domingo, 23 de julho de 2017

(Continuação 13) - Actualização em 13/03/2018, 09/05/2019, 10/02/2021 e 27/04/2021

(Conclusão)

6. Travessa de Liceiras


Rua do Bonjardim, na primeira metade do século XX, na confluência da Rua do Estevão e da Travessa de Liceiras (pela esquerda)




Travessa de Liceiras, à direita e, à esquerda, a Rua do Estevão - Fonte Google Maps





No prédio que forma o gaveto está, desde 1858, a firma “Santos & Irmãos, lda.” de fabrico de molduras para quadros e pinturas e restauro das mesmas, reconhecida pelos seus clientes, também, pelos trabalhos em folha de ouro, como “Santos Douradores”.
A firma foi fundada por José dos Santos, um estudante de Belas-Artes, que se associaria com o seu irmão António Santos.
Ao longo de mais de centena e meia de anos de portas abertas e sendo, actualmente (2023), gerida pela 6ª geração da família, é portadora de uma medalha de bronze obtida na Exposição Mundial de Paris de 1900 e uma medalha de ouro, em 1933, na Exposição Industrial Portuguesa.


 

Interior de Santos & Irmãos tendo, em destaque, uma foto de António dos Santos, o irmão do fundador



Aspecto do interior da firma "Santos & Irmãos", em 1912




Em perspectiva, no sentido ascendente, da Rua do Bonjardim, perto da Travessa das Liceiras e junto do edifício onde esteve a Sapataria Porto, teve a “Santos & Irmãos” umas instalações complementares - Ed. JPortojo



 

Em perspectiva, no sentido descendente, da Rua do Bonjardim, no local do prédio, a meio da foto, esteve, em tempos, um outro que albergou umas instalações complementares de “Santos & Irmãos” - Fonte: Google maps


O topónimo Liceiras é muito antigo. Segundo refere Andrea da Cunha e Freitas, na sua "Toponímia Portuense", vem referido numa doação de 1457 e aparece posteriormente mencionado como "aldeia" em documentos de 1662 e 1724.
O Campo de Liceiras pertencia, no século XV, a João Carneiro, um dos mais ricos e influentes cidadãos do Porto do seu tempo.
Ao rio de Liceiras há referências em registos paroquiais de Santo Ildefonso, nos anos de 1783 e 1806. O topónimo subsiste, na actualidade, na Travessa de Liceiras que em tempos mais recuados, se chamou Travessa da Sampaia




Planta de Balck de 1813 da zona do Laranjal


Planta de Telles Ferreira de 1892

 

Nas duas plantas anteriores, com o n º 15 observa-se a Viela do Anjo da Guarda e, com o nº 16, partindo da confluência com a Travessa do Estevão, vemos o traçado da Travessa de Liceiras que terminava onde hoje está a estação do metro da Trindade.
Posteriormente à implantação da Repúbli­ca, ao troço compreendido entre a Rua do Al­mada e a esquina da antiga Rua de Cima do Muro da Trindade, agora Rua dos Heróis e dos Mártires de Angola, deram o nome do Alferes Malheiro, um dos heróis da revolu­ção republicana de 31 de Janeiro de 1891. A parte que da esquina da antiga Rua de Cima do Muro da Trindade seguia até à Rua do Bonjardim passou a chamar-se Rua do Vis­conde Almeida Garrett, que aparece muitas vezes citada como Rua de Almeida Garrett ou, simplesmente, Rua Garrett. 



Entrada da Viela do Anjo da Guarda


À direita, a ladear o prédio da esquina da Rua Fernandes Tomás e do Bonjardim (pode ver-se na parede a placa da toponímia) fica a Viela do Anjo da Guarda encerrada por um portão, e que em tempos ia sair a Liceiras, onde agora está o parque de estacionamento da Trindade. 



A Viela do Anjo da Guarda (nas traseiras do parque de estacionamento) passava por aqui, vinda lá do fundo da esquerda, da Rua do Bonjardim – Ed. Manuela Campos


Panorâmica (1961) de toda a área demolida para levantamento do Parque de Estacionamento da Trindade, entre a Viela do Anjo da Guarda e a Travessa de Liceiras – Fonte: AHMP

 
 
Na primeira foto acima, à esquerda, observa-se o términos da Viela do Anjo da Guarda, vinda da Rua do Bonjardim.
Na foto seguinte, à direita, observa-se o términos da Travessa de Liceiras.


Actualmente, na área apresentada nas fotos anteriores está o parque auto da Trindade - Fonte: Google maps




Voltando ao percurso em direcção à Praça do Marquês do Pombal, na esquina com a Rua de Fernandes Tomás, está a "Casa Lourenço", uma mercearia especializada em enchidos, queijos e bacalhau.





Casa Lourenço


Na esquina diametralmente oposta, àquela onde se situava a Casa Lourenço esteve, durante boa parte do século XX, a Sapataria Porto.




