo,
caracterizada por fermentar a temperaturas mais baixas, tendo um teor alcoólico
de 5,2%.
A história da
Super Bock é inseparável da história da CUFP, sendo que, tal como o nome
indica, a produção e consumo da cerveja se situou principalmente no Norte do
país durante os seus primeiros anos, facto pelo qual demorou algum tempo a
estender-se em massa para o sul do país. Esta expansão deveu-se em muito à
inauguração da unidade fabril de Leça do Balio na década de sessenta, unidade
que estava preparada para produzir cerca de 25 milhões de litros de cerveja por
ano, para responder ao aumento da procura e de consumo que se verificou nesses
anos. Assim, com o aumento da produção e com a aposta no reforço da
distribuição, a Super Bock chegava a Lisboa no ano de 1972.
A Super Bock
recebe a sua primeira distinção internacional, ao ganhar a medalha de ouro no
concurso Monde Selection de La Qualité, evento realizado no Luxemburgo, que
premeia as cervejas com maior qualidade. O número de medalhas ganhas pela Super
Bock neste concurso atinge já as 35, sendo a única marca no nosso mercado que
atingiu este feito. A expansão internacional também é notória, estando
actualmente a Super Bock presente em cerca de 40 países nos 5 continentes”.
“aminhagestao.blogspot.com/”
A partir de 1927 e
anos seguintes, surgem duas novas marcas de cerveja: a Super Bock e a Zirta,
logo seguidas pelo aparecimento da Nevália, uma cerveja que existiu,
apenas, durante os anos da 2ª Grande Guerra e que serviu para preservar as
outras marcas, face à deficiente qualidade das matérias-primas. Em 1941, surge
também a Vitória, marca da qual se venderam grandes quantidades para
apoiar os soldados aliados que se encontravam em Gibraltar. Para além da aposta
no mercado nacional, a CUFP também participa no capital social da CUCA, empresa
de cervejas de Angola. O crescimento da empresa era constante e, em meados da
década de 1950, a CUFP produzia mais de três milhões de litros e as receitas
atingiam o valor recorde de 28 milhões de escudos. Por esta altura, a CUFP
produzia as marcas Cristal, Super Bock, Invicta Negra, Invicta Cola, Além-Mar e
Zirta.
Com o objectivo de
divulgar as marcas da CUFP - Cristal, Super Bock, Invicta Negra, Invicta Cola,
Além-Mar e Zirta - é inaugurada, em 1957, uma cervejaria situada num edifício
da Rua de Júlio Dinis, contíguo às instalações fabris que rapidamente se tornou
num sucesso comercial, depois de em 1960 ser concluída a construção de uma
esplanada na parte ajardinada da cervejaria.
À entrada da
cervejaria, anexa à unidade industrial que se desenvolvia até à Praça da Galiza,
ficava a sua ampla esplanada.
Ela situava-se junto
do cotovelo que faz a Rua de Júlio Dinis no seu traçado para o Palácio.
A conceituada e
renomada marca “Super Bock” apareceria em 1927.
Em 1940, ocorreria a
comemoração das bodas de ouro da empresa.
Dada a necessidade
de aumentar a sua produção, seria construída uma nova fábrica, em Leça do
Balio, inaugurada em 1964.
A CUFP passaria, a
partir dos anos 70, do século passado, por várias fases: após o 25 de Abril, foi
nacionalizada em 30/8/1975; reestruturada em 1977 com a fusão da CUFP, União Cervejeira
de Portugal e Copeja e reprivatizada em 1990.
Após o ano 2000,
diversificou os seus produtos comprando interesses em empresas produtoras de
águas, vinho, café e turismo e a empresa adquire o Grupo Vidago, Melgaço e
Pedras Salgadas (VMPS) e ainda a totalidade do capital da Caféeira SA, a mais
antiga marca de café em Portugal.
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