Fábrica do Monte
Cavaco
A iniciativa deste estabelecimento terá partido de Gualter
da Piedade Queirós, ex-frade, que teria viajado para o Brasil, em 1818, para
recolher a herança de um parente. Ao regressar, terá tomado a decisão de
investir numa fábrica de cal e que estaria estabelecida no lugar do Cavaco,
lugar onde a sua família possuía terrenos. Em 1824, o padre Gualter Queirós
compra um dos terrenos para aí instalar a fábrica de louça sob a designação de
António Nicolau de Queiroz & Filho, sendo o primeiro o seu pai.
Em 1828, António Nicolau de Queirós & Filho, solicita
provisão, concedida, em 11 de Julho, daquele ano, perante a qual se verifica
que os requerentes eram proprietários de um grande pedaço de terra, junto ao
rio Douro e ao antigo cemitério dos ingleses, onde já se tinha iniciado a
construção do edifício da fábrica.
Até 1830, a firma continua a designar-se António Nicolau de
Queirós & Filho. Em 1852 e 1853, ela já aparece como tendo, por titular, o
Padre Gualter Queirós, que estabelece, em Novembro de 1858, uma sociedade com
João Nunes da Cunha, sob a firma Cunha & Cia.
A fábrica passa, por desaparecimento do padre, c. 1862, para
a posse de Ângelo da Silva Macedo que a manterá até à década de 80.
No final do século, a fábrica já consta como sendo da firma
Nunes & Leite, mas, em 1908, já tinha mudado outra vez, de mãos, para a
firma António Macedo & Cia. Que, em 1912, haveria de reformar as
instalações.
Em 1918, os banqueiros Borges & Irmão, que eram os
proprietários do terreno da fábrica, solicitam à Câmara de Gaia a reconstrução
do imóvel, que tinha sido alvo de um incêndio.
A Fábrica do Monte Cavaco fabricou sempre louça de fiança e laborou,
até meados do século XX, sendo as suas instalações, paralisadas e desafectadas
para a construção da Ponte da Arrábida.
Fábrica do Monte Cavaco, a meio da foto, antes da construção
da Ponte da Arrábida – Ed. Foto Beleza
Fábrica do Monte Cavaco, junto da Ponte da Arrábida, em
construção – Ed. Foto Beleza
Faiança do século XIX, esmalte a azul, com decoração
policromada, da Fábrica do Monte Cavaco
Fábrica Cerâmica da Afurada
Esta pequena fábrica apareceu, em 1789, no lugar de Lazareto,
na Afurada. Partiu da iniciativa de Joaquim Ribeiro dos Santos, um antigo
oficial da Fábrica do Cavaquinho. Sem nunca ter atingido grandes dimensões, o
seu funcionamento foi suspenso, durante as Invasões Francesas, tornando a
reabrir, em 1830.
Segundo, Joaquim de Vasconcelos e Luís A. Oliveira, nesta
fábrica, entre as décadas de 30 e 60 do século XIX, trabalharia, Jerónimo
Gomes, um barrista que fazia, além de faiança, figuras de costume, por enchacote (Dar a primeira cozedura à louça que há-de
ser vidrada).
Em 1861, o terreno em que se encontrava a fábrica tinha sido
vendido por José Augusto Cardoso de Castro a António Nicolau da Silva,
residente no Rio de Janeiro.
Novamente com a produção interrompida, por um curto período
de tempo, passa para a posse de Albino Maximiano Gomes de Almendra que, em
1867, faz sociedade com Manuel Rodrigues de forma a reativarem a fábrica de
louça.
O primeiro, ficaria como sócio capitalista, enquanto, o
segundo, seria um profissional, participando com os seus conhecimentos e
trabalho, dirigindo, assim, a produção.
Desta forma, Albino de Almendra ficaria com 2/3 dos lucros e
Manuel Rodrigues com 1/3. Esta diferença estava também patente na designação da
firma, a Almendra & Cª.