Sapataria Porto

 
 
“Eu trabalhei na sapataria Porto. Quando saí do Liceu Alexandre Herculano aos 13 anos. Queria ganhar dinheiro, e depois estudei à noite. Era na altura o proprietário o Sr. Pimenta, que tinha também a sapataria Terezinha em Cedofeita e em Lisboa a Record e outra que agora não tenho o nome de memória. Depois do seu falecimento é que ficou o filho Victor Pimenta a gerir, e foi para Lisboa o sobrinho Rui gerir a Record, que éramos muito amigos, porque iam para a aldeia de férias e a casa dos meus pais era como se fosse a casa deles. Ainda tenho os meus chinelos de quarto em calfe, que me ofereceu o Rui em Lisboa quando casei, porque não pôde vir ao meu casamento, e em viagem de núpcias, fiz questão de lhe ir dar um abraço, Tal era a nossa amizade. Eu hoje com 81 anos de idade e 53 de casamento. Tenho imensas saudades, porque tudo passou. Mas ficou sempre a amizade sincera que sempre nos uniu”.
Cortesia de Francisco Pereira (2 de Julho de 2023)
 
 
 
 
 
Nesta zona da rua existiu, em tempos, uma casa de comércio de bacalhau, frutos secos e café " A Pérola do Japão" de que eram proprietários dois irmãos. Tendo havido uma zanga entre eles, um deles resolveu abrir uma casa do género com o nome de "O Pretinho do Japão".

 


O “Bacalhau” e o “Pretinho do Japão” (dois antigos estabelecimentos de mercearia fina)



Por aqui perto, tem também ainda hoje existência, a Travessa do Alferes Malheiro, desde quando o nome deste herói republicano foi dado à Rua de Liceiras. Persiste a sua memória num peque­no troço que liga os elevadores da estação do Metro ao Largo de Tito Fontes, também conhecido por Largo do Bonjardim.



 7. Rua Guedes de Azevedo (antiga Rua de Fradelos)


No século XVII a Quinta de Fradelos, como depois se veio a denominar o casal da família de Brás Cubas (portuense, fundador da cidade de Santos), era propriedade do Dr. João Freire de Melo, tesoureiro da Sé da Guarda.
Nessa propriedade existiu uma capela anexa à residência do seu proprietário dedicada a Santa Catarina Mártir, e que viria a dar nome à futura Rua de Santa Catarina, e antecederia no local, a capela de Nossa Senhora da Boa Hora.
A quinta foi adquirida anos depois por Pedro Ramos Chaves que a perdeu por dívidas contraídas, passando para o capitão Francisco Lopes Machado, que fez fortuna no Brasil e que, quando morreu, a legou à S.C.M. do Porto, que, por sua vez, a vendeu em 1747 ao mercador Sebastião Bastos.

"(...) que hoje chamamos de FRADELOS, e cujo significado é o mesmo que FRADINHOS fica localizado entre as ruas Guedes de Azevedo, Sá da Bandeira e Gonçalo Cristóvão. Historicamente, data do século XIII; mais propriamente ao ano de (1283), a mais antiga referência a este lugar. Trata-se da doação de uma herdade, feita ao Cabido por um tal "Pero Soeyro" e na qual por ocasião do aniversário da morte do doador, o Cabido se comprometia à execução de determinadas cerimonias religiosas. Naquela época, FRADELOS, então considerado como um arrabalde do Porto, era um lugar muito acidentado e pedregoso, repleto de terras férteis por entre as quais corria um pequeno ribeiro, o chamado Rio de Fradelos, que ia desaguar um pouco mais à frente, no Rio da Vila, junto da Porta dos Carros, ou seja, na actual Praça de Almeida Garrett…"

A Rua Guedes de Azevedo deve o seu nome a um benemérito que cedeu o terreno à Câmara, para ser aberta uma rua em substituição do caminho que partia de Fradelos.
Aí existiu também, em tempos, a Fonte de Fradelos que foi construída pelo ano de 1702, e que apresentava num nicho uma imagem da Nossa Senhora da Boa Hora. A preservação daquela imagem seria o mote para que fosse erigida uma igreja nesse local. O templo foi levantado entre 1804 e 1851.



8. Largo Dr. Tito Fontes


Largo Dr. Tito Fontes


“A Rua do Bonjardim, que hoje se estende da Rua de Sá da Bandeira até à praça do Marquês de Pombal, em meados do séc. XIX, terminava um pouco adiante do Largo do Bonjardim, actual Largo do Dr. Tito Fontes. 
Deste ponto para cima, até à embocadura da Rua do Paraíso, chamava-se Rua do Bairro Alto e, daqui, até ao Marquês, tinha o nome de Rua da Aguardente”. 
Horácio Marçal, In “O Tripeiro” Série VI, Ano VI

O Largo do Dr. Tito Fontes era o sítio onde se realizavam os maiores comícios operários na segunda metade do séc. XIX por ser, para a época, o mais amplo logradouro que havia na cidade para esse tipo de manifestações.
As reuniões públicas em que participavam os associados das instituições operárias da altura, faziam-se num velho edifício situado na esquina da Rua de Gonçalo Cristóvão e do actual Largo do Dr. Tito Fontes.
Defronte ficava outra casa célebre a sede da “Laboriosa” em, cujo salão, se realizaram importantes e agitadas reuniões operárias.
Em muitas delas, Dionísio Ferreira dos Santos Silva (participante na revolta de 31 de Janeiro de 1891), antigo operário chapeleiro, estreitamente ligado aos movimentos republicanos e mutualistas, com a sua palavra fácil e convincente, interveio em inúmeros comