15.3 Centrais Eléctricas, Distribuição de
Energia e Produção de Gás
Em 1886, foi introduzida a luz eléctrica no Porto, com uma
pequena central da Companhia Luz Eléctrica, que se situava no pátio das traseiras
do edifício do Ateneu Comercial do Porto, na Rua Passos Manuel e fornecia uma
restricta zona da baixa da cidade.
Depois da central eléctrica da Companhia Eléctrica ter
sido alvo de um incêndio em 1898, transitou para a Companhia do Gás do Porto que, em condições muito precárias, continuou
a assegurar, o fornecimento de electricidade a esta rede.
Tendo sido fundada
em 1907, com o fim de assumir todos os direitos e obrigações vigentes entre a
Câmara do Porto e a Companhia do Gás, no que dizia respeito à concessão da luz
eléctrica necessária à iluminação pública e ao consumo doméstico, a Sociedade de Energia Eléctrica do Porto
construiu a Central do Ouro, junto à Fábrica do Gás.
No que diz respeito
aos transportes públicos, já em 1911 decorriam as obras da Central Termoeléctrica de Massarelos,
tendo em 1915, encerrado a antiga Central
da Arrábida, e aquela absorvido parte dos seus equipamentos, permitindo
iniciar uma nova fase de alimentação da rede urbana de carros eléctricos.
O edifício de
Massarelos foi sendo, ao longo dos anos, estruturalmente melhorado. Entre 1921
e 1924, a Central de Massarelos sofreu as primeiras obras de ampliação. Dando
lugar às novas caldeiras e chaminé.
Fábrica do Gás e
Central Eléctrica do Ouro
“A primeira
referência à iluminação pública no Porto data de 1771. A Rua Nova, mais tarde
Rua dos Ingleses, foi palco da instalação dos primeiros “lampiões” da cidade.
Um requerimento, assinado pelos moradores, deu origem a um documento oficial da
autarquia que mandava que “se coloquem lampiões na dita rua, sendo a
conservação e costeio por conta dos moradores”. No início de 1772 procedeu-se à
sua instalação.
Um artigo do
«Jornal de Notícias» do início do século XX transcreveu assim o teor do
documento feito pelos moradores da época:
“A grande
utilidade que têm os moradores das cidades onde de noute estão as ruas
iluminadas, como se pratica nas melhores da Europa, é mais considerável do que
se imagina, pois, não somente dá gosto e livra de quedas e maus encontros a
quem por elas anda, mas evita os roubos tanto às pessoas como nas casas”.
Foi
particularmente na segunda metade do século XIX que se começou a
aproveitar as inovações técnicas e científicas impulsionadas pela Revolução
Industrial europeia.
Em 1851 «quando
veio ao Porto a Rainha D. Maria II» viu-se, pela primeira vez, «o gás
hydrogénio em arco triunphal armado ao cimo da rua de São João» (in O
Tripeiro, 1908), sendo a primeira experiência de iluminação a gás na
cidade.
Em 1855 o gás
chegava já à Rua das Hortas (troço inicial da Rua do Almada) à qual se seguiram
as ruas de Santo António e Clérigos. Em 1892 a cidade contava já com 2607
candeeiros espalhados por várias zonas, incluindo a Batalha. A entidade
encarregue do fornecimento de iluminação à cidade era a Companhia do Gás
da qual os moradores se queixavam que deixava as ruas em estado lastimável após
a colocação dos candeeiros. Esta argumentava com o facto de não reparar os
pavimentos porque teria de os abrir novamente para instalação do gás para
utilização dos particulares (em 1893 havia já cerca de mil e oitocentas
candidaturas de moradores).
Os cerca de três
mil candeeiros espalhados pelo centro da cidade do Porto, em 1893, por serem
novidade foram protagonistas de algumas histórias curiosas. Num artigo de «O
Comércio» desse mesmo ano, podia-se ler o seguinte aviso: «Previne-se um
sujeito que todas as noutes apaga um dos lampeões de gaz que se abstenha de
continuar com esta gracinha, se não quizer passar pelo desgosto de que seja
entregue ao domínio público o seu nome”.
Pensa-se que terá
sido em 1895, com o advento da electricidade, que se substituiu os candeeiros a
gás nas ruas portuenses, já que foi nesta data que começaram a circular os
primeiros carros eléctricos (o Porto foi a primeira cidade do país a ter estes
veículos que só terão iniciado a marcha na capital em 1901).
Texto de Marta
Almeida Carvalho, em Porto Pioneiro
Concurso para iluminação a gás no Porto – Caderno de
Encargos (Fevereiro de 1853)
"1ª O
Empresário ou Companhia de iluminação a gás é obrigado a estabelecer o aparelho
de destilação, condensadores, depuradores e gasómetros fora de barreiras, em
lugar não povoado, e só lhe será permitido o colocar dentro da cidade
gasómetros para depósito de gás, precedendo, para isso, autorização da Câmara,
e ouvindo o Delegado de Saúde.
2ª A Câmara oferece
gratuitamente para este efeito o terreno, que for demarcado da denominada
Quinta do Prado do Bispo, próximo do cemitério público, na margem direita do
rio Douro, podendo o Empresário ou Companhia utilizar-se dele durante o tempo
do seu contrato, findo o qual ficará outra vez pertencendo ao município.
3ª Outro qualquer
terreno, que nos termos do artigo 1º melhor possa convir ao Empresário ou
Companhia, será por ele obtido e pago à sua custa, precedendo aprovação da
Câmara e ouvido o Delegado de Saúde.
4ª O número dos
candeeiros a gás não será inferior ao da actual iluminação a azeite…
Seguiam-se as
restantes alíneas até à 29ª, antes de 2 condições transitórias e assinava o
Escrivão da Câmara, Domingos José
Alves de Sousa"
Fonte: “aportanobre.blogspot”
Em 3 de Outubro de
1855, o jornal “O Porto e a Carta”, na pág. 2, noticiava que desde o dia
anterior, tinha passado a existir iluminação a gás em toda a Rua das Hortas e
parte da Rua Nova do Almada.
