terça-feira, 9 de maio de 2017

(Continuação 3) - Actualização em 12/07 e 10/10/2019

Fábrica do Monte Cavaco


A iniciativa deste estabelecimento terá partido de Gualter da Piedade Queirós, ex-frade, que teria viajado para o Brasil, em 1818, para recolher a herança de um parente. Ao regressar, terá tomado a decisão de investir numa fábrica de cal e que estaria estabelecida no lugar do Cavaco, lugar onde a sua família possuía terrenos. Em 1824, o padre Gualter Queirós compra um dos terrenos para aí instalar a fábrica de louça sob a designação de António Nicolau de Queiroz & Filho, sendo o primeiro o seu pai. 
Em 1828, António Nicolau de Queirós & Filho, solicita provisão, concedida, em 11 de Julho, daquele ano, perante a qual se verifica que os requerentes eram proprietários de um grande pedaço de terra, junto ao rio Douro e ao antigo cemitério dos ingleses, onde já se tinha iniciado a construção do edifício da fábrica.
Até 1830, a firma continua a designar-se António Nicolau de Queirós & Filho. Em 1852 e 1853, ela já aparece como tendo, por titular, o Padre Gualter Queirós, que estabelece, em Novembro de 1858, uma sociedade com João Nunes da Cunha, sob a firma Cunha & Cia.
A fábrica passa, por desaparecimento do padre, c. 1862, para a posse de Ângelo da Silva Macedo que a manterá até à década de 80.
No final do século, a fábrica já consta como sendo da firma Nunes & Leite, mas, em 1908, já tinha mudado outra vez, de mãos, para a firma António Macedo & Cia. Que, em 1912, haveria de reformar as instalações.
Em 1918, os banqueiros Borges & Irmão, que eram os proprietários do terreno da fábrica, solicitam à Câmara de Gaia a reconstrução do imóvel, que tinha sido alvo de um incêndio.
A Fábrica do Monte Cavaco fabricou sempre louça de fiança e laborou, até meados do século XX, sendo as suas instalações, paralisadas e desafectadas para a construção da Ponte da Arrábida.


Fábrica do Monte Cavaco, a meio da foto, antes da construção da Ponte da Arrábida – Ed. Foto Beleza



Fábrica do Monte Cavaco, junto da Ponte da Arrábida, em construção – Ed. Foto Beleza




Faiança do século XIX, esmalte a azul, com decoração policromada, da Fábrica do Monte Cavaco




Fábrica Cerâmica da Afurada


Esta pequena fábrica apareceu, em 1789, no lugar de Lazareto, na Afurada. Partiu da iniciativa de Joaquim Ribeiro dos Santos, um antigo oficial da Fábrica do Cavaquinho. Sem nunca ter atingido grandes dimensões, o seu funcionamento foi suspenso, durante as Invasões Francesas, tornando a reabrir, em 1830.
Segundo, Joaquim de Vasconcelos e Luís A. Oliveira, nesta fábrica, entre as décadas de 30 e 60 do século XIX, trabalharia, Jerónimo Gomes, um barrista que fazia, além de faiança, figuras de costume, por enchacote (Dar a primeira cozedura à louça que há-de ser vidrada).
Em 1861, o terreno em que se encontrava a fábrica tinha sido vendido por José Augusto Cardoso de Castro a António Nicolau da Silva, residente no Rio de Janeiro.
Novamente com a produção interrompida, por um curto período de tempo, passa para a posse de Albino Maximiano Gomes de Almendra que, em 1867, faz sociedade com Manuel Rodrigues de forma a reativarem a fábrica de louça.
O primeiro, ficaria como sócio capitalista, enquanto, o segundo, seria um profissional, participando com os seus conhecimentos e trabalho, dirigindo, assim, a produção.
Desta forma, Albino de Almendra ficaria com 2/3 dos lucros e Manuel Rodrigues com 1/3. Esta diferença estava também patente na designação da firma, a Almendra & Cª.
Esta tentativa não deve ter tido sucesso pois, em 1866, a fábrica encontra-se fechada e, em 1871, António Nicolau da Silva, passa-a para a posse de João do Rio Júnior, António Rodrigues de Sá Lima, Tomás Nunes da Cunha, Joaquim Nunes da Cunha e Ângelo da Silva Macedo, um grupo onde estavam reunidos os proprietários das principais fábricas de cerâmica do Porto e Vila Nova de Gaia.
Estes proprietários estariam mais interessados em eliminar, definitivamente, este espaço de concorrência, em vez de reativá-lo, vendendo-o logo de imediato, em 1872, a João Henrique Andressen.
A partir deste ponto, não existem, que se saibam, mais pormenores sobre a unidade fabril.
Sabe-se que, já no início do século XX, houve uma nova tentativa para instalar uma outra unidade fabril na Afurada, iniciativa de Manuel Marques Gomes que, em 1914, requer autorização para edificar uma fábrica de produtos cerâmicos, mas desconhece-se qualquer evolução deste processo.


