quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

25.220 Farmácias com história

 
Farmácia Moreno
 
No Largo de S. Domingos, mesmo encostado ao local em que esteve a fonte encimada pelo brasão (a Fonte do Largo de S. Domingos) encontra-se, ainda hoje, um estabelecimento icónico. Trata-se da Farmácia Moreno.
 
A Pharmácia e Drogaria Félix & Filhos começou a funcionar em 1804 no Largo de São Domingos, onde ainda hoje se mantém, como uma “botica” (designação comum no século XIX) que tratava maleitas através da produção e venda de produtos de origem vegetal e mineral, desde pós e ervas a extratos de plantas.
Quando há 210 anos abriu portas, farmácia ainda se escrevia com “ph” e a Moreno ainda não pertencia à família que lhe deu a designação. Em 1928, mais de um século após a fundação, o médico e farmacêutico António Moreno adquiriu o estabelecimento e a farmácia ganhou reputação através da produção de medicamentos e campanhas de publicidade nos jornais da cidade. Fórmulas exclusivas foram produzidas nos laboratórios dos pisos superiores do edifício de cinco andares no centro histórico do Porto, onde havia dezenas de técnicos especializados e onde ainda hoje se conservam em exposição artefactos de outros tempos, como máquinas de misturar pós e de encher pomadas e xaropes.
 
 

Fachada da Farmácia Moreno


 
O laxante Doce Alívio e o calicida Dr. Moreno resistiram aos tempos e hoje são comercializados por todo o País. Tal como noutros tempos o foram os pós indianos Dr. Moreno para a asma, ou as pastilhas vegetais de Moura para os “males de estômago” e outros medicamentos criados de propósito em tempos de guerra, por exemplo, quando havia surtos de doenças venéreas.
Por trás da bela fachada de ferro ao estilo Arte Nova, encimada pelo símbolo de Hígia (taça que representa a cura) com uma serpente (da sabedoria), surgiam fórmulas inovadoras ao longo de décadas. Porém, há cerca de 40 anos, a produção teve de mudar de instalações devido às exigências da legislação, “que obrigou a implementar métodos de fabrico e de controlo mais avançados”.
Com a devida vénia a Sérgio Pires, In Diário de Notícias


 

No fim do século XIX, a farmácia era conhecida por Pharmacia de S. Domingos

 
 
Na década de 80 do século XX a farmácia mudou de mãos, mas os novos donos mantiveram a designação da firma, como Farmácia Moreno que, na sua fachada, apresenta elementos de decoração de estilo arte-nova.
Embora a zona comercial de atendimento público esteja a nível térreo, antigamente a farmácia desenvolvia-se por todos os andares do prédio, pois neles eram confeccionadas as diversas drogas e remédios.
Como curiosidade, O Jornal “O Oriente” em 19 de Fevereiro de 1858 publica um anúncio a Chocolates Medicinais da Farmácia de Félix da Fonseca Moura na Rua de S. Domingos.
 
 
 
Farmácia Estácio
 

A Farmácia Estácio foi inaugurada em 1924 e encontrava-se na Rua de Sá da Bandeira, nº 120.


À esquerda, a Farmácia Estácio, em 1977



 
 

A Farmácia Estácio seria, mais tarde, uma agência bancária - Fonte: Google Maps


 
“A Farmácia Estácio, situada na Rua Sá da Bandeira no Porto, deve o seu nome a Emílio Faria Estácio (1854-1919), farmacêutico da Universidade de Coimbra.
Nos armários da farmácia, estão representados os bustos de ilustres farmacêuticos e químicos, que ocuparam cargos de destaque nas instituições do Porto, no início do século XX. No final dos anos 40, surgem anúncios à balança falante da Farmácia Estácio, tornando-se um ex-libris da baixa portuense dessa época, chegando mesmo a formarem-se filas à sua porta a fim de se pesarem. O cliente subia para a balança e o seu peso era-lhe transmitido por uma funcionária “escondida” no piso inferior. Nos anos 70, a afluência era de tal ordem que existia uma funcionária destacada unicamente para este serviço. Em 1975, um fogo de grandes proporções na Rua Sá da Bandeira, atingiu a Farmácia Estácio e destruiu grande parte do seu interior, incluindo a célebre balança”.
Fonte: portoarc.blogspot

