Muitos destes icónicos
estabelecimentos comerciais ficariam, para sempre, gravados na memória dos
portuenses, sendo que, alguns deles (poucos), ainda estão de portas abertas.
Muitos outros, do mesmo sector da actividade, serão referenciados sempre que seja oportuno.
Muitos outros, do mesmo sector da actividade, serão referenciados sempre que seja oportuno.
Pastelaria Serrana
“Na Rua do Loureiro,
junto à Estação de S. Bento olhando para o edifício que ladeia a mercearia
“Casa Arcozelo” ninguém adivinhará o “tesouro” que lá mora.
Na fachada já há poucos
sinais dos tempos em que este era um dos edifícios mais lustrosos do Porto, mas
lá dentro a história é diferente: na Pastelaria A Serrana há um tesouro
discreto que cumpre mais de 100 anos.
À primeira vista,
estamos numa pastelaria normal, com espelhos, mármores e luzes de néon. É
preciso olhar para o tecto para ver o “tesouro”: lá está ele, uma tela de
Acácio Lino (1878-1956), datada de 1912, com motivos alusivos a jóias, figuras
angelicais e um pavão”.
Fonte - Pedro Dias, 11 Jan. 2012, In site: "porto24.pt"
Acácio Lino nasceu em Amarante. Fixou-se no Porto aos 12
anos. Há telas suas em locais como o Palácio de S. Bento, em Lisboa, a
biblioteca municipal e Câmara do Porto e o teatro de S. João.
A obra foi encomendada no início do século XX por Alfredo
Pinto da Cunha para a Ourivesaria Cunha.
Segundo registos camarários o imóvel sofreu obras de
beneficiação em 1869, quando era seu proprietário Francisco José Carvalho, que
lhe adicionou mais um andar e aumentou as janelas. Mas as alterações fundamentais
tiveram lugar em 1911, e destinaram-se a transformar o espaço numa luxuosa
ourivesaria.
No entanto, seria Alfredo Pinto da Cunha,
filho de António Pinto da Cunha e Margarida Augusta Ribeiro de Sousa, nascido em
Lousada, em 20 de Fevereiro de 1884, que associado a um seu tio, José Pinto da Cunha (iniciado na profissão de ourives na ourivesaria da Rua das Flores, "Gasparinho & Cia" e fundado a Ourivesaria Cunha, na Rua do Loureiro, em 1897) tomaria, em 1909, a responsabilidade da casa e
que se tornaria num dos principais negociantes do ramo na cidade do Porto.
A Ourivesaria Cunha era, no Porto de
então, um caso de sucesso, causando fascínio pelas jóias e metais caros que
vendia, pela obra de Acácio Lino, mas também pelo trabalho arquitectónico de
Francisco de Oliveira Ferreira e pelas esculturas do seu irmão, José de
Oliveira Ferreira.
Em 1914, transferiu-se para uma nova Ourivesaria Cunha, na Rua
31 de Janeiro, nº 200, que mais tarde viria a ser a Machado Joalheiros.
Em 1932, o local em causa, na Rua do Loureiro, foi uma loja
de fazendas, para adaptação da qual foram feitas novamente obras e, em 1943, esteve aí instalado o Restaurante S. Bento, propriedade de
Altino Gomes Silva, até passar a Pastelaria
Serrana em 1953. De todas estas alterações, ficou preservado apenas o espaço
inicial da ourivesaria ao nível do primeiro piso.
Confeitaria Cunha
Em 1898, abre na Rua
dos Mártires da Liberdade, nºs 282 a 286, uma padaria, com a denominação, à
data, de “Padaria Cunha & Sobrinho”.
“Na Rua dos Mártires da Liberdade, nºs 282 a
286, abrem os srs. Cunha & Sobrinho, na próxima 2ª Feira, 7 de Novembro,
uma padaria montada em condicções de bem servir o público e onde fabricarão pão
de milho e pão de trigo, de magníficas qualidades.”
In jornal “A
Província”, de 5 de Novembro de 1898 – Sábado
Em 1902, aquela
padaria, já tinha uma filial na Rua de Santa Catarina, nº 404, próximo da
capela das Almas.
“O afamado e especialíssimo pão pôdre doce da
padaria Cunha & Sobrinho, da rua dos Mártires da Liberdade, 286, e da sua
filial na rua de Santa Catarina, 404, é fabricado todas as quintas-feiras pelo
meio dia.”
