quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

25.177 Jardins do Palácio de Cristal. Feira Popular e outras actividades lúdicas

 
“Os Jardins do Palácio de Cristal incluem o chamado Jardim Emílio David que possui belos exemplares de rododendros, camélias, araucárias, ginkgos e faias, para além de fontes e estátuas alegóricas às estações do ano.
A Avenida das Tílias constitui o eixo mais marcante deste parque e está ladeada pela Biblioteca Municipal Almeida Garrett (onde se situa a Galeria do Palácio), pela Concha Acústica e pela Capela de Carlos Alberto da Sardenha (edificada em 1849 pela princesa de Montléart). Perto situam-se um restaurante e uma esplanada com vista para o lago. Nesta avenida e noutros locais encontram-se estratégicos miradouros que proporcionam vistas panorâmicas do rio Douro e da cidade. É ao fundo desta avenida que encontramos a capela que a princesa de Montléart mandou erguer em homenagem ao seu irmão, o Rei Carlos Alberto.
Os jardins temáticos estão também representados, nomeadamente pelo Jardim das Plantas Aromáticas, o Jardim das Medicinais, o Jardim das Cidades Geminadas (inaugurado em 2009) e ainda o Jardim dos Sentimentos (inaugurado em 2007), onde se encontra a estátua “Dor” de Teixeira Lopes. Outros espaços aprazíveis são o Bosque, a Avenida dos Castanheiros-da-Índia e o Jardim do Roseiral que está enriquecido com significativos elementos do património artístico da cidade. Nas proximidades surgem sete magníficos exemplares de palmeiras da Califórnia.
Contíguos aos Jardins do Palácio de Cristal estão o Museu Romântico e o Solar do Vinho do Porto, ambos na Quinta da Macieirinha. Muito próximo encontra-se, também, a Quinta Tait, com jardins recheados de colecções de rosas, camélias, brincos-de-princesa e um majestoso Liriodendrum tulipifera que circundam a Casa Tait, onde funciona um Gabinete de Numismática”.
Fonte: pt.wikipedia.org

 
 

Fachada principal do Palácio de Cristal, c. 1910
 
 
 
 

Capela de Carlos Alberto na Avenida das Tílias - Ed. Delcampe.net

 
 

O Chalet - Ed. “O Porto e os seus Fotógrafos”, coordenação Teresa Siza, Porto 2001



A construção do chalet suíço, da foto anterior, já era anunciada pelo jornal "O Comércio do Porto" em 1864, dando-se notícia do seu arrendamento por seis anos a um negociante lisboeta, Sr. Jansen, proprietário da Fábrica de Cerveja Jansen. Esse equipamento destinava-se ao comércio de bebidas e comidas frias, sendo a oferta gastronómica completada por mais uns quantos restaurantes distribuídos pelos espaços, para além do restaurante principal. 
Para o chalet, a construção de três andares, em madeira, foi implantada sobre a denominada Gruta de Camões, por forma a servir também como mirante sobre o rio.
Muitos anos depois, naquele “chalet”, ao fundo da Avenida das Tílias, à direita, e perto da tal gruta, esteve o Real Velo-Club do Porto antes de ser transferido para as traseiras do Palácio dos Carrancas.

 
 

"Gruta Camões" sobre a qual esteve o chalet

 
 

“Chalet do Palácio de Cristal” e a “Gruta Camões” – Ed. SIPA
 
 
 
 
Durante a Exposição Industrial de 1891, os jardins do Palácio seriam beneficiados com um lago e uma gruta, com projecto de uma firma belga e cujo projectista, Florent Claes trabalhou, também, nos jardins do Palacete Braguinha, a S. Lázaro e foi autor, ainda, de alguns melhoramentos do Jardim da Cordoaria.
 
 
 

Lago e gruta do Palácio de Cristal inaugurados em 1891
 
 
A 6 de Novembro de 1891, seria nomeado para calafate da flotilha de 6 barcos a operar no lago, Miguel Pedro Correia, enquanto, em Setembro, os técnicos da empresa belga que conceberam os equipamentos já tinham partido.
No Domingo, 22 de Novembro de 1891, um dia de muita chuva, lago e gruta eram finalmente inaugurados pelo rei D. Carlos.
O poeta, escritor e historiador Sousa Viterbo, em 1907, sobre o projectista Florent Claes, deixou-nos algumas notas que estão expressas no texto abaixo.