 
Em 1883, Emílio Estácio funda a Farmácia Estácio no Rossio em Lisboa e, em 1888, a Fábrica a Vapor de Produtos Químicos e Farmacêuticos. Foi, ainda, fundador da Companhia Portuguesa de Higiene (CPH) em 1891, onde esteve até 1908 como director. Em 1913, a CPH passou a sociedade por quotas com novos sócios e Emílio Estácio seria afastado, tendo-se estabelecido com uma farmácia na Rua de Santa Marta com o nome de Estácio & Filhos.
Em 1924, a CPH abre uma sucursal no Porto denominada Farmácia Estácio cujo director-técnico é um dos sócios, João Augusto dos Santos.
Em 1926, a Farmácia Estácio do Porto deixa de pertencer à CPH e, em 1943, é feito o primeiro registo no grémio das Farmácias.
Em 1935, já existiam os Laboratórios Estácio do Porto, fabricando produtos “galénicos e injectáveis” sobre a direcção-técnica de Manoel Rodrigues Ferro, assistente da Faculdade de Farmácia do Porto.
Os armários Farmácia Estácio são encimados por medalhões com os bustos de farmacêuticos ou cientistas de destaque da cidade como, Agostinho da Silva Vieira, António Joaquim Ferreira da Silva, Moraes Caldas, Flores Loureiro, Manoel Nepumoceno e Raúl Frias.




Publicidade à balança falante
 
 
 

Reconstituição da Farmácia Estácio, no Museu da Farmácia
 
 
 
Farmácia Lemos
 
 

Farmácia Lemos

 
 

Interior da Farmácia Lemos


 
A Farmácia Lemos situa-se na Praça Carlos Alberto, 31.
A sua fundação data de 1780, pertencendo desde essa época até 1801, aos Frades Carmelitas do Carmo.
Em 1801 (data da fundação do Hospital do Carmo), passou a ser propriedade da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo.
Em 1862, adquiriu-a Joaquim Baptista de Lemos.
Em 1889, associou-se seus filhos António Baptista de Lemos e Joaquim Baptista A. de Lemos.
Em 1892, ficaram só os dois últimos (por falecimento do primeiro).
Em 1928, ficou a ser dirigida pelo sócio António Baptista Lemos e pelo Gerente Técnico J. J. Fernandes Pinto (farmacêutico).
Em 1931, por falecimento de António Baptista de Lemos, ficou seu director Augusto de Lemos.
Em 1963, por falecimento de Augusto de Lemos ficaram directores seus filhos D. Maria de Lurdes de Lemos Rodrigues e António de Lemos. A direcção técnica é exercida por Dr. A. Luís Moreira (Farmacêutico).
Em 1984, adquiriu-a a farmacêutica Maria Idília Gomes Alves de Oliveira como proprietária e Directora Técnica.
Primeiro, em 1991, depois em 2005, sob a mesma direcção, a farmácia é totalmente remodelada.
Pinho Leal refere a botica da ordem no seu Portugal Antigo e Moderno:
“No edificio que defronta com a praça de Carlos Alberto (Feira das Caixas) está o rico hospital da ordem terceira do Carmo, no pavimento superior. Nos baixos, está a botica da ordem, e ricas lojas de commercio”. 
 
Durante muitos anos, a Farmácia Lemos foi conhecida por publicitar e vender a Fosfiofoglicina.
 
 
 

Publicidade à Fosfiofoglicina


 
 
 Farmácia Birra
 
 
Esta farmácia localiza-se na Praça da Liberdade, 124, desde os finais do século XIX, vinda do Largo dos Lóios.

 
 

Farmácia Birra, c. 1933, entre o café Suíço (na esquina, a meio da foto) e o café Central, que estará pronto a encerrar para ser substituído pelo café Imperial

 
 
O edifício da Farmácia Birra, que alberga também o café Suíço, foi intervencionado a partir de 1928.
 
 
 

Anúncio à Farmácia Birra, no jornal República, de 31 de Janeiro de 1932



 

Farmácia Birra  junto ao café Imperial, em 1937, que substituiu o café Central – Fonte: AHMP

 
 
O edifício do café Imperial foi construído entre 1933 e 1936, sendo inaugurado em Maio deste ano.


