“Nos começos do século
XV, o Porto mantinha estreitas relações comerciais, não apenas com os portos
nacionais, desde Viana até ao Algarve, mas também com muitos empórios
estrangeiros, desde o Mediterrâneo ao longínquo Mar do Norte. E foi através do
trato do comércio que esta cidade se catapultou ao lugar de relevo e de
inegável evidência que a distinguiam das demais cidades do reino.
Dentro das altas
muralhas que defendiam a urbe, não havia, naquele tempo, mais do que 8500
almas. E no interior dos muros havia ainda muitos espaços verdes, isto é:
hortas, pomares, soutos de castanheiros, olivais. Só muito mais tarde, esses
espaços viriam a ser urbanizados.
Não obstante, o Porto
administrava um amplo e populoso termo que
se estendia desde a foz do Douro até à foz do Ave e incluía os julgados de Bouças (Matosinhos) Maia,
Azurara e todas as terras que hoje pertencem aos concelhos de Barcelos, Santo
Tirso, Lousada; e as da antiga Arrifana de Sousa- (Penafiel) até ao Tâmega. A
sul do Douro, abrangia também Gaia até às terras da Feira.
O termo do Porto fora criado por D. João I como paga dos inestimáveis
serviços prestados pela cidade à causa de independência nacional defendida por
aquele monarca enquanto ainda era mestre de Avis.
Os moradores dessas
terras ostentavam, com orgulho, o título de cidadãos do Porto e invocavam,
constantemente, os privilégios confirmados aos portuenses por vários monarcas. Entre esses privilégios os quais figuravam
os de não poderem ser presos, sem culpa formada; de poderem andar armados; e de
poderem vestir seda, mesmo em tempos de crise.
No alvorecer do século
XV foi o tempo, dos mesteirais, dos homens que viviam arruados segundo os seus
ofícios: os artífices do ouro e prata na Rua da Ourivesaria; os sapateiros na
Rua das Congostas; os surradores e peleiros na Rua dos Pelames; os espadeiros e
bainheiros na Rua da Bainharia; os homens do comércio na Rua dos Mercadores; os
ferreiros, anzoleiros e latoeiros, nas ruas de Ferraria de Cima e Ferraria de Baixo.
Cada um daqueles
ofícios correspondia a uma confraria, com estatutos e bandeira própria e
respectivo patrono: Santa Ana para os botoeiros, com altar na porta do mesmo
nome; Santo António para os tanoeiros, com capela na igreja de S. Francisco;
São Brás e S. José com altar em S. Francisco, para os carpinteiros, caixeiros,
violeiros e escultores de imagens; S. Crispim e S. Crispiniano para os
sapateiros, com capela na Rua da Biquinha; Nossa Senhora de Agosto e São Bom
Homem, com capela defronte da Sé, para os alfaiates; Nossa Senhora do Desterro
para os pasteleiros; Nossa Senhora da Batalha para os sirgueiros; São Jorge, na
igreja do Colégio dos meninos Órfãos de Nossa Senhora da Graça, para os
barbeiros; Nossa Senhora da Silva, na capela da Rua dos Caldeireiros, para os
ferreiros, serralheiros e anzoleiros.
Na Praça da Batalha,
funcionou na capela da Batalha a confraria dos sirgueiros, onde se reuniam os
irmãos da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, antes de se transferirem
para a sua nova igreja, no Carmo. ”
Com a devida vénia a Germano Silva
“O tráfico do
Brasil é grande e faz-se de dois modos: com licença ou sem ela. Esta paga-se ao
rei e aos favoritos. Quem a tem vai e volta direito àquele porto; os outros são
obrigados pelo governador do Brasil a voltar com o grosso da frota e a
desembarcar na Aduana de Lisboa. O fruto da permissão é poder carregar e partir
antes da frota, pelo que ao chegar, mesmo que não seja muito antes dela, se põe
o açúcar a preço mais alto.
(…) Levam do
Porto para o Brasil infinitos panos ordinários que se fazem nas redondezas,
azeites, vinhos, farinha, peixe, cordames e aguardente, e de lá trazem o que
traz a frota, isto é, açúcares, etc.
Crónica do Conde Lorenzo Magalotti (viagem de Cosme de Médicis a
Espanha e Portugal - 1668/1669) – Fonte: “portoarc.blogspot.pt”
A partir de meados
do século XVIII, a presença de cidadãos estrangeiros na cidade do Porto
acentua-se, com a sua ligação aos mais diversos sectores da actividade
económica.
Durante o século XIX, essa comunidade estrangeira é o motor dos negócios.
O “Almanaque Comercial, Judicial e Administrativo do Porto e seu distrito” dava conta dos negociantes estrangeiros da cidade do Porto (excluídos os brasileiros), em 1854, das suas residências e escritórios e a seguir referidos:
‒ Alexandre Miller & C.a, freg. de Campanhã, lugar do Padrão. Esc. rua de S. João, 59.
‒ A. M. Fleming, rua dos Quartéis da Torre da Marca, 53.
‒ Alexandre Teodoro Glama, lugar dos Carvalhos. Esc. rua de Belomonte, 91.
‒ Alfredo Allen, rua da Bandeirinha, 36.
‒ Anselmo Courrèges, praça da Cordoaria, 12.
‒ António Pereira Baquet, rua de Santo António, 61.
‒ Artur Archer, rua do Rosário, 87.
‒ Artur Archer & Sousa, rua do Reboleira, 56.
‒ Ashton & M. Lagan, rua dos Ingleses, 86, 2.º andar.
‒ Ashword, Wilton & C.a, rua de Belomonte, 107.
‒ Augusto Guilherme Moller, rua do Príncipe, 158. Esc. Rua dos Ingleses, 22.
‒ Burmester & C.a, rua do Calvário, 38.
‒ Butler, Nephew & C.a, rua dos Ingleses, 58.
‒ Benjamin Franklin, rua do Rosário, 53. Esc. rua de S. Francisco, 14, 1.º andar.
‒ Cabel Roope, largo da Aguardente.
‒ Artur Archer, rua do Rosário, 87.
‒ Carlos Coverley, rua dos Ingleses, 52.
‒ Carlos Diogo Spencer, largo de Massarelos, 2.
‒ Carlos Frederico Friedlein, rua de S. João Novo, 2.
‒ Carlos João Kunhardt, rua dos Carrancas, 66.
‒ Carlos Luís Gubian, rua de Belomonte, 94.
‒ Casaes e Filho, bateria da Vitória, 5.
‒ C. H. Noble & Murat, rua dos Ingleses, 51.
‒ C. N. Kopke & C.a, rua da Reboleira, 56.
‒ Charles F. Wilton, rua de Cedofeita, 311.
‒ Charles Henry Noble, S. João da Foz.
‒ Charles & James Shaw Júnior, rua de Belomonte, 94.
‒ Charles Kingston, rua de Cedofeita, 113.
‒ Cockburn, Smith & C.a, Esc. no edifício da praça do Comércio, 1.º andar.
‒ Cornelius Steur, rua de Cedofeita, 57
‒ Croft & C.a, rua de S. Francisco, 6.
‒ David Hargreaves, Massarelos, cais da Paixão, 24.
‒ Diedrich Matt.s Feuerheerd Júnior & C.a, Vilar, rua da Pena. Esc. rua de Belomonte, 100.
‒ Duarte Guilherme Allen, rua do Bonjardim, 570.
‒ Ed.o & Alfredo Allen & C.a, rua da Bandeirinha, 36. Esc. rua da Alfândega, 4.
‒ E. A. Kopke, Massarelos, Bicalho, 11.
‒ Eduardo Atkinson, rua da Piedade, 11.
