Em 22 de Junho de 1859, a Câmara do Porto aprovava uma obra
para a Rua da Senhora da Luz, na Foz do Douro, que implicava o realinhamento
daquela rua.
Legenda:
1- Terrenos de Tomás José Pinto da Silva
2- Fonte da Praia
3- Rua da Senhora da Luz
4- Fonte de Cadouços
Começava, assim, uma intervenção na área, que iria ter
continuidade pouco depois.
Em 12 de Junho de 1861, o jornal “O Comercio do Porto”
noticiava que, na sequência de uma reunião camarária, tinha sido aprovado
levantar um novo jardim junto da Rua Senhora da Luz, na Foz do Douro,
tornando-se necessário, então, levar tal decisão ao conhecimento do Conselho de
Distrito, para a respectiva aprovação.
Na oportunidade, a Câmara do Porto aprovaria a obra
representada na planta seguinte.
Legenda:
1-Rua Senhora da Luz
2-Rua Alto da Vila
3-Bouça de Cadouços e Praça (em projecto)
4-Rua (em projecto)
5-Nova rua
6- Circo da Luz
7-Rua de S. Bartolomeu
8-Fonte
9-Propriedade de José Cardoso Pereira
10-Quintal de Francisco Cardoso da Cunha
11-Rua nova (Rua de Cadouços)
12-Caminho de serventia das propriedades de José Pereira
Cardoso e Maria Teodora da Costa (Rua da Fonte Luz)
13-Travessa dos Banhos
14- Propriedade de diversos
Como se pode observar, na planta está localizado um circo.
Acontece, que mesmo antes da urbanização da Bouça de
Cadouços, cujo projecto final seria aprovado em 9 de Agosto de 1866, já antes,
durante a época balnear, era montado esse divertimento circense.
Em 29/8/1869, foi lá inaugurada, naqueles terrenos, uma
praça de touros, pelo alquilador Raimundo dos Santos Natividade, com uma grande
enchente.
A mencionada, anteriormente, Rua do Alto da Vila tinha
obtido aquele topónimo na reorganização toponímica de 1860, pois, antes, era a
Rua de Cimo de Vila. Para evitar confusões com a artéria portuense, deu-se a
alteração.
Na mesma ocasião, como se observa no quadro anterior, a Rua
da Boa Vista passaria a ser a Rua da Bela Vista e, a partir de 1937, passou a
Rua Raúl Brandão.
Perspectiva actual da Rua de Raul Brandão – Cortesia de Carlos
Romão (A Cidade Surpreendente – blogue)
A mudança encetada,
em 1860, na reorganização da toponímia da cidade, teve lugar quando foi
governador civil do Porto, José Freire de Serpa Pimentel (1814-1870), o 2º
visconde de Gouveia, sendo a ele devido, também, a ordenação dos números de
polícia das habitações, de tal modo que, as portas fossem ímpares, de um lado
de cada rua e pares do outro lado.
A Estação de Cadouços, situada na antiga Bouça de Cadouços,
na Foz do Douro, era uma estação de fim de linha do “Americano”, veículo puxado
por cavalos, que foi o antecessor do carro eléctrico, que serviu também a
“máquina”, um pequeno comboio a vapor.
Hoje, temos por lá, o Largo do Capitão Pinheiro Torres
Meireles.
Na planta anterior, é possível observar-se parte do trajecto
da “máquina”, em Cadouços.
A “Máquina” nº 5, aproximando-se de Cadouços, passando num
viaduto localizado, na planta anterior, com a letra A
Gare da Estação de Cadouços, em primeiro plano
Atrás do edifício da Estação de Cadouços seria levantado um
outro que funcionou, ao longo dos anos, como restaurante e casino.
Restaurante de Cadouços, nos finais do séc. XIX – Ed. Le
Temps Perdu
A meio da foto, a gare da Estação de Cadouços e, atrás,
parcialmente visível, o edifício que foi Clube de Cadouços e Restaurante/Casino
Na foto acima, no edifício, à direita, funcionou (entre 1881
e 1910) o Clube de Cadouços, de acesso restrito, bem como um popular
restaurante e casino.
Em 1925, quando a Estação de Cadouços já estava fora de
serviço, para o qual tinha sido levantada, a Câmara do Porto decidiu ajardinar
o espaço envolvente.
Por volta de 1930, a antiga estação terá sido demolida.
1- Estação de Cadouços (c. 1877-c. 1925)
2- Travessa de Cadouços
3- Travessa da Estação (atravessava a Rua da Fonte de
Cadouços, em viaduto)
4- Fontanário
5- Rua da Cerca
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