In revista “O Tripeiro”, Vª série, Ano VII, Junho, 1951

 
 

Outra perspectiva da gruta e do lago do Palácio de Cristal

 
 

Jardins e lago original do Palácio de Cristal, em 1903

 
 

Lago do Palácio, em 1905, com a sua frota de barcos de recreio


 

Lago do Palácio de Cristal, actualmente - Ed. “bucolico-anonimo.blogspot.com”
 
 
 
Acabada a Exposição Internacional de 1865, a Sociedade do Palácio de Cristal, que lançou o empreendimento, passou a administrá-lo.
Passado pouco tempo, decidiu entregar a rentabilização dos espaços e equipamentos à firma Burnay & Guichard que, para o efeito, promoveu diversos tipos de espectáculos.
Na realidade, a exploração empresarial do edificado foi sempre deficitária.
Entre os espectáculos, de diversa índole, destacaram-se, nas últimas décadas do século XIX e pelos primeiros anos do século seguinte, o lançamento de balões, normalmente, tendo por base de operações a Avenida das Tílias. Era espectáculo muito concorrido e apreciado.
No dia 3 de Abril de 1904, o balonista António Fernandes, conhecido como “Ferramenta”, gaiense, nascido no Candal e serralheiro de profissão, partia do Palácio de Cristal como conta a notícia.
 
 
“António Bernardes construiu o seu balão que denominou de “O Português”, com uma capacidade para 1 200 metros cúbicos, que poderia elevar-se com o peso bruto de 800 Kg e marcou a sua primeira ascensão para o dia 3 de Abril de 1904 nos jardins do palácio de Cristal.
No dia aprazado o balão foi conduzido ao Palácio, em dois carros de bois, com a filarmónica a abrir caminho. Quando se ensaiava a ascensão o governador civil, temendo o pior, proibiu a subida. No entanto o “Ferramenta” cortou as cordas e o balão depois de roçar nas tílias subiu mesmo, perante os aplausos do público. Andou quatro horas pelo ar e foi pousar num campo, em S. Cosme, no concelho de Gondomar”. 
 
 
O balonista “Ferramenta” subiria, mais algumas vezes, no Palácio de Cristal, como quando o fez em benefício da aeronauta espanhola Mercedes, que tinha partido uma perna numa ascensão, na Praça de Touros da Rua da Alegria, e que terminou na Quinta de Sacais, tendo sido socorrida pelo Dr. Alfredo de Magalhães.
O balão do “Ferramenta”, dessa vez baptizado como “Internacional”, foi pousar a Rio Tinto, no meio de um viçoso nabal, tendo o seu proprietário, na ocasião, exigido a reparação dos prejuízos causados. 

 
 

António da Costa Bernardes, “O Ferramenta”
 
 
 

Balão de ar quente, no Palácio de Cristal, junto da Concha Acústica, no início do século XX


 

Publicidade a uma subida de balão a efectuar no Palácio de Cristal, em 1907

 
 
Durante o século XIX, os portuenses começaram, também, a dedicar uma atenção especial aos festejos de Carnaval.
Os cortejos carnavalescos sempre prestigiaram com a sua presença os jardins do Palácio de Cristal durante as suas exibições.


 

Palácio de Cristal no Carnaval de 1905 – Ed. Photo Guedes


 

Corso carnavalesco na primeira década de 1900



Muitos portuenses usufruíam dos jardins do Palácio de Cristal para socializarem e passearem pelas suas avenidas, observando os espectáculos oferecidos em diversos palcos e, por vezes, fazendo visitas ao mini-zoo que exibia, em jaulas, alguns animais e se situava num pequeno bosque.



 
Entrada lateral de acesso aos jardins do Palácio de Cristal (Esquina da Rua D. Manuel II e a Rua Jorge Vitervo Ferreira) percorrendo a Avenida dos Plátanos – In revista Brasil, 16 Setembro 1903
 
 
 

Viajando no Autoped, no Palácio, em 1918




Avenida das Tílias
 
 
 
 

Antigo zoo no bosque do Palácio de Cristal


 

Jaula dos macacos, em 1910



A música e o teatro tiveram grande expressão, em alguns palcos, nos jardins do Palácio de Cristal.
No topo sul da Avenida das Tílias, ainda hoje existe uma concha acústica, que é um equipamento cénico, disposto à volta da orquestra e aberto para a plateia, que reflecte o som dos instrumentos musicais para o público, e que é um elemento icónico do jardim.
Foi inaugurada na década de 1880.


 

Concha Acústica - Fonte: gisaweb.cm-porto
 
 
 
“A concha acústica é uma construção de pedra provavelmente edificada na década de oitenta do séc. XIX, exibindo na sua base a inscrição de uma conceituada fundição do Porto: Massarellos. A concha ostenta uma requintada decoração em ferro e a ladear a sua abertura encontram-se duas esculturas (provenientes do Val d’Osne) de mulheres, uma representando uma negra e a outra, uma egípcia”.
Fonte: Paula Torres Peixoto
 
 
Em Julho de 1886, passaria a funcionar como teatro um novo espaço nos jardins do Palácio de Cristal, junto da Avenida das Tílias.
Tal actividade aconteceria no Palco-Coreto, em alvenaria e ferro, de concepção do arquitecto Tomás Augusto Soller.
O arquitecto Tomás Soller (1848-1883) faleceu muito novo, com 35 anos.
Nessa ocasião, os seus colegas de profissão terão promovido uma recolha de fundos para prover a sua viúva.
Assim, a construção do palco-coreto, com projecto de Tomás Soller, ocorreria cerca de três anos após a morte do arquitecto.
 
 
"Inaugura-se amanhã o novo teatro-coreto recentemente construído nos jardins do Palácio de Cristal, segundo o plano delineado pelo falecido arquitecto Soller.
o cenário foi pintado por Guilherme de Lima e o pano de boca apresenta o Terreiro do Paço, em Lisboa."
Jornal "O Primeiro de Janeiro", de 10 de Julho de 1886 – Sábado
 
Passados dois dias, dizia o mesmo jornal a propósito do palco-coreto:
 
"É de alvenaria e ferro e, como se sabe, extremamente elegante. A cobertura metálica saiu das oficinas da Fundição de Massarelos."

 
 

Primeiro palco-coreto implantado nos jardins do Palácio de Cristal, à esquerda e, em frente, a meio, o Palácio dos Terenas e a sua torre – Gravura, madeira, por F. Pastor, in “Universo Ilustrado”- 2º vol. – Lisboa, Abril 1878

 
 
Atendendo à data de publicação da gravura anterior, o palco-coreto nela representado teria sido substituído pelo da concepção de Tomás Soller. Aliás, como se pode observar na notícia abaixo, era referido  em 1882, que tinha existido junto da "grande avenida" um coreto.

 
 
Jornal "O Comércio do Porto", de 2 de Julho de 1882

 
 
Na notícia acima, podemos observar que um dos concorrentes ao certame foi a viúva de Zeferino Matos, e que este horticultor, que teve um modesto horto na Rua da Boavista, à data, já tinha falecido.
Sabe-se que, em 1875, Zeferino Matos é vendedor de uma parcela de terreno, que se juntava a algumas outras, anteriormente adquiridas, destinadas à edificação do futuro hospital militar D. Pedro V.
Seria o seu filho, Jacinto de Matos, que na mesma actividade ficou célebre, a dar continuidade ao negócio.
Sobre o coreto e a concha acústica se apresenta o texto que segue:
 
 
“Em volta do palácio, o espaço era igualmente muito acolhedor e rapidamente se tornou num autêntico local de desfile da fina flor da sociedade portuense. No coreto (desaparecido) da conhecida avenida das Tílias, todos os domingos e feriados havia música por conta de bandas regimentais.
Mais à frente, a concha (ainda existente), apresentava peças de teatro e recitais. Ao fundo da avenida, à direita, havia um chalé alpino, de onde se apreciavam desafogadas vistas sobre a foz do rio e o mar. Nas proximidades estavam as coleções zoológicas, a aldeia dos macacos e a gaiola das águias. À volta, o compacto arvoredo convidava ao passeio e à tranquilidade”. 
Com a devida vénia a Manuel de Sousa
 



O Comércio do Porto, em 5 Julho de 1917



Barraca de tiro ao alvo, nos jardins do Palácio de Cristal, no início do séc. XX – Fonte: CMP, Arquivo Histórico Municipal