A 5 de Dezembro de
1855, o jornal “O Porto e a Carta” noticiava que “a iluminação a gás é boa na Rua de Santa Catarina, mas há que
reduzir a distância a que se encontram os candeeiros”.
Em 1855, a fábrica do
gás estava estabelecida na Arrábida, em local que ficava longe da cidade, para
o que deve ter contribuído o baixo valor dos terrenos e factores de segurança.
A aventada
possibilidade de ocupar terrenos da Quinta do Prado não se concretizou.
Um dos edifícios
deste conjunto, porventura o mais antigo, foi instalado ao lado do já existente
gasómetro, e teve a sua planta aprovada na Câmara em Agosto de 1856 (é o que
vemos abaixo).
Projecto da fachada
do novo edifício da Fábrica de Gás – Fonte: “aportanobre.blogspot”
“O projecto do
edifício foi entregue ao engenheiro electrotécnico parisiense Lucien Neu,
proprietário da empresa Vieillard & Touzet, tendo-lhe sido também incumbida
a direcção da obra. Atendendo à distância a que se encontrava a sede,
localizada em Lisboa, para operacionalizar algumas obras foram subcontratadas
com empresas da cidade do Porto: os trabalhos de alvenaria foram realizados por
Manuel Ferreira da Silva Janeira, mestre-de-obras da Foz do Douro, a elaboração
do plano de cobertura e a realização de toda a parte metálica da construção foi
entregue à Companhia Aliança de Massarelos e executada, sob a direcção de
Henrique Carvalho da Assunção.”
Com a devida vénia a Ana Cardoso de Matos (A Companhia
do Gás e a Sociedade Energia Eléctrica do Porto (1889- 1920)
Universidade de Évora
A História do Porto,
coordenada por Luís A. Oliveira Ramos, afirma que o gás “começa a
cobrir a cidade a partir de 1855".
Assim, em 3 de Janeiro de 1855, é autorizada a instituição
da “Companhia Portuense de Iluminação a Gás”.
Em Abril de 1856, várias ruas da cidade recebem a iluminação
a gás.
É o caso da Praça Carlos Alberto que, em 1 de Abril de 1856,
passaria a ser servida pela iluminação a gás.
"Em 1862, há 1157 candeeiros públicos, e no ano seguinte
1373”.
Em 1 de Novembro de 1869, o jornal “Comércio do Porto”
noticiava que o inspector da iluminação contava 1394 lampiões na cidade, 94 na
Foz e em Lordelo.
Em 1 de Setembro de 1889, a “Companhia de Gaz do Porto”,
constituída em 25 de Junho de 1889, toma conta da fábrica antiga.
Em 1890, eram mais de 2500 lampiões e, em 1900, mais de
3500. Entretanto, começou o fornecimento de gás a particulares.
Publicidade ao “Bico
Auer”, com representação no Porto, na rua Rainha D. Amélia (actual Rua de
Cândido dos Reis)
No fim do século
XIX, começaria a ser usado na iluminação o “Bico de Auer”, com uma eficiência
superior, às tradicionais formas de queima do gás.
Por este novo
processo, a combustão gasosa de uma mistura de gás e oxigénio do ar levava à
incandescência, não do carbono em suspensão, mas de uma matéria sólida que
emitia mais luz que o carvão.
Aquela combustão
gasosa originava uma chama muito quente, mas sem brilho que, no entanto, tornava
incandescente uma “camisa” constituída por sais terrosos de certas terras
raras, como o óxido de tório.
Em 26 de Março de 1897, começavam a ser colocados os
candeeiros de iluminação a gás, nas ruas de Santa Catarina, Formosa e Santo
Ildefonso.
Em 31 de Janeiro de 1898, começava a ser montada a
canalização para a iluminação a gás na Rua da Madeira e a 3 de Outubro daquele
ano era inaugurada, com 36 candeeiros, a iluminação da parte ajardinada da
Praça Mouzinho de Albuquerque.
Entrado o século XX, continuava a expansão da iluminação
pública, a gás.
Em 29 de Outubro de 1901, é inaugurada com animadas festas
populares, a iluminação a gás na Praça Coronel Pacheco.
Em 1886, Já tinha sido introduzida a luz eléctrica no Porto.
A pequena central da Companhia Luz Eléctrica situava-se no
pátio das traseiras do edifício do Ateneu Comercial do Porto, na Rua Passos
Manuel e fornecia uma restrita zona das ruas de Santo António, Clérigos, Praça
da Liberdade e Santa Catarina.
“Luz elétrica na rua de Santo António: começou ontem a ser
instalada. Vai ser o rendez-vous da nossa sociedade. Para isso, devem
desaparecer os casebres demolidos do início da rua.”
In “Jornal do Porto”, 3 Setembro de 1890, p. 2
Só, em 1908, se construiu a Central Eléctrica do Ouro, que
foi substituindo a iluminação a gás por eléctrica.
Junto ao cais do Ouro, encontrava-se já a Fábrica do Gás,
quando a esta se juntou a Central de Electricidade em 1908, e que veio
substituir a Central da Rua Passos Manuel, pertencente à Sociedade de Energia
Eléctrica do Porto, criada em 1907.
Iluminação a gás, na Praça da Batalha – Postal
Iluminação a gás, na Rua dos Ingleses (Rua do Infante) em
1893 – Gravura de T. M. Johnson
A iluminação a gás, na Rua de Santo António, no final do
século XIX
Candeeiro a gás (mais tarde, electrificado) localizado na Sé
"Em 1891, o Porto dispõe já de mais de 2 500 candeeiros, instalando-se nesse ano mais 107 em toda a cidade e mais 42 de luz intensiva entre a Batalha e os Clérigos, cabendo 40 destes candeeiros à Rua de Santo António, Praça de D. Pedro e Rua dos Clérigos. Dez anos depois, há já mais de 3 800 candeeiros colocados, registando-se um aumento significativo do consumo particular."
