domingo, 10 de setembro de 2023

25.202 Algumas linhas ferroviárias de via estreita com origem no Porto

 
Bitola
 
A bitola é a distância entre as linhas de uma via-férrea.
Inicialmente, em 1844, a bitola ferroviária adoptada em Espanha era, originalmente, de seis pés castelhanos (1672 mm); em Portugal foi inicialmente 1435 mm (mais tarde, adoptada internacionalmente como bitola padrão), posteriormente, seria convertida para cinco pés portugueses (1664 mm), sendo esta conversão concretizada, na prática, pela deslocação dos carris para o antigo parafuso/tirefond exterior.
Posteriormente, em 1955, procedeu-se à uniformização dos standards dos dois países numa bitola comum de 1668 mm — a bitola ibérica.
Actualmente, as bitolas utilizadas em Portugal, são as seguintes:
 
 
Bitola ibérica, utilizada pela Infraestruturas de Portugal (1668 mm).
Bitola internacional (1435 mm), utilizada no Metro do Porto, Eléctricos do Porto, Metropolitano de Lisboa, Metro Transportes do Sul (Almada e Seixal), e Elevador do Bom Jesus.
Bitola métrica (1000 mm), utilizada nas Linha do Vouga e na Linha do Tua, e no C. F. Sintra-Atlântico.
Bitola via estreita (900 mm), utilizada pela Companhia de Carris de Ferro de Lisboa, nos elétricos de Lisboa.
Bitola de 600 mm, utilizada pelo Comboio da Praia do Barril, e pelo Minicomboio da Caparica.
 
Desde sempre, a diversidade existente nas bitolas introduziu discussões infindáveis entre os técnicos e políticos continuando, nos nossos dias, a ter lugar.
Assim, actualmente, começam a ser adoptadas na Europa várias soluções que ajudam a ultrapassar a diversidade existente entre países, no que diz respeito à bitola das suas vias-férreas.
A própria União Europeia (EU) considera não ser necessário mudar a bitola na Península Ibérica, pois, existem, presentemente, soluções técnicas para resolver aquele problema, nomeadamente, terceiros carris, travessas polivalentes e até material circulante com bitola variável, algo que está em processo de certificação.
 
 
“A bitola na rede ferroviária portuguesa já não é um problema.
Os comboios de eixos telescópicos (também designados bi-bitola) adaptam os seus rodados à distância entre carris e circulam indistintamente em bitola ibérica ou europeia. Há até comboios de alta velocidade que circulam nos dois tipos de linhas.
A bitola na rede ferroviária portuguesa já não é um problema, actualmente, essa adaptação aos dois tipos de linha é feita nas fronteiras através de uma operação que consiste em mudar os bogies (rodados) aos vagões”.
Cortesia de Carlos Cipriano (Jornal Público, 26 de Setembro de 2017)
 
 
Há duas teorias que Justificam a solução adoptada por Espanha ao optar por uma bitola diferente da usada pelos franceses.
A primeira está relacionada com o temor de uma invasão francesa e, assim, se colocavam no caminho alguns entraves e, a outra, refere que os engenheiros espanhóis acreditavam que locomotivas a vapor, com fornalhas mais largas, teriam mais potência para vencer as rampas das montanhas, o que implicou alargar a distância entre carris.
Foi, então, que Portugal se decidiu associar a Espanha e optar pela bitola ibérica.
Não foi o caso da linha do Porto à Póvoa (bitola de 900 mm) e, posteriormente, a sua continuação até Famalicão e, ainda, a linha de Guimarães (bitola métrica de 1000 mm).
Ambas as linhas partiriam da Praça da Boavista que começaria a ser urbanizada devido ao lançamento daquelas vias.
A estação terminal ficava, então, na Boavista.
 