Esta tentativa não deve ter tido sucesso pois, em 1866, a
fábrica encontra-se fechada e, em 1871, António Nicolau da Silva, passa-a para
a posse de João do Rio Júnior, António Rodrigues de Sá Lima, Tomás Nunes da
Cunha, Joaquim Nunes da Cunha e Ângelo da Silva Macedo, um grupo onde estavam
reunidos os proprietários das principais fábricas de cerâmica do Porto e Vila
Nova de Gaia.
Estes proprietários estariam mais interessados em eliminar,
definitivamente, este espaço de concorrência, em vez de reativá-lo, vendendo-o
logo de imediato, em 1872, a João Henrique Andressen.
A partir deste ponto, não existem, que se saibam, mais
pormenores sobre a unidade fabril.
Sabe-se que, já no início do século XX, houve uma nova
tentativa para instalar uma outra
unidade fabril na Afurada, iniciativa de Manuel Marques Gomes que, em 1914,
requer autorização para edificar uma fábrica de produtos cerâmicos, mas
desconhece-se qualquer evolução deste processo.
Desenho de projecto de 1914 da fachada da Fábrica Cerâmica
da Afurada
O projecto era composto por um edifício de três pisos com
naves espaçosas e estrutura leve, seguindo a linha da arquitetura industrial de
qualidade à época. Estaria a mais de 300 metros das habitações e junto a um
cais no rio Douro, beneficiando das facilidades de transporte.
Fábrica do
Carvalhinho
A Fábrica Carvalhinho instalada em terrenos onde tinha
estado uma brévia dos padres jesuítas, celebrou o centenário da sua existência, em plena actividade, em 1940, e
continuou a laborar, até quase aos nossos dias.
Até 1923, esteve pelas Fontainhas na Quinta da Fraga e, nesse
ano, tendo resistido aos desafios da transição do século, atingindo mesmo um
elevado grau de desenvolvimento industrial, a fábrica transfere-se para o sítio
do Arco do Prado, em Vila Nova de Gaia.
Com a expulsão dos jesuítas, em 1759, a Quinta da Fraga, com
suas casas e capela, passou para a posse do Estado, que vendeu tudo, em hasta
pública.
Acabaria anos mais tarde nas mãos do sargento-mor Alexandre
José da Costa que, em 1806, a tratou de urbanizar.
A fundação da Fábrica do Carvalhinho remonta ao ano de 1840, tendo como sócios
fundadores: Thomaz Nunes da Cunha e
António Monteiro Catarino, ambos
com experiência no campo da cerâmica, tendo sido, o último deles, mestre na
fábrica de Santo António de Vale da Piedade ou, segundo outras opiniões, de uma
olaria, da Rua da Rasa.
A fábrica evoluiu sob a firma de Thomaz Nunes da Cunha &
Cia.
A primeira instalação da fábrica aproveitou as instalações da Capela do Senhor do Carvalhinho (que
daria origem ao nome da fábrica), pertencente à Quinta da Fraga, junto à Calçada da Corticeira (esta inicia-se na
margem do Douro e termina no passeio das Fontainhas), tendo-se aproveitado, ainda, de alguns barracões existentes junto da ermida.
Em 1848, estava já associada ao depósito de louças de Rocha
Soares, da Rua da Esperança, com a gerência a cargo de Thomaz Nunes da Cunha,
produzindo, já neste período, louça e azulejo.
Em 1853, a
fábrica sofre ampliações que lhe permitem lançar-se, definitivamente, no campo
comercial (depósito no Campo dos
Mártires da Pátria) o que é comprovado pela encomenda de várias jarras
por parte da confraria do Santíssimo Sacramento de S. Nicolau.
Thomaz Nunes da Cunha, na década de 60, faz obras na fábrica,
e toma os destinos dela, para si, em 1868, que passa, uma década depois, ao seu
genro, João Camilo Castro Júnior, já com o edifício dos armazéns e habitação
construídos, junto ao rio.