‒ Eduardo Katzenstein, rua do Rosário, 45. Esc. rua de Belomonte, 84.
‒ Eduardo Kebe & C.a, rua do Almada, 185. Esc. rua das Taipas, 6.
‒ Eduardo Moser, rua dos Ingleses, 59.
‒ F. F. B. Shore, rua das Taipas, 89.
‒ F. M. van der Niepoort, rua das Taipas, 6.
‒ Félix Fernandes de Torres & C.a, rua de Belomonte, 117.
‒ Francisco Xavier Oberlechner, praça de D. Pedro, 76.
‒ Friedlein & C.a, rua de S. João Novo, 32.
‒ George Henry Hastings, rua das Congostas, 153.
‒ George Reid, rua do Rosário, 75. Esc. rua dos Ingleses, 76.
‒ George Sandman, praça da Cordoaria, sem número.
‒ George Whistler, rua das Taipas, 8.
‒ Godefrey & C.a, rua dos Ingleses, 64.
‒ Guilherme & John Graham & C.a, rua dos Ingleses, 36.
‒ Guilherme Jorge Roughton, rua do Campo Pequeno, 15. Esc. rua dos Ingleses, 60.
‒ Guilherme J. Wright, rua dos Ingleses, 88.
‒ Heitor Guichard, largo da Porta de Carros, 11.
‒ Henrique Donaldson & C.a, rua dos Ingleses, 6.
‒ Henrique Riesenberger, rua de S. Miguel, 55. Esc. rua dos Ingleses, 68.
‒ Henry Wilcock, rua da Restauração, 49.
‒ Herman L Soltau, rua do Calvário, 38.
‒ Hooper Brothers, rua de S. Francisco, 14, 2.º andar.
‒ Hunt, Roope Teage & C.a, rua dos Ingleses, 54.
‒ J. Buisson, rua de Santo António, 22.
‒ J. R. Mesnier, ao Carvalhido (9 de Junho).
‒ James Church Bailey & C.a, rua de S. Francisco, 21.
‒ James Dawson Harris, rua da Batalha, 9.
‒ James Dow, rua de Entre Quintas.
‒ João Alexandre Fladgate, Foz, Alegria, 2.
‒ João Cassels, Vilar, rua de Santo Amaro, 43. Esc. rua dos Ingleses, 62.
‒ João Garrard, Candal. Esc. Banhos, 126.
‒ João H. Andresen, rua dos Ingleses, 12
‒ João Spratley, rua de S. Nicolau, 22, 2.º andar.
‒ João Tomás Quillinan, rua de Cedofeita, 436.
‒ John F. Delaforce, rua da Bandeirinha, 53.
‒ John Lambert, rua de Entre Quintas.
‒ John Q. Murat, Póvoa de Vilar, Quinta da Pova [Póvoa?].
‒ Jorge A. Redpath, rua dos Carrancas, 63. Esc. rua S. João Novo, 34.
‒ José James Forrester, Vila Nova, Quinta dos Bruns [Brownes?]. Esc. rua dos Ingleses, 83.
‒ José Jones, rua dos Carrancas, 59. Esc. rua dos Ingleses, 58.
‒ José Robert Wirig, Vila Nova, Candal.
‒ Kingston & Sons, rua de S. Francisco, 6, 1.º andar.
‒ Kreibig & Finger, rua do Ferreira Borges, 15.
‒ Lambert & C.a, Vila Nova, Choupelo.
‒ M. J. Elles, rua de Malmerendas, 7.
‒ Manuel Clamouse Browne, rua dos Carrancas, 40. Esc. rua dos Ingleses, 81.
‒ Martinez Gassiot & C.a, Vila Nova, aos Queimados.
‒ Moré & C.a, Calçada dos Clérigos, 58.
‒ Moser & C.a, rua dos Ingleses, 58.
‒ Nicholas Dixon Land Theage, Campo Pequeno.
‒ Nicholas Pike, rua dos Carrancas, 51. Esc. rua de S. Francisco, 7.
‒ Offley, Webber & Cramp. Esc. na praça do Comércio, 1.º andar.
‒ Osborn & Spencer, rua da Reboleira, 57 e 58.
‒ P. M. Lagan, rua dos Ingleses, 86.
‒ Raws & Tait, rua dos Ingleses, 56.
‒ Ricardo Kooper & Filhos, rua de S. Francisco, 14.
‒ Ricardo Wilcock, rua da Restauração, 49. Esc. Vila Nova, Quinta de Prebenda, 40.
‒ Robert Orbon, rua da Piedade, 7.
‒ Robert Reid, freg. de Campanhã, Vilar do Allen. Esc. rua de S. Francisco, 21.
‒ Roberto Henrique Russel, rua dos Ingleses, 52.
‒ Rocher, Wigham & C.a, rua de Belomonte, 110.
‒ Sandman & C.a, Vila Nova, rua dos Marinheiros, 33.
‒ Smith Woodhouse & C.a, rua de S. Francisco 21, 1.º andar.
‒ T. & F. Kirkby, rua de S. Francisco, 14.
‒ T. I. Smith, rua de Belomonte, 100.
‒ Taylor, Fladgate & Yeatman, rua de Belomonte, 110.
‒ Tomás Archer, rua da Bandeirinha, 34.
‒ Tomás C. Wigham, rua dos Carrancas, 70. Esc. rua de Belomonte, 110.
‒ Tomás H. Whitley, rua do Rosário, 78. Esc. rua dos Ingleses, 83.
‒ Tomás P. Chassereau, rua dos Ingleses, 88.
‒ Tuke Holdsworth, rua dos Ingleses, 54.
‒ Van Zellers & C.a, rua de S. Francisco, 2.
‒ W. A. Tait, rua dos Ingleses, 56.
‒ Warre & C.a, rua dos Ingleses, 51.
‒ William Stannius & C.a, Cimo do Muro, 64.
Durante o século XIX, essa comunidade estrangeira é o motor dos negócios.
O “Almanaque Comercial, Judicial e Administrativo do Porto e seu distrito” dava conta dos negociantes estrangeiros da cidade do Porto (excluídos os brasileiros), em 1854, das suas residências e escritórios e a seguir referidos:
‒ Alexandre Miller & C.a, freg. de Campanhã, lugar do Padrão. Esc. rua de S. João, 59.
‒ A. M. Fleming, rua dos Quartéis da Torre da Marca, 53.
‒ Alexandre Teodoro Glama, lugar dos Carvalhos. Esc. rua de Belomonte, 91.
‒ Alfredo Allen, rua da Bandeirinha, 36.
‒ Anselmo Courrèges, praça da Cordoaria, 12.
‒ António Pereira Baquet, rua de Santo António, 61.
‒ Artur Archer, rua do Rosário, 87.
‒ Artur Archer & Sousa, rua do Reboleira, 56.
‒ Ashton & M. Lagan, rua dos Ingleses, 86, 2.º andar.
‒ Ashword, Wilton & C.a, rua de Belomonte, 107.
‒ Augusto Guilherme Moller, rua do Príncipe, 158. Esc. Rua dos Ingleses, 22.
‒ Burmester & C.a, rua do Calvário, 38.
‒ Butler, Nephew & C.a, rua dos Ingleses, 58.
‒ Benjamin Franklin, rua do Rosário, 53. Esc. rua de S. Francisco, 14, 1.º andar.
‒ Cabel Roope, largo da Aguardente.
‒ Artur Archer, rua do Rosário, 87.
‒ Carlos Coverley, rua dos Ingleses, 52.
‒ Carlos Diogo Spencer, largo de Massarelos, 2.
‒ Carlos Frederico Friedlein, rua de S. João Novo, 2.