 
 
Contexto histórico
 
 
Em 1856, por acção de Fontes Pereira de Melo, finalmente, o comboio em Portugal rolava sobre carris, num troço de Lisboa ao Carregado, executado na bitola internacional/padrão (1435 mm).
Porém, em 1861, na continuação da linha para Abrantes, a chamada Linha do Leste, tudo começaria a ser reposto e a ser usada a bitola ibérica (1668 mm).
Assim, o seu primeiro lanço, entre a estação provisória de Lisboa e o Carregado, foi inaugurado em 28 de Outubro de 1856, tendo a linha chegado à fronteira com Espanha em 24 de Setembro de 1863.
Sobre aquela inauguração, se referiu a Marquesa de Rio Maior nas suas memórias, baseadas na descrição de seu pai, um dos participantes na viagem.
 
 
“A máquina, escusado será dizer das mais primitivas (parecia um enorme garrafão), não tinha força para puxar todas as carruagens que lhe atrelaram; e fora-as largando pelo caminho. (…) O wagon do cardeal patriarca e do cabido ficou em Sacavém; mais um, recheado de dignitários, ficou ao desamparo na Póvoa. (...) Esses desprotegidos da sorte, semeados pela linha ao acaso das debilidades da tração acelerada, só chegaram alta noite a Lisboa, depois de ousadíssimas aventuras que encheram durante meses os soalheiros oficiais. Até andou gente com archotes, pela linha, em procura dos náufragos do progresso.” 
 
 
Seriam necessários mais oito anos para Lisboa estar ligada a V. N. de Gaia, às Devesas, o que aconteceria a 7 de Julho de 1864. Demorava a viagem 14 horas.

 
 

Na gare da Estação Ferroviária das Devesas, um grupo de personalidades aguardando a chegada de Bernardino Machado


 

Estação das Devesas
 
 
 
Em 1877, com a edificação da Ponte Maria Pia, vencida a travessia do rio Douro, o comboio proveniente de Lisboa chegava ao Porto, à estação de Campanhã.



 

Ponte Maria Pia
 
 
 
Entretanto, a norte do rio Douro, o Porto ligava-se ao Minho e a Trás-os-Montes, pela linha do Minho e linha do Douro, respectivamente.
A linha do Douro foi projectada para fazer a ligação do Porto a Barca d’Alva, em bitola ibérica.
As obras na Linha do Douro principiaram em 8 de Julho de 1873, tendo o primeiro troço, entre Ermesinde e Penafiel, entrado ao serviço no dia 30 de Julho de 1875. O troço seguinte, até Caíde, foi inaugurado em 20 de Dezembro do mesmo ano, e a linha chegou ao Juncal em 15 de Outubro de 1877.
Por sua vez, a linha do Minho que une Porto a Valença, seria inaugurada em 1882 e construída em bitola ibérica.
Nesta linha, o primeiro troço entre Porto e Nine foi construído entre Maio de 1872 e Maio de 1875 começando, então, a respectiva exploração.
Um ramal haveria de fazer a ligação de Nine a Braga.


 
 
Carruagem de 2 andares na Estação de Nine (Linha do Minho)
 
 
 
É, neste contexto, que irão surgir três ligações ferroviárias icónicas, entretanto, desaparecidas, de exploração em via estreita ou via reduzida, ligando o Porto à Póvoa de Varzim e Famalicão e, posteriormente, o Porto a Guimarães e, ainda, uma outra de ligação da Senhora da Hora a Leça da Palmeira.
 
 
 
Linha do Porto à Póvoa e Famalicão
 
 
O primeiro troço da Linha do Porto à Póvoa, desde a estação da Boavista até à Póvoa, entrou ao serviço em 3 de Outubro de 1875, por exploração da Companhia do Caminho-de-Ferro do Porto à Póvoa.
Hoje, o seu chão é percorrido pelo Metro do Porto, que chegaria à Póvoa de Varzim em 18 de Março de 2006.
O início de tudo tinha acontecido, contudo, no século XIX, em 1873.
 