In jornal “O
Primeiro de Janeiro”, de 4 de Setembro de 1902 – 5ª Feira
Em 1906, na Rua de
Santa Catarina, aparece sita nos, nºs 520 a 524, uma Padaria Cunha, já sem
referência a uma sociedade entre um Cunha e um Sobrinho.
Ter-se-ia desfeito a
anterior sociedade?
“Este delicioso pão podre doce fabrica-se
hoje e todas as quintas-feiras e sábados para as 9 horas da manhã e tosta doce
todos os dias, na Padaria Cunha, Rua de Santa catarina, 524.”
In jornal “O
Primeiro de Janeiro de 1906
Parece que a “Cunha”
que conhecemos teve raízes, então, na Rua Mártires da Liberdade.
Porém, rezam as
crónicas que a “Cunha”, na Rua de Santa Catarina, nºs 520 a 524, seria
inaugurada, em 31 de Março de 1906, por Augusto Cunha, ainda como padaria.
Situou-se pouco
tempo nesse local, do lado direito, no sentido ascendente da Rua de Santa
Catarina, tendo passado para o lado contrário, para o nº 489, entre as ruas Fernandes
Tomás e da Firmeza.
Na foto acima, junto
da porta está Francisco Cunha, o irmão do fundador do estabelecimento.
“Na década de 70 a sua
localização passou para o local em que situa atualmente, no “Edifício
Emporium”, projetado pelo arquiteto Arthur de Almeida Júnior, em 1939.
A Confeitaria Cunha
sendo desenhada pelos arquitetos Victor Palla, Bento d’Almeida e João Bento
d’Almeida, fizeram com que o nome Cunha, seja hoje, não somente uma referência
gastronómica, mas também arquitetónica”.
Fonte – site: “confeitariacunha.pt”
A Confeitaria Cunha acabou, na sequência da pressão
turística, por fechar as suas portas no início de 2019.
“A histórica confeitaria Cunha, na Rua de Sá
da Bandeira, no Porto, fechou portas. O quarteirão onde se localiza a antiga
pastelaria, e que é propriedade da sociedade Emporium, está em obras, mas o
restaurante Cunha, com entrada pela Rua Guedes de Azevedo, mesmo ao lado,
continuará a funcionar.
Reabriu ontem, após o
encerramento durante uns dias, e o seu responsável, Fernando Ferraz, confia que
ali irá permanecer por "muitos e bons anos".
De lembrar que a
ameaça da Cunha ser forçada a deixar as atuais instalações, tanto o restaurante
como a confeitaria, pairava desde 2017. Em novembro desse ano, mais de 2000
pessoas assinaram uma petição online contra o eventual fecho. Em dezembro, o
estabelecimento entrou na listagem da Câmara do Porto para ser reconhecido ao
abrigo do programa "Porto de Tradição". Hoje, Fernando Ferraz diz que
essa "proteção foi conseguida".
Sucinto nas
declarações, Alexandre Sousa, da Emporium, refere que o "importante"
é a continuidade do restaurante em Guedes de Azevedo. Quanto à pastelaria,
remete para os responsáveis da Cunha esclarecimentos sobre o futuro. De
registar que o quarteirão está em obras, para construir habitações, e que a
antiga garagem Sá da Bandeira cessou a atividade em 2018.
Sobre a confeitaria,
Fernando Ferraz não é taxativo, mas vai dizendo que os planos passam por
transferir o serviço ao público para um "novo estabelecimento" nas
imediações. Adia o anúncio das novidades para o "fim do mês".
Fonte: JN - Miguel Amorim, 08 Fevereiro 2019
Padaria Formosa
A padaria Formosa é uma das padarias mais antigas do Porto,
nascida em 1898 (embora o alvará date de 1922), na Rua de Gondarém, nº 362.
Padaria Francesa
Esta padaria foi inaugurada, em 1862, por Francisco Barrat,
na Rua da Restauração, nº 80.
Em 1865, mudou para a Rua de Cedofeita, nº 381.
“A Padaria e
Pastelaria Francesa, da Rua da Restauração, nº 80, mudou para a Rua de
Cedofeita, nº 381.
Fazem-se brioches,
babas, pompadours, savarins, pithiviers, napolitains, plum-pudding, dauphins,
etc.”.
In jornal “O Comércio do Porto” de 23 de Dezembro de 1865
Em 20 de Junho de 1886, já estava na Rua de Santa Catarina, nº 253, de acordo com anúncio publicado naquela data no jornal "O Primeiro de Janeiro", o que é confirmado pela foto seguinte.
