Em 1819, nascia Francisco de Oliveira Chamiço (Porto, São
Nicolau, 24 de Fevereiro de 1819 - Lisboa, Mártires, 21 de Março de 1888).
Era filho de Fortunato de Oliveira Chamiço, um negociante da
praça do Porto, e de sua mulher Cândida Margarida Cândida Martins Pacheco, neto
paterno de Brás de Oliveira Chamiço, Capitão-de-Mar-e-Guerra, de origem Alemã.
Era irmão de duas personagens que se destacariam pelo relevo
alcançado na sua actividade económica, Fortunato Oliveira Chamiço Júnior e de
Eduardo Oliveira Chamiço.
Aos 10 anos de idade, Francisco Chamiço foi estudar para
Inglaterra, onde a firma do pai, “Chamisso & Companhia” tinha boas
relações, regressando com vinte anos.
Começaria, então, a trabalhar na firma do pai, tendo casado com
Claudina Freitas Guimarães (1821 – 1913), irmã de Ana Freitas Guimarães casada
com Fortunato de Oliveira Chamiço Júnior, irmão do Francisco. O outro irmão, já
referido, de seu nome Eduardo Oliveira Chamiço, acabaria por ficar solteiro.
Nos anos seguintes, Francisco Chamiço desempenhou vários
cargos de relevo no âmbito da actividade económica, tendo sido Secretário da
Associação Comercial Portuense, a cuja Direcção esteve ligado por espaço de 23
anos, durante os quais foi encarregado por aquela Associação e pelo Estado, de
numerosas Comissões em proveito do serviço público.
Assim, em 1852, Francisco Chamiço é nomeado pelo Ministro
Rodrigo da Fonseca Magalhães, para a comissão de inquérito da Companhia Geral
da Agricultura das Vinhas do Alto Douro.
Nesse ano, aparece ligado a uma elite portuense, quando
juntamente com António Bernardo de Brito e Cunha, Ricardo de Clamouse Brown,
José Pedro Barros Lima e mais uns quantos, vão coadjuvar as senhoras, Marquesa
de Terena, Condessa de Terena, Viscondessa de Alpendurada, Viscondessa de
Balsemão, Viscondessa de Castro Silva, Baronesa de Ancêde, Baronesa do Bolhão,
Maria Ermelinda Woodhouse e muitas outras, que organizavam um baile, na Quinta
das Águas Férreas, que ficaria célebre, por não se ter realizado.
O baile estava previsto ser em honra da rainha D. Maria II,
que visitava a cidade e o norte do País, em Maio de 1852, mas o S. Pedro não
esteve pelos ajustes e despejou água, sobre a cidade, até fartar.
Entretanto, anos antes, Francisco Chamiço já tinha fundado, juntamente
com o seu irmão Fortunato e com Carlos Silva, a firma que se destacaria no
comércio dos vinhos do Porto, “F. Chamiço Filho & Silva”, que teve a sua
sede na Rua dos Ingleses, nº 87 – 1º (actual Rua do Infante).
A “F. Chamiço Filho & Silva” que exerceria também na
área exportadora funções de consignatários (correspondente aos actuais agentes
de navegação) haveria de ver, também, o seu nome ligado a um naufrágio célebre,
em 1864, do vapor Corinthian.
“Vapor “Corinthian”
Um telegrama chegado
ontem de Viana informa estarem destruídas todas as esperanças, dadas pela notícia
anterior relativamente ao vapor inglês “Corinthian”, que tendo saído ante-ontem
a barra do rio Douro, encalhou às 6 horas da tarde do mesmo dia num banco de
areia a 5 milhas ao Sul de Viana, abrindo logo água.
Às 3 horas da
madrugada de ontem, a tripulação vendo que o navio ia submergir-se abandonou-o
e desembarcou a salvo em Viana.
Com os socorros
prestados pelas repartições competentes daquela cidade pôde ser salvo do vapor
naufragado parte do gado que ia no convés.
O “Corinthian” está
totalmente perdido. Bateu e submergiu-se em sítio tão fundo, que ontem às 3
horas da tarde, segundo uma carta de Viana, apenas se viam os mastros fora da
água. Os tripulantes tinham-no abandonado pouco antes da submersão.