“A partir de 1888 a Companhia Luz Eléctrica, que possuía
uma central eléctrica na rua Passos Manuel, passou a fornecer energia eléctrica
aos particulares num perímetro compreendido entre a estrada de Bonjardim,
passando pela rua de Santo António, até a entrada da rua de Santa Catarina.
Apesar de se tratar de uma zona restrita da cidade não
deixa de ser importante o vanguardismo desta iniciativa.
Em 1898, após ser afectada por um incêndio, a central
eléctrica da Companhia Eléctrica transitou para a Companhia do Gás do Porto,
que continuou a assegurar, ainda que em condições cada vez menos satisfatórias,
o fornecimento de electricidade a esta rede.
Em 1907 foi fundada a Sociedade de Energia Eléctrica do
Porto com o fim de assumir todos os direitos e obrigações vigentes entre a
Câmara do Porto e a Companhia do Gás no que dizia respeito à concessão da luz
eléctrica.
Para garantir a produção de electricidade necessária à
iluminação pública e ao consumo doméstico, esta Sociedade construiu a Central
do Ouro.
Com a devida vénia a Ana Cardoso Matos - O Porto e a Electricidade, Museu da
Electricidade, EDP Lisboa 2003
A Fábrica do Gás e a nova Central Térmica do Ouro (destinada
à produção de electricidade) eram abastecidas de carvão desembarcado no cais do
Ouro, como se observa na foto abaixo.
Aquela Central Térmica do Ouro foi equipada com quatro
caldeiras fornecidas pela casa "Biétrix", e na sala das máquinas
foram instalados três grupos geradores (dois de 750 KW e outro de 250 KW), e
posteriormente uma turbina de 1 500 KW.
“A Central Térmica do
Ouro foi construída entre Abril de 1907 e Julho de 1908, junto dos gasómetros
da Companhia Portuense de Iluminação a
Gás (CPIG), em Lordelo do Ouro, por uma empresa sua subsidiária - a Sociedade Energia Eléctrica do Porto (SEEP)
-, a fim de produzir e distribuir electricidade. Em Outubro de 1906, a Câmara
Municipal do Porto tinha autorizado a CPIG - uma empresa que veio a integrar as
Companhias Reunidas de Gás e Electricidade (CRGE), de Lisboa, por sua vez,
dependentes, a partir de 1913, do grupo franco-belga Société Financière des
Transports et d'Entreprises Industrielles (SOFINA) - a transferir a concessão
para a produção e distribuição de energia eléctrica para uma sociedade anónima
a criar, a já referida SEEP, com o objectivo de explorar a referida concessão.
O projecto arquitectónico das instalações da Central Térmica do Ouro foi da
responsabilidade de Fernand Touzet, um engenheiro especializado na construção
de edifícios industriais, particularmente na região de Lisboa, e que veio a
construir também a primeira Central Tejo, concluída nos finais de 1911. Não
obstante as dificuldades decorrentes do terreno disponível terem imposto alguns
constrangimentos, nomeadamente a colocação do edifício com uma orientação
oblíqua em relação à via pública, como apontou António Santos num recente
artigo sobre a "Arquitectura da Electricidade em Portugal", não
permitindo um "tratamento uniforme e valorizador do conjunto a partir do
único alçado susceptível de qualificar a sua arquitectura", o edifício da
Central apresenta uma harmonia de linhas e proporções que lhe conferem uma
identidade particular”.
Cortesia de José Manuel Lopes Cordeiro; Jornal “Público” de 29
de Abril de 2001
A Central Eléctrica e a Fábrica de Gás no cais do Ouro
Fábrica de gás no início do século XX
Fábrica de gás e gasómetro, em Lordelo do Ouro, na entrada do século XX
Actualmente, o que resta da Fábrica de Gás
Na última foto, a cerca de 50 metros da Ponte da Arrábida, o
que resta actualmente das instalações, tendo já sido demolidas todas as estruturas
em volta da pequena construção, que ainda se mantém de pé.
Central Eléctrica, anexa à Fábrica do Gás
“De facto, com o
decorrer dos tempos, as dificuldades de abastecimento de coque, agravadas
durante a I Guerra Mundial, e a crescente incapacidade das caldeiras cuja
potência não satisfazia o crescente aumento da procura, ditaram a
municipalização da SEEP, em 17 de Maio de 1918 - tanto mais que a concessão
tinha terminado em 1917 -, dando origem aos Serviços Municipais de Gás e Electricidade. No entanto, e apesar de
ter existido um plano para a sua recuperação e ampliação, a Central do Ouro só
continuou a produzir até 1923, em virtude da autarquia ter entrado em
negociações com a União Eléctrica Portuguesa para o abastecimento de energia
eléctrica à cidade, com base na produção da central do Lindoso, o que veio a
suceder a partir de Novembro daquele ano”.
Cortesia de José Manuel Lopes Cordeiro; Jornal “Público” de 29 de Abril de 2001
Cortesia de José Manuel Lopes Cordeiro; Jornal “Público” de 29 de Abril de 2001
Mais recentemente, praticamente em frente a Massarelos, no chamado Cais do Cavaco, esteve uma outra empresa ligada também ao fornecimento de gás e não só – “A Mobil”.
Vista parcial das instalações da Mobil no Cais do Cavaco –
Fonte: Biblioteca da Câmara Municipal de V. N. de Gaia
Centrais
eléctricas
No concelho do Porto
existiram, entre os anos 1928 e 1950,
60 centrais eléctricas. Só três eram de serviço público, as restantes eram de
serviço particular.
«Serviço público
-A do Porto (ou do Ouro), da Câmara Municipal, central termoeléctrica aberta à exploração em 1908 e que funcionou
até Novembro de 1923. De 1923 em diante a central continua a constar das
estatísticas mas de facto não funcionava. A rede de distribuição era alimentada
desde Novembro de 1923 pela União Eléctrica Portuguesa (UEP) e depois pela UEP
e pela Companhia Electro-Hidráulica Portuguesa, com o apoio da Companhia
Hidroeléctrica do Varosa (estas empresas vêm a fundir-se na Companhia
Hidroeléctrica do Norte de Portugal (CHENOP)). Nas estatísticas consta como
tendo uma potência instalada máxima de 3 250 kW.
