sexta-feira, 29 de setembro de 2023

25.205 Um pintor luso-suíço que gostava do Porto

 
Auguste Roquemont (Genebra, 2 de Junho de 1804 — Sé, Porto, 23 de Janeiro de 1852) foi um pintor respeitadíssimo pela burguesia portuense e não só.
A sua obra está representada no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, no Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, e na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, em Lisboa.
Filho do príncipe Frederico Auguste de Hesse-Darmstadt (1788-1867), que serviu em vários exércitos europeus e que haveria de integrar as hostes de D. Miguel, realizou a sua formação artística, entre 1818 e 1827, nas cidades italianas de Roma, Bolonha, Florença e Veneza.
 
 
 

Auto-retrato de Auguste Roquemont com 19 anos – Fonte: Wikipédia


 
 
Estando Frederico Auguste, em Braga, em 1828, em pleno governo do usurpador do trono português, chamou para junto de si Auguste Roquemont, que se irá instalar em casa do visconde de Azenha, em Guimarães, um fervoroso partidário de D. Miguel.
Uma das filhas do visconde de Azenha, casara com o poderoso Conde de Basto, que dará sequência ao pedido que lhe é feito em favor do jovem artista Roquemont, conseguindo a sua nomeação por Carta Real de 28 de Novembro, de 1831, para o lugar de Director da Aula de Desenho da Academia Real de Marinha e Comércio do Porto.
Em 1832, em virtude das invasões das tropas liberais abandona a cidade, mas a ela retornará em 1847, fixando aí residência e, no ano seguinte, as suas telas de costumes populares são destacadas por ocasião da trienal da Academia Portuense de Belas-Artes.
 
 
 

Vareira (1847), de Auguste Roquemont – Cortesia de Iolanda Andrade

 
 
Um dos muitos que ficaram deslumbrados com as obras apresentadas por Auguste Roquemont, à trienal, foi Francisco José Resende, que acabará por se tornar o seu discípulo favorito.

 
 
“Além da técnica da pintura a óleo, usada nos seus famosos retratos da nobreza e da alta burguesia nortenhas e nos costumes populares, também produziu trabalhos a lápis, carvão e esfuminho e fez retrato-miniatura. Os retratos do suíço, de desenho meticuloso, elegante e subtil, luz clara, modelação fina, texturas palpáveis e acabamentos primorosos, fariam escola no Porto: os pintores românticos portuenses tomaram-nos como modelo para o resto da vida. Auguste marcou fortemente a primeira geração de pintores românticos portugueses, sobretudo Tomás da Anunciação.
A trienal da Academia de 1851, proporcionaria a Roquemont novo triunfo. Expôs neste certame duas telas: um auto-retrato e um quadro de costumes portugueses das Provincias do Sul”.
Fonte: “pt.wikipedia.org/wiki/”


 
 

Retrato de Maria do Carmo A. Guimarães (mãe do Barão do Bolhão), de Auguste de Roquemont, Sociedade Martins Sarmento
 
 
 
 
Em 23 de Janeiro de 1852, prematuramente, em virtude de uma pneumonia, falecia no seu atelier no Largo do Corpo da Guarda, à Sé, Auguste Roquemont, cujo corpo se encontra sepultado no cemitério do Prado do Repouso.
No dia 24 de Janeiro de 1852, sobre as cerimónias fúnebres daquele pintor, narrava o “Periódico dos Pobres”:
 
 
“Enterramento – Roquemont, responsos tiveram lugar na capela do Seminário. Receberam as asas do caixão os sr.s Bernardo Pereira Leitão; Barão do Bolhão, Roberto Woodhouse; Constantino António do Vale Pereira Cabral; José Borges Pinto de Carvalho; Francisco Ribeiro de Faria Júnior. Tomou conta da chave Joseph James Forrester.”




“Grupo de família (Pacheco Pereira)” (1835), de Auguste de Roquemont, Museu Soares dos Reis


 
 


António de Almeida Coutinho e Melo e Carolina Rosa Ribeiro de Faria, barões do Seixo (c. 1850), de Auguste de Roquemont, Museu Soares dos Reis

Sem comentários:

Enviar um comentário