 
 
Farmácia Vitália
 
 


Farmácia Vitália - Ed. Google Maps


Em 1919, já existia no Porto a “Empresa Vitália”, como laboratório farmacêutico, de acordo com o anúncio publicado no jornal lisboeta “A Imprensa”.
 
 
 

In “A Imprensa” de 2 de Julho de 1919
 
 
A Farmácia Vitália fica situada em plena baixa portuense no velho Palacete das Cardosas, na Praça da Liberdade, 34-37.
As instalações da Farmácia Vitália eram anteriormente ocupadas pelo Banco Pinto da Fonseca & Irmão, que viria a abrir falência em 1932.

 
 

Obras a decorrer no palacete das Cardosas, em 1920
 
 
Sobre a foto acima, diz o Arquivo Histórico Municipal do Porto:
 
“Edifício em obras, da empresa de operações bancárias Pinto da Fonseca & Irmão, na Casa das Cardosas, com outdoor, fazendo publicidade à «revista semanal ABC», produzido pelas Propagandas Caldevilla, vendo-se, ao cimo a Igreja e Torre dos Clérigos.”
 
 
A fachada da Farmácia Vitália é uma incrustação de ferro e vidro, do estilo art-déco, desenhada em 1932, pelos arquitectos Amoroso Lopes (1899-1953) e Manuel Marques (1890-1956).
Foi inaugurada a 23 de Março de 1933, pela “Sociedade Comercial Farmacêutica, Lda. Desde então, o nome da sociedade mantém-se, mas os sócios têm vindo a mudar.
A direcção técnica começou por ser exercida pelo sócio-gerente Ribeiro da Cunha.


 

Publicidade aos produtos “Vitália”, em 1943

 
 

Pasta dentífrica da Vitália


 

Vitália, em 1972

 
 
Actualmente, a farmácia é dirigida pelo Dr. Armindo Cosme, como director técnico e pelo Dr. Paulo Pinho.


Botica do Hospital Real de Santo António
 
 
 

Botica do Hospital de Santo António


 
“A Botica da foto acima faz parte do Museu do Centro Hospitalar do Porto, que está instalado no Hospital de Santo António
Era ali que funcionava a "Botica do Hospital Real de Santo António", onde se fabricavam os remédios para os pacientes do Hospital e também para venda ao público. Uma sala com um histórico de 200 anos. Onde podemos conhecer o seu desenho oitocentista com um raro conjunto de armários de botica.
Há ainda um espaço dedicado à Farmácia do Hospital Joaquim Urbano, um hospital dedicado à doenças infecciosas. E na sua farmácia eram manipuladas  inúmeros medicamentos destinados principalmente ao tratamento das diversas epidemias que foram surgindo no decorrer da história.
Ali encontramos diversos elementos ligados à produção de vários medicamentos para o tratamento hospitalar destas doenças infecciosas”.
Fonte: “oportoencanta”

 
 

Outras Farmácias e Similares
 
 
A Farmácia Antiga da Porta do Olival situa-se na freguesia da Vitória, no Campo Mártires da Pátria, 122.


 
Farmácia Antiga da Porta do Olival
 
 
 

Interior da Farmácia da Porta do Olival - Ed. “O Tripeiro”



«O primeiro registo referente à nossa farmácia data de 15 de Fevereiro de 1477 quando “um quarto de chão com casa” situado na Porta do Olival foi “emprazado” a um boticário, Afonso Pais, por um período perpétuo.
Posteriormente, em 1825, foi publicado um aviso, em Diário do Goberno do Império do Brasil, referenciando a nossa farmácia como “uma botica da rua de S. Pedro (…)no Porto, dentro da Porta do Olival” na qual “há hum surtimento das verdadeiras pirolas de família, da receita do falecido Boticário António Pereira de Mesquita (…) as quais vender-se-hão muito enconta.”
A farmácia passa ser da família Lemos Ferreira em 2011».
Fonte: farmaciaantiga.pt




A Farmácia Almeida Cunha, Lda - Antiga Farmácia do Bolhão situa-se na Rua Formosa nº 329.
 