-A central de Massarelos, da Companhia Carris de Ferro do Porto
(depois Serviço de Transportes Colectivos do Porto), central termoeléctrica, anterior a 1928, com 15 980 kW de potência.
A partir de 1931 passa a receber apoio da Companhia Hidroeléctrica do Varosa e
da União Eléctrica Portuguesa (UEP).
-A central do Freixo, da União Eléctrica Portuguesa, central
termoeléctrica, aberta à exploração em 1925 atingiu uma potência instalada
de 15 200 kW. Esta central era uma reserva térmica da central hidroeléctrica do
Lindoso (ver Ponte da Barca/Viana do Castelo), da Electra del Lima, cuja
energia era distribuída pela UEP.
Em 1949 passou a estar
interligada e a receber energia da Companhia Eléctrica das Beiras (CEB), da
CHENOP e Serviço de Transportes Colectivos.»
Cortesia de Fernando Faria, In "Fundação EDP"
Cortesia de Fernando Faria, In "Fundação EDP"
Central Termo
Eléctrica do Freixo
«Em 1 de Setembro de
1920, perante o contínuo aumento do consumo, que a Central Térmica do Ouro
satisfazia já com grandes dificuldades em virtude da quase completa
deterioração do seu sistema produtivo e de distribuição, a Câmara Municipal do
Porto decidiu abrir um concurso "para o fornecimento de energia, de
qualquer proveniência, destinada ao serviço municipalizado de iluminação
pública e particular, a quaisquer outros serviços municipais e ainda a ser
fornecida pela Câmara do Porto a quaisquer clientes, dentro ou fora do concelho
do Porto", até ao limite máximo de 40 000 kW, sem obrigação de um mínimo
de consumo, e sem prejuízo da ampliação, já aprovada, da Central Térmica do
Ouro.
Das quatro empresas que se apresentaram ao concurso - Empresa Carbonífera de S. Pedro da Cova, União Eléctrica Portuguesa, Companhia Hidro-Eléctrica do Varosa e Companhia Nacional de Viação e Electricidade - apenas a União Eléctrica Portuguesa (UEP) se encontrava em condições de cumprir as condições do contrato, dado que tinha obtido o exclusivo da distribuição da produção da Central do Lindoso, propriedade da empresa espanhola "Electra del Lima", razão pela qual venceu facilmente o concurso. A obtenção pela UEP da concessão para a distribuição de electricidade ao Porto implicou, por seu turno, a cessação definitiva da actividade produtiva da Central Térmica do Ouro, cujos equipamentos vieram a ser retirados tendo o edifício sido transformado em armazém».
Cortesia de José Manuel Lopes Cordeiro; Jornal “Público” de 29 de Abril de 2001
Na sequência do concurso, acima mencionado, desempenha papel
de destaque Francisco Pinto Moreira que tinha sido guarda-livros e principal
delegado da Companhia de Gás do Porto, de 1897 a 1907.
Entre 1907 e 1917, foi diretor da Companhia de Gás e Eletricidade do Porto e, depois da municipalização da empresa, em 1918, sob a denominação “Serviços Municipais do Gaz e Electricidade”, assumiria funções de chefe de contabilidade até 1922.
É nesta qualidade que, em 1920, juntamente com os engenheiros Rodrigo António Machado Guimarães e Tomás Joaquim Dias, encabeça a "Comissão auxiliar, encarregada de dar parecer sobre diferentes pontos técnicos da proposta de fornecimento de energia eléctrica, apresentada pela “Empreza das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova, Lda.”, no concurso realizado em 15 de Outubro de 1920".
A Empreza das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova, Lda. acabaria por ser preterida no concurso em causa.
Aquele projecto envolveria exame às projectadas quedas de água de Azeveda e de Alvadia, no rio Póio, quedas da Chinchela, Bogalhal, Espinhaço e Moitinha, no rio Côa e às Minas de S. Pedro da Cova.
Entretanto, Francisco Pinto Moreira (1860 – Ordem do Carmo, 24 Novembro 1924), morador na Avenida da Boavista, nº 209, tinha a sua residência dotada com energia eléctrica o que, na época, era uma raridade.
Das quatro empresas que se apresentaram ao concurso - Empresa Carbonífera de S. Pedro da Cova, União Eléctrica Portuguesa, Companhia Hidro-Eléctrica do Varosa e Companhia Nacional de Viação e Electricidade - apenas a União Eléctrica Portuguesa (UEP) se encontrava em condições de cumprir as condições do contrato, dado que tinha obtido o exclusivo da distribuição da produção da Central do Lindoso, propriedade da empresa espanhola "Electra del Lima", razão pela qual venceu facilmente o concurso. A obtenção pela UEP da concessão para a distribuição de electricidade ao Porto implicou, por seu turno, a cessação definitiva da actividade produtiva da Central Térmica do Ouro, cujos equipamentos vieram a ser retirados tendo o edifício sido transformado em armazém».
Cortesia de José Manuel Lopes Cordeiro; Jornal “Público” de 29 de Abril de 2001
Entre 1907 e 1917, foi diretor da Companhia de Gás e Eletricidade do Porto e, depois da municipalização da empresa, em 1918, sob a denominação “Serviços Municipais do Gaz e Electricidade”, assumiria funções de chefe de contabilidade até 1922.
É nesta qualidade que, em 1920, juntamente com os engenheiros Rodrigo António Machado Guimarães e Tomás Joaquim Dias, encabeça a "Comissão auxiliar, encarregada de dar parecer sobre diferentes pontos técnicos da proposta de fornecimento de energia eléctrica, apresentada pela “Empreza das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova, Lda.”, no concurso realizado em 15 de Outubro de 1920".
