6. Empresas de
procedimento creditício
Para além dos bancos e das mutualidades, outras empresas se
apresentaram no mercado para atribuição de créditos.
Foi o caso das de Mediação de Crédito Hipotecário e daquelas
que atribuíam os créditos tendo como referência os valores de objectos de uso
pessoal utilitários ou de adorno – empresas prestamistas.
6.1 Empresas
Prestamistas
Estas empresas tiveram um papel fundamental na sociedade,
pois eram o único recurso que o povo tinha face a qualquer dificuldade momentânea.
Eram tempos muito distantes do actual Estado Providência.
Na terminologia popular ficaram conhecidas por “Casas de
Prego” ou “O Invejoso”.
A “Companhia União de
Crédito Popular”, (CUCP), que ainda hoje está de portas abertas, na sua
sede da Praça Carlos Alberto, nº 79, conhecida pelo atraente painel de azulejos
que forra a fachada do prédio, está no mercado desde do ano de 1875.
A Companhia União de Crédito Popular, SA, começou por ser a
Companhia União Popular Penhorista, SARL fundada por escritura pública em 16 de
Abril de 1875.
O objectivo da sua actividade era fazer empréstimos sobre
objetos de ouro e prata, roupas, móveis, mercadorias diversas e artefactos
nacionais, sobre as acções da Companhia, acções de bancos, e inscrições de
dívida pública nacional interna e externa ou comprar, quando lhe convenha,
qualquer penhor que seu dono resolva vender razoavelmente.
Em 1890, fora a sua sede tinha 34 sucursais.
Em 1898, por Decreto, a “Companhia Popular Penhorista”,
passa definitivamente a “Companhia União de Crédito Popular”.
Em 1931, a sociedade por quotas de responsabilidade limitada
CUCP passa a sociedade anónima.
Em 1 de Abril de 1933, é admitido na firma, António Ribeiro
Barbosa, através do seu tio Porfírio Fernandes Barbosa, que vem a ser o
guarda-livros e mais tarde presidente da administração até ao ano de 2002.
Em 22 de Fevereiro de 1943, é admitido Manuel Aleixo
Ferreira que ascende a presidente de Administração substituindo António Ribeiro
Barbosa.
Serão os sobrinhos de Manuel Aleixo Ferreira que assumirão a
administração da empresa após o seu falecimento em 2018.
Com as sucessivas alterações à regulação da actividade
prestamista, a CUCP tem, actualmente, 13 lojas de penhores e 2 de ourivesaria.
6.2 Actividade Comercial de Mediação de Crédito Hipotecário
Durante o século passado até ao estabelecimento da
democracia em 1975, as casas de crédito hipotecário, principalmente
vocacionadas para a ajuda a particulares ou pequenos negócios em nome individual,
tiveram alguma expressão.
A elas recorriam em momentos de aperto, lavradores e
proprietários que davam como garantia os seus terrenos ou outros bens
imobiliários, e os particulares com as mais diversas ocupações, que muitas das
vezes submetiam a hipotecas os seus veículos automóveis.
Pelo Decreto-Lei n.º 43767, de 30 de Junho de 1961,
regulou-se o exercício da actividade comercial de mediador na compra e venda de
bens imobiliários e na realização de empréstimos com garantia hipotecária,
sujeitando-o à fiscalização do Ministério das Finanças através da
Inspecção-Geral de Crédito e Seguros.
Muitas foram as firmas do ramo sendo do conhecimento
generalizado, pela grande divulgação através da publicidade, principalmente de
“A Confidente”, mas, existiram firmas também igualmente conhecidas, como “A
Nortenha”, “A Segurança”, “A Previdente”, “Organizações Gandarela Ldª” e muitas
outras.
Após a revolução de Abril paulatinamente as actividades de
crédito destes agentes sofreram algumas alterações que conduziram a que essa
actividade, passasse em exclusivo para a alçada dos bancos.
Publicidade à “A Confidente” na Rua de Santa Catarina nº 108
– Fonte: gisaweb.cm-porto
Em 1954, "A Confidente" ainda estava pela Rua de Santa Catarina - In jornal "O Comércio do Porto"
“A Confidente” na Rua Passos Manuel nº 14 - Fonte: gisaweb.cm-porto
Fonte Luminosa em 1967, na Praça D. João I – Fonte: CMP,
Arquivo Histórico Municipal
A fonte que se vê acima foi oferecida à cidade pela firma “A
Confidente”, que tinha escritórios na esquina da Rua de Sá da Bandeira com a
Rua de Passos Manuel (a Sul).
Na foto é visível no piso térreo do prédio (à esquerda) o Café
Rialto e por cima dele no 1º andar, uma outra firma do negócio de propriedades
denominada “Nortenha”.
Mata–borrão (vulgo, “Chupa”) de publicidade à Nortenha
Mata-borrão de publicidade à “A Segurança”, do mediador Américo de Oliveira Alves da Silva, sita na Rua da
Alegria, nº 71 - 1º Esquerdo
Saudações, chamo-me Joilson da Costa moro no Brasil e estou entrando em contato pois descobri entre as coisas de minha falecida mãe uma foto antiga. Com uma pesquisa superficial na internet vi que o senhor tem algum conhecimento em fotografia. Gostaria de saber algo sobre o fotógrafo Julio Braga, que tinha como endereço a Rua do Almada, 140. Penso que é uma foto da década de 30, do século passado.
ResponderEliminarGrato, Joilson.
Na Rua do Almada nº 140 esteve de facto sedeada entre 1872 e 1877, a “Photografia Universal” de Figueiredo & Reis, e no final do século XIX a “Photografia Portuense” de Fulgêncio da Costa Guimarães.
ResponderEliminarEm 1915 a Photografia Portuense passaria a chamar-se “Fotografia Braga & Ferreira”.
Ora o tal Júlio Braga, de que me fala, teria o seu nome ou de alguém da família ligado à “Fotografia Braga & Ferreira”.
Lamento não poder fornecer mais pormenores. Vou continuar a pesquisar e se surgirem novos dados aviso.
Cumprimentos
Tenho uma fotografia do fotógrafo Júlio Braga (era realmente na Rua do Almada). Talvez possa interessar!
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