Assim, em 1870, Castro Júnior, que é genro de Thomaz Nunes da
Cunha, sucede-lhe e toma em suas mãos o destino da fase seguinte de
fábrica.
“É sob a sua liderança
que o Carvalhinho participa, em 1882, na Exposição de Cerâmica da Sociedade de
Instrução do Porto, obtendo diploma de mérito em faiança de 2ª classe e na
secção de azulejos.
Alguns anos depois,
João Camilo Castro Júnior dá sociedade a António Neves Dias de Freitas, sendo a
firma alterada para Castro Júnior e Dias de Freitas. O filho de António Neves
Dias de Freitas, António Augusto, toma a direcção técnica da fábrica.
Em finais de 1899,
aquela sociedade é dissolvida, assumindo António Nunes Dias de Freitas o seu
activo e passivo.
A. N. Dias de Freitas
& Filhos é a nova firma. É com os Dias de Freitas que o Carvalhinho se
torna um grande centro cerâmico. Os empresários ampliam as instalações da
fábrica, munem-na de operários de competência especializada e notável qualidade
e colocam à sua disposição tecnologia apurada; em consequência, a produção
cresce em quantidade e qualidade: a fábrica “era vasta, bem montada, vendendo
muito e sendo a primeira do Porto por fabricar azulejos para paredes”. É nestas
condições que o Carvalhinho participa novamente em exposições cerâmicas onde vê
reconhecido o seu mérito: em 1897, na Exposição Industrial Portuense, obtendo
novas menções honrosas; e em 1901, na Exposição de Cerâmica do Palácio de
Cristal, obtendo Diploma de Medalha de Ouro. No início do século XX, a empresa
continuaria a beneficiar da introdução de melhoramentos na produção (a
ampliação das instalações e a modernização da parte técnica são requeridos à
Câmara em projecto apresentado em 1911, atingindo um alto nível de produção
artística e distinguindo-se na produção de “faiança de vidrado estanífero e
faiança de vidrado plumbífero”. Estavam assim reunidas as condicções para que o
Carvalhinho se tornasse uma das maiores marcas cerâmicas de Portugal. No
entanto, isso só viria a acontecer em Gaia, onde António Augusto Pinto Dias de
Freitas se preparava para construir um grande complexo fabril que sucedesse à
fábrica da Fraga. Em Gaia, a fábrica conheceria o sucesso mas também a morte e
o esquecimento.
(…) A escolha recairia
na Quinta do Arco do Prado, terreno adquirido à família do Conde das Devesas, à
via-férrea, situado a algumas centenas de metros da Estação das Devesas, na Rua
José Falcão, n.º1. Em finais de 1922 iniciava-se a construção do novo complexo
fabril, segundo modelos de cerâmicas inglesas e alemãs. A nova empresa A. Pinto
Dias de Freitas, Lda. dotaria a fábrica de Gaia das mais modernas instalações e
tecnologia da época, deixando os artigos de cerâmica de decoração e de
construção de ser produzidos segundo métodos tradicionais para passarem a ser
fabricados com técnicas e maquinismos mais especializados e modernos, que
resultavam numa obra mais perfeita e mais de acordo com a imaginação de uma
“segunda geração de cerâmicos” e também de muitos operários que, com o
Carvalhinho, cruzaram o Douro.
Consegue-se desta
forma aumentar a oferta e incluí na sua produção mosaicos hidráulicos e louça
sanitária.
A partir da década de
30, devido à necessidade de aumentar o capital, associa-se à Real Fábrica de
Sacavém sob Em 1930 o sócio A. Pinto Dias de Freitas vê-se obrigado a, devido a
grandes dificuldades financeiras, associar-se à Real Fábrica de Louça de
Sacavém de grande prestígio na época e para onde se transfere a sede da
Carvalhinho sob a direcção do Sr. Herbert Gilbert. Nesta fase a fábrica atingiu
o que se considerou "a idade de ouro", tendo-se constituído a
sociedade anónima Fábrica Cerâmica do Carvalhinho, SARL.