A Empreza das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova, Lda. acabaria por ser preterida no concurso em causa.
Aquele projecto envolveria exame às projectadas quedas de água de Azeveda e de Alvadia, no rio Póio, quedas da Chinchela, Bogalhal, Espinhaço e Moitinha, no rio Côa e às Minas de S. Pedro da Cova.
Entretanto, Francisco Pinto Moreira (1860 – Ordem do Carmo, 24 Novembro 1924), morador na Avenida da Boavista, nº 209, tinha a sua residência dotada com energia eléctrica o que, na época, era uma raridade.
No dia 10 de Abril de 1922, a energia proveniente da
barragem do Lindoso, chega à Central Eléctrica do Freixo e à sub-estação que,
três anos antes, tinha sido começada a montar pela Empresa Eléctrica del Lima,
que tinha a concessão daquela barragem.
Este empreendimento eléctrico tinha sido concessionado à
empresa espanhola “Electro Del Lima”, alguns anos antes, pelo rei D. Carlos e
pertencia ao Grupo Eléctrico da Vizcaya, financiada pelo Banco Vyzcaya, do
universo do Grupo Hidroeléctrico do país vizinho.
Antiga Barragem do Lindoso
Central do Lindoso em 1922
“A história do
encouramento do Lindoso remonta ainda aos tempos da Monarquia, quando Justino
Antunes Guimarães e Jesús Palacios Ramilo, apresentaram em 11 de Maio de 1905 o
anteprojecto para a exploração hidráulica do salto de Lindoso. Em 1907, D.
Carlos I autorgou a concessão do aproveitamento hidroeléctrico, através do
alvará de concessão do Aproveitamento hidroeléctrico no rio Lima, de 14-2-1907,
publicado no Diário do Governo nº 40 de 20-2-1907. O alvará autorizava a
derivação de um caudal de 7000 litros/segundo, por um período de 99 anos, com
uma exigência de que as obras começassem num período de um ano, e que fosse
terminada em quatro anos. A concessão foi transmitida à Sociedade Anónima
Electro del Lima no ano seguinte, constituída em Madrid a 19 de Maio de 1908.
O projecto inicial
previa a instalação de 14000 cavalos em 7 grupos, cuja potência alcançaria os
12000 cavalos durante 10 meses, e somente 4510 cavalos no Verão. A represa
teria uma altura de apenas 5,8 metros, e o canal de derivação prolongar-se-ía
por 420 metros. As obras começaram a 16 de Setembro de 1908, mas dificuldades
várias, incluindo a morte de um dos accionistas iniciais, retardaram a
construção. A construção do canal de derivação (início visível do lado esquerdo
do rio, nesta e noutra foto), entretanto prolongado, resultou em diversos
problemas com a população, sobretudo devido a questões de nascentes de água, um
tema "quente" na altura. A Primeira Guerra Mundial trouxe
dificuldades óbvias, embora trabalhassem na altura entre 500 e 1000 trabalhadores
nas obras. Em 2 de Abril de 1921 deram-se por concluídas as obras, com a
instalação dos geradores Escher Wyss da General Electric, com uma potência de
8750 kVA, na central hidroeléctrica, cuja imagem é visível abaixo, retirada
daqui. Em 10 de Abril de 1922 a energia chega finalmente à central do Freixo,
no Porto.
Entre 1923 e 1924 a
barragem foi sobrelevada, da altura de 5 metros para uma altura de 22.5 metros.
Tal permitiu a constituição de uma albufeira de 750 000 m3, 0.2% do volume
máximo da actual barragem do Alto Lindoso. O progressivo aumento do consumo da
electricidade obrigou a aumentos sucessivos do canal, das linhas, e da própria
central hidroeléctrica e da câmara de carga (visível abaixo, foto retirada
daqui), contribuindo para um significativo desenvolvimento local, na localidade
de Paradamonte, que distinguia a aldeia de todas as outras em redor. Tais
ampliações terminaram em 1951, quando foi montado o último grupo gerador, de 40
000 kVA, que permitiu alcançar uma potência de 92 500 kVA. No final da década
de 1980 iniciou-se a construção da barragem do Alto Lindoso, que obrigou à
destruição da antiga barragem.”
Com a devida vénia a “ecotretas.blogspot”
A sub-estação eléctrica do Freixo foi, portanto, o primeiro
edifício a ser construído e onde, depois (1926), surgiria o complexo que
albergava a Central Termo Eléctrica do Freixo.
“A origem desta
Central data do século XX, mais precisamente de 1919, quando a Empresa
Espanhola Eléctrica del Lima ergue a sua sub estação naquele local, dando mais
tarde origem à construção do enorme complexo erguido pela UEP.
A UEP – União
Eléctrica Portuguesa nasceu de uma união de empresários portugueses e espanhóis
que se manteve comercialmente estável ao longo dos anos. Esta unidade teve um
papel fundamental no abastecimento de energia à Região Norte, permitindo o
grande desenvolvimento industrial desta região, especialmente quando ergueu a
Central Termo Eléctrica do Freixo. O protagonismo da UEP é decisivo para
este desenvolvimento ao emergir como uma das principais empresas
fornecedoras de energia às regiões do Porto, Matosinhos, Vila Nova de Gaia,
Braga, Coimbra entre outras.
Será nestas regiões
que se encontravam os seus principais clientes, que seriam unidades de grandes
dimensões e consequentemente grandes consumidores de energia. A sua
principal aposta foi dirigida a este segmento de clientes desinteressando-se em
apostar na rede de baixa tensão e na electrificação das áreas rurais.
O primeiro edifício a
ser construído naquele local pela empresa espanhola foi a sub estação
receptora e transformadora. Em 1926, perante a vontade da UEP, inicia-se
a construção da Central Termo Eléctrica do Freixo, começando por erguer
dos edifícios denominados a Casa das Caldeiras e a Casa das Máquinas.