Desenho de projecto de 1914 da fachada da Fábrica Cerâmica da Afurada



O projecto era composto por um edifício de três pisos com naves espaçosas e estrutura leve, seguindo a linha da arquitetura industrial de qualidade à época. Estaria a mais de 300 metros das habitações e junto a um cais no rio Douro, beneficiando das facilidades de transporte.



Fábrica do Carvalhinho


A Fábrica Carvalhinho instalada em terrenos onde tinha estado uma brévia dos padres jesuítas, celebrou o centenário da sua existência, em plena actividade, em 1940, e continuou a laborar, até quase aos nossos dias.
Até 1923, esteve pelas Fontainhas na Quinta da Fraga e, nesse ano, tendo resistido aos desafios da transição do século, atingindo mesmo um elevado grau de desenvolvimento industrial, a fábrica transfere-se para o sítio do Arco do Prado, em Vila Nova de Gaia.
Com a expulsão dos jesuítas, em 1759, a Quinta da Fraga, com suas casas e capela, passou para a posse do Estado, que vendeu tudo, em hasta pública.
Acabaria anos mais tarde nas mãos do sargento-mor Alexandre José da Costa que, em 1806, a tratou de urbanizar.
A fundação da Fábrica do Carvalhinho remonta ao ano de 1840, tendo como sócios fundadores: Thomaz Nunes da Cunha e António Monteiro Catarino, ambos com experiência no campo da cerâmica, tendo sido, o último deles, mestre na fábrica de Santo António de Vale da Piedade ou, segundo outras opiniões, de uma olaria, da Rua da Rasa.
A fábrica evoluiu sob a firma de Thomaz Nunes da Cunha & Cia.
A primeira instalação da fábrica aproveitou as instalações da Capela do Senhor do Carvalhinho (que daria origem ao nome da fábrica), pertencente à Quinta da Fraga, junto à Calçada da Corticeira (esta inicia-se na margem do Douro e termina no passeio das Fontainhas), tendo-se aproveitado, ainda, de alguns barracões existentes junto da ermida.
Em 1848, estava já associada ao depósito de louças de Rocha Soares, da Rua da Esperança, com a gerência a cargo de Thomaz Nunes da Cunha, produzindo, já neste período, louça e azulejo.
Em 1853, a fábrica sofre ampliações que lhe permitem lançar-se, definitivamente, no campo comercial (depósito no Campo dos Mártires da Pátria) o que é comprovado pela encomenda de várias jarras por parte da confraria do Santíssimo Sacramento de S. Nicolau.
Thomaz Nunes da Cunha, na década de 60, faz obras na fábrica, e toma os destinos dela, para si, em 1868, que passa, uma década depois, ao seu genro, João Camilo Castro Júnior, já com o edifício dos armazéns e habitação construídos, junto ao rio.
Assim, em 1870, Castro Júnior, que é genro de Thomaz Nunes da Cunha, sucede-lhe e toma em suas mãos o destino da fase seguinte de fábrica. 