‒ Carlos João Kunhardt, rua dos Carrancas, 66.
‒ Carlos Luís Gubian, rua de Belomonte, 94.
‒ Casaes e Filho, bateria da Vitória, 5.
‒ C. H. Noble & Murat, rua dos Ingleses, 51.
‒ C. N. Kopke & C.a, rua da Reboleira, 56.
‒ Charles F. Wilton, rua de Cedofeita, 311.
‒ Charles Henry Noble, S. João da Foz.
‒ Charles & James Shaw Júnior, rua de Belomonte, 94.
‒ Charles Kingston, rua de Cedofeita, 113.
‒ Cockburn, Smith & C.a, Esc. no edifício da praça do Comércio, 1.º andar.
‒ Cornelius Steur, rua de Cedofeita, 57
‒ Croft & C.a, rua de S. Francisco, 6.
‒ David Hargreaves, Massarelos, cais da Paixão, 24.
‒ Diedrich Matt.s Feuerheerd Júnior & C.a, Vilar, rua da Pena. Esc. rua de Belomonte, 100.
‒ Duarte Guilherme Allen, rua do Bonjardim, 570.
‒ Ed.o & Alfredo Allen & C.a, rua da Bandeirinha, 36. Esc. rua da Alfândega, 4.
‒ E. A. Kopke, Massarelos, Bicalho, 11.
‒ Eduardo Atkinson, rua da Piedade, 11.
‒ Eduardo Katzenstein, rua do Rosário, 45. Esc. rua de Belomonte, 84.
‒ Eduardo Kebe & C.a, rua do Almada, 185. Esc. rua das Taipas, 6.
‒ Eduardo Moser, rua dos Ingleses, 59.
‒ F. F. B. Shore, rua das Taipas, 89.
‒ F. M. van der Niepoort, rua das Taipas, 6.
‒ Félix Fernandes de Torres & C.a, rua de Belomonte, 117.
‒ Francisco Xavier Oberlechner, praça de D. Pedro, 76.
‒ Friedlein & C.a, rua de S. João Novo, 32.
‒ George Henry Hastings, rua das Congostas, 153.
‒ George Reid, rua do Rosário, 75. Esc. rua dos Ingleses, 76.
‒ George Sandman, praça da Cordoaria, sem número.
‒ George Whistler, rua das Taipas, 8.
‒ Godefrey & C.a, rua dos Ingleses, 64.
‒ Guilherme & John Graham & C.a, rua dos Ingleses, 36.
‒ Guilherme Jorge Roughton, rua do Campo Pequeno, 15. Esc. rua dos Ingleses, 60.
‒ Guilherme J. Wright, rua dos Ingleses, 88.
‒ Heitor Guichard, largo da Porta de Carros, 11.
‒ Henrique Donaldson & C.a, rua dos Ingleses, 6.
‒ Henrique Riesenberger, rua de S. Miguel, 55. Esc. rua dos Ingleses, 68.
‒ Henry Wilcock, rua da Restauração, 49.
‒ Herman L Soltau, rua do Calvário, 38.
‒ Hooper Brothers, rua de S. Francisco, 14, 2.º andar.
‒ Hunt, Roope Teage & C.a, rua dos Ingleses, 54.
‒ J. Buisson, rua de Santo António, 22.
‒ J. R. Mesnier, ao Carvalhido (9 de Junho).
‒ James Church Bailey & C.a, rua de S. Francisco, 21.
‒ James Dawson Harris, rua da Batalha, 9.
‒ James Dow, rua de Entre Quintas.
‒ João Alexandre Fladgate, Foz, Alegria, 2.
‒ João Cassels, Vilar, rua de Santo Amaro, 43. Esc. rua dos Ingleses, 62.
‒ João Garrard, Candal. Esc. Banhos, 126.
‒ João H. Andresen, rua dos Ingleses, 12
‒ João Spratley, rua de S. Nicolau, 22, 2.º andar.
‒ João Tomás Quillinan, rua de Cedofeita, 436.
‒ John F. Delaforce, rua da Bandeirinha, 53.
‒ John Lambert, rua de Entre Quintas.
‒ John Q. Murat, Póvoa de Vilar, Quinta da Pova [Póvoa?].
‒ Jorge A. Redpath, rua dos Carrancas, 63. Esc. rua S. João Novo, 34.
‒ José James Forrester, Vila Nova, Quinta dos Bruns [Brownes?]. Esc. rua dos Ingleses, 83.
‒ José Jones, rua dos Carrancas, 59. Esc. rua dos Ingleses, 58.
‒ José Robert Wirig, Vila Nova, Candal.
‒ Kingston & Sons, rua de S. Francisco, 6, 1.º andar.
‒ Kreibig & Finger, rua do Ferreira Borges, 15.
‒ Lambert & C.a, Vila Nova, Choupelo.
‒ M. J. Elles, rua de Malmerendas, 7.
‒ Manuel Clamouse Browne, rua dos Carrancas, 40. Esc. rua dos Ingleses, 81.
‒ Martinez Gassiot & C.a, Vila Nova, aos Queimados.
‒ Moré & C.a, Calçada dos Clérigos, 58.
‒ Moser & C.a, rua dos Ingleses, 58.
‒ Nicholas Dixon Land Theage, Campo Pequeno.
‒ Nicholas Pike, rua dos Carrancas, 51. Esc. rua de S. Francisco, 7.
‒ Offley, Webber & Cramp. Esc. na praça do Comércio, 1.º andar.
‒ Osborn & Spencer, rua da Reboleira, 57 e 58.
‒ P. M. Lagan, rua dos Ingleses, 86.
‒ Raws & Tait, rua dos Ingleses, 56.
‒ Ricardo Kooper & Filhos, rua de S. Francisco, 14.
‒ Ricardo Wilcock, rua da Restauração, 49. Esc. Vila Nova, Quinta de Prebenda, 40.
‒ Robert Orbon, rua da Piedade, 7.
‒ Robert Reid, freg. de Campanhã, Vilar do Allen. Esc. rua de S. Francisco, 21.
‒ Roberto Henrique Russel, rua dos Ingleses, 52.
‒ Rocher, Wigham & C.a, rua de Belomonte, 110.
‒ Sandman & C.a, Vila Nova, rua dos Marinheiros, 33.
‒ Smith Woodhouse & C.a, rua de S. Francisco 21, 1.º andar.
‒ T. & F. Kirkby, rua de S. Francisco, 14.
‒ T. I. Smith, rua de Belomonte, 100.
‒ Taylor, Fladgate & Yeatman, rua de Belomonte, 110.
‒ Tomás Archer, rua da Bandeirinha, 34.
‒ Tomás C. Wigham, rua dos Carrancas, 70. Esc. rua de Belomonte, 110.
‒ Tomás H. Whitley, rua do Rosário, 78. Esc. rua dos Ingleses, 83.
‒ Tomás P. Chassereau, rua dos Ingleses, 88.
‒ Tuke Holdsworth, rua dos Ingleses, 54.
‒ Van Zellers & C.a, rua de S. Francisco, 2.
‒ W. A. Tait, rua dos Ingleses, 56.
‒ Warre & C.a, rua dos Ingleses, 51.
‒ William Stannius & C.a, Cimo do Muro, 64.
“O Porto foi, durante muito tempo da sua
história, a cidade mais comercial do país. Porém não podemos desprezar a sua
grande importância industrial, sobretudo a partir do séc. XIX.
Em 1877 havia na cidade 404 fábricas.