O centenário da sua
existência em plena actividade é celebrado em 1940.
(…) Em 1948,
procedeu-se à ampliação das instalações da fábrica, “de forma que melhor possa
corresponder ao desenvolvimento atingido pela, sob vários pontos de vista,
notável organização que o mesmo [edifício] acolhe”; e num aditamento à
empreitada, apresentado à câmara em 1949, foi pedida e autorizada a construção
de uma sala de exposição no interior das novas instalações, sinal do orgulho
que os seus gerentes sentiam na sua obra. Em 1956, procedem-se a novos
investimentos: a cobertura do pavilhão de fornos, em telha marselhesa e assente
sobre estrutura de madeira é substituída por uma outra em fibrocimento assente
sobre estrutura metálica. Era o início de um projecto de longo prazo que
pretendia substituir as coberturas da totalidade das instalações, mas que tinha
como finalidades imediatas dotar as instalações de uma cobertura incombustível
e duradoura, eliminar a falta de segurança que se verificava na estrutura do
pavilhão de fornos e melhorar a mobilidade dentro do mesmo pavilhão (já que
também se eliminaram os pilares intermédios aí existentes). Ainda desse ano
data a construção de um armazém (que se prolongou até 1959) destinado à
arrecadação de vários materiais…
(…) A empresa
debater-se-ia com conflitos internos após a morte do seu segundo fundador nos
inícios de 1958 e não mais veria gestores da cepa de António Augusto Pinto Dias
de Freitas, entrando em decadência a partir de meados da década de 60 e
sofrendo uma morte lenta desde o 25 de Abril até ao final do século XX. Assim, o
primeiro grande golpe sofrido pela Fábrica do Carvalhinho ocorreu na Epifania
de 1958 com a morte de António Augusto Pinto Dias de Freitas. O lugar deixado
em aberto foi ocupado por Frederick Warren Sellers (que já ocupava um cargo de
gerência pelo menos desde 1953) e António de Almeida Pinto de Freitas (filho de
António Augusto Freitas).
Sellers era um homem
respeitado e considerado pelos trabalhadores (que o homenagearam em 1964 pelo
seu 50º aniversário), mas António Almeida de Freitas indispõe-se com ele e
Sellers acabaria por sair em 1965. Neste ano, os dois irmãos Pinto de Freitas
(António Almeida e Manuel Almeida) adquiriram à Fábrica de Sacavém a sua parte
no capital da empresa – em Abril o Carvalhinho volta para as mãos exclusivas
dos Pinto de Freitas – e conseguem incluir a cerâmica na AFA (Acordo de
Fabricantes de Azulejos), sendo que já pertencia à UCEL (União Cerâmica
Exportadora, Lda.).
(…) A década de 70 foi
marcada pelo advento do plástico que determinou o desinteresse do mercado pela
cerâmica funcional e artística. Não se pode também esquecer “o condicionalismo
industrial que vigorava no Estado Novo, onde o lobby da Vista Alegre impedia a
criação de novas fábricas de porcelana. Este material era pretendido pelas
cerâmicas do Porto e Gaia para substituir a faiança, que era menos robusta e
económica. Mas a oposição da fábrica de Ílhavo impediu a renovação técnica das
empresas portuenses e condenou-as à decrepitude face à concorrência do pirex e
plástico”. O Carvalhinho passou assim a ser cobiçado por investidores
imobiliários que desejavam construir nos estratégicos locais das empresas.