“É sob a sua liderança que o Carvalhinho participa, em 1882, na Exposição de Cerâmica da Sociedade de Instrução do Porto, obtendo diploma de mérito em faiança de 2ª classe e na secção de azulejos.
Alguns anos depois, João Camilo Castro Júnior dá sociedade a António Neves Dias de Freitas, sendo a firma alterada para Castro Júnior e Dias de Freitas. O filho de António Neves Dias de Freitas, António Augusto, toma a direcção técnica da fábrica.
Em finais de 1899, aquela sociedade é dissolvida, assumindo António Nunes Dias de Freitas o seu activo e passivo.
A. N. Dias de Freitas & Filhos é a nova firma. É com os Dias de Freitas que o Carvalhinho se torna um grande centro cerâmico. Os empresários ampliam as instalações da fábrica, munem-na de operários de competência especializada e notável qualidade e colocam à sua disposição tecnologia apurada; em consequência, a produção cresce em quantidade e qualidade: a fábrica “era vasta, bem montada, vendendo muito e sendo a primeira do Porto por fabricar azulejos para paredes”. É nestas condições que o Carvalhinho participa novamente em exposições cerâmicas onde vê reconhecido o seu mérito: em 1897, na Exposição Industrial Portuense, obtendo novas menções honrosas; e em 1901, na Exposição de Cerâmica do Palácio de Cristal, obtendo Diploma de Medalha de Ouro. No início do século XX, a empresa continuaria a beneficiar da introdução de melhoramentos na produção (a ampliação das instalações e a modernização da parte técnica são requeridos à Câmara em projecto apresentado em 1911, atingindo um alto nível de produção artística e distinguindo-se na produção de “faiança de vidrado estanífero e faiança de vidrado plumbífero”. Estavam assim reunidas as condicções para que o Carvalhinho se tornasse uma das maiores marcas cerâmicas de Portugal. No entanto, isso só viria a acontecer em Gaia, onde António Augusto Pinto Dias de Freitas se preparava para construir um grande complexo fabril que sucedesse à fábrica da Fraga. Em Gaia, a fábrica conheceria o sucesso mas também a morte e o esquecimento.
(…) A escolha recairia na Quinta do Arco do Prado, terreno adquirido à família do Conde das Devesas, à via-férrea, situado a algumas centenas de metros da Estação das Devesas, na Rua José Falcão, n.º1. Em finais de 1922 iniciava-se a construção do novo complexo fabril, segundo modelos de cerâmicas inglesas e alemãs. A nova empresa A. Pinto Dias de Freitas, Lda. dotaria a fábrica de Gaia das mais modernas instalações e tecnologia da época, deixando os artigos de cerâmica de decoração e de construção de ser produzidos segundo métodos tradicionais para passarem a ser fabricados com técnicas e maquinismos mais especializados e modernos, que resultavam numa obra mais perfeita e mais de acordo com a imaginação de uma “segunda geração de cerâmicos” e também de muitos operários que, com o Carvalhinho, cruzaram o Douro.
Consegue-se desta forma aumentar a oferta e incluí na sua produção mosaicos hidráulicos e louça sanitária.
A partir da década de 30, devido à necessidade de aumentar o capital, associa-se à Real Fábrica de Sacavém sob Em 1930 o sócio A. Pinto Dias de Freitas vê-se obrigado a, devido a grandes dificuldades financeiras, associar-se à Real Fábrica de Louça de Sacavém de grande prestígio na época e para onde se transfere a sede da Carvalhinho sob a direcção do Sr. Herbert Gilbert. Nesta fase a fábrica atingiu o que se considerou "a idade de ouro", tendo-se constituído a sociedade anónima Fábrica Cerâmica do Carvalhinho, SARL. 
O centenário da sua existência em plena actividade é celebrado em 1940.