Comboio de passeio, nos jardins do Palácio de Cristal, inaugurado em 1934



Feira Popular
 
 
A partir da década de 1940, nos jardins do Palácio de Cristal, durante os meses de verão, instalava-se uma feira popular que fazia a delícia de todos, miúdos e graúdos.
Para satisfazer os aficionados das touradas chegou a ser construída, num espaço contíguo à Avenida das Tílias, uma praça de touros com 1.400 lugares.
No dia 18 de Junho de 1944, era anunciado nos jornais que se encontrava em concurso a exploração da citada praça.
Nesse ano, a feira encerrou em 23 de Setembro.
Neste âmbito, diga-se a título de curiosidade que, no dia 15 de Novembro de 1964, foi improvisada uma praça de touros no Pavilhão do Palácio de Cristal, onde evolucionaram numa corrida os cavaleiros Manuel Conde, David Ribeiro Teles, Mestre Baptista e Núncio e a participação dos forcados amadores de Lisboa capitaneados por Salvação Barreto. Não houve toureio a pé, por ser uma corrida "à antiga portuguesa", e destinou-se a recolher fundos para a campanha de Natal em favor dos soldados portugueses que lutavam nas colónias, sendo organizada pela delegação do Porto do Movimento Nacional Feminino.
A 31 de Março de 1950, o Governador Civil do Porto promete que a Feira Popular do Porto será tão boa ou melhor que a de Lisboa e, na véspera de S. João desse ano, o Subsecretário da Assistência inaugura a Feira Popular, no Palácio de Cristal.

 
 
 
“Por vezes o meu pai levava-nos, a mim e meus irmãos, ao Palácio para nos deliciarmos com as suas surpresas. Lembro-me bem da roda dos cavalinhos, dos baloiços, dos balancés, das caixas de areia, dos escorregões, do anel rolante preso ao poste… 
Saudades do lindíssimo lago com a sua ponte e gruta, onde mais tarde andava de barco ou gaivota. Dos animais, em especial do leão, da aldeia dos macacos, dos pavões e galinhas da Índia, dos papagaios…
Andei de bicicleta e triciclo naqueles grandes salões laterais e nos jardins, fiz corridas de sacos e, com os olhos tapados, tentei acertar num cântaro com água ou areia… Ainda assisti a uma inesquecível exposição de rosas que pela sua grandeza me espantou.
Pagava-se de entrada 1$50, a partir dos 6 anos. O aluguer das bicicletas pequenas custava 2$50 e dos triciclos 1$50 por hora. 
Vi uma exibição de ginástica do Sport Clube do Porto, e delirava quando meu pai me levava a ver a luta livre. Por vezes a exaltação do público era tal que eu me encostava a meu pai cheio de medo. 
Mais tarde íamos à Feira Popular onde nos divertíamos nos carroceis, carrinhos de choque, cadeiras voadoras, etc. 
Nunca deixávamos à Feira Popular sem ir ao stand da Regina “furar” a nossa sorte nos seus deliciosos chocolates”
Com a devida vénia a Rui Cunha
 
 
Em 22 de Junho de 1938, já tinha ocorrido a inauguração festiva do novo parque infantil do Palácio de Cristal que passaria, então, a ser um alvo das crianças quando, com os seus pais, visitavam a Feira Popular.
 
 
 

Vista nocturna da entrada principal da Feira Popular

 
 

Palácio de Cristal em noite de S. João de 1940
 
 
Na foto acima vemos, em primeiro plano, a fonte do Jardim de Emílio David situada mais a poente, e as iluminações do gradeamento de entrada, na noite de S. João de 1940.

 
 

Feira Popular na década de 1960


 

A Feira Popular do Palácio de Cristal, em 1958 (O algodão-doce e a roda gigante) – Fonte: “frame” do filme “A Costureirinha da Sé”




A Avenida das Tílias e a Feira Popular do Palácio de Cristal, em 1958 – Fonte: “frame” do filme “A Costureirinha da Sé”




A Feira Popular do Palácio de Cristal, a Avenida das Tílias e o “Stand” da Regina, em 1958 – Fonte: “frame” do filme “A Costureirinha da Sé”
 
 
 

Os chocolates eram aqui “furados” (sorteados)

 
 

A Feira Popular do Palácio de Cristal, a Avenida das Tílias e o “Stand” da OLIVA, em 1958  – Fonte: “frame” do filme “A Costureirinha da Sé”
 
 
 

O Pavilhão de Exposição da firma Agostinho Ricon Peres, de Máquinas e Ferramentas, que integrou a Feira Popular, durante anos
 
 
 

O novo comboio, na Feira Popular do Palácio de Cristal, em 1958 – Fonte: “frame” do filme “A Costureirinha da Sé”
 
 
 