Padaria Flor do
Paraíso
A Rua do Paraíso foi aberta em 1874 com o topónimo de Rua da
Senhora da Lapa e chamada, pelo povo, de Rua dos Ferreiros, mas a meio do
século XIX tomou o nome actual.
O edifício onde esteve a padaria Flor do Paraíso foi
recuperado em 2018 para habitação. O painel de azulejos da fábrica do
Carvalhinho foi preservado e mantido.
“(…) É que Joaquim
Menezes cujo nome figura na placa era primo de meu pai e foi ele que o trouxe
para o Porto vindo de Amarante de onde eram ambos naturais. Menezes tinha 7
padarias no Porto sendo esta a principal e onde residia no andar de cima. Uma
das suas padarias era na Foz do Douro, a Feniana, que já há muito não existe.”
Cortesia de Agostinho Barbosa Pereira
Mercearia do Galo
Mercearia que se situa a poucos metros da Praça dos Poveiros
que atravessou boa parte do século XX e cuja especialidade é o comércio de
bacalhau.
Queijaria Amaral
Sobre esta queijaria situada na Rua de Santo Ildefonso, nº
190, praticamente na Praça dosPoveiros, diz a publicidade:
“A Queijaria Amaral é
a queijaria mais antiga da cidade, aberta em 1920. Trata-se de um
estabelecimento de tradição, especializado em queijo da serra da estrela,
fumeiro tradicional das melhores regiões do pais e pão de Bragança, Mirandela e
Avintes”.
Uma outra razão da fama deste estabelecimento residia no
facto da sua antiga proprietária, Maria José Silva, ser uma cineasta amadora,
bem “naïf”, tendo realizado vários filmes com a ajuda da família.
Com várias aparições em entrevistas nas TVs nacionais,
passaria a ser até ao seu falecimento, há poucos anos, uma figura típica da
cidade.
Confeitarias Costa Moreira, Arcádia, Ateneia, Império,
Estoril, do Bolhão, Andrades Villlares, Palace, Primor, Primazia e Primar
A Confeitaria Costa
Moreira fundou-se a 12 de Setembro de 1899, tomada, pelos irmãos António da
Costa Moreira e Francisco da Costa Moreira, por trespasse da Confeitaria J. J.
Correia, que funcionava no Largo de Santo André, nº 118 (Praça dos Poveiros).
Em 1949, teve obras de vulto, tendo reaberto completamente
remodelada.
“Foi um grande
acontecimento citadino e mundano a reabertura, quinta-feira passada, 8 de
Dezembro, da Casa-Mãe das Confeitarias costa Moreira, após as obras de
transformação que a tornaram uma graciosa, moderna e adorável “boite”, onde se
toma um loiro e delicioso café e onde uma larga teoria de guloseimas, pastéis, bolos,tudo
que a complicada arte de confeitaria inventou de mais requintado, nos atrai e
seduz.
Esta arrojada e bela
iniciativa marca, com inapagável brilho, as Bodas de Ouro da fundação da
importante casa.”
In jornal “O Comércio do Porto”, de 11 de Dezembro de 1949 –
Domingo
“Recordar a fundação
desta importante casa, é lembrar o Porto de há uns bons cinquenta anos, no
Porto que tinha os seus passeios predilectos, os seus cafés, teatros, os seus
lugares e centros de prazer e distracção.
Assim, naqueles recuados
tempos, numa pequena confeitaria do Largo de Santo André de J. J. Correia,
todas as tardes se formava alegre tertúlia de jovens artistas, alunos de Belas
Artes, escritores, jornalistas, que ali davam asas à sua imaginação.
Os conventos
mantinham-se ainda, com os primores dos seus produtos, a tradicional afirmação
de que a nossa doçaria não era fácil desbancá-la.
Estávamos então longe,
muito longe, ainda da invasão triunfante da moda estrangeira. Ora, aquela
confeitaria de outrora, do Largo de Santo André, nº 118, é hoje a casa mãe das
Confeitarias Costa Moreira.
Tomado de trespasse
pelos irmãos António e Francisco da Costa Moreira, o estabelecimento de José
Joaquim Correia em 12 de Setembro de 1899, deram aqueles sócios, pelos
utensílios e mercadoria, a importância de 662$500!
Do activo desta
importante firma, além da Casa-Mãe, na Praça dos Poveiros, 118, fazem parte:
Filial, Rua Formosa, 348; Ateneia, Praça da Liberdade, 58 e Confeitaria da
Batalha, Praça da Batalha, 102.”
