sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Conclusão

 
Assistência às vítimas
 
 
Nestes tempos de guerra, organizações como a Cruz Vermelha, a Sociedade Humanitária, a Comissão de Assistência Pública ou então as recém-fundadas, Cruzada das Mulheres Portuguesas, a Société Amicale Franco-Portugais e a Associação de Assistência às Vítimas da Guerra ficaram com as suas intervenções gravadas para a posteridade.
No entanto, em Março de 1916, categorizadas personalidades da sociedade portuense se juntariam para fazer nascer a "Junta Patriótica do Norte", cujo objectivo principal era a assistência-socorro às vítimas da Guerra e que se destacaria das demais.
Seria o Dr. Alberto de Aguiar a lançar aquele que, para lá de um movimento de exaltação patriótica (propondo-se glorificar e alentar os que partiam para os campos de batalha) pretendia, ao mesmo tempo, amparar os filhos dos que perdessem a vida ao serviço da Pátria.
 
 
“A Junta Patriótica do Norte surgiu de um movimento patriótico no seio da Câmara Municipal do Porto e foi aberto a todos os portuenses que nela quisessem participar e seguir os seus ideais. Apesar da Junta Patriótica do Norte não ter qualquer fi­liação partidária, vai nascer quando o Dr. Henrique Pereira de Oliveira presidia à edilidade, tornando-se vice-presidente da mesa das reuniões plenárias. O projeto inicial da sua fundação contou com vários professores da Universidade do Porto, elementos da função pública ligados à Câmara do Porto e ainda comerciais e industriais”.
Cortesia de Ana Sofia Veiga Peniche
 
 
Na sua actividade de propaganda, a Junta Patriótica do Norte promoveria reuniões e a distribuição massiva de manifestos em papéis avulsos ou afixados em placards.
Estes materiais propagandísticos foram produzidos entre 20 de Abril de 1916 e 14 de Julho de 1918, num total de quinze manifestos e nove placards, embora se desconheça o número de exemplares impressos.
Outro modo também usado para divulgar a mensagem, utilizava as sessões cinematográficas realizadas em cinemas e teatros da cidade do Porto, divulgando imagens dos palcos de guerra protagonizadas pelo exército aliado.
Os fundos necessários ao êxito deste empreendimento tinham várias origens.
 
 
“No que toca a angariações ordinárias, destacam-se: a grande subscrição, a cotização mensal, a subscrição ao Núcleo Infantil e a subscrição além fonteiras, em vários núcleos. A grande subscrição era feita por cerca de 1250 individualidades e empresas e as verbas iam dos 10 até aos 500 escudos. Desta forma se conseguiram substanciais donativos, que visavam ajudar a realização de obras de vário tipo; até 30 de setembro de 1918 renderam cerca de 28 191 escudos.
A cotização mensal era paga por 385 quotizantes, mas os seus valores mensais eram diferenciados, oscilando entre 10 centavos e 10 escudos. Até 1918, as cotas per­fizeram um montante superior a 4513 escudos. A subscrição ao Núcleo Infantil contava com 251 subscritores e a verba apurada tinha a ­finalidade de ajudar os órfãos de guerra. Esta subscrição alcançou um valor acima de 4576 escudos”.
Cortesia de Ana Sofia Veiga Peniche
 
 
Sucediam-se para angariação de capitais as vendas de caridade e os festivais, realizados no Palácio da Bolsa e na Casa dos Filhos dos Soldados Portugueses, promovidos pelas senhoras do Núcleo Feminino de Assistência Infantil, com as respectivas receitas a reverterem para a Junta Patriótica do Norte.
No Brasil e na Califórnia, algumas verbas importantes foram também recolhidas.
Muitos particulares e empresas comerciais e industriais resolveram fazer a sua contribuição em géneros.
Os selos da Junta Patriótica do Norte, inaugurados em 1917, por sugestão do membro da Junta, Aurélio Paz dos Reis, tiveram também algum impacto no montante final arrecadado.