 
 
“No dia 19 de Junho de 1873, foi deferida, ao Barão de Kessler e a Temple Ellicot, a construção e exploração de um caminho de ferro entre as cidades do Porto e da Póvoa de Varzim, com a bitola de 0,90 m, sem quaisquer encargos para o estado. Um despacho de 30 de Dezembro de 1873 autorizou que se procedesse ao trespasse desta concessão para a Companhia do Caminho de Ferro do Porto à Póvoa, que foi criada expressamente para aquele fim; este processo foi validado por uma portaria de 9 de Abril de 1874. A companhia foi fundada com capitais britânicos, o que influenciou a escolha da bitola utilizada, e o facto das primeiras locomotivas terem sido fornecidas pela casa Fairlie Engine Company”.
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/
 
 
 
 
Como previsto, a linha foi construída numa bitola de 900 milímetros tendo, aquela, sido a primeira linha pública de via estreita em Portugal, fazendo parte do chamado primeiro grupo de caminhos-de-ferro de via estreita, de interesse geral, que também incluiu as Linhas de Guimarães e do Tua, e o Ramal de Matosinhos.
Em 1930, por deliberação governamental, a via haveria de ser reconvertida para a bitola métrica (1000mm).
O “Jornal do Porto” de 3 de Outubro de 1875, na sua pág.2, dizia sobre a viagem do dia anterior de inauguração da Linha do Porto à Póvoa:
 
 
 
 



 

Estação do caminho-de-ferro da Boavista, em 1875





Horário da Linha do Porto à Póvoa de Varzim, em 1876
 
 
 

Oficinas do caminho-de-ferro na Boavista
 
 
 
Na gravura, acima, observam-se as instalações das oficinas na Boavista, da Companhia do Caminho-de-Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão, em 1878.

 
 

Travessia do rio Ave, em Vila do Conde



Em Agosto de 1875 e, em 19 de Dezembro de 1876, foi dada a autorização à Companhia do Caminho-de-Ferro do Porto à Póvoa para construir um novo troço, com cerca de 29 km de comprimento, entre a Póvoa e Famalicão, aonde se iria ligar à Linha do Minho.
O “Jornal do Porto”, de 12 de Janeiro de 1877, informava os leitores da decisão tomada, em assembleia geral da Companhia do Caminho-de-Ferro do Porto à Póvoa, presidida pelo visconde Silva Monteiro, de construir a ligação da via-férrea entre a Póvoa e Famalicão.


 
In “Jornal do Porto” de 12 de Janeiro de 1877

 
 
 

Estação ferroviária de Famalicão. A gare do lado esquerdo servia o Ramal de Famalicão que tinha bitola estreita (900 mm), e a do lado direito servia a linha do Minho que tinha bitola ibérica (1668 mm)
 
 
 
A construção não teve constrangimentos, tendo a linha chegado às Fontainhas em 7 de Agosto de 1878, e até Famalicão em 12 de Junho de 1881, sob a alçada da Companhia do Caminho-de-Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão. Iria surgir o Ramal de Famalicão.
A última secção da linha foi contratada à empresa Henry Burnay & Cia.
Henry Burnay detinha, à data, uma das maiores fortunas do País e costumava passar férias na Granja.
 
 
 
 

Em primeiro plano a estação ferroviária da Granja, em V. N. de Gaia, seguindo-se o Chalet de Henry Burnay, usado na época balnear


 
 

Horário do Ramal de Famalicão
 
 
 
 
Entre 1916 e de 1925, ocorreram no Ramal de Famalicão algumas benfeitorias, casos da insta­lação de novos desvios nas estações de Laundos e Gondifelos, a constru­ção de uma plataforma em Barradas e, ainda, em 1924, a edificação de um armazém de mercadorias na estação de Amorim.
Em 1923 e 1825, ocorreram construções de instalações sanitárias em Laundos e Amorim, respectivamente.
Por contrato de 8 de Agosto de 1927, estabelecido entre o Governo e a Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal, publicado em Diário de Governo de 28 desse mês e ano, a Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal teria que promover a substituição da bitola de 900 mm por 1000 mm.
Acontece que, desde 14 de Janeiro de 1927, tinha surgido aquela nova companhia, pela fusão da Companhia do Porto à Póvoa e Famalicão com a Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães, e a alteração da bitola fazia parte das condições para a fusão.
Em Março de 1930, no que concerne ao Ramal de Famalicão, durante vinte dias foi cumprida a tarefa sem interrupção da circulação, que envolveu ainda a alteração de rodados do material circulante.
A mesma transformação sofreria a via entre o Porto e a Póvoa de Varzim.
A vida do Ramal de Famalicão durou até ao dia 23 de Dezembro 1995.
Transformou-se numa ecopista.
 