In “Jornal de Notícias”, de 8 de Dezembro de 1949 – 5ª Feira
Há alguns anos fechou portas a Confeitaria Costa Moreira que
ficou para sempre na memória de muitos, pela superior qualidade da marmelada
que confeccionava.
Sinalizada pelo seu longo reclame amarelo esteve, na Praça dos Poveiros, durante mais
de um século, a Confeitaria Costa Moreira – Fonte: Google maps
As confeitarias Arcádia
e Ateneia situadas a poucos metros uma da outra, na Praça da Liberdade, a
poente, foram durante o século passado dois pontos de encontro da burguesia
citadina.
A Confeitaria Arcádia
foi inaugurada a 20 de Dezembro de 1933 e aberta ao público de imediato.
“ A «Arcádia»,
elegantíssima pastelaria e casa de chá, abre hoje, quinta-feira 21 de Dezembro,
as suas portas. Estética, bom gosto e confortável.”
In jornal “O Primeiro de Janeiro”, de 21 de Dezembro de 1933
– 5ª Feira
“A «Arcádia» que
inicia hoje a sua existência comercial, em oportuna quadra, é propriedade da
considerada firma M. Pereira Basto & Cª.
Delineou toda a obra
de construção e decoração o distinto arquitecto sr. José Ferreira Peneda.
Solenizando a sua
abertura, os seus proprietários, sr. Manuel Pereira Basto e Manuel da Rocha
Júnior, ofereceram um delicado serviço a alguns dos seus numerosos amigos e
colaboradores. Houve discursos de saudação.”
In jornal “O Primeiro de Janeiro”, de 21 de Dezembro de 1933
– 5ª Feira
Por sua vez a Confeitaria
Ateneia foi inaugurada em 1937.
“Foi um acontecimento
a inauguração deste importante estabelecimento que, no género de confeitaria,
vem ocupar incontestavelmente om primeiro lugar nesta laboriosa cidade do
Porto.
Tudo se conjugou para
fazer deste recinto um mimo de graça e conforto.
O talento do
engenheiro sr. Júlio de Brito, que tão ajustadamente delineou a obra, e a arte
do sr. Joaquim Costa.
Esta casa é
propriedade das Confeitarias Costa Moreira, que atingiram o seu apogeu com este
magnífico empreendimento.
Ontem, os seus
proprietários ofereceram um Porto de honra aos seus numerosos amigos. Encheu-se
a casa da melhor sociedade portuense.
O Sr. Dr. Joaquim
Costa foi o padrinho da nova confeitaria”.
In o jornal “O Primeiro de Janeiro”, de 22 de Dezembro de
1937 – 4ª Feira
Em 2014, a Confeitaria Arcádia fez uma
parceria de cinco anos com a Confeitaria Ateneia, e passaram
ambas a partilhar as instalações que foram desta, após ter trespassado aquelas
que ocupou desde 1933, quando foi fundada pela família Basto.
Chegada, ao fim, em Abril de 2019, a referida parceria, e
não sendo renovada, a confeitaria Ateneia continuou onde sempre esteve, e na
mão da família Costa Moreira, e a confeitaria Arcádia saiu, de vez, da Praça da
Liberdade. Continua, no entanto, a manter a sua fábrica na Rua do Almada, nas
traseiras do antigo estabelecimento.
Assim, no número 63 da Rua do Almada, encontra-se a
fábrica da confeitaria Arcádia, onde trabalham trinta pessoas, por cima de uma
loja, que possui uma montra sugestiva.
Na década de 1940, neste espaço, começou a funcionar uma
outra confeitaria do grupo que, entretanto, fechou, por não ser rentável, sendo
substituída, muito mais tarde, pela loja que ainda hoje existe.
Após 25 de Abril de 1974, a empresa deixou de fazer serviços
de catering, faceta em que se distinguia, pois sucederam-se tempos em que se
deixaram de realizar os grandes banquetes.
Naquelas instalações estão também arrecadados muitos dos artefactos
e mobiliário usado ao longo dos anos apontando, quem sabe, a um futuro museu.
Em 2002, a Arcádia abriu um quiosque sazonal no Norte-shopping
e uma loja que ainda se mantem.
Seguiu-se o Dolce Vita, a casa do Chocolate na Avenida da
Boavista, contando a Arcádia com 27 lojas espalhadas pelo Porto, Lisboa,
Cascais, Estoril, Aveiro, Coimbra, Viseu, Braga e Guimarães.