 
 
Antiga Farmácia do Bolhão

 
 
“Frente ao Mercado do Bolhão no Porto, a Farmácia Almeida Cunha abriu portas em 1890. Desde logo, notável pela produção de fórmulas originais, a botica de Joaquim Almeida Cunha produzia entre outros alívios um penso gástrico elogiado pelas gentes. Mas, nem só pelo afamado produto a Farmácia do Bolhão se tornou conhecida...
No estabelecimento era possível adquirir curas para muitos outros males como, por exemplo, «a prodigiosa injecção anti-hemorrágica», ou ainda vaidades como a loção para o cabelo. Estas e muitas outras fórmulas alinhadas num verdadeiro tratado manuscrito pelo farmacêutico Almeida Cunha fazem parte do testemunho que constitui o espólio do centenário estabelecimento.
Adquirido em 1996 por Teresa Figueiras, directora e técnica responsável pela Farmácia do Bolhão, o estabelecimento possui importante acervo. Inapropriadas para as exigências actuais do estabelecimento, as vitrines embelezam agora a secção de ortopedia que, desde a data de abertura, foi uma das áreas onde a Farmácia Almeida Cunha mais se notabilizou tendo, de resto, ficado conhecida pelo seu engenho em pôr os «pés direitos» às gentes da Invicta.
Igualmente conhecida era a venda na Farmácia do Bolhão de argila com propriedades terapêuticas. A comercialização deste produto durou até meados dos anos 80 sempre com grande popularidade. No entanto, as normas impostas pela União Europeia e o reconhecimento da ausência de condições para manter esta venda levaram ao fim deste comércio.
Em termos de documentação escrita, a herança do estabelecimento conta com publicações várias do «Formulário e Guia Médico» editado na cidade do Porto, sendo o mais antigo datado de 1935. Aqui podemos ler fórmulas atribuídas à botica situada frente ao Bolhão. No entanto, não é este o livro mais vetusto entre os existentes na Farmácia Almeida Cunha... Essa honra cabe, pelo contrário, à sétima edição francesa do «Formullaire des Nouveaux Remèdes» de 1893, revista pelo Dr. G.Bardet e publicada por Octave Don Editeur”.
Cortesia de ”farmaciaalmeidacunha.com/”




A Farmácia Falcão situava-se na Rua de Santo Ildefonso nº 61, no antigo sítio da Pocinha.
 
 
 
Publicidade à Farmácia Falcão

 
 
Pasta Medicinal Couto, Restaurador OLEX, Petróleo OLEX e Fundação Couto
 

A firma, Flôres e Couto sedeada no Largo de S. Domingos nº 106/108, foi criada no Porto em 1918, pelo gerente de farmácia, Alberto Ferreira do Couto em colaboração com um amigo dentista, que o incentivou a fabricarem uma pasta de dentes.
Em 1931 Alberto Ferreira do Couto, casado com Maria da Conceição Couto, tornar-se-ia o único administrador, sendo a designação alterada para Couto Lda.

 
 

"Farmácia Couto", no Largo de S. Domingos (próximo à Rua Mouzinho da Silveira) - Fonte: Acervo fotográfico de "Couto, S.A"
 
 
 
A fórmula da "Pasta Medicinal Couto" foi registada em 13 de Junho de 1932, altura em que a sua administração da firma subjacente, passa a ser da exclusiva responsabilidade de Alberto Ferreira do Couto. Desde aí que a agora “Couto, Lda.” foi passando de geração em geração, mantendo a tradição e os valores familiares que sempre a caracterizaram.
O produto nasceu para lavar os dentes, visando evitar, nomeadamente, as infecções das gengivas, sendo também importante para combater os malefícios da sífilis, uma doença proveniente de relações sexuais, que “maltratava as gengivas e em consequência os dentes.”
A pasta Couto é elaborada com 15 ingredientes, como água, glicerina, sódio, cálcio, o eugenol (desinfectante com qualidades bactericidas), hortelã-pimenta, mentol ou cloreto de potássio e outros ingredientes.
Após a morte do único proprietário, o negócio manteve-se na família, sendo gerido pelo seu sobrinho Alberto Gomes da Silva, já que a única filha do casal Couto, faleceu ainda jovem.
Em Novembro de 1996, a firma Couto Lda, transforma-se em Sociedade Anónima, alterando o nome para Couto S.A..
Em 2001 a marca nacional “Couto - O dentífrico que evita afeções da boca”, teve um momento em que foi obrigada a alterar, por causa de regras da União Europeia, o nome “Pasta Medicinal Couto” para “Pasta Dentífrica Couto”.
Actualmente, mais de 500 mil bisnagas de pasta “Couto” são produzidas anualmente a partir de uma área da zona industrial da UTIC em Vila Nova de Gaia, sendo que 10 por cento dessa produção segue para exportação. Itália e EUA são os principais destinos estrangeiros do dentífrico.