(…) Os capítulos
finais do Carvalhinho, enquanto fábrica cerâmica, escrevem-se em Maio de 74 – a
fábrica, já numa fase de decadência irreversível, é adquirida em hasta pública
por Serafim de Andrade. A nova gerência tentou o impossível: fazer ressurgir o
Carvalhinho, mas as intransponíveis condições do mercado interno – que os novos
proprietários provavelmente desconheciam – impediram qualquer tipo de
ressurreição da fábrica. Três anos volvidos, em 1977, a Fábrica Cerâmica do
Carvalhinho encerrava as suas portas, 137 anos após a sua abertura.”
Com a devida vénia a Hugo Silveira Pereira; Fonte: “arquivoweb.cm-gaia.pt”
Ponte Luiz I e capela do Senhor do Carvalhinho à direita da
foto nas Fontainhas
Na foto anterior é possível observar no tabuleiro superior da ponte duas estruturas, que serão apoios de cabos destinados a servir os carros eléctricos, cuja montagem foi efectuada em 1909, pelo que a foto será posterior.
Aspecto do tabuleiro superior da ponte Luís I - Cortesia do Engº Manuel Vaz Guedes
Publicidade à Fábrica Cerâmica do Carvalhinho, c. 1910
Instalações do Carvalhinho em V. N. de Gaia
A Fábrica do Carvalhinho ao abandono
Gomil em faiança do Carvalhinho
Garrafa do Carvalhinho
Painel de azulejos da Carvalhinho – Fonte: mfls.blogs.sapo.pt
Na gravura acima, está um painel de azulejos da Fábrica do
Carvalhinho, alusivo ao episódio bíblico da Boa Samaritana, instalado numa
fonte de Vidago.
Azulejo do Carvalhinho
Fábrica de Cerâmica do Senhor d'Além (Vila Nova de Gaia)
Embora situada em V. N. de Gaia, esta unidade industrial
está muito ligada à história do Porto. As ruínas deste edifício localizam-se na
margem do rio Douro, na base da escarpa da Serra do Pilar, junto a um antigo
cais e à capela do Senhor de Além, no antigo caminho de Quebrantões.
Actualmente, o melhor acesso pedonal faz-se pela Rua Cabo Simão.
O edifício, situado junto da pequena ermida, muito mais
antiga, possui uma longa história de ocupação, primeiro, como hospício no
século XVIII (Carmelitas Calçados), não sendo de excluir que a sua ocupação,
remonte a época anterior.
De meados do século XIX, até aos anos 20 do século XX, serviu de instalações da Fábrica de Cerâmica do Senhor do Além.
Após o fecho da
fábrica, nos anos 20 do século passado, o edifício entrou em lenta degradação,
até aos dias de hoje, não tendo sofrido nenhuma ocupação, posterior. Por esse
motivo, os vestígios da fábrica chegaram até aos nossos dias, sob o ponto de
vista arqueológico, perfeitamente preservados.
“Em 1739, fundou-se o
hospício dos Carmelitas Calçados, que aqui residiram até à extinção das ordens
religiosas e à expropriação do edifício. Em 1844, foi vendido em hasta pública
e, entre 1856 e 1861, instalou-se aqui uma fábrica de cerâmica, que seria
sucessivamente ampliada.
(…) A Fábrica de
Cerâmica do Senhor d’ Além produziu louça doméstica de uso comum, azulejos e
peças decorativas.
Chegou até nós com uma
imagem de produção de fraca qualidade, mas nem sempre foi assim. Podemos
distinguir pelo menos três fases de produção:
- a primeira, desde a
fundação (1856-1861) até 1905, marcada, sobretudo, no final do séc. XIX, por
uma imagem de fraca qualidade e decadência;
- a segunda, de 1906 a
1911 – em que a firma se denominou Barbosa, Branco & Ca. - que ficou
conhecida por uma produção de grande qualidade, em que as peças eram assinadas
e em que laboraram importantes artistas;
- a terceira (de 1916
aos anos 20), em que a direção da fábrica pertenceu a um ex-sócio da fábrica
das Devezas - José Pereira Valente Júnior - e da qual pouco sabemos. A esta
última fase deverá corresponder grande parte do espólio recolhido nesta
intervenção.