 
 

À esquerda, o que resta da antiga estação de Gondifelos do Ramal de Famalicão
 

 

À direita, o que resta da antiga estação de Fontainhas do Ramal de Famalicão
 
 
 

À esquerda, o que resta da antiga estação de Rates do Ramal de Famalicão
 
 
 
Estação Ferroviária de Famalicão




Ramal de Leixões e duplicação da via entre a Boavista e Senhora da Hora
 
 
No ano de 1893, a Companhia do Caminho-de-Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão foi autorizada na fazer a exploração, no antigo Ramal de S. Gens, de transporte de pedra para construção do Porto de Leixões, rebaptizado, agora, de Ramal de Leixões, ou Ramal de Matosinhos, ou Linha de Leça, do serviço de passageiros e mercadorias.
Este ramal estaria ao serviço até 1965.

 
 

À esquerda, na foz do rio Leça, a ponte que levava para Leça os passageiros embarcados na Senhora da Hora, c. 1893
 
 
 
 

Estação da Senhora da Hora, c. 1900


 

Ramal de Leixões, na Rua Heróis de França, c. 1920
 
 
 
 
Em 1909, a Companhia do Caminho-de-Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão, foi autorizada a duplicar a via entre a Boavista e a Senhora da Hora.
 
 
 
 
Linha do Porto a Guimarães
 
 
 
A Linha de Guimarães era originalmente uma linha de bitola métrica (1000 mm). O primeiro troço, entre a Trofa e Vizela, entrou ao serviço em 31 de Dezembro de 1883, tendo a linha chegado a Guimarães em 14 de Abril de 1884 e a Fafe em 21 de Julho de 1907. Tudo isto foi executado pela Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães, cuja sede, no Porto, era na Rua de Cedofeita. Em Dezembro de 1901, o gerente desta companhia era António de Moura Soares Velloso.

 
 

Título de Obrigação da Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães para angariação de capitais para fazer o prolongamento para Fafe e adquirir também material circulante
 
 
 
Em 14 de Janeiro de 1927, a Companhia do Porto à Póvoa e Famalicão seria fundida com a Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães, formando a Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal.
Começava a ser possível unir esforços para prolongar a Linha de Guimarães até ao Porto.
Entre a Trofa e Porto/Boavista (via Senhora da Hora) efectuou-se a primeira viagem, em 14 de Fevereiro de 1932.
Assim, a partir de 1932, na Estação de Senhora da Hora, havia um entroncamento com a Linha de Guimarães e o Ramal de Matosinhos.
A Gazeta dos Caminhos-de-Ferro dava conta da visita de Óscar Fragoso Carmona, Chefe de Estado, para proceder à inauguração do troço Senhora da Hora à Trofa.





IN “Gazeta dos Caminhos-de-Ferro”, Nº 1062 de 16 de Março de 1932
 
 
 
 
 
Após a inauguração da estação da Trindade, o percurso começava na Trindade e seguia por Senhora da Hora, Castelo da Maia, Muro, Trofa, Lousado, Santo Tirso, Guimarães e Fafe.
 
 
 
 

Antiga Estação Ferroviária de Santo Tirso, em 1933
 
 
 
 
A Porto/Trindade se iria chegar em 30 de Outubro de 1938.
É, também, em 1938, construída uma ponte ferroviária, em granito, para que o comboio, da ligação entre Porto (Trindade) e Guimarães, faça o atravessamento, na freguesia de Muro, concelho da Trofa, da movimentada EN 14, que liga o Porto e Braga. Ficou conhecida como Ponte da Peça Má e, por motivos de difícil entendimento, foi demolida em 2015.
Para justificar esta decisão argumentaram que estando a linha férrea, desde 2002, desactivada e ocorrendo naquele troço da EN 14 alguns acidentes rodoviários, seria recomendável entrar em acção o camartelo. Assim se fez!