Margarida Bastos e João Bastos, netos do fundador tomam, por
agora, conta dos negócios.
Entretanto, por necessidades logísticas foi criado um centro
de distribuição em Grijó, onde também se faz o embalamento do que é preparado,
na Rua do Almada.
Uma outra confeitaria emblemática da cidade no século XX,
foi a Confeitaria Império, na Rua de
Santa Catarina, situada no rés-do-chão do prédio, onde está há dezenas de anos
no, nº 147, a “Casa da Beira-Alta”.
Sobre a inauguração da Confeitaria Império, escrevia o
jornal “O Primeiro de Janeiro”:
“Como se fora um
formoso «Cartaz» da renovação e prosperidade da cidade do Porto, inaugurou-se
ontem, 13 de Dezembro, sábado, este moderníssimo estabelecimento comercial,
dominando um dos trechos mais movimentados da rua de Santa Catarina, em pleno
coração da capital nortenha.
Tudo ali se conjuga na
encantadora harmonia dum perfeito equilíbrio arquitectónico, em confronto com
um ambiente deliciosamente confortável e requintadamente artístico.
O Porto foi dotado
deste grandioso melhoramento mercê da arrojada e prestantíssima iniciativa do
nosso amigo sr. Agostinho Dias dos Santos Silveira, sendo a gerência técnica
daquele estabelecimento confiada ao sr. Nelson Xavier.”
In jornal “O Primeiro de Janeiro”, de 14 de Dezembro de 1941
- Domingo
A partir de 1 de Janeiro de 1988, a Confeitaria passou para
as mãos do casal constituído por Maria Elisabete de Castro Maia e António
Oliveira Santos, que ampliaram as instalações existentes, abrindo um novo salão
de chá em 1991.
Em 2002, foi aberta uma filial desta casa na Rua de
Fernandes Tomás.
Em 2007, remodelaram os todos os equipamentos reabrindo a 19
de Junho daquele ano.
A Confeitaria Mengos,
situada a meia dúzia de metros da Confeitaria Império, foi aberta por gente
oriunda de Cinfães, de Vilar de Arca (Santiago de Piães), que se deram a
conhecer com a especialidade “Mengos” ou “Maminhas de Freira”.
A firma foi fundada por escritura notarial de 11 de Janeiro
de 1977, tendo como sócios Belmiro Pereira Alves, Alvarim Pereira Alves,
Belmiro Pinto Bateira e Manuel Alves Bateira, todos naturais de Cinfães.
Abriu no local do “Pomar de Santa Catarina”, em 11 de
Novembro de 1978.
Sobre o “Pomar de Santa Catarina”, dizia a publicidade:
“Pomar de Santa
Catarina, Rua de Santa Catarina, 161. Casa especializada em frutas verdes e
secas, caça, ostras, etc.”
In jornal “O Primeiro de Janeiro de 31 de Dezembro de 1933
A Confeitaria Estoril,
sita na Praça do Marquês, começou a ter um nome consagrado no sector
confeiteiro, na cidade, após obras efectuadas, em 1949, no estabelecimento
existente.
Na 2ª década, deste século, fechou as suas portas.
“A Confeitaria
Estoril, confeitaria e mercearia fina, é um nome feito, um nome consagrado.
O proprietário, sr.
Narciso Silva, soube dinamizar a sua acção, conquistando, pela amizade e
competência, a simpatia e a amizade dos seus clientes.
Mas a confeitaria
Estoril, no ângulo esquerdo da Rua de Costa Cabral e da Praça-jardim Marquês do
Pombal, tornara-se pequena para o número de fregueses e para o movimento
intensíssimo de um dos mais elegantes bairros da cidade.
O sr. Narciso Silva,
com a experiência adquirida ali e na casa-mãe, a Confeitaria Estoril, da Rua
Antero de Quental, 504, não hesitou.
Chamou um arquitecto,
o sr. B. Bastos Fabião, e encomendou-lhe o projecto da nova Confeitaria
Estoril.
Ontem, dia festivo da
inauguração.
A Estoril não é apenas
uma grande casa de confeitaria e de mercearia fina. É uma casa que nobilita a
cidade e contribuiu poderosamente para a moderna feicção urbanística da Praça
do Marquês de Pombal.
Ontem, dia da
inauguração, já noite, dezenas de pessoas das mais distintas e categorizadas,
aguardavam o momento de vagar uma mesa.”