O vapor levava perto
de 300 bois, dos quais ainda foram salvos 60 e tantos, que iam no convés.
Mergulhadores empregados para a salvação da carga, ainda não tinham conseguido
salvar nada até às 3 horas da tarde de ontem”.
In jornal “Comércio do Porto”, terça, 5 de Julho de 1864
Em 1853, com 33 anos, Francisco Chamiço foi dos fundadores
da Companhia de Seguros Garantia, praticando seguros marítimos e terrestres e
que rapidamente se expandiu pelo estrangeiro: Brasil, Inglaterra, Espanha.
Em 1854, foi pela primeira vez deputado eleito pela cidade
do Porto, ocupando, sucessivamente, o seu lugar na Câmara dos Senadores, até
1864, data em que renunciou à candidatura por divergências com o Ministério
presidido pelo 1.° Duque de Loulé.
Com a publicação da Constituição de 1838, sendo esta um
compromisso entre a Constituição de 1822 e a Carta Constitucional de 1826,
manteve-se o sistema bicameral. Esta Câmara dos Senadores é, no entanto,
electiva e temporária. O número de Senadores era igual à metade dos deputados.
A função de deputado levou-o, assim, a passar parte da sua
vida na capital, onde haveria de se radicar e onde iria adquirir contactos
cruciais para o singrar da sua actividade profissional.
A amizade que fez com o escritor, jornalista, diplomata e
político, José da Silva Mendes Leal (Lisboa, 18 de Outubro de 1820 — Sintra, 22
de Agosto de 1886), foi fundamental.
O casal Fortunato Chamiço Júnior e Ana Freitas Guimarães
teve uma filha, Amélia Freitas Guimarães Chamiço (1843 – 1900), que casou, em
22 de Novembro de 1870, com Frederico Biester (1833 – 1899), irmão de Rosa
Biester Mendes Leal, esposa de José da Silva Mendes Leal, que viria a ser ministro
da Marinha e do Ultramar.
Francisco Chamiço vai valer-se do seu relacionamento com José
da Silva Mendes Leal, em 1862, quando consegue desbloquear o arranque da
construção do Palácio de Cristal pela denominada Sociedade do Palácio de
Cristal eleita numa reunião em 1861.
Como se pode observar, Francisco Chamiço fará parte da 1ª
Direcção da sociedade do Palácio de Cristal, mas será a assinatura do seu irmão,
Eduardo Chamiço, como substituto, que irá aparecer em muita documentação
atinente ao exercício da actividade daquela sociedade, pois, por estes anos, já
Francisco Chamiço passava longas temporadas em Lisboa, devido à sua actividade
política.
“Em Julho 1861 Alfredo
Allen, Francisco de Oliveira Chamiço e Francisco Pinto Bessa promoveram a
fundação da Sociedade do Palácio Agrícola, Industrial e Artístico, depois
denominada do Palácio de Cristal Portuense S.A.R.L., com o objetivo de
construir um palácio destinado a exposições agrícolas, industriais e
artísticas.
De início parecia que
tudo se encaminhava bem mas, contra o esperado, a recusa da colónia portuguesa
no Brasil em participar no capital da sociedade, trouxe dificuldades que
pareciam inultrapassáveis, até que Francisco de Oliveira Chamiço, sendo
deputado e sendo ministro José da Silva Mendes Leal, em Julho de 1862, parente
da família de sua sobrinha Amélia, conseguiu um lei que isentava a sociedade de
impostos e concedia importação livre de direitos de todos os materiais
destinados à construção do Palácio.
Com esta ajuda e com a
de outros beneméritos que ofereceram os seus haveres pessoais, como foi o caso
do Dr. António Ferreira Braga, lá se concluiu o Palácio de Cristal do Porto,
que, segundo parece, nunca teve uma exploração sem desequilíbrios financeiros e
não permitiu reembolsar os seus credores, falecendo o referido Dr. Braga, distinto
professor da escola médico-cirúrgica, em 1870, em penosa pobreza”.