 
 
 

Ponte da Peça Má antes da demolição

 
 

A Ponte da Peça Má jaz por terra, em 2 de Setembro de 2016 – Ed. “onoticiasdatrofa.pt/”




Automotora, em 1991, vinda pela esquerda da estação da Trindade, fazendo o atravessamento da Via de Cintura Interna, na zona de Francos, tendo por destino Guimarães

 
 
 
O troço desta antiga linha entre o Porto e a Maia reabriu como linha de metro ligeiro (em via dupla e bitola padrão) entre Dezembro de 2002 e Março de 2006, sendo atualmente a Linha C do Metro do Porto, servindo o ISMAI (a norte da Maia).
Aguardam-se decisões para levar o Metro até à Trofa no canal da antiga Linha de Guimarães.
 
 
 
 
Estação da Trindade
 
 
Apesar de ser uma das principais estações no Porto, a Boavista encontrava-se demasiado longe do centro da cidade. Para resolver este problema, planeou-se a construção de uma nova interface na zona da Trindade, no coração da cidade.
 
 
“Até 1938, a linha do caminho-de-ferro do Porto à Póvoa de Varzim tinha a sua estação terminal na Boavista. O edifício, onde ainda há relativamente pouco tempo funcionou o balcão de um banco, ainda lá está, mas já muito degradado.
A linha, de iniciativa particular, começou a funcionar em Outubro de 1875. O seu primeiro administrador foi o escritor e historiador Oliveira Martins, que residia na Casa da Pedra, na Rua das Águas Férreas, junto ao bairro da Bouça. Foi só em 1938 que abriu o túnel da Trindade e se construiu a estação com a mesma designação! Em 1947, a Linha da Póvoa foi integrada na rede da CP.
Quando o comboio chegou à Boavista, em 1875, o espaço a que hoje se dá o nome de Praça de Mouzinho de Albuquerque não passava de um amplo logradouro rodeado de muros que delimitavam quintas, pequenas propriedades e terras de cultivo. A chegada do comboio trouxe àquelas paragens uma inusitada animação.
Por exemplo; a Feira de S. Miguel que, desde 1682, se realizava na Cordoaria, foi transferida para o espaço que ficava em frente ao edifício da estação do caminho-de-ferro. O amplo logradouro teve de ser adaptado a essa nova função.
Em 1876, um ano depois da inauguração da linha, realizaram-se grandes obras no terreno a que foi dado o nome de Praça da Boavista, também conhecida por Rotunda da Boavista”.
Fonte: Germano Silva
 
 
Em 30 de Outubro de 1938, foi inaugurada a Estação Ferroviária de Porto-Trindade, substituindo a da Boavista.
Mesmo após a abertura da linha até à Trindade a estação da Boavista continuou a ter serviços.
Com efeito, nos primeiros meses de serviço da nova estação, a grande maioria dos passageiros continuou a utilizar a Boavista, em protesto contra as novas tarifas introduzidas pela Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal.
Em 1939, a Estação da Boavista era usada, praticamente, apenas, por comboios de mercadorias, tendo os serviços de passageiros sido transferidos para o apeadeiro da Avenida de França, a curta distância.
De facto, antes da Estação da Trindade, em Março de 1932, foi inaugurado o Túnel da Trindade.
Na cerimónia esteve presente o general Óscar Carmona, como contava e ilustrava a Gazeta dos Caminhos-de-Ferro, Nº 1062 de 16 de Março de 1932.
 
 
 


 
 
 
E uma das primeiras descrições do Túnel da Trindade é deveras curiosa.
 
 
 
 

 
 
 



Inaugurado o Túnel da Trindade, faltava construir a estação ferroviária.
Estavam seis anos pela frente.

 
 

Estação Ferroviária da Trindade
 
 
 

Estação de Metro da Trindade

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