 

Embalagem da Pasta Medicinal Couto



 

Publicidade à Pasta Medicinal Couto – Fonte: “couto.pt”

 
 
"Palavras para quê? É um artista português e só usa Pasta Medicinal Couto!" Dizia o anúncio televisivo e das telas de cinema nos anos 70 do século passado, e que ficou na memória de muitos.
Por sua vez o “Restaurador Olex” e o “Petróleo Olex” são produtos para usar no tratamento do cabelo, e eram produzidos há uns largos anos, numa farmácia da Praça da República por um cidadão brasileiro.
Na década de 60 do século passado, Alberto Ferreira do Couto acaba por comprar a farmácia e passa a produzir aqueles produtos.
No que diz respeito ao restaurador, como primitivamente continha acetato de chumbo, foi entretanto proibido o seu uso, e teve que ser encontrada uma nova fórmula para o seu fabrico.

 
 

Embalagens do Olex Petróleo e do Restaurador Olex

 
 

Publicidade ao Petróleo OLEX e Restaurador OLEX – Fonte: “couto.pt”

 
 
Alberto Ferreira do Couto e Maria da Conceição Couto que habitavam desde 1921 até 1963, uma vivenda no nº 2223 da Avenida da República em Vila Nova de Gaia, acabariam por resolver colocar a moradia desabitada à disposição da freguesia de Mafamude para ser utilizada como creche e infantário, tendo-se inaugurado em 1967 o que foi inicialmente denominado “ Regaço de Maria “. O casal Couto decidiu, então, constituir, a 11 de Abril de 1974, uma fundação.

 
«Fundação sem fins lucrativos afectando desde logo à Instituição para além da sua vivenda implantada num terreno com cerca de 4.000 m2 na Avenida da República em Vila Nova de Gaia, um prédio com lojas e oito andares na Avenida de Roma em Lisboa, e um prédio de rés do chão e cinco andares na Rua Duque de Loulé no Porto, ambos totalmente arrendados e cujo proveito das rendas era suficiente para a Fundação cumprir o seu objectivo:  “prestar assistência a crianças pobres ou remediadas, sem olhar a ideias politicas ou confessionais, ou preconceitos de raça ou de cor das assistidas e seus familiares” .
Em 2 de Maio de 1975 é atribuída utilidade pública Administrativa à Fundação Couto, e em 21 de Setembro de 1982 a Fundação passa a estar registada na Direção Geral de Ação Social no Livro 1 das Fundações de Solidariedade social. Com a publicação do Decreto-Lei nº 119/83 de 25 de Fevereiro, a Fundação Couto passa a ter o estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social.
A Fundação Couto celebra então acordos de cooperação com a Segurança Social, inicialmente na valência de creche e Jardim de infância, e posteriormente na Valência de ATL. 
Em 1982 dá-se inicio à construção de dois novos edifícios que vão dotar a Fundação Couto com 9 salas de aulas, refeitório, Ginásio e Piscina.
Mais recentemente em 2005 procedeu-se a uma total remodelação quer dos espaços interiores quer dos espaços exteriores da Instituição, construindo-se de raiz um novo edifício destinado aos serviços administrativos, sala de professores e ludoteca,  sendo que a vivenda original foi objecto de uma reconstrução total que passou pela implosão do seu interior, dando lugar a uma creche para 66 crianças ultra moderna.»
Fonte: “fundaçãocouto.pt”


 

Vivenda na Avenida da República em V. N. de Gaia da Fundação Couto – Fonte: Google maps


 
A “Couto” abriu, em 2018, na Rua de Cedofeita, nº 330, uma loja, onde os portuenses podem adquirir os produtos que conhecem, desde há décadas e onde poderão, os mais jovens, tomar contacto com a história da firma que se encontra plasmada, em diversos “placards”.
Nas prateleiras, estão expostos os produtos que trouxeram fama à “Couto”, acabando por constituir, o conjunto, um autêntico museu da marca.

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