 
 

Selos emitidos pela Junta Patriótica do Norte
 
 
 

Bilhete-Postal da Junta Patriótica do Norte com respectivo emblema da instituição



A um movimento com tão nobres e elevados propósitos, chegavam constantes adesões. E, graças a elas, em 25 de Junho de 1917, a Junta Patriótica do Norte funda a Casa dos Filhos dos Soldados, instalando-a num prédio que, para o efeito, aluga na Rua de Cedofeita, nº 458.
Cerca de uma semana antes, é realizada uma grande exposição na nave central do Palácio de Cristal, noticiado pelo semanário “O Sino” da Senhora da Hora.


 

In semanário “O Sino” de 10 de Junho de 1917




Cabeçalho do semanário “O Sino”


A Casa dos Filhos dos Soldados começará logo por albergar 50 orfãos de guerra, de ambos os sexos.
Agregado à "Junta Patriótica do Norte" começa a trabalhar um núcleo Feminino de Assistência Infantil ao qual preside D. Filomena Sequeira de Oliveira.
De acordo com as idades, as crianças vão ter uma instrução elementar primária, precedida do ensino "Jardim-Escola" e seguida de educação profissional, nomeadamente, em artes e ofícios.
 
 
 
 

Cartaz do Certame de Arte Nacional realizado no Palácio de Cristal, em 1917



A 13 de Julho de 1919, o Tratado de Paz é comemorado pela Junta Patriótica do Norte com um grande cortejo cívico, uma festa infantil no Palácio de Cristal, uma conferência sobre a guerra no Teatro Gil Vicente pelo capitão Augusto Casimiro e uma festa popular na Cordoaria.
Pela assinatura do Tratado de Paz é organizado, ainda, pelo Triângulo Vermelho um festival aos soldados-expedicionários e levada a cabo uma Marcha Luminosa, por iniciativa dos Bombeiros portuenses.

 
 
 

Crianças das escolas primárias do Porto rumo à festa infantil promovida pela Junta Patriótica do Norte, no Palácio de Cristal – Fonte: Ilustração Portuguesa, n° 702, 4 de Agosto de 1919
 
 
 
 

Anverso e reverso da medalha comemorativa dos 50 anos sobre a fundação da Junta Patriótica do Norte
 
 
 
 
Acabada a guerra, a maioria dos seus membros não julgou chegado o momento de dissolver a Junta Patriótica do Norte.

 
 
 

Ofício assinado pelo então presidente da Junta Patriótica do Norte e enviado, em 1932, quando a Casa dos Filhos dos Soldados ainda estava na Rua de Cedofeita, 458
 
 
 
 
“A necessidade de ampliar a sua instalação e sobretudo de a tornar independente pela aquisição de Edifício próprio (este edifício que a boa sorte da Junta conseguiu encontrar, é a Quinta Amarela, à Rua de Oliveira Monteiro, n° 887, comprada, com isenção de sisa, por 250 contos, em 20 de Julho de 1934 e que com uma extensão de 12.000 metros quadrados tem cerca de 1.200 metros quadrados para habitação, entre o edifício central em três pavimentos, e suas dependências), forçou a adaptar o compromisso de 1916 ás exigências legais, porque actualmente se regem todas as instituições de benemerência”.
Fonte: “ep.up.pt/docentes”

 
 

Edifício primitivo da Quinta Amarela onde, de 1921 a 1927, funcionou a Faculdade de Letras da U. P.
 
 
 