Destacam-se: 10 de cerveja, 22 de chapéus, 4 de tabaco, 11 de curtumes, 11
pichelarias, 17 tinturarias, 24 serralharias, mais de 100 de fiação e tecidos
de seda e algodão, 28 de galões e passamanarias, 46 padarias, 11 refinarias de
açúcar e muitas outras de outras especialidades. Poder-se-á dizer que o Porto
não só se auto abastecia como exportava muitos dos artefactos aqui produzidos.
As zonas mais industriais eram as ribeirinhas e as do Porto Centro e
Nascente.
Hoje é uma cidade de serviços e muito pouco
industrializada. Por uma questão de preço dos terrenos, custo da mão-de-obra e
fácil ligação rodo-ferroviária as indústrias começaram a deslocar-se para o
Minho, à altura unicamente dedicada à agricultura”.
In portoarc.blogspot
15.1 Unidades
Industriais
No século XIX o desenvolvimento industrial acelera.
Ao comércio do vinho do Porto feito principalmente por
famílias inglesas que se instalam na cidade e nas margens do rio Douro
juntam-se as inúmeras instalações industriais.
Entre muitas outras, as principais eram: Fábrica de Tecidos de Seda de
Raimundo J. Martins (1828); Fundição de Massarelos (1851); Fábrica
de Tecidos de Algodão (1850); Fábrica de Fiação e Tecidos de Algodão e Lã na
Rua da Paz; Fábrica de Fiação Portuense na Rua de Montebelo (1863); Fábrica
de Pás de Ferro no Bonfim; Fábrica de Lanifícios de Lordelo
remodelada em 1853; Fábrica de Fundição do Bicalho; Fábrica de Chapéus Costa Braga
na Rua Firmeza (1865); Fábrica de Seda de Manuel C. Moreira
na Rua da Boavista; Fábrica de Seda de João M. Pimenta na Rua Santa
Catarina e Fábrica de Seda de Francisco José Nogueira na Rua da Alegria
(1855).
Localização na planta
redonda de Balck, da indústria da cidade do Porto, em 1820 – Fonte: Exposição
promovida na Casa do Infante pela CMP, durante as comemorações do bicentenário
da revolta do 24 de Agosto de 1820
Legenda da gravura acima, devendo notar-se que a planta redonda não
contemplava algumas áreas limítrofes, como é o caso de Campanhã e de Lordelo do
Ouro:
A indústria da
chapelaria encontrava-se, sobretudo, na Rua de Santo António.
Um núcleo importante
de produção de artigos têxteis localizava-se ao cimo da Rua da Alegria, próximo
do Monte dos Congregados e, um outro, junto a Mijavelhas (Campo 24 de Agosto,
antes, Largo da Feira dos Bois).
A importante indústria
de velas de sebo estava, em força, por Miragaia
A indústria de curtumes
de sola ocupava, preferencialmente, a zona de Campanhã.
Fundições e Metalurgias
No sector da
metalurgia, no Porto, havia na década de 80 do século XIX, várias fundições de
ferro.
Em 1885, o Almanach Comercial de Lisboa dava conta das seguintes.
Pelo Cais das Pedras, nº 28, em Massarelos, esteve em 1844,
ainda que, de forma efémera, a Fundição
de Wild & Hibbard.
No Cais das Pedras, nº 1, esteve também, em 1844, a Fundição de Bernardo Francisco de Oliveira & Cª, mas que no ano seguinte já não é referenciada.
Por aqui esteve também desde 1844, mas com vida mais estável até 1909, a Fundição da Boa Viagem de Joaquim Baptista Moreira, embora sem grande expressão no tecido industrial.
O sector haveria de ser dominado, até ao fim do século XIX, pelas duas maiores, a Fundição de Massarelos e a Fundição do Ouro, que empregavam dois terços da mão-de-obra e utilizavam metade da força motriz.
Na Fundição de Massarelos trabalhavam 220 operários, sob a supervisão de um engenheiro inglês.
A Fundição do Ouro, com 145 operários, era dirigida pelo proprietário, Luís de Sousa Cruz, ex-administrador da Fundição do Bicalho. Este Luís Cruz viria a dar o nome à rua que vai da Rua das Condominhas para o miradouro de Santa Catarina.
“Foram alguns ingleses os principais impulsionadores da indústria de fundição no Porto e também os introdutores das primeiras máquinas a vapor na cidade. Existe, aliás, uma íntima ligação entre um acontecimento e outro: em 1845, das 4 máquinas a vapor existentes no Porto, 3 estariam aplicadas à fundição. O próprio despertar precoce da industrialização no Porto, teve bastante influência na subsequente importância das suas fábricas de fundição. Como se sabe, as maiores fundições podiam produzir verdadeiras máquinas a vapor.
Onde existissem boas fundições, existiria maior
facilidade de instalação de novas
indústrias.
A Companhia de Artefactos e Metais
que ficou também conhecida por
Fundição do Rosário, tinha sido uma anterior serralharia produzindo fogões e
alambiques e é das primeiras unidades do sector.
Em 1839 teve uma injecção de capital vindo da Companhia
de Artefactos de Algodão e Seda tendo passado a accionistas principais
Francisco Inácio Pereira Rubião, Manuel Clamouse Brown o Barão de Massarelos e
António Bernardo Ferreira.
A fábrica situava-se na Rua do Rosário nº 82.
Com a morte de Francisco Rubião em 1847 a unidade industrial caiu a pique.
A fábrica passaria para a família Correia de Faria (tendo José Correia de Faria sido indigitado para presidente da AI Portuense, o que não se concretizou por ter falecido em 1852), e em 1854, era propriedade da firma José Correia Lopes de Faria & filhos.
Em 1875 encerraria completamente.
A Fundição do Bicalho é considerada a primeira na cidade do Porto. Foi fundada em 1842 por David Hargreaves e John Eccles Martin e tinha como caixa Carlos Coverly que teve uma querela longa com o director da fábrica, Hargreaves.
A fábrica mudou sucessivamente de firma sendo
identificada em 1844 como Hargreaves & Cª e em 1845 teria apenas 7 operários.
Em 1848 era propriedade dos credores da massa falida e em 1849 constituiu-se uma nova sociedade Hargreaves & Kopke Cª.
Porém, em 1850 passa a sociedade anónima como Fundição do Bicalho, quando surge a figura de Gaspar da Cunha Lima, que seria posteriormente director da Fundição de Massarelos.
Em 1860 a situação era novamente de falência e Luís Ferreira de Sousa Cruz, até aí director fabril alternando no cargo com Charles Hargreaves parente de David Hargreaves, assume a liderança.
Em 1861 Luís Ferreira é o gerente e Charles Hargreaves o engenheiro.
Em 1863 a fábrica é arrematada por Eugénio Ferreira Pinto Basto que teve praticamente de começar do zero, pois, máquinas e moldes tinham sido levados por Luís Ferreira de Sousa Cruz.
Eugénio Pinto Basto fica aos comandos durante alguns anos, mas, parece que em 1875 a fábrica já estaria encerrada.
A produção era de ferramentas, máquinas a vapor, rodas e aparelhos hidráulicos e outra obra mais ligeira”.
Com a devida vénia a Francisco Queiroz, In “Subsídios Para a História das Fábricas de Fundição do Porto do Séc. XIX”
Em 1885, o Almanach Comercial de Lisboa dava conta das seguintes.
No Cais das Pedras, nº 1, esteve também, em 1844, a Fundição de Bernardo Francisco de Oliveira & Cª, mas que no ano seguinte já não é referenciada.
Por aqui esteve também desde 1844, mas com vida mais estável até 1909, a Fundição da Boa Viagem de Joaquim Baptista Moreira, embora sem grande expressão no tecido industrial.