Fonte: banconacionalultramarino.blogspot.com/
Naquele mesmo ano de 1861, em Setembro, Francisco Chamiço
era eleito para o Conselho Fiscal da Companhia de Viação Portuense com sede ao Jardim
de S. Lázaro.
É ainda, José da Silva Mendes Leal que, como Ministro da
Marinha e Ultramar, vai proporcionar a Francisco Chamiço que seja o fundador de
um banco.
Assim, expõe pessoalmente o projecto do Banco à Câmara de
Deputados do Reino, em 7 de Abril de 1864 e, logo em 10 de Maio, seguinte, é
aprovado o decreto que autoriza o novo banco.
Seis dias depois, 16 de Maio de 1864, o rei, D. Luís, assina
a Carta de Lei que ractifica o decreto, nascendo assim, oficialmente, o Banco Nacional Ultramarino (BNU).
O BNU foi emissor de Papel-Moeda para as colónias. Em 1865,
a emissão contemplou Angola seguindo-se todas as outras. Até 1926, o BNU
exerceu aquela actividade para Angola.
Em 1876, a banca em Portugal sofreria uma grave crise, à
qual o BNU não fugiria.
Em 18 de Agosto de 1876, a maioria dos bancos, em Lisboa,
suspenderia os pagamentos.
Nesse dia, o governador do BNU, Francisco de Oliveira
Chamiço, fez afixar à porta do Banco o seguinte aviso:
“Por difficuldades na cobrança de valores vincendos de
hoje, e pela suspensão feita por outros estabelecimentos bancários no pagamento
de cheques de que este Banco era portador, encontra-se elle a necessidade de
suspender o pagamento de cheques a seu cargo, até que realise cobranças que o
habilitem, ficando também suspenso o recebimento de quantias para depósito e,
podendo assegurar aos srs. Depositantes que dentro de breves dias lhe serão
pagos integralmente os seus depósitos.
In Diário Ilustrado
nº 1314
A saída da crise esteve na solução encontrada por Fontes
Pereira de Melo em obter junto de Londres um empréstimo para compensar a falta
de numerário.
Nesses tempos, em que para o sector bancário se aproximavam
situações conturbadas, consta que Francisco Chamiço visitava, em Viana do
Castelo, frequentemente, Mateus Barbosa da Silva - uma personalidade muito
conceituada na região, que ficaria conhecido por ter sido o presidente desde
1853 a 1873 da Associação Empresarial de Viana do Castelo, e Vice-cônsul da
França em Viana do Castelo.
Francisco Chamiço teria, então, convencido os Barbosa e
Silva e outros burgueses e aristocratas de Viana a investir confiadamente
importantes somas no Banco Nacional Ultramarino e, “ao dar-se seguidamente o mais famoso descalabro daquele banco foi como
se ocorresse um terremoto em Viana”, causando enorme prejuízo àquela
família. Diz-se, ainda, que o Francisco Chamiço veio a ser “inculpado” no
processo subsequente.
Entretanto, Mateus Barbosa não assistiria a este descalabro
bancário, pois já tinha falecido em 1873.
Em 1881, o banco reformou os estatutos, aumentando o capital
para reforçar as operações de crédito agrícola, móvel e comercial.
Internamente, reformulou o seu Conselho de Administração que passou a ser
constituído por um governador e dois vice-governadores.
No desenvolvimento da sua actividade nas colónias africanas,
o BNU acabou por se envolver directamente em actividades comerciais de
importação e exportação e de exploração de actividades agrícolas, adquirindo
várias propriedades agrícolas.
Assim, Francisco Chamiço ter-se-á oposto à abolição da
escravatura, pois pretendia que os proprietários dos escravos fossem
indemnizados no cumprimento da lei que a impunha.
Tal tomada de posição decorria do facto de que o BNU ao
fazer a exploração de várias fazendas em S. Tomé, necessitava de mão-de-obra
escrava.
Em 1875, o BNU contrata directamente da Libéria, 600 homens
e mulheres para as suas propriedades de S. Tomé e até ao final de 1876, tinha
já “importado” da Libéria, cerca de 3000 trabalhadores.