A Junta Patriótica do Norte teve a sua sede social nos Paços do Concelho do Porto (Câmara Municipal) e a sua Secretaria e Instalações e a Casa dos Filhos dos Soldados, provisoriamente, na Rua da Cedofeita n°s. 458/460 - Porto; posteriormente, foram as mesmas transferidas para a Quinta Amarela - que a Junta comprou em 20 de Julho de 1934 -, sita na Rua Oliveira Monteiro, n° 887 - Porto.
A Junta Patriótica do Norte foi extinta em 1938, tendo o seu património sido transferido para a Liga dos Combatentes da Grande Guerra, que presentemente o continua a usufruir e a gerir.
Por isso, em 24 de Janeiro de 1938, a Liga dos Combatentes assina a escritura que lhe confere a posse da Casa dos Filhos dos Soldados, na Quinta Amarela, ao Carvalhido.
A Liga dos Combatentes criada em 1921, com a denominação de Liga dos Combatentes da Grande Guerra tinha como principal objectivo reunir numa associação os militares e ex-militares portugueses que tinham combatido na 1.ª Guerra Mundial, mas só em 1929, seria a instituição oficializada com a eleição dos dirigentes e publicação dos estatutos.
Entretanto, muitas outras organizações da sociedade civil se instalaram no terreno, entre o começo e o fim da guerra e, nalguns casos, para além dela.
 
 
“Menos de duas semanas após a declaração de guerra a Portugal, o laicismo expressou-se em forma de "cruzada" – a Cruzada das Mulheres Portuguesas – herdeira do movimento Pró Pátria. Não confundir com a "Assistência das Portuguesas às Vítimas da Guerra", uma associação também inteiramente feminina, mas ligada à aristocracia monárquica e ao catolicismo”.
Fonte: RTP
 
 
 
Em 20 de Março de 1916, seria criada a “Cruzada das Mulheres Portuguesas”, presidida por Elzira Dantas Machado, mulher do presidente Bernardino Machado, contando também com suas filhas e outras familiares de políticos e militares notáveis. A “Cruzada das Mulheres Portuguesas” aglutinaria quase uma centena de mulheres da elite republicana.
Ana de Castro Osório ocupou-se da comissão de propaganda e organização do trabalho.
A “Cruzada das Mulheres Portuguesas” criou dezenas de subcomissões locais, de norte a sul do país, e internacionais.
Os seus Estatutos foram aprovados por Alvará do Governo Civil de Lisboa a 19 de Agosto de 1916 e existiu até ao início do Estado Novo, tendo sido sua última Presidente, Ana de Castro Osório.
Para além de iniciativas como a 1ª “Festa da Flor”, que ocorreu na primavera de 1917, em várias cidades e vilas do país, onde a “Cruzada das Mulheres Portuguesas” tinha os seus núcleos organizou, em 1917, cursos de enfermagem destinados a formar enfermeiras para servirem nos hospitais militares do País e nos corpos expedicionários.
Durante a “Festa da Flor”, que teve o patrocínio do jornal “O Século”, foram angariadas verbas importantes quando, em troca duma flor colocada ao peito de cada homem, as voluntárias da “Cruzada das Mulheres Portuguesas” recebiam um donativo.

 
 

Jovens da “Cruzada das Mulheres Portuguesas” no contacto com a população do Porto, junto do Restaurante Europa, na Praça da Liberdade, em Março de 1917, durante a 1ª “Festa da Flor”
 
 
 
Logística de apoio alimentar aos mais carenciados
 
 
 
Como é óbvio, uma crise alimentar haveria de se instalar na cidade fruto da guerra.
Na edilidade como resultado das eleições municipais de 30 de Novembro de 1913, as primeiras realizadas segundo os preceitos da Constituição de 1911, Henrique Pereira de Oliveira foi eleito Presidente do Senado e, Eduardo Santos Silva, Presidente da Comissão Executiva.
O organismo da Câmara Municipal que tinha a seu cargo a questão de combater a escassez de géneros alimentares, que acabava por afectar com maior severidade as classes mais desfavorecidas, era a Comissão de Subsistências, dirigida por Manuel Pinto de Azevedo, vereador da Câmara, que procurou levar a cabo uma política de regulação dos preços, não querendo competir com os particulares no mercado.
Em Janeiro de 1917, aquele vereador ofereceu à Câmara, pelo período em que decorresse a guerra, uma padaria com todo o seu conteúdo, para que pudesse ela própria começar a panificar.
A Comissão de Subsistências acabou por comprar e vender alimentos diretamente à população, tais como açúcar, arroz, azeite, bacalhau, além de outros géneros.
Para obstar às carências alimentares que atingiram uma grande parte da população, foi montado no Porto em instalações cedidas à “Comissão de Subsistências”, pelo industrial Joaquim Afonso Fernandes Pereira, da fábrica têxtil de calandrar “A Vencedora”, um armazém para a distribuição do apoio alimentar de que a população carecia.
Naquelas instalações, na Rua do Bonfim, nº 105, passaria a funcionar a sede daquela comissão que dirigia toda a campanha de socorro alimentar aos portuenses.
O industrial Joaquim Afonso Fernandes Pereira teria o seu nome ligado, também, na primeira metade do século XX, à conhecida fábrica de acabamentos de tecidos e tinturaria a “Calandra do Bonfim”, na Rua do Bonfim, 266, que tinha existência desde 1859.
 