O sector haveria de ser dominado, até ao fim do século XIX, pelas duas maiores, a Fundição de Massarelos e a Fundição do Ouro, que empregavam dois terços da mão-de-obra e utilizavam metade da força motriz.
Na Fundição de Massarelos trabalhavam 220 operários, sob a supervisão de um engenheiro inglês.
A Fundição do Ouro, com 145 operários, era dirigida pelo proprietário, Luís de Sousa Cruz, ex-administrador da Fundição do Bicalho. Este Luís Cruz viria a dar o nome à rua que vai da Rua das Condominhas para o miradouro de Santa Catarina.
“Foram alguns ingleses os principais impulsionadores da indústria de fundição no Porto e também os introdutores das primeiras máquinas a vapor na cidade. Existe, aliás, uma íntima ligação entre um acontecimento e outro: em 1845, das 4 máquinas a vapor existentes no Porto, 3 estariam aplicadas à fundição. O próprio despertar precoce da industrialização no Porto, teve bastante influência na subsequente importância das suas fábricas de fundição. Como se sabe, as maiores fundições podiam produzir verdadeiras máquinas a vapor.
A fábrica situava-se na Rua do Rosário nº 82.
Com a morte de Francisco Rubião em 1847 a unidade industrial caiu a pique.
A fábrica passaria para a família Correia de Faria (tendo José Correia de Faria sido indigitado para presidente da AI Portuense, o que não se concretizou por ter falecido em 1852), e em 1854, era propriedade da firma José Correia Lopes de Faria & filhos.
Em 1875 encerraria completamente.
A Fundição do Bicalho é considerada a primeira na cidade do Porto. Foi fundada em 1842 por David Hargreaves e John Eccles Martin e tinha como caixa Carlos Coverly que teve uma querela longa com o director da fábrica, Hargreaves.
Em 1848 era propriedade dos credores da massa falida e em 1849 constituiu-se uma nova sociedade Hargreaves & Kopke Cª.
Porém, em 1850 passa a sociedade anónima como Fundição do Bicalho, quando surge a figura de Gaspar da Cunha Lima, que seria posteriormente director da Fundição de Massarelos.
Em 1860 a situação era novamente de falência e Luís Ferreira de Sousa Cruz, até aí director fabril alternando no cargo com Charles Hargreaves parente de David Hargreaves, assume a liderança.
Em 1861 Luís Ferreira é o gerente e Charles Hargreaves o engenheiro.
Em 1863 a fábrica é arrematada por Eugénio Ferreira Pinto Basto que teve praticamente de começar do zero, pois, máquinas e moldes tinham sido levados por Luís Ferreira de Sousa Cruz.
Eugénio Pinto Basto fica aos comandos durante alguns anos, mas, parece que em 1875 a fábrica já estaria encerrada.
A produção era de ferramentas, máquinas a vapor, rodas e aparelhos hidráulicos e outra obra mais ligeira”.
Com a devida vénia a Francisco Queiroz, In “Subsídios Para a História das Fábricas de Fundição do Porto do Séc. XIX”
Publicidade à
Fundição do Bicalho, no "Jornal do Porto"
Anúncio da "Fundição do Bicalho", no "Jornal do Porto", de 26 de
Dezembro de 1859
Pé da coluna do
coreto da Cordoaria com a marca da Fundição do Bicalho-Ed. MAC
Fundição do Bicalho - Ed. Frederick William Flower
Cais do Bicalho e, a
meio da foto, com a sua chaminé, a Fundição do Bicalho
Gaspar da Cunha Lima já estava ligado à indústria da fundição, desde o início da década de 1840, como director da lisboeta “Companhia Perseverança” (antiga, José Pedro Collares Gomes & Irmão). Acompanha-o António Thomaz Negreiros.
A partir daí, a Fundição de Massarelos passa a ser propriedade da Companhia Aliança.
Em 1861, a “Companhia Alliança-Fundição de Massarelos” tinha como técnico principal William Hawke e como Director-Geral Gaspar da Cunha Lima.
Em 1881, a “Companhia Alliança-Fundição de Massarelos” remodela-se pela beneficiação das instalações e equipamentos. O director de fabrico continuava a ser William Hawke, mas a gestão estava a cargo de Joaquim Carvalho de Assunção.
Sabe-se que, em 1873, William Hawke tinha ido fundar a sua própria fábrica, a Fundição de Monchique, que funcionou em parte das instalações do antigo convento de Monchique, mas, em 1880, já estava de volta à fundição de Massarelos.
Em 14 de Agosto de 1882, a fábrica receberia a visita do rei Luiz I.
Em 1890, a Fundição de Massarelos surge denominada, apenas, como Companhia Aliança com sede na Rua da Praia de Massarelos nº 60, tendo assim se mantido até à República.
Em 1899, ocorre próximo da Fundição de Massarelos, na Rua D. Pedro V, em terreno arrendado à autarquia, conhecido por "entulheira" (por ter esse fim), a construção de uma unidade complementar na área da caldeiraria, a “Caldeiraria D. Pedro”, que obteve a licença camarária nº 128/1898.
Em 1904, a Direcção Fiscal e a Direcção técnica da Companhia
Aliança
Publicidade à Fundição de Massarelos, In “A Voz Pública” de
28 de Dezembro de 1906
Instalações primitivas da Fundição de Massarelos
Fundição de Massarelos da Companhia Alliança em estampa
publicitária
Publicidade à “Fundição de Massarelos”, no jornal “A Voz
Pública”, em 25 de Dezembro de 1895, já administrada pela Companhia Aliança
Cais de Massarelos e a Fundição de Massarelos, à direita
A Fundição de Massarelos, em 1920
Vista de parte da Fundição de Massarelos, na esquina com a
Rua da Boa Viagem
Folheto de divulgação da 1ª Exposição Industrial do Porto
Aspecto do stand nº1
da Companhia Aliança – Fonte revista “Ilustração Portugueza” de 16 de Julho de
1921
A Fundição da Arrábida foi uma outra unidade fabril do mesmo sector de actividade que esteve pela margem direita do rio Douro, próximo à área denominada das 18 braças.
Fundada em 1856, apenas se conhecem referências a partir de 1868.
Nesse ano era propriedade de Manuel José Fernandes Guimarães e situava-se no Lugar da Arrábida, junto ao rio e tinha por perto, a chamada Primeira Fonte da Arrábida
Em 1879, talvez o ano do seu falecimento, Manuel José Fernandes Guimarães solicita à Câmara do Porto, a realização de obras na fábrica, cujo requerimento vai obter a licença nº 11/1979, de 17 de Abril.
Em 1880, era já proprietária da unidade fabril a viúva de José Guimarães e a fundição era gerida por Jacinto Mendes Guimarães, certamente, um familiar dos donos.
Em 1881, a fábrica não seria mais que um barracão, com uma máquina de 3 cv, construída em 1876, na Fundição do Ouro.
Em 1890, no entanto, já possuía 117 trabalhadores e uma secção de forja, mas a máquina a vapor continuava a ser a mesma.
Acabou por especializar-se em grades e portões e, é com essa gama de produtos, que surge na Exposição Industrial Portuguesa, de 1891, realizada no Palácio de Cristal.
Neste ano, em Junho, em requerimento para a realização de obras na fábrica dirigido à Câmara do Porto, surge como proprietário, José Paulino da Silva.
A partir de 1895, a firma passa a ser denominada por ”Viúva Guimarães & Sobrinho”, até final do século XIX.
À esquerda, na margem direita do rio Douro, observam-se duas
chaminés no local onde se situou a Fundição da Arrábida, em vista obtida a
partir do Cais do Ouro, em 1904 – Ed. Arnaldo Soares
“A Fundição do Ouro é
fundada por Luís Ferreira de Sousa Cruz, antigo secretário na Fundição do
Bicalho.