A importação de mão-de-obra da Libéria foi a solução que o
Francisco Chamiço encontrou como ideal para evitar a caça aos navios de
escravos que era feita pelos navios de guerra ingleses sobretudo nas costas de
Angola.
Aliás, em 1877, o navio à vela “Ovarense”, ao serviço do BNU,
foi arrestado pelos ingleses e confiscada toda a sua carga, sob pretexto de que
fazia comércio de escravos.
Em 1877, o jornal “O Progresso” de Lisboa refere que em
Luanda se encontram 240 escravos comprados pelo BNU com destino a S. Tomé,
estando mais 1000 escravos em Novo Redondo, prontos para partir para a “Água
Izé”, propriedade do BNU em Timor.
Francisco Chamiço seria, ainda, proprietário de minas de
estanho da Mostardeira (Alentejo) e de Trás-os-Montes, que vieram a ser
financiadas pelo BNU.
Em 1876, a rainha D. Maria Pia, por ocasião das inundações
de inverno, organizou uma comissão para angariar donativos, da qual faziam
parte as personalidades mais importantes da sociedade portuguesa, como o cardeal
patriarca, e que incluía, também, Francisco de Oliveira Chamiço.
Francisco Chamiço fez ainda parte da Administração da
Companhia de Caminhos de Ferro Portugueses e presidiu ao comité executivo da
exposição colonial portuguesa na exposição universal de Antuérpia, de 1885.
Francisco Chamiço faleceu em Lisboa no dia 21 de Março de
1888, com 68 anos.
Depois da nacionalização em 1974, em 2001, o BNU
desapareceria, sendo englobado na Caixa Geral de Depósitos.
Outros factos
relacionados indirectamente com Francisco Chamiço
Primeira sucursal do
Banco Nacional Ultramarino no Porto
O Banco Nacional Ultramarino logo, em 1865, abriria a
sucursal de Luanda e uma agência na cidade da Praia, em Cabo Verde. Em 1868,
criaram-se agências em S. Tomé, Moçâmedes, Benguela e Goa e, em 1876, o banco
estendeu-se a Lourenço Marques. Em 1902, criaram-se agências em Macau e Bolama
e, em 1912, a de Díli. Em 1913, expandiu-se a pontos-chave no Brasil,
nomeadamente, São Paulo, Salvador da Baia, Belém, Recife e Manaus.
Mas, apenas em 1917, foi aberta uma agência no Porto e, no
ano seguinte, em Faro.
No Porto, aquela agência situou-se na Praça da Liberdade,
junto da igreja dos Congregados.
Na foto acima, no local do prédio de esquina, adossado à
igreja dos Congregados, se instalaria a agência do BNU.
Toda a frente do edificado, a nascente da praça, foi o chão
do convento dos padres congregados.
Com a extinção das ordens religiosas, o mosteiro foi
vendido, em 23 de Abril de 1834, a um brasileiro de torna viagem, Manuel
Duarte Guimarães, de alcunha "O Cheira", enquanto a igreja era cedida
à confraria de Santo António.
Em 1843 e 1844, as antigas instalações do mosteiro seriam
alvo de obras sob a licença nº 98/1843 e licença nº 156/1844, respectivamente.
No prédio referido esteve, em meados do século XIX, o famoso
café Guichard.
No local em causa, em novo prédio, haveria de se instalar a casa
bancária Pinto da Fonseca & Irmão.
“A fundação da casa
bancária Pinto da Fonseca & Irmão data de 30 de dezembro de 1896.
Constituída sociedade comercial em nome coletivo, com responsabilidade
ilimitada, estabeleceu a sede social na Praça da Liberdade, no Porto. Foram
sócios fundadores Joaquim Pinto da Fonseca e Manuel Pinto da Fonseca. O objeto
social da Pinto da Fonseca & Irmão era o exercício do comércio bancário”.
Fonte: bportugal.pt/arquivo/
Em Julho de 1894, tinha sido autorizado pela licença nº
217/1894, um novo edifício para o local em apreço.
Seria definitivamente aprovado em Agosto de 1895.
Desenho de fachada voltada para o Largo da Feira de S. Bento,
integrante de projecto de construção que obteve a licença nº 217/1894
Em 1901, a casa bancária de Pinto da Fonseca & Irmão
abandona as instalações do 1º andar do prédio e passa a ocupar o rés-do-chão do
mesmo.