Ostentando o logotipo
da UEP, este complexo foi crescendo dando origem mais tarde a uma Oficina de
Montagem e Manutenção de Transformadores e ao Edifício das Bombas, hoje em dia
só restam a Casa das Máquinas e o Edifício das Bombas. A partir dos anos 50, o
complexo foi-se actualizando, sobretudo a nível dos apoios sociais, com a
construção de estruturas para um refeitório e cozinha bem como para os
serviços médicos.
A partir dos anos 70,
dá-se o mais significativo projecto na fase de modernização, com a introdução
de novos equipamentos e de uma série de avanços tecnológicos, facto este que
motivou a construção de um novo edifício acrescentado à anterior construção,
reconhecido facilmente pela suas linhas modernistas. A Central Termo Eléctrica
foi desactivada nos anos 60, mas os restantes edifícios ainda laboraram durante
mais alguns anos. Mais tarde com a Revolução do 25 de Abril de 1974, esta
empresa foi nacionalizada e incorporada na EDP.”
Cortesia: Vasco da Gama de “cacadevolutos.pt”
Após o 25 de Abril de 1974, a União Elétrica Portuguesa foi
incorporada na actual EDP, mas a Central Termoeléctrica do Freixo já tinha
deixado de produzir electricidade e de a fazer chegar a várias zonas da região
desde 1960, substituída pela central da Tapado do Outeiro, em Gondomar.
Até 2018, os terrenos da Central do Freixo e da vizinha Empresa Industrial do Freixo pertenciam à EDP, ano em que esta os vendeu a um conjunto de investidores portugueses e estrangeiros, ligados ao empresário João Cota Dias.
O projecto imobiliário que por lá será levantado, ficou a cargo da Freixo Magnum, Lda, uma empresa detida em 79% pelo consórcio franco-suíço Ginkgo Advisor e em 21% pela Emerge, uma empresa do ramo imobiliário do universo da Mota-Engil.
Consta que as fachadas das duas antigas unidades industriais serão preservadas.
Até 2018, os terrenos da Central do Freixo e da vizinha Empresa Industrial do Freixo pertenciam à EDP, ano em que esta os vendeu a um conjunto de investidores portugueses e estrangeiros, ligados ao empresário João Cota Dias.
O projecto imobiliário que por lá será levantado, ficou a cargo da Freixo Magnum, Lda, uma empresa detida em 79% pelo consórcio franco-suíço Ginkgo Advisor e em 21% pela Emerge, uma empresa do ramo imobiliário do universo da Mota-Engil.
Consta que as fachadas das duas antigas unidades industriais serão preservadas.
Fachada nascente da Central Termo Eléctrica do Freixo, em
1926 – Cortesia de Maria da Luz Sampaio
Central Termo Eléctrica do Freixo – Ed. Alvão
Aspecto geral das instalações da Central Termo Eléctrica do
Freixo, em 1936 – Cortesia de Vasco da Gama do “cacadevolutos.pt”
Legenda
1. Edifícios da Electro del Lima
2. Casa das caldeiras (UEP)
3. Casa das máquinas (UEP)
6,7. Saídas para Coimbra e V. N. de Gaia
9. Parque de carvão
Aspecto das instalações da Central Termo Eléctrica do Freixo
depois de abandonada – Cortesia de Vasco da Gama do “cacadevolutos.pt”
Vista aérea das instalações da Central Termo Eléctrica do
Freixo depois de abandonada – Cortesia de Vasco da Gama do “cacadevolutos.pt”
Publicidade à UEP no catálogo da “Exposição Colonial”, em
1934
Associada à Central do Freixo esteve, desde 1947, a Empresa
Industrial do Freixo (EIF).
Com esta nova empresa, pretendia-se fazer uso de um excesso de produção de energia.
Com esta nova empresa, pretendia-se fazer uso de um excesso de produção de energia.
EIF – Empresa
Industrial do Freixo
“Desde 1930 que se
verificava que da elevada produção de energia eléctrica produzida pela Central
Termo Eléctrica do Freixo, resultava grandes excedentes de energia e havia a
necessidade de aproveitar esses excedentes.
Deste modo, a UEP –
União Eléctrica Portuguesa, dona da Central Termo Eléctrica,
resolveu projectar um novo equipamento. Assim, em 1947, nasce a EIF – Empresa
Industrial do Freixo, cuja função principal era aproveitar esses
excedentes energéticos produzindo, então, carboneto de cálcio e silício. O
carboneto de cálcio é um composto que tem várias aplicações industriais, mas
nesta época servia exclusivamente para a produção de gás acetileno, que era
muito utilizado em lâmpadas. Quanto ao ferro silício, trata-se de um material
muito necessário nas indústrias siderúrgicas e fundições para a fabricação do
aço.
Deste modo, a Central
Termo Eléctrica do Freixo, ao escoar os seus excedentes de energia para
esta unidade fabril, a qual para produzir o carboneto e o silício anteriormente
referidos, necessitava de muita energia. Sendo, assim, a UEP saía
muito beneficiada com esta operação.
A fábrica dispunha de
dois fornos distintos, um para a produção de cal e outro para obter o carboneto
de cálcio, não necessitando para esta operação de mais de 50 operários para
produzir continuamente. Deixou de funcionar em 1974 e desde então permaneceu
abandonada.”
Cortesia: Vasco da Gama de “cacadevolutos.pt”
Ruínas da Empresa Industrial do Freixo - Cortesia de
“cacadevolutos.pt”
Acesso às instalações da Empresa Industrial do Freixo, pela Rua do Freixo -
Cortesia de “cacadevolutos.pt”
Vista aérea das Ruínas da Empresa Industrial do Freixo -
Cortesia de “cacadevolutos.pt”
Vista aérea da Empresa Industrial do Freixo (2) e Central
Termo-Eléctrica do Freixo (1) – Fonte: Google maps
A área de implantação, tanto da Central Termo Eléctrica do
Freixo como da sua vizinha, Empresa
Industrial do Freixo e ainda, da Fábrica Barbosa & Almeida, confinava, a
sul, com a estrada marginal, que corria pela margem direita do rio Douro e que, começaria a ser delineada, na década de 40 do século XX.