Aquando da tomada de
posse da Fundição do Bicalho por Eugénio Ferreira Pinto Basto, em 1864, Sousa
Cruz abandonou a fábrica levando moldes e máquinas e instalou-se na Rua das
Condominhas nº 202 ao Cais do Ouro.
Depois de aí laborar
em barracões provisórios as instalações novas seriam inauguradas em 1866.
A partir de 1877 a
fábrica passa a contar com a colaboração dos filhos de Luís Ferreira e em 1889
pensa-se que encerrou temporariamente voltando a abrir em 1890 com propriedade
da Companhia Nacional de Fundição e Forjas de LIsboa com gerência de Adriano de
Sousa Cruz, filho de Luís Ferreira.
No ano seguinte passa
a Nova Companhia de Fundição do Ouro,
dirigida por Adriano de Sousa Cruz e em 1893 como firma Cruz & Filhos com gerência de Luís Ferreira de Sousa Cruz.
Em 1897 passa a
sociedade anónima tendo adquirido a Fundição
da Vitória que passa a funcionar como sucursal.
Pouco depois a fábrica
passa para a Companhia Aliança que já detinha a Fundição de Massarelos.
A Fundição da Vitória
começou por ser uma ampliação de uma serralharia fundada em 1851 na Rua da
Vitória nº 53 e pertencente a Manuel Luís Sentieiro. Depois de um prémio recebido
em 1861 na Exposição Industrial desse ano, em 1880 já tem uma dimensão
razoável, pois, é citada num inquérito industrial de 1881 e, em 1890 vai já ser
considerada como uma fundição, sita na Rua da Vitória nº 148.
Com o devido crédito
a Francisco Queiroz in Subsídios Para a História das Fábricas de Fundição do
Porto do Séc. XIX
“(…) Sousa Cruz decide então instalar-se por
conta própria, fundando a sua própria fábrica metalúrgica, logo em 1864. Apesar
de se debater com carência de capitais, conseguiu erguer rapidamente três
barracões de madeira, no Campo de Ferreiros, freguesia de Lordelo do Ouro,
dando ali logo início à actividade da nova fábrica - a que chamou Fundição do
Ouro. As instalações definitivas, ocupando uma área de 3000 metros quadrados,
foram inauguradas dois anos mais tarde, em 15 de Agosto de 1866, numa cerimónia
em que estiveram presentes as principais autoridades e figuras notáveis da
Cidade Invicta. Foram inúmeras as vicissitudes que a Fundição do Ouro conheceu
ao longo da sua existência, as quais conduziram, por diversas vezes, a novas
razões sociais, principalmente durante a última década do século passado. No
início do séc. XX, a Fundição do Ouro readquiriu a sua estabilidade económica e
empresarial, ao integrar a Companhia Aliança, a qual já era proprietária da
mais importante fábrica metalúrgica do Porto, a Fundição de Massarelos. No
princípio da década de 1980, após 125 anos de actividade, a Fundição do Ouro
(Companhia Aliança) encerra definitivamente a laboração”.
Com o devido crédito
a José Manuel Lopes Cordeiro, jornal Público em 25 Abril de 1999
Publicidade à “Fundição do Ouro” publicada no “Jornal do
Porto” de 25 de Dezembro de 1891
Aqui ao cimo da Rua
do Aleixo esteve a Fundição do Ouro - Fonte: Google maps
Em Maio de 1894, após o anterior encerramento da unidade
industrial, as instalações, os terrenos (14.000 m2) e o espólio da fábrica são
alvos de uma penhora e, em Novembro desse ano, ocorrerá a sua arrematação em
hasta pública.
O texto que se segue, é um excerto de um artigo de Manuel
Lopes Cordeiro, publicado no jornal “Público”, em 25 de abril de 1999, que dá
conta da situação vivida com o espólio da Fundição do Ouro e do desaparecimento
da história de duas unidades industriais icónicas da cidade, já que, a partir
de 1975, o espólio da Fundição de Massarelos tinha ficado à guarda da Fundição
do Ouro.
“Por sua vez, e
pressionado pela necessidade de realizar capital para fazer face à grave
situação em que se encontrava, o proprietário da Fundição do Ouro (Companhia
Aliança) apresenta uma proposta de venda das instalações e do seu espólio,
tentando que o Estado as adquirisse, com vista a instalar a exposição de
arqueologia industrial que o então Instituto Português do Património Cultural
(IPPC) estava a organizar, assim como o futuro Museu da Indústria.
(…) O tempo foi
passando e, inevitavelmente, o proprietário da fábrica veio a ser executado
judicialmente, perdendo-se qualquer possibilidade de salvaguardar aquele
património. Apesar deste desaire, em 28 de Setembro de 1989, o então IPPC
(actual IPPAR - Instituto Português do Património Arquitectónico) emitiu um
parecer favorável à protecção legal de uma parte daquele património,
considerando em vias de classificação um conjunto de equipamentos industriais
(uma galga, três pontes rolantes e um martelo-pilão) e ainda seis quadros a
óleo representando os fundadores e administradores da empresa.
(…) Já anteriormente,
em 29 de Julho de 1989, o IPPC tinha determinado a classificação de sessenta
pastas, contendo 23.000 desenhos de moldes, peças de fundição e caldeiraria,
acervo com base no qual se poderia reconstituir toda a produção da Fundição do
Ouro - e, também, da Fundição de Massarelos, pois, quando esta fechou, em 1975,
o seu acervo documental foi incorporado no da Fundição do Ouro, dado
pertencerem ambas à Companhia Aliança - ou seja, toda a produção metalúrgica
das duas mais importantes fábricas do Porto, desde 1852, data da fundação da
Fundição de Massarelos”.
(…) Torna-se
desnecessário salientar a tragédia que constituiu a perda de todo este conjunto
patrimonial, tanto para a história da indústria portuguesa, como para a memória
de uma cidade onde a indústria metalúrgica desempenhou um papel tão importante.
O mais grave, contudo, é que as escassas medidas de salvaguarda então
decretadas - como a preservação "in situ" dos portões e do
gradeamento - nunca foram respeitadas, nem as entidades responsáveis se
preocuparam em fazê-las respeitar”.
A Fundição da Vitória (Victória),
localizada na Rua da Vitória, nº 148, começaria por ser uma pequena
serralharia nessa rua, no nº 53. Era propriedade de Manuel Luís Sentieiro, que
ficaria também conhecido, por ser o dono do Restaurante Sentieiro, instalado na
Rotunda da Boavista.
Foi das suas oficinas, que saiu o gradeamento que ladeia a
Rua Nova da Alfândega, desde o começo da Rua da Reboleira até ao cais de Monchique.
Politicamente, esteve ligado ao partido Progressista e os seus adversários atribuíam
o fornecimento daquele gradeamento à sua filiação partidária.
Os seus discursos políticos ficaram famosos pelo
incumprimento das normas gramaticais da língua de Camões.
Em 1897, a Fundição da Vitória é adquirida pela Nova Companhia de Fundição do Ouro.
Postal dos correios de publicidade à “Fundição da Vitória”
A Fundição do
Bolhão, por sua vez, foi uma das
mais importantes fundições do Século XIX, fundada em 1847.
Joaquim Ribeiro Faria
Guimarães (1807-1879), um importante empresário oitocentista da cidade, era o
proprietário e geria a célebre Fundição do Bolhão, que tinha as suas
instalações junto ao mercado do mesmo nome e tinha sido fundada pelo seu pai,
Joaquim António da Silva Guimarães.
Criou, em 1857, a
Fábrica de Lanifícios do Lordelo e era ainda proprietário de uma tipografia
onde se fazia a impressão de vários periódicos (O Athleta, A Coallisão e O
Nacional), tendo desempenhado cargos de presidência em várias instituições
oficiais e parlamentares. Foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto.
Os seus biógrafos
dizem que foi um grande benemérito da cidade. Sabe-se que incluiu a comissão de
cidadãos portuenses que, em 1854, pugnou pela instalação do Asilo de
Mendicidade na antiga Praça da Alegria e, nessa qualidade, ofereceu
gratuitamente todos os tubos de ferro que foram necessários para encanar a água
desde a fonte da Rua das Fontainhas até aquele Asilo.
Faria Guimarães
conjuntamente com Vitorino Damásio como director técnico da fundição
introduziram a indústria do fabrico da louça de ferro fundido esmaltada e
estanhada a banho, na Fundição do Bolhão.
Em 1849, Vitorino
Damásio encabeçou um movimento de que fazia parte também Faria Guimarães que
levou à criação da Associação Industrial Portuense, hoje Associação Empresarial
de Portugal, da qual foi, mais tarde, o seu terceiro presidente.
Por sua vez, entre 1852
e 1854, Faria Guimarães seria o primeiro presidente da Associação Industrial
Portuense”.
Com a devida vénia a
Francisco Queiroz in Subsídios Para a História das Fábricas de Fundição do Porto
do Séc. XIX
Estátua de José Vitorino Damásio, no jardim, junto à Rua Diogo
Botelho
“A fundição do
BOLHÃO está localisada no centro da cidade, na rua sobranceira ao mercado
d'este nome, e consiste n'um recinto vasto mas baixo onde estão congregadas
todas as oficinas. O machinismo é em geral velho e de typos em grande parte já
substituídos na industria. Tem duas caldeiras tubulares desenvolvendo 12
cavallos de forca cada uma, trabalhando aiternadamente, e alimentando a machina
motriz fixa, d'um cylindro vertical, construida na fabrica VULCANO de Lisboa e
comprada já em segunda mão em 1857. O BOLHÃO tem como indústrias accessorias a
serração de madeira e o fabrico de tubos de chumbo; espécies que serão
estudadas, com os outros elementos dessas indústrias nos seus respectivos
lugares. No BOLHÃO, sob a administração dos indutriaes, a direcção está a cargo
de João de Sousa Soares, discípulo do Instituto Industrial do Porto,
ex-operario do Ouro, e que está ao serviço do BOLHÃO desde 1871”
In Relatório do Inquérito Industrial de 1881
Vitorino Damásio viria a ser o fundador das Escolas
Industriais de Lisboa e no Porto.
Devido à simpatia de que desfrutava junto do Duque de
Saldanha, Vitorino começa a passar longas temporadas, em Lisboa, em missões
governamentais e na direcção da Escola Industrial da capital.
Fundada em 1847, a Fundição do Bolhão localizava-se na Rua de Fernandes Tomás, nº 8 e, a partir de 1861, na Rua Fernandes Tomás, nº352, após a reestruturação dos números de polícia das casas, da autoria do visconde de Gouveia.
A liderança da fundição é de Joaquim Ribeiro de Faria Guimarães até 1865 com Vitorino Damásio dado como engenheiro, mas com ausências prolongadas em Lisboa.
Em 1865, a Fundição do Bolhão é já propriedade de Costa Basto
& Irmão e passará, em 1880, a Costa Basto & Cª.
Desde 1871, a fábrica passa a ser dirigida por João de Sousa
Soares, antigo funcionário da fundição do Ouro.
Em 1881, a fábrica tinha máquinas obsoletas e não conseguia
produzir peças de louça de qualidade (louça de ferro estanhada) de 900 g. Apenas tinha sucesso em peças de 1200 g. Tinha ainda instalações de serração de
madeiras e fabrico de tubos de chumbo.
Em 1909, a fundição era propriedade de Maria Luísa Bastos de Azevedo Campos e Zélia Damásio Ribeiro Basto, tendo como gerente António Ariosto de Azevedo Campos.
Em 1911, a Fundição do Bolhão vai fornecer ao Jardim de S. Lázaro o seu segundo coreto, em substituição do que aí existia desde 1873.
Entre 1890 e 1920, a fábrica vai ter grande sucesso no
fabrico de portões de luxo e gradeamentos.
Por curiosidade, se aponta que todo o gradeamento exterior e
dos jardins interiores do Hospital Conde de Ferreira, bem como os seus inúmeros
portões, foram executados pela Fundição do Bolhão.
Pormenor do gradeamento do Hospital do Conde de Ferreira
O Mercado do Bolhão, em vista aérea de c. 1930
Na foto acima, em frente à entrada Norte do mercado do Bolhão
(no canto superior direito), vê-se o terreno fruto da demolição da Estamparia do
Bolhão e, à esquerda, o edifício da Fundição do Bolhão, que seria demolido para
dar lugar ao Palácio do Comércio e ao troço da Rua de Sá da Bandeira, entre a Rua de Fernandes Tomás e a
Rua de Gonçalo Cristovão.
Aspecto do interior da Fundição do Bolhão, sita na Rua
Fernandes Tomás, nº 352, quando era propriedade de Costa Basto & Cª –
Fonte: cartão comercial
A Fundição de Fradelos foi fundada em 1877 por
António Lopes dos Santos, que também foi nela, operário, oriundo da Fundição de
Massarelos.
Situada no gaveto da Rua de Guedes de Azevedo e da Rua do
Bolhão, a Fundição de Fradelos (um pouco a Norte e atrás da Fundição do
Bolhão), em 22 de Novembro de 1888 ganharia um processo de concurso para execução
e fornecimento de 200 bocas de incêndio e rega, cuja adjudicação é feita a
António Lopes dos Santos (Fundição de Fradelos), representado por José Batista
Teles Guimarães.
Em 1889, possuía uma máquina de 7 cv, tinha um capital social
de 2.800$000 e 14 trabalhadores.
Em 2 de Setembro de 1890, José Baptista Teles Guimarães, antigo
gerente da Fundição de Fradelos, dava conta no “Jornal do Porto” de que estava
estabelecido com uma nova Fábrica de Fundição de ferro e outros metais, na Viela
das Liceiras, 99-107.
Em virtude daquele abandono, a partir de 1892, a fábrica de Fradelos, passa a ter denominação de “Barros & Praça”, assumindo a liderança o engenheiro Dinis Joaquim Praça e, em 1894, passava a “Praça & Filhos”.
Por isso, em meados de 1896, num outro processo de concurso para arrematação da tarefa de fornecimento de 16 bocas para incêndio e rega, a adjudicação é feita já a “Praça & Filhos”, proprietários da Fundição de Fradelos, que a teriam adquirido em 1892.
O tal Praça foi, de seu nome completo, Dinis Joaquim Praça, nascido em 1860 em Massarelos, filho de um tal Joaquim Francisco Praça, de Vila do Conde e de Delfina Guilhermina Barros de Massarelos.
Em virtude daquele abandono, a partir de 1892, a fábrica de Fradelos, passa a ter denominação de “Barros & Praça”, assumindo a liderança o engenheiro Dinis Joaquim Praça e, em 1894, passava a “Praça & Filhos”.
Por isso, em meados de 1896, num outro processo de concurso para arrematação da tarefa de fornecimento de 16 bocas para incêndio e rega, a adjudicação é feita já a “Praça & Filhos”, proprietários da Fundição de Fradelos, que a teriam adquirido em 1892.