(…) Em 1948, procedeu-se à ampliação das instalações da fábrica, “de forma que melhor possa corresponder ao desenvolvimento atingido pela, sob vários pontos de vista, notável organização que o mesmo [edifício] acolhe”; e num aditamento à empreitada, apresentado à câmara em 1949, foi pedida e autorizada a construção de uma sala de exposição no interior das novas instalações, sinal do orgulho que os seus gerentes sentiam na sua obra. Em 1956, procedem-se a novos investimentos: a cobertura do pavilhão de fornos, em telha marselhesa e assente sobre estrutura de madeira é substituída por uma outra em fibrocimento assente sobre estrutura metálica. Era o início de um projecto de longo prazo que pretendia substituir as coberturas da totalidade das instalações, mas que tinha como finalidades imediatas dotar as instalações de uma cobertura incombustível e duradoura, eliminar a falta de segurança que se verificava na estrutura do pavilhão de fornos e melhorar a mobilidade dentro do mesmo pavilhão (já que também se eliminaram os pilares intermédios aí existentes). Ainda desse ano data a construção de um armazém (que se prolongou até 1959) destinado à arrecadação de vários materiais…
(…) A empresa debater-se-ia com conflitos internos após a morte do seu segundo fundador nos inícios de 1958 e não mais veria gestores da cepa de António Augusto Pinto Dias de Freitas, entrando em decadência a partir de meados da década de 60 e sofrendo uma morte lenta desde o 25 de Abril até ao final do século XX. Assim, o primeiro grande golpe sofrido pela Fábrica do Carvalhinho ocorreu na Epifania de 1958 com a morte de António Augusto Pinto Dias de Freitas. O lugar deixado em aberto foi ocupado por Frederick Warren Sellers (que já ocupava um cargo de gerência pelo menos desde 1953) e António de Almeida Pinto de Freitas (filho de António Augusto Freitas).
Sellers era um homem respeitado e considerado pelos trabalhadores (que o homenagearam em 1964 pelo seu 50º aniversário), mas António Almeida de Freitas indispõe-se com ele e Sellers acabaria por sair em 1965. Neste ano, os dois irmãos Pinto de Freitas (António Almeida e Manuel Almeida) adquiriram à Fábrica de Sacavém a sua parte no capital da empresa – em Abril o Carvalhinho volta para as mãos exclusivas dos Pinto de Freitas – e conseguem incluir a cerâmica na AFA (Acordo de Fabricantes de Azulejos), sendo que já pertencia à UCEL (União Cerâmica Exportadora, Lda.).
(…) A década de 70 foi marcada pelo advento do plástico que determinou o desinteresse do mercado pela cerâmica funcional e artística. Não se pode também esquecer “o condicionalismo industrial que vigorava no Estado Novo, onde o lobby da Vista Alegre impedia a criação de novas fábricas de porcelana. Este material era pretendido pelas cerâmicas do Porto e Gaia para substituir a faiança, que era menos robusta e económica. Mas a oposição da fábrica de Ílhavo impediu a renovação técnica das empresas portuenses e condenou-as à decrepitude face à concorrência do pirex e plástico”. O Carvalhinho passou assim a ser cobiçado por investidores imobiliários que desejavam construir nos estratégicos locais das empresas.
(…) Os capítulos finais do Carvalhinho, enquanto fábrica cerâmica, escrevem-se em Maio de 74 – a fábrica, já numa fase de decadência irreversível, é adquirida em hasta pública por Serafim de Andrade. A nova gerência tentou o impossível: fazer ressurgir o Carvalhinho, mas as intransponíveis condições do mercado interno – que os novos proprietários provavelmente desconheciam – impediram qualquer tipo de ressurreição da fábrica. Três anos volvidos, em 1977, a Fábrica Cerâmica do Carvalhinho encerrava as suas portas, 137 anos após a sua abertura.”
Com a devida vénia a Hugo Silveira Pereira; Fonte: “arquivoweb.cm-gaia.pt”


