Auguste Roquemont (Genebra, 2 de Junho de 1804 — Sé, Porto,
23 de Janeiro de 1852) foi um pintor respeitadíssimo pela burguesia portuense e
não só.
A sua obra está representada no Museu Nacional de Soares dos
Reis, no Porto, no Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, e na Casa-Museu Dr.
Anastácio Gonçalves, em Lisboa.
Filho do príncipe Frederico Auguste de Hesse-Darmstadt
(1788-1867), que serviu em vários exércitos europeus e que haveria de integrar
as hostes de D. Miguel, realizou a sua formação artística, entre 1818 e 1827,
nas cidades italianas de Roma, Bolonha, Florença e Veneza.
Estando Frederico Auguste, em Braga, em 1828, em pleno governo
do usurpador do trono português, chamou para junto de si Auguste Roquemont, que
se irá instalar em casa do visconde de Azenha, em Guimarães, um fervoroso
partidário de D. Miguel.
Uma das filhas do visconde de Azenha, casara com o poderoso
Conde de Basto, que dará sequência ao pedido que lhe é feito em favor do jovem
artista Roquemont, conseguindo a sua nomeação por Carta Real de 28 de Novembro,
de 1831, para o lugar de Director da Aula de Desenho da Academia Real de
Marinha e Comércio do Porto.
Em 1832, em virtude das invasões das tropas liberais
abandona a cidade, mas a ela retornará em 1847, fixando aí residência e, no ano
seguinte, as suas telas de costumes populares são destacadas por ocasião da
trienal da Academia Portuense de Belas-Artes.
Um dos muitos que ficaram deslumbrados com as obras
apresentadas por Auguste Roquemont, à trienal, foi Francisco José Resende, que
acabará por se tornar o seu discípulo favorito.
“Além da técnica da
pintura a óleo, usada nos seus famosos retratos da nobreza e da alta burguesia
nortenhas e nos costumes populares, também produziu trabalhos a lápis, carvão e
esfuminho e fez retrato-miniatura. Os retratos do suíço, de desenho meticuloso,
elegante e subtil, luz clara, modelação fina, texturas palpáveis e acabamentos
primorosos, fariam escola no Porto: os pintores românticos portuenses
tomaram-nos como modelo para o resto da vida. Auguste marcou fortemente a
primeira geração de pintores românticos portugueses, sobretudo Tomás da
Anunciação.
A trienal da Academia
de 1851, proporcionaria a Roquemont novo triunfo. Expôs neste certame duas
telas: um auto-retrato e um quadro de costumes portugueses das Provincias do
Sul”.
Fonte: “pt.wikipedia.org/wiki/”
Retrato de Maria do Carmo A. Guimarães (mãe do Barão do
Bolhão), de Auguste de Roquemont, Sociedade Martins Sarmento
Em 23 de Janeiro de 1852, prematuramente, em virtude de uma
pneumonia, falecia no seu atelier no Largo do Corpo da Guarda, à Sé, Auguste
Roquemont, cujo corpo se encontra sepultado no cemitério do Prado do Repouso.
No dia 24 de Janeiro de 1852, sobre as cerimónias fúnebres
daquele pintor, narrava o “Periódico dos Pobres”:
“Enterramento –
Roquemont, responsos tiveram lugar na capela do Seminário. Receberam as asas do
caixão os sr.s Bernardo Pereira Leitão; Barão do Bolhão, Roberto Woodhouse;
Constantino António do Vale Pereira Cabral; José Borges Pinto de Carvalho;
Francisco Ribeiro de Faria Júnior. Tomou conta da chave Joseph James
Forrester.”
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