Diga-se que a fábrica de vidro "Barbosa & Almeida", já há muito, abandonou este local, sendo, actualmente, parte das suas antigas instalações, ocupada com os escritórios da firma de construção "Mota-Engil".
«Serviço particular
Centrais hidroeléctricas
-A do Lordelo do Ouro (ou Lugar de Penoucos), central hidroeléctrica
da Fábrica de Lanifícios do Lordelo, instalada no Ribeiro de Olho Marinho (Só
pode ser a Ribeira da Granja). A central é anterior a 1928 e atinge uma
potência de 120 kW. A partir de 1931 passa a receber energia da Câmara
Municipal Porto e depois da União Eléctrica Portuguesa. Tinha uma central
térmica de reserva. A propriedade da central varia ao longo dos anos, tendo
também pertencido a Tomás José Rosas e ao Banco Borges & Irmão.
Centrais termoeléctricas
-A central de Penoucos, reserva termoeléctrica da central anterior,
que funcionou entre 1931 e 1942, com 56 kW de potência máxima.
-A da Areosa, de Azevedo Soares & Cª, anterior a 1928 com 966 kW
de potência máxima Era, já em 1928, uma central de reserva, pois a empresa
normalmente recebia energia da UEP.
-A de Campanhã, da Companhia de Moagens Harmonia, instalada em 1936
com 49 kW de potência. Era uma central de reserva, pois a empresa normalmente
recebia energia da Câmara Municipal.
-A de António Francisco Nogueira, Lda., instalada antes de 1928, com
176 kW de potência máxima. A partir de 1931 passa a receber energia da Câmara
Municipal. É desactivada em 1947.
-As duas centrais de António Maria Lopes, anteriores a 1928 e que
funcionaram até 1930 com 79 kW e 64 kW de potência.
-A de A Santos & Cª, anterior a 1928 e que funcionou até 1942
com 160 kW de potência. Era, já em 1928, uma central de reserva, recebendo
normalmente energia da UEP.
-A da Camisaria Confiança (Rua de Santa Catarina), instalada em 1939
com 53 kW de potência instalada máxima. A partir de 1945 passa a receber
energia da Câmara Municipal, passando a central de reserva.
-A da Companhia de Fiação Portuense (Campo 24 de Agosto), que
funcionou entre 1930 e 1941, como central de reserva, pois a empresa recebia
energia da UEP. Teve uma potência máxima de 876 kW.
-A da Companhia de Fiação e Tecidos do Porto (Campo 24 de Agosto),
anterior a 1928 com 400 kW de potência máxima. Funcionou até 1942. A partir de
1932 passou a receber energia da Câmara Municipal, e no ano seguinte, da UEP.
-A de Fonte da Moura, da Companhia Indústrias Reunidas, anterior a
1928 e que funcionou até 1939 com 60 kW de potência. Em 1935 passa a central de
reserva, recebendo energia da UEP.
-A da Companhia Lusitana de Fósforos (Rua Silva Porto), anterior a
1928, com 32 kW de potência. A partir de 1932 passa a receber energia da Câmara
Municipal.
-A do Matadouro, da Câmara Municipal ( Rua de S. Dinis), instalada
como central de reserva em 1935 com 200 kW de potência. Recebia energia da UEP.
-A da Companhia Manufactora de Artefactos de Malha (depois Sociedade
Industrial de Malhas e Fiação), anterior a 1928, funcionou até 1947 com 38 kW
de potência. A partir de 1928 passará a receber energia eléctrica da UEP.
-A da Companhia Metalúrgica do Norte, anterior a 1928 e que
funcionou até 1933, com 65 kW de potência. Já em 1928 era uma central de
reserva, pois a empresa recebia energia da UEP.
-A da Companhia Nacional Mercantil, que funcionou entre 1940 e 1943,
com 83 kW de potência, como central de reserva, pois a empresa recebia energia
da Câmara Municipal.
-A de “O Comércio do Porto” anterior a 1928 e que atingiu uma
potência de 80 kW. A partir de 1931 passa a receber também energia da Câmara
Municipal.
-A da Companhia Portuguesa de Curtumes do Ameal, (ou Fábrica Portuense de Curtumes), anterior a 1928 com
256 kW de potência máxima. A partir de 1949 passa a receber energia da UEP.
-A da Companhia Previdente, instalada em 1931, como central de
reserva pois a empresa recebia energia da Câmara Municipal. Tinha 113 kW de
potência.
-A da Companhia Industrial Resineira (Rua do Godim, Campanhã),
instalada em 1935 como central de reserva, pois a empresa recebia energia da
Câmara Municipal.
-A da Companhia União Fabril Portuense, anterior a 1928 com 112 kW
de potência. A partir de 1931 a empresa passa a receber energia da UEP e da
Câmara Municipal.
-A de Duarte Ferreira & Filhos (depois Metalúrgica Duarte
Ferreira), que funcionou entre 1933 e 1948 com 65 W de potência, como central
de reserva, recebendo energia da UEP.
-A da Empresa Artística, Lda., anterior a 1928 e que funcionou até
1940 com 112 kW de potência. A partir de 1932 passa a receber energia da Câmara
Municipal.
-A de Eduardo Ferreirinha & Irmão, instalada em 1949 com 84 kW
de potência, como central de reserva. A empresa recebia energia da Câmara
Municipal.
-A da Empresa Industrial do Ouro, que funcionou entre 1936 e 1939,
com 20 kW de potência, como central de reserva, pois a empresa recebia energia
da Câmara Municipal.
-A da Fábrica das Antas, anterior a 1928 com 80 kW de potência. A
partir de 1934, passa a receber energia da Câmara Municipal, e a partir de
1941, da UEP.