 
 
 

Fábrica de calandrar “A Vencedora” sede e oficinas de empacotamento da Comissão de Subsistências

 
 




As fotos anteriores mostram o exterior e o interior de um moinho situado num riacho de uma zona rural do Porto, onde a Comissão de Subsistências moinha o seu cereal.

 
 

Posto de venda de pão, gerido pela Comissão de Subsistências, na Rua de Montebelo, ao Campo 24 de Agosto

 
 
Posto de venda de pão na Junta da Paróquia do Bonfim

 
 

Posto de venda de pão na Junta da Paróquia de Santo Ildefonso
 
 

Veículo trabalhando para a Comissão de Subsistências

 
 

Entrada para a antiga fábrica “A Vencedora”, sede e armazém de empacotamento da Comissão de Subsistências, na Rua do Bonfim, nº 105
 
 
 
A acção da Comissão de Subsistências desenvolvia-se em torno dos bens essenciais e numa acção de regulação dos mercados.
Assim, no que dizia respeito ao azeite, a Câmara Municipal do Porto alugou um armazém em Vila Nova de Gaia, para funcionar como depósito, sendo o respectivo engarrafamento realizado num dos armazéns do Matadouro da Corujeira. Aqui, também funcionava um armazém de acondicionamento das farinhas.

 
 

Engarrafamento de azeite num armazém do matadouro da Corujeira
 
 
 
Municipalização dos Serviços de Energia
 
 
O sector de produção de energia aparecia, por estes dias, também envolvido em grossa polémica.
Assim, no que ao fornecimento de energia dizia respeito, a Companhia do Gás do Porto era a principal fornecedora de energia à cidade, quer destinada à iluminação, quer ao uso industrial.
A Central Térmica do Ouro tinha sido construída entre Abril de 1907 e Julho de 1908, junto dos gasómetros da Companhia Portuense de Iluminação a Gás (CPIG), em Lordelo do Ouro, por uma empresa sua subsidiária - a Sociedade Energia Eléctrica do Porto (SEEP) -, a fim de produzir e distribuir electricidade.
Em Outubro de 1906, a Câmara Municipal do Porto tinha autorizado a CPIG - uma empresa que veio a integrar as Companhias Reunidas de Gás e Electricidade (CRGE), de Lisboa, por sua vez, dependentes, a partir de 1913, do grupo franco-belga Société Financière des Transports et d'Entreprises Industrielles (SOFINA) - a transferir a concessão para a produção e distribuição de energia eléctrica para uma sociedade anónima a criar, a já referida SEEP, com o objectivo de explorar a referida concessão. O projecto arquitectónico das instalações da Central Térmica do Ouro foi da responsabilidade de Fernand Touzet, um engenheiro especializado na construção de edifícios industriais, particularmente na região de Lisboa, e que veio a construir também a primeira Central Tejo, concluída nos finais de 1911.