Ponte Luiz I e capela do Senhor do Carvalhinho à direita da foto nas Fontainhas


Na foto anterior é possível observar no tabuleiro superior da ponte duas estruturas, que serão apoios de cabos destinados a servir os carros eléctricos, cuja montagem foi efectuada em 1909, pelo que a foto será posterior.


Aspecto do tabuleiro superior da ponte Luís I - Cortesia do Engº Manuel Vaz Guedes



Publicidade à Fábrica Cerâmica do Carvalhinho, c. 1910





Instalações do Carvalhinho em V. N. de Gaia


A Fábrica do Carvalhinho ao abandono



Gomil em faiança do Carvalhinho



Garrafa do Carvalhinho



Painel de azulejos da Carvalhinho – Fonte: mfls.blogs.sapo.pt



Na gravura acima, está um painel de azulejos da Fábrica do Carvalhinho, alusivo ao episódio bíblico da Boa Samaritana, instalado numa fonte de Vidago.



Azulejo do Carvalhinho




Fábrica de Cerâmica do Senhor d'Além (Vila Nova de Gaia)



Embora situada em V. N. de Gaia, esta unidade industrial está muito ligada à história do Porto. As ruínas deste edifício localizam-se na margem do rio Douro, na base da escarpa da Serra do Pilar, junto a um antigo cais e à capela do Senhor de Além, no antigo caminho de Quebrantões. Actualmente, o melhor acesso pedonal faz-se pela Rua Cabo Simão.
O edifício, situado junto da pequena ermida, muito mais antiga, possui uma longa história de ocupação, primeiro, como hospício no século XVIII (Carmelitas Calçados), não sendo de excluir que a sua ocupação, remonte a época anterior. 
De meados do século XIX, até aos anos 20 do século XX, serviu de instalações da Fábrica de Cerâmica do Senhor do Além. 
 
 
 

Capela do Senhor de Além, com as Fontainhas em fundo
 
 
 
Após o fecho da fábrica, nos anos 20 do século passado, o edifício entrou em lenta degradação, até aos dias de hoje, não tendo sofrido nenhuma ocupação, posterior. Por esse motivo, os vestígios da fábrica chegaram até aos nossos dias, sob o ponto de vista arqueológico, perfeitamente preservados.
 
 
 

O edifício do antigo hospício, em 1849, que alojaria a cerâmica – Ed. Frederick Flower

 
 

Instalações antes do incêndio – Autor desconhecido

 
 
“Em 1739, fundou-se o hospício dos Carmelitas Calçados, que aqui residiram até à extinção das ordens religiosas e à expropriação do edifício. Em 1844, foi vendido em hasta pública e, entre 1856 e 1861, instalou-se aqui uma fábrica de cerâmica, que seria sucessivamente ampliada.
(…) A Fábrica de Cerâmica do Senhor d’ Além produziu louça doméstica de uso comum, azulejos e peças decorativas.
Chegou até nós com uma imagem de produção de fraca qualidade, mas nem sempre foi assim. Podemos distinguir pelo menos três fases de produção:
- a primeira, desde a fundação (1856-1861) até 1905, marcada, sobretudo, no final do séc. XIX, por uma imagem de fraca qualidade e decadência;
- a segunda, de 1906 a 1911 – em que a firma se denominou Barbosa, Branco & Ca. - que ficou conhecida por uma produção de grande qualidade, em que as peças eram assinadas e em que laboraram importantes artistas;
- a terceira (de 1916 aos anos 20), em que a direção da fábrica pertenceu a um ex-sócio da fábrica das Devezas - José Pereira Valente Júnior - e da qual pouco sabemos. A esta última fase deverá corresponder grande parte do espólio recolhido nesta intervenção.
Após um incêndio nos anos 20, a fábrica encerrou e o edifício entrou em lenta degradação, não tendo sofrido nenhuma ocupação posterior. Por esse motivo, os vestígios da fábrica chegaram até aos nossos dias, sob o ponto de vista arqueológico, perfeitamente preservados”.
Cortesia de Maria Teresa Mendes da Silva; Licenciada em História (Arqueologia, Pós-graduação em Museologia), F. L. U. do Porto