-A da Fábrica de Acabamentos Vitória, que funcionou entre 1932 e
1935 com 22 kW de potência. Era uma central de reserva pois a empresa recebia
energia da Câmara Municipal.
-A da Fábrica de Curtumes do Bonfim, que funcionou entre 1930 e 1933
com 43 kW de potência.
-A de Fonseca, Faria & Cª, instalada em 1942 com 64 kW de
potência, como central de reserva, pois recebia energia da UEP.
-A da Fábrica de Fiação e Tecidos do Jacinto, anterior a 1928 com
uma potência máxima de 230 kW. A partir de 1931, passa a receber energia da
UEP.
-A da Fábrica de Malhas e Passamanarias Prelada, que funcionou de
1940 a 1942 com 24 kW de potência como central de reserva, pois a empresa
recebia energia da UEP.
-A da Fábrica de Sedas Nogueira, instalada em 1947 com 112 kW. A
empresa também recebia energia da Câmara Municipal.
-A da Fábrica União Industrial, anterior a 1928 e que só funcionou
até 1930, com 112 kW de potência.
-A de Gonçalves & Cª (ou Gonçalves & Sobrinho), anterior a
1928 e que foi desactivada em 1941, com 29 kW de potência.
-A dos Grandes Armazéns Nascimento, instalada antes de 1928 com 38
kW de potência. A partir de 1932, passa a receber energia da Câmara Municipal.
-A de R. Cardoso & Cª, que funcionou entre 1932 e 1933 com 24 kW
de potência.
-A de M. Cardoso Pereira, instalada em 1942, com 83 kW de potência,
como central de reserva, pois a empresa também recebia energia da Câmara
Municipal.
-A de Moreira & Moreira, instalada em 1949 com 36 kW de potência,
como central de reserva, pois a empresa também recebia energia da Câmara
Municipal.
-A de Matos & Quintas, anterior a 1928 e que atingiu uma
potência de 359 kW. Em 1931 a central passa à reserva, recebendo a empresa
energia de diversos fornecedores.
-A da Moagem da Restauração, que funcionou entre 1938 e 1948 com 35
kW de potência. Foi instalada à partida como central de reserva, pois a empresa
recebia energia da Câmara Municipal.
-A de Mandim, Vaz & Cª, anterior a 1928 e que funcionou até 1940
com 24 kW de potência. A partir de 1931, passou a central de reserva, pois a
empresa normalmente recebia energia da UEP.
-A da Nova Empresa Industrial de Curtumes instalada em 1930, com 92
kW de potência máxima, como central de reserva, pois a empresa normalmente recebia
energia da UEP e da Câmara Municipal.
-A de “O Primeiro de Janeiro”, anterior a 1928 e que atingiu uma
potência de 212 kW. A partir de 1931 passa a central de reserva, recebendo a
empresa energia da Câmara Municipal e da UEP.
-A de R. Cunha & Cª, anterior a 1928 e que funcionou até 1939,
com 53 kW de potência máxima. A partir de 1931 passa a receber energia da
Câmara Municipal.
-A da Sociedade Industrial Aliança, que funcionou entre 1932 e 1948
com 360 kW de potência. Era à partida uma central de reserva pois a empresa
recebia energia da UEP.
-A de Santos & Filhos, que funcionou entre 1935 e 1944 com uma
potência máxima de 172 kW. A partir de 1941 passa a receber energia da UEP.
-A da Sociedade Industrial Raione, que funcionou entre 1942 e 1945,
com 38 kW de potência. Era à partida uma central de reserva, pois a empresa
recebia energia da UEP.
-As da Sociedade Industrial Vitória, instaladas em 1930, uma com 151
kW de potência máxima, a outra com 64 kW. Esta última foi desactivada em 1938.
Eram centrais de reserva, pois a empresa recebia energia da UEP e da Câmara
Municipal.
-A da Sociedade Nacional de Fósforos, instalada em 1932 com 62 kW de
potência máxima. A partir de 1934, a empresa passa a receber energia da Câmara
Municipal.
-A da Sociedade Nacional de Recreios, que funcionou entre 1931 e
1935 com 112 kW de potência. A empresa, a partir de 1933, passa a receber
energia da Câmara Municipal.
-A de Vilarinho & Moura, que funcionou entre 1935 e 1940 com 30
kW de potência, como central de reserva, pois a empresa recebia energia da
Câmara Municipal.
-A da empresa W. J. Graham & Cº., instalada antes de 1928 com
650 kW de potência.
-A de M. Alves Ribeiro & Cª, que funcionou entre 1936 e 1942 com
38 kW de potência instalada. A central era de reserva pois a empresa também
recebia energia da Câmara Municipal.
-A, da Invicta Filme, da Quinta da Prelada anterior a 1928 e que só
funcionou até 1930 com 75 kW de potência. A energia produzida na central
destinava-se a arcos voltaicos, recebendo, a empresa, energia da Câmara
Municipal, para outros usos.
-A da Têxtil Artificial do Porto, de Ramalde, instalada em 1938 com
342 kW de potência máxima. A central era de reserva pois a empresa recebia
energia da UEP.»
Cortesia de Fernando Faria, In "Fundação EDP"
Cortesia de Fernando Faria, In "Fundação EDP"
Fornecedores e Distribuidores
Fornecedores
Os fornecedores ao
concelho do Porto foram, naqueles anos:
1) Até 1939:
-A UEP (como principal fornecedor)
Teve apoio ocasional,
da Companhia Hidroeléctrica do Varosa e da Companhia Carris de Ferro do Porto
2) A partir de 1939 os
fornecedores são:
-A UEP
-A Companhia Electro-Hidráulica de Portugal, com apoio da Companhia
Hidroeléctrica do Varosa que formaram em 1943 a Companhia Hidroeléctrica do
Norte de Portugal)
Distribuidores
O distribuidor local
foi a Câmara Municipal desde 1917 altura em que foi municipalizado o serviço de
electricidade, tendo para o efeito criado os Serviços Municipais de Gás e
Electricidade (SMGE).”
In “wikienergia.com”
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