Para a minha geração, Palácio de Cristal, ou simplesmente Palácio, será sempre sinónimo de Feira Popular. Entrando pela Rua D. Manuel II, percorrida a pequena recta ladeada de árvores, estávamos perante dois clássicos de sempre, o martelo para testar as forças e um homem muito velho com um carrinho de ferro. O carrinho tinha uma pega, devia-se empurrar com a máxima força por um emaranhado de curvas e contra curvas. Se chegasse ao cimo, batesse na porta, saltava um cabeçudo a fazer um manguito. Um prémio estranho para os dias de hoje, mas que nos enchia da satisfação do dever cumprido.
Havia aviões de sobe-e-desce, barracas de tiro, carrinhos de choque, umas cadeiras que andavam em círculo presas por cadeados numa espécie de desafio radical, barracas de chocolates em que se fazia um furo. Conforme a cor da bola que nos calhasse em sorte, um chocolate diferente.
Tínhamos as esplanadas da avenida das Tílias, onde lanchávamos tostas mistas e leite chocolatado UCAL, o lago, onde consoante a bolsa, se podia andar de barco a remos ou a motor.
Mais abaixo o «zoológico» com o chimpanzé Chico, o leão Sofala, pavões,
aves exóticas e galinhas de Angola a cacarejar «Tou fraca». Restaurantes onde se comia sardinha e frango assado, azeitonas e broa, coisas simples, num tempo simples.
Planeei ir à Feira do Livro, apoio a revitalização deste espaço da cidade, mas Palácio será sempre a alegria infantil de uma Feira Popular”. 
Com a devida vénia a Fernando Lopes



Carrinhos de choque
 
 
Na foto acima, pode ver-se que os carrinhos de choque, em uso nas décadas de 40, 50 e sessenta do século passado, têm os para-choques metálicos, sendo sobre eles, que em saltos bem medidos, de carro para carro, se movimentava o cobrador das moedas, recebendo o dinheiro da “viagem” e fazendo os trocos. O movimento dos veículos era feito em volta de uma placa central, no sentido contrário aos ponteiros do relógio.



Esplanada, com vista sobre o Douro, de um restaurante presente na Feira Popular
 
 
 

Aspecto da Feira do Palácio. Ao centro a roda de “looping”- Ed. António Tavares, In “Porto Desaparecido”
 
 
 

Feira Popular do Palácio de Cristal (1970)

 
 

Feira Popular do Palácio de Cristal, c. 1970
 
 
 
 
A Feira Popular que tinha para além do divertimento algumas funções de assistência social, foi obra na qual se empenhou o então Director do Palácio de Cristal, de seu nome António Pinto Machado.
 
 
 


Bilhete de acesso à Feira Popular, em 1958, organizada pelo Governo Civil do Porto. Inclui publicidade a sorteio de uma habitação, na Rua da Ilha Verde, 60, organizado por “O Lar do Comércio”




Lápide, de António Pinto Machado, exibida nos jardins do Palácio de Cristal
 
 
 
António Pinto Machado, natural de Vila Real, nasceu em 1895 e faleceu em 1965, na cidade do Porto.
Jornalista, escritor, poeta e Oficial do Exército, foi, ainda, Director do Palácio de Cristal desde 1935 até 1965. 
Viveu num prédio da Rua Alberto Aires de Gouveia identificado, como tal, pela Câmara Municipal do Porto.


 
Casa de António Pinto Machado, na Rua Alberto Aires de Gouveia, nº 59
 
 
 
 
António Pinto Machado viveu, também, na casa do roseiral, que reformou.
Na qualidade de jornalista, foi colaborador do “Jornal de Notícias”, Jornal “A Voz”, “Diário do Minho” e “Correio do Minho”, Jornal “O Debate”, “Diário do Norte”, Jornal “A Ordem” e revista “Os Bairristas do Palácio”. Foi Director e Editor do Jornal “A Palavra”, o qual refundou.
Célebres são os seus diálogos entre o João D`Além (seu heterónimo) e a personagem que criou – Manuel Agrónomo - inspirada no seu caseiro Manuel da Silveira, seu grande amigo.
Segundo uma sua neta, Suzana D’Eça, António Pinto Machado era um monárquico convicto.
 
 
 

Casa do Roseiral no Palácio de Cristal
 

 
Ainda no século passado, a Feira Popular encerraria no Palácio de Cristal e seria transferida para o Parque da Cidade (ocidental), para a área que o chamado Queimódromo costuma agora ocupar, onde se manteve alguns anos, até que encerrou em definitivo.




Feira Popular no Parque da Cidade, em 1994




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