“7 de Dezembro de 1901
– Inauguram-se as novas e modernas instalações da casa bancária de Pinto da
Fonseca & Irmão, no rés-do-chão do prédio da esquina das praças dos
Congregados e D. Pedro, onde anteriormente se encontrava a tabacaria Arnaldo
Soares. Este reabre também, no prédio contíguo, o seu novo e elegante
estabelecimento comercial.
In revista “O Tripeiro”, Vª Série, Ano VII, Dezembro de 1951
Edifício onde esteve o Banco Pinto da Fonseca & Irmão,
vendido ao Banco Nacional Ultramarino
Em finais de 1916, a casa bancária de Pinto da Fonseca &
Irmão acabará por abandonar as instalações que vinha ocupando e cede o espaço
ao Banco Nacional Ultramarino.
“Em 12 de dezembro de
1916 a firma registou uma alteração estratégica. Trespassou o estabelecimento
da Praça da Liberdade ao Banco Nacional Ultramarino, tendo os sócios assumido o
compromisso de não negociarem no ramo bancário, na cidade do Porto, durante o
prazo de 20 anos. Assim, o objeto da firma ficou limitado ao comércio de compra
e venda de mercadorias, por conta própria ou à consignação e comissão, tendo
mudado as suas instalações para a Rua dos Clérigos.
Este acordo ficou entretanto
anulado, por escritura de 11 de maio de 1920, quando a firma alterou o pacto
social, retomando o exercício do comércio bancário”.
Fonte: bportugal.pt/arquivo/
Em 1917, o Banco Nacional Ultramarino chega à cidade do
Porto, adquirindo o prédio da foto anterior ao Banco Pinto da Fonseca &
Irmão que, por sua vez, se deslocaria para uma loja no Palacete das Cardosas,
em local que, hoje, seria contíguo ao da Farmácia Vitália, que ainda existe.
O Banco Nacional Ultramarino irá fazer remodelações de vulto
no prédio adquirido, que receberia obras, em 1920, sendo dotado de mais um piso
e uma mansarda e duplicado o alçado voltado para a Praça da Liberdade, pelo
ganho de área de edifícios contíguos.
Construção das novas instalações da sucursal do Porto do
Banco Nacional Ultramarino, observando-se os tapumes que protegem os
trabalhos e exibem cartazes das “Propagandas Caldevilla” – Fonte: AHMP
Ao centro, os dois edifícios que permitiram a expansão das
instalações daquele que passaria a albergar o Banco Nacional Ultramarino. A
meio da foto, o restaurante Camanho que daqui saiu em 1917
Edifício resultante da intervenção para instalação
definitiva da sucursal do Banco Nacional Ultramarino no Porto
Chalet Biester, em
Sintra
Do casamento atrás referido de Amélia Freitas Guimarães
Chamiço e de Frederico Biester, nasceria uma única filha que morreu muito jovem
vítima de tuberculose óssea.
O casal haveria de habitar, por poucos anos, o chamado
Chalet Biester, situado na estrada da Pena, na antiga propriedade da Quinta
Velha, encomendado por Frederico Biester, para uma parcela de terreno
adquirido, na Serra de Sintra, de cerca de 6 hectares e no qual intervieram
artistas de renome europeu.
O Chalet foi projectado pelo arquitecto português José Luiz
Monteiro, começado a construir em 1886, e decorado pelos melhores artistas da
época, nomeadamente, Luigi Manini, nas pinturas de tectos e Leandro de Souza
Braga, em todo o trabalho sumptuoso de marcenaria.
Os estuques ficaram a cargo de Domingos Meira, de Afife, a
quem se deve, também, os trabalhos no vizinho Palácio da Pena.
Por morte de Amélia de Freitas Chamiço, por ausência de
herdeiros directos, a sua tia, Claudina Ermelinda de Freitas Guimarães Chamiço,
viúva de Francisco Chamiço, viria a ser a herdeira do Chalet Biester e de todos
os demais bens daquele ramo da família, passando a ser a mulher mais rica do
País.
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