Após um incêndio nos
anos 20, a fábrica encerrou e o edifício entrou em lenta degradação, não tendo
sofrido nenhuma ocupação posterior. Por esse motivo, os vestígios da fábrica
chegaram até aos nossos dias, sob o ponto de vista arqueológico, perfeitamente
preservados”.
Cortesia de Maria Teresa Mendes da Silva; Licenciada em
História (Arqueologia, Pós-graduação em Museologia), F. L. U. do Porto
Ruínas da Fábrica do Senhor d’Além - Ed. Monumentos
Desaparecidos
Outras cerâmicas no
Porto de oitocentos
Fábrica Nova do
Arnaud
“A Fábrica Nova do
Arnaud foi fundada por Clementina Vieira da Rocha e Álvaro Arnaud, seu marido,
em 1892 depois de terem entregado em arrendamento a Fábrica de Massarelos.
Estava igualmente situada na Rua da Restauração e perto da igreja paroquial,
sendo contudo de dimensões mais reduzidas. Duraria apenas três anos,
suspendendo a laboração ao mesmo tempo que a de Massarelos (que esteve
encerrada entre 1895 e 1900)”.
Fonte: “reflexosdoporto.wixsite.com”
Fábrica da Rua do Sol
“A Fábrica da Rua do
Sol, de louça e cal, foi fundada em inícios da década de 30 do século XIX na
cidade do Porto. Data de 1838 um primeiro contrato, levado a efeito entre pai,
António Luís Alves Viana, e filho, José Luís Alves Viana, que com ele morava e
ajudava na elaboração. Este documento assinala duas fábricas, uma de cal e
outra de olaria estacionadas na rua do Sol. A fábrica esteve posteriormente
arrendada a José Luís Alves Viana, concebendo-se, em 1876, uma nova sociedade
entre Lino Soares Guedes e José Lino Soares Guedes para explorar os três fornos
de que dispunha. Esta parceria designar-se-ia então de Soares Guedes & Cª.
Terá encerrado no início da década de 80, do século XIX, com a dissolução da
sociedade que se dedicava ao fabrico de cal, louça e gesso”.
Fonte: “reflexosdoporto.wixsite.com”
Fábrica de Entre
Quintas
“Laborando a partir de
1855, a pequena Fábrica de Entre Quinta foi fundada por Guilherme de Sousa Reis
e existiu na Quinta do Passadiço, perto da Rua da Restauração. Foi destruída
por um incêndio em 1857., produzindo louça de pó de pedra, grés e porcelana e
sendo mencionada nos almanaques da cidade anteriores a 1864”.
Fonte: “reflexosdoporto.wixsite.com”
Fábrica do Alto da
Fontinha
“A Fábrica do Alto da
Fontinha, também conhecida como Fábrica do Bairro Alto, estava situada na Rua
das Musas e era constituída por barracões em madeira. Foi iniciada em 1837 por
Manuel Joaquim Gonçalves & Irmão, tendo laborado efetivamente entre 1844 e
1860. No ano de 1845 era uma das fábricas que fazia parte do depósito de louças
da Rua da Esperança. Em 1854 pertence a Joaquim Maria de Carvalho que contrata
um oficial de Miragaia. Neste mesmo ano constitui sociedade com António Martins
Laginha, ficando o primeiro a gerir a produção e o segundo a administração das
vendas”.
Fonte: “reflexosdoporto.wixsite.com”
Localização de algumas cerâmicas
Localização de cerâmicas à beira-rio
Legenda:
1. Carvalhinho (Fontainhas)
2. Carvalhinho (V. N. de Gaia)
3. Miragaia
4. Massarelos
5. Senhor d’Além
6. Massarelos (Rego do Lameiro)
7. Palhacinhas
8. Entre-Quintas
9. Santo António de Vale da Piedade
10. Fervença
11. Cavaco
12. Afurada
19. Cavaquinho
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