 
 
Fábrica do Gás e Central Elétrica (à direita), em 1908, no Ouro. À esquerda, observa-se o prédio de Joaquina Margarida Cardoso (proprietária do Palacete das Cardosas, na Praça da Liberdade)
 
 
 
Desde Fevereiro de 1916, se estabeleceu uma série de peripécias entre esta companhia e a Câmara.
Obrigada a reduzir a iluminação pública, a partir de certas horas, naquelas que eram as partes mais iluminadas da cidade e, consequentemente, a pedir auxílio à Câmara, para aquisição de coque, a Companhia do Gás não cumpriria o que contratou.
Depois de acontecidos vários conflitos, toda a relação só podia ter tido um epílogo, que foi o da municipalização da Companhia do Gás em 19 de Novembro de 1917. A partir desta data, o fornecimento de gás passou a estar assegurado pela Comissão Municipal Administrativa da Exploração dos Serviços do Gás, presidida por Marques Guedes.
 
 
 
Assistência hospitalar
 
 
A assistência hospitalar aos militares feridos, em campanha, ficaria a cargo de equipas de enfermagem da Cruzada das Mulheres Portuguesas.
D. Manuel II, no exílio, cederia o Palácio dos Carrancas para servir como Hospital de Guerra e os postos de socorros a Náufragos do Passeio Alegre e da Comissão do Salva-Vidas da Foz do Douro seriam usados para hospital e enfermaria de convalescença.
Um projecto inédito não materializado foi a proposta do Dr. Santos Silva, aprovada pela vereação, de se criar no Porto uma Escola de Reeducação para os soldados mutilados.
 
 
 
 
O fim do conflito
 
Porém, toda a atenção dos portuenses face às contingências da guerra iria sofrer um desvio, no final do ano de 1917, quando acontece a revolta protagonizada por Sidónio Pais, que irá abalar as estruturas políticas.
 
 
 
“O triunfo da revolta do major Sidónio Pais e depois a sua ditatorial «República Nova» (11 de dezembro de 1917 a 14 de dezembro de 1918) confi­rmaram esta inclinação anti intervencionista, mesmo aquiescendo numa quinta campanha colonial, a alteração das ordens de serviço no C.E.P. e a suspensão do esforço de guerra levaram a um certo desprestígio internacional.
Pela atitude da Câmara Municipal do Porto ao conhecer a notícia da vitória do golpe revolucionário, a sua direção tinha compreendido precocemente esse prognóstico, a recusa de saudação ao novo Chefe de Estado foi transmutada para os soldados portugueses nos campos de batalha. O novo regime acabaria por substituir todos os membros dos organismos políticos, policiais e militares portuenses pelos partidários do seu movimento, mas a instabilidade política continuaria com diversas conspirações e intentonas dos opositores e um peso acentuado da União Operária Nacional neste meio citadino, resultando em várias cenas de prisões, cargas policiais e perseguições aos seus elementos e dirigentes. Entre os mais queixosos encontravam-se os ferroviários e os pescadores, cujas traineiras arriscavam cada vez menos as pescarias em alto mar pela maior frequência dos submarinos alemães piratas, juntando-se assim a falta do peixe às recorrentes dos cereais, da carne e do carvão”.
Cortesia de Francisco Miguel Araújo (Faculdade de Letras da Universidade do Porto
 
 
Os tempos, que se sucederam à revolta de Sidónio Pais, foram de descrença e o apoio da população aos mais desfavorecidos e às organizações que lhes prestavam o seu auxílio esmoreceu.
A situação teria um volte face perante as notícias chegadas da frente da batalha, em La Lys, e das enormes perdas sofridas pelo exército português quando a solidariedade dos portuenses renasceu.
A Junta Patriótica do Norte, como ficou dito, exerceu a sua actividade para além do fim da guerra.
Uma referência de destaque, neste âmbito, merece ser atribuída ao jornal “O Comércio do Porto” que, dirigido por Bento Carqueja, um dos fundadores da Junta, diariamente publicava todos os passos, decisões, iniciativas, fracassos e sucessos da Junta, e ao publicitar o balancete das suas contas, todos os que haviam contribuído conseguiam perceber o destino das suas doações.
Constituiu também um apoio importante para as famílias dos soldados, pois publicava notícias sobre os combatentes na frente e explicava como elas poderiam obter os seus direitos, fundamentalmente, os relativos a subsídios.

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