In “Jornal de Notícias”, de 11 de Dezembro de 1949 – Domingo
A Confeitaria do
Bolhão na Rua Formosa (em frente ao mercado), que continua de portas
abertas, continua a servir os portuenses.
Foi fundada em 1896 e remodelada em 1928, reabriria em
Outubro desse mesmo ano.
“Reaberta, após completa
remodelação, a 31 de outubro de 1928”.
In o jornal “O Comércio do Porto”, de 31 de Outubro de 1928
– 4ª Feira
Em 1901, a confeitaria do Bolhão, já vendia o famoso
Bolo-Rei.
“Esta conceituada
confeitaria, apresentará, como nos anos anteriores, o delicioso Bolo-Rei, além
das especialidades próprias desta casa, variedade de pratos presentes, etc.”
In jornal “O Primeiro de Janeiro”, de 22 de dezembro de 1901
- Domingo
Por cima da Confeitaria do Bolhão estava, em 1904, sedeada a
Sociedade de Geografia.
A confeitaria
“Andrades Villares” já em 1900, estava na Rua Formosa, 343-353 e, por aí se
manteve durante praticamente o século XX. Nos últimos anos desse século,
converteu-se num dos primeiros super-mercados da cidade, tendo, porém, mantido
o nome.
A “Villares” no R/C do prédio onde está a “Chique Pensão”.
Na esquina das ruas Formosa e Sá da Bandeira, o edifício Singer, que albergava
no piso térreo o representante daquela marca – Ed. JPortojo
A parte do edifício que se vê na foto, que se estende mais
um pouco para montante da Rua Formosa, foi mandado construir por António
Joaquim Andrade Vilares e dois sócios, de seus nomes João Leite de Faria e José
Cipriano de Vasconcelos, em 1856.
Pedido de licença de construção dirigido à Câmara Municipal
do Porto, em 1856, para construção de casas na Rua Formosa, com António Joaquim
de Andrade Vilares como um dos proponentes – Fonte: AHMP
António Joaquim Andrade Villares, nasceu em Carviçais, Torre
de Moncorvo, Bragança, em 1803 e terá falecido no Porto em 1895.
Era filho de Manuel António de Andrade e Maria Clara
Villares.
Foi o fundador na Rua de S. Jerónimo (actual Santos Pousada)
da Moagem/Padaria Andrades Villares em 1874.
Confeitaria Palace
Esta confeitaria situava-se, ao fundo, à direita, na Rua de
31 de Janeiro, a poucos metros da igreja dos Congregados. O edifício que
ocupava era também conhecido por, no primeiro andar, funcionar a redacção do
jornal O Século.
Em meados do século XX, as suas instalações foram ocupadas
por um banco.
À direita, a demolição do edifício onde seria construído
aquele que viria a albergar a Confeitaria Palace
“Entre os prédios
ultimamente construídos no Porto, destaca-se o que se ergue na extremidade da
Rua do Bonjardim, fazendo ângulo com a Rua 31 de Janeiro.
No rés-do-chão desse
edifício, de impressionante aspecto, montaram os estimados comerciantes srs,
Martins & Almeida um estabelecimento digno de ser assinalado.
É uma confeitaria e
pastelaria com toda a variedade dos melhores produtos desta especialidade:
frutas de doce em calda, biscoutaria, bolacha, pudins, cobertos, bombons, fiambre,
carnes frias, vinhos finos.
A confeitaria Palace,
que tem 3 portas de entrada pelas ruas do Bonjardim, 31 de Janeiro e Praça da
Liberdade, inaugura-se amanhã, à tarde, próximo ao escurecer.”
In jornal “O Primeiro de Janeiro”, de 21 de Julho de 1918 -
Domingo
“Anda tudo às aranhas
e a aranha está no finíssimo Bolo-Rei da Confeitaria Palace, Rua de Santo
António”.
In jornal “O Primeiro de Janeiro” de 23 de Dezembro de 1941
Em 1926, na Rua de Santo Ildefonso, 288, nascia a Confeitaria Primor que, com uma fábrica
anexa, haveria de dar cartas no fabrico de pastelaria, nomeadamente no
Bolo-Rei.
“Nasce, assim, em
1926, na rua de Santo Ildefonso, 288, a «Primor».
«Primor» pelo seu
bolo-rei, a grande gula de Lisboa e Porto na quadra natalícia; «Primor» pelo
seu «bolo dos sábados» que, a partir de hoje, se chamará com toda a
propriedade, «Bolo Primor».