Ruínas da Fábrica do Senhor d’Além - Ed. Monumentos Desaparecidos



Outras cerâmicas no Porto de oitocentos


Fábrica Nova do Arnaud


“A Fábrica Nova do Arnaud foi fundada por Clementina Vieira da Rocha e Álvaro Arnaud, seu marido, em 1892 depois de terem entregado em arrendamento a Fábrica de Massarelos. Estava igualmente situada na Rua da Restauração e perto da igreja paroquial, sendo contudo de dimensões mais reduzidas. Duraria apenas três anos, suspendendo a laboração ao mesmo tempo que a de Massarelos (que esteve encerrada entre 1895 e 1900)”.
Fonte: “reflexosdoporto.wixsite.com”



Fábrica da Rua do Sol


“A Fábrica da Rua do Sol, de louça e cal, foi fundada em inícios da década de 30 do século XIX na cidade do Porto. Data de 1838 um primeiro contrato, levado a efeito entre pai, António Luís Alves Viana, e filho, José Luís Alves Viana, que com ele morava e ajudava na elaboração. Este documento assinala duas fábricas, uma de cal e outra de olaria estacionadas na rua do Sol. A fábrica esteve posteriormente arrendada a José Luís Alves Viana, concebendo-se, em 1876, uma nova sociedade entre Lino Soares Guedes e José Lino Soares Guedes para explorar os três fornos de que dispunha. Esta parceria designar-se-ia então de Soares Guedes & Cª. Terá encerrado no início da década de 80, do século XIX, com a dissolução da sociedade que se dedicava ao fabrico de cal, louça e gesso”.
Fonte: “reflexosdoporto.wixsite.com”



Fábrica de Entre Quintas


“Laborando a partir de 1855, a pequena Fábrica de Entre Quinta foi fundada por Guilherme de Sousa Reis e existiu na Quinta do Passadiço, perto da Rua da Restauração. Foi destruída por um incêndio em 1857., produzindo louça de pó de pedra, grés e porcelana e sendo mencionada nos almanaques da cidade anteriores a 1864”.​
Fonte: “reflexosdoporto.wixsite.com”



Fábrica do Alto da Fontinha


“A Fábrica do Alto da Fontinha, também conhecida como Fábrica do Bairro Alto, estava situada na Rua das Musas e era constituída por barracões em madeira. Foi iniciada em 1837 por Manuel Joaquim Gonçalves & Irmão, tendo laborado efetivamente entre 1844 e 1860. No ano de 1845 era uma das fábricas que fazia parte do depósito de louças da Rua da Esperança. Em 1854 pertence a Joaquim Maria de Carvalho que contrata um oficial de Miragaia. Neste mesmo ano constitui sociedade com António Martins Laginha, ficando o primeiro a gerir a produção e o segundo a administração das vendas”.
Fonte: “reflexosdoporto.wixsite.com”



Localização de algumas cerâmicas



Localização de cerâmicas à beira-rio

Legenda:

1. Carvalhinho (Fontainhas)
2. Carvalhinho (V. N. de Gaia)
3. Miragaia
4. Massarelos
5. Senhor d’Além
6. Massarelos (Rego do Lameiro)
7. Palhacinhas
8. Entre-Quintas
9. Santo António de Vale da Piedade
10. Fervença
11. Cavaco
12. Afurada
19. Cavaquinho

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