O tal Praça foi, de seu nome completo, Dinis Joaquim Praça, nascido em 1860 em Massarelos, filho de um tal Joaquim Francisco Praça, de Vila do Conde e de Delfina Guilhermina Barros de Massarelos.
Em 22 de Abril de 1917, os funcionários da fundição seriam, à passagem dos 25 anos de Dinis Praça à frente da empresa, contemplados com
aumentos de salário da ordem dos 10%, durante uma festa em honra dele.
A Fundição de Fradelos era especializada no fabrico de bocas
para incêndio e rega e ainda, em mictórios que estavam, à data, muito em voga e
espalhados pela cidade, de que se lhe reconhece a paternidade, por exemplo, do
mictório da Praça da Batalha, sendo ainda conhecida pelos seus trabalhos de
serralharia e forja.
Planta de localização da Fundição de Fradelos – Fonte:
“gisaweb.cm-porto.pt”
A planta acima fazia parte de um processo remetido à Câmara
em 1910, para solicitar a instalação de um cano de água que atravessaria a Rua
do Bolhão (identificado pela letra A).
Local actual da localização da antiga Fundição de Fradelos –
Fonte: Google maps
A Fundição da Trindade insere-se num lote que poderemos considerar como fábricas de fundição de
pequena dimensão.
Foi propriedade de Manuel Lopes Alves Guimarães e localizava-se na Viela de Liceiras, nº 103, no que é hoje a Travessa de Alferes Malheiro, que liga o Largo Tito Fontes, a uma entrada existente nas traseiras da Estação de Metro da Trindade.
Em 1902, o seu proprietário, que pelo menos até 1909, continuou à frente da unidade industrial, solicitava à Câmara do Porto uma autorização para proceder a obras no edifício da fábrica para a respectiva ampliação.
No ano de 1902, um
anúncio de jornal referia:
“ (…) nesta oficcina se faz lápides, portas
fundidas e forjadas e columnas com cadeado para jazigo. (…) executa-se toda a
obra metalúrgica”.
Nesta fundição
produziram-se muitas obras destinadas a cemitérios portuenses, mas também para
os de Grijó, Viana do Castelo e Póvoa de Varzim.
A obra mais emblemática da Fundição da Trindade é, contudo, o coreto existente na Praça do Marquês.
Foi propriedade de Manuel Lopes Alves Guimarães e localizava-se na Viela de Liceiras, nº 103, no que é hoje a Travessa de Alferes Malheiro, que liga o Largo Tito Fontes, a uma entrada existente nas traseiras da Estação de Metro da Trindade.
Em 1902, o seu proprietário, que pelo menos até 1909, continuou à frente da unidade industrial, solicitava à Câmara do Porto uma autorização para proceder a obras no edifício da fábrica para a respectiva ampliação.
Pensa-se que, esta
medida, se destinava a aglutinar uma outra empresa, dada como existente, pelo
menos desde 1890, também na Viela das Liceiras, do mesmo ramo, que era dirigida
por José Baptista Teles Guimarães, a “Construção
da Fundição de Ferro e outros Metais” e que, era apresentado, nessa
década de 1890, algumas vezes, como director da Fundição de Fradelos.
Assim, em 31 de Agosto de 1890, o “Jornal do Porto” noticiava:
Entretanto, Manuel
Lopes Alves Guimarães só começa a aparecer associado à Fundição da Trindade a
partir de 1896, sendo teorizado pelo professor Francisco Queiroz, que aquelas
duas unidades industriais tendo um percurso paralelo, acabariam por se
associar.
Assim, em 31 de Agosto de 1890, o “Jornal do Porto” noticiava:
Requerimento para
solicitar obras na Fundição da Trindade, em 1902 – Fonte: AHMP
Desenho do alçado do
prédio da Fundição da Trindade, constante do pedido de licenciamento acima
referido - Fonte: AHMP
A obra mais emblemática da Fundição da Trindade é, contudo, o coreto existente na Praça do Marquês.
Estimados Senhores,
ResponderEliminarTenho de escrever alguns artigos sobre o Porto, sendo um deles sobre a arte do ferro fundido no séc. XIX. Não sendo portuense, mas passando cá temporadas desde que nasci e a viver perto desde 1999, deparei-me com muitas coisas que me eram totalmente desconhecidas. Nesse tal artigo, cujo projecto já escrevi, apenas menciono a Fundição de Massarelos e, afinal, são muitas mais. Agradeço-lhes portanto este excelente post.
Outro assunto tem a ver com algo que me intriga e entristece e, sobre o qual me irei dirigir aos autores de outros blogues sobre o Porto, que é o seguinte:
A que se deve este total esquecimento, como se jamais tivesse existido, de um dos maiores industriais do Porto -- o Sr. António Veludo? Sócio fundador da Inapa, ele foi o dono da Fábrica Veludo que toda a gente que passasse na Av. da Boavista, poderia contemplar, pelo menos até 1983, data do seu falecimento. A fábrica foi fundada, se não estou em erro, por seu pai, José Veludo. Era uma fábrica de vários tipos de papel e, para comercialização do papel de parede, tinha lojas na Rua Sá da Bandeira no Porto e na Praça dos Restauradores em Lisboa. Pouco sei sobre a história da fábrica, mas sobre o Sr. Veludo sei muito, já que ele foi meu padrinho. Nunca convivi, nem conheci sua família, que parece que fez questão de apagar o seu nome da história da cidade. Agora sobre a pessoa, alguns dos seus negócios e produtos, sei alguma coisa e estou ao dispor, caso se interessem pelo assunto.
Obrigada pela vossa atenção,
Laura Garcez
Estimados Senhores,
ResponderEliminarTenho de escrever alguns artigos sobre o Porto, sendo um deles sobre a arte do ferro fundido no séc. XIX. Não sendo portuense, mas passando cá temporadas desde que nasci e a viver perto desde 1999, deparei-me com muitas coisas que me eram totalmente desconhecidas. Nesse tal artigo, cujo projecto já escrevi, apenas menciono a Fundição de Massarelos e, afinal, são muitas mais. Agradeço-lhes portanto este excelente post.
Outro assunto tem a ver com algo que me intriga e entristece e, sobre o qual me irei dirigir aos autores de outros blogues sobre o Porto, que é o seguinte:
A que se deve este total esquecimento, como se jamais tivesse existido, de um dos maiores industriais do Porto -- o Sr. António Veludo? Sócio fundador da Inapa, ele foi o dono da Fábrica Veludo que toda a gente que passasse na Av. da Boavista, poderia contemplar, pelo menos até 1983, data do seu falecimento. A fábrica foi fundada, se não estou em erro, por seu pai, José Veludo. Era uma fábrica de vários tipos de papel e, para comercialização do papel de parede, tinha lojas na Rua Sá da Bandeira no Porto e na Praça dos Restauradores em Lisboa. Pouco sei sobre a história da fábrica, mas sobre o Sr. Veludo sei muito, já que ele foi meu padrinho. Nunca convivi, nem conheci sua família, que parece que fez questão de apagar o seu nome da história da cidade. Agora sobre a pessoa, alguns dos seus negócios e produtos, sei alguma coisa e estou ao dispor, caso se interessem pelo assunto.
Obrigada pela vossa atenção,
Laura Garcez
Agradecemos as suas amáveis palavras esperando que continue a seguir o nosso despretensioso trabalho. Quanto à Fábrica de papéis pintados Veludo, poderá ler uma breve referência a ela, caso procure na ETIQUETA: Veludo ou na janela de pesquisa do blogue insirindo a palavra: veludo. Prometemos que iremos tentar descobrir mais dados sobre a fábrica que conhecemos, desde há 70 anos, por passar por ela frequentemente a caminho da Foz do Douro. Cumprimentos.
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