«Primor», ainda, pelas
suas especialidades famosas, pelos seus doces de ovos, de requintado gosto,
pelas suas conservas de frutas; «Primor» pelo seu chá, aromático e agradável.
A fábrica, a alma da
«Primor», acompanha esta renovação. É ela a garantia da qualidade da pastelaria
e confeitaria que ali se vende e se serve. Os bons clientes exultam, «Primor»
criou dedicações.”
In jorna “O Comércio do Porto”, de 23 de Outubro de 1948 –
Sábado
Confeitaria Primor, na Rua de Santo Ildefonso, 288 – Fonte:
Google maps
Em 8 de Dezembro de 1960, na Rua da Constituição, próximo ao
cruzamento com a Rua Antero de Quental, surgia a Confeitaria Primazia que haveria de ter uma sucursal, na Praça Dr.
Francisco Sá Carneiro, vulgo Praça Velasquez.
Cortesia de Monumentos Desaparecidos
Confeitaria Primazia, na Rua da Constituição, nº 1058, em
2009, com o seu reclame bem visível
Confeitaria Primazia (sucursal, já encerrada), na Praça
Velasquez, em 2009
Em 1948, na Rua do Carmo, 3 e 5, era inaugurada a Confeitaria e Pastelaria Primar,
frequentada sobretudo por estudantes e professores da Universidade e por
funcionários do Hospital de Santo António.
“Primar é inaugurada
hoje, abrindo ao público as suas portas.
É um magnífico
estabelecimento que veio enfileirar ao lado das mais arrojadas criações
comerciais desta progressiva cidade do Porto.
De airosas linhas
modernas e de um conjunto pleno de graciosidade, em que foi delineado este
categorizado estabelecimento, rivaliza com os melhores no seu género e honra
sobremaneira a arquitectura portuense.
Elegância, conforto e
bem-estar foi a preocupação dominante de seus proprietários.
Primar é a melhor
confeitaria, pastelaria e salão de chá que existe.
Nesta nova confeitaria
e pastelaria tudo é belo e gracioso, apresentando um grande e escolhido sortido
em doces regionais. Primar é no Carmo.”
In jornal “O Comércio do Porto”, de 22 de Janeiro de 1948 – 5ª
Feira
A Pérola do Bolhão
A Pérola do Bolhão na Rua Formosa nº 279 é uma mercearia
tradicional, fundada em 1917 por António Rodrigues Reis e gerida, agora, por
António Rodrigues Reis (filho). Possui uma fachada em Arte Nova, forrada de
azulejos com referências à rota das especiarias, da responsabilidade da Fabrica
do Carvalhinho.
Queijo da serra, selecção de enchidos, uma extensa variedade
de frutos secos e caramelizados a granel, uma boa oferta de vinhos e biscoitos
regionais são as principais propostas de uma das casas mais antigas da cidade.
“O café foi o princípio
da casa. Praticamente só vendia café, chá e especiarias. São das tais coisas
que estão gravadas e continuam sempre a valer”, diz António Reis, filho do
proprietário que abriu a casa há 96 anos, justificando a distinção. “Na altura
havia muito poucas casas que vendiam chá e café. As montras, que hoje estão com
mercadoria, dantes tinham dois moinhos que todo o dia moíam café”.
Hoje, os 40 metros
quadrados que sustentam a história do estabelecimento já não abrigam apenas
café do Brasil, Colômbia, Angola ou Timor. “Para sobreviver tínhamos que nos
especializar em dois produtos, pelo menos. Temos todo o ano na montra frutas
secas, que, atualmente, são muito recomendadas pelas suas vitaminas. O outro é
a charcutaria. Acabámos há pouco tempo a campanha da alheira, em que vendemos
perto de uma tonelada”, explica António Reis”.
Fonte: jpn.up.pt
Casa Christina
“A Casa Christina é
uma homenagem à mulher do comerciante que a fundou e ainda hoje faz lotes de
café de mistura ao gosto dos clientes. Um luxo próprio de outros tempos,
ameaçado pelas cápsulas e pastilhas que invadiram o mercado.
Quem há décadas passa
pela Rua de Sá da Bandeira, junto à entrada poente do Mercado do Bolhão, ouve o
barulho de máquinas a trabalhar e sente um intenso aroma a café vindo de um
pequeno estabelecimento comercial que faz parte da história da cidade do Porto.
Lá dentro, agora há
mesas e cadeiras para quem quiser entrar, mas mantêm-se misturadoras, moinhos e
balanças para fazer as misturas que conservam o sabor de um café de outros
tempos. Tal como se mantêm meia dezena de funcionárias, algumas com três e
quatro décadas de serviço; mais do que suficiente para tratarem os clientes de
sempre como se fossem da família.
A Casa Christina
nasceu em 1804, pouco antes de o Porto se transformar num cenário de guerra
para enfrentar as invasões francesas. A pequena fábrica de chocolate e
torrefação de café foi montada no número 54 da antiga Rua do Bispo, graças ao
espírito de iniciativa do comerciante José Iria Carvalhal que, em 1813, ano em
que casou, passaria a designar o seu negócio como Casa Christina, em homenagem
à esposa.
Mais de dois séculos
depois, D. Christina Ribeiro continua a ter a homenagem que o marido lhe fez
bem patente na Baixa do Porto (há também uma loja em Braga) e na marca de cafés
que é distribuída por toda a região Norte. No entanto, quase tudo mudou desde
então.
O casal de
proprietários faleceu em meados do século XIX e a antiga fábrica da Rua do
Bispo mudou-se para o número 401 da Rua de Sá da Bandeira, na década de 1920,
tendo já em 1987 a Casa Christina sido adquirida pela Nestlé Portugal, que
detém outras três marcas de café. Ainda assim, o essencial da tradição da loja
(que exala a fragrância de um bom café ali defronte para o Bolhão) permanece
intacto”.
Fonte: Sérgio Pires
em 05/10/2014; Site: “150anos.dn.pt”
A icónica e secular Casa
Christina, acaba de fechar as suas portas.
Mercearia Nova
Indiana
O mesmo local da foto anterior nos dias de hoje
Casa Pereira
Casa Oriental
A Casa Oriental fundada em 1910 representada abaixo, e com
existência durante muitos anos junto ao Café do Olival e Torre dos Clérigos,
dedicada ao negócio de bacalhau, frutas, legumes e artigos vários de mercearia,
aposta hoje noutros segmentos do ramo alimentar mais dirigidos para turistas.
Os antigos donos venderam-na ao grupo que também possui, na
porta ao lado, a Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau. A mercearia tradicional
teve obras, o painel foi renovado, os bacalhaus reais da fachada foram
substituídos por exemplares de papelão.
A sua entrada nada tem, agora, que ver, com a de
antigamente.
Entrada e interior da Casa Oriental ainda recentemente
Mercearia
Camanho
A “Mercearia Camanho” de Manuel Camanho Cernade situava-se
na esquina da Rua da Boavista e da Rua de Cedofeita, ocupando o piso térreo de
um prédio ainda existente, vendendo artigos de mercearia, tabacos e sendo ainda
depósito de vinhos da Companhia Vinícola do Norte.
Confeitaria
Lisbonense
Fachada principal da confeitaria Lisbonense e do diário
portuense «O Dez de Março» (1880-1890?), na Rua Formosa – Ed. Foto Guedes;
Fonte: AHMP
Em 1901, a confeitaria Lisbonense, sita na Rua Formosa, nº
400, foi notícia do jornal “A Voz Pública” de 19 de Maio, ao homenagear o
Alferes Malheiro
Mercearia do Bolhão
Em 19 de Abril de 2024, era publicitado pelo seu proprietário
Alberto Rodrigues, que a Mercearia do Bolhão, localizada na Rua Formosa, nº
305, a mais antiga da cidade, à data, com 144 anos, seria encerrada no final do
mês.
Na montra e no interior da loja foram afixados avisos dando conta da "liquidação total", com descontos de 40%.
A cidade ficava mais pobre.
No início do novo século, foi uma secção de mercearia da
Confeitaria do Bolhão que lhe é próxima, mas acabaria como Mercearia do Bolhão.
Na montra e no interior da loja foram afixados avisos dando conta da "liquidação total", com descontos de 40%.
A cidade ficava mais pobre.
Neste local, pegado à actual casa de negócio de mercearias – a “Casa Chinesa” esteve, durante muitos anos, a “Casa Ramos”, do mesmo ramo de actividade.
A meio da foto esteve a “Nova Mercearia do Bolhão” e,
depois, a “Casa Ramos – Fonte: Google maps
Mesmo local da foto anterior, na década de 1930
Cortesia de Monumentos Desaparecidos
Mercearia "A Favorita" do Bolhão, nos anos 50 do
séc. XX
Mercearia “A Favorita do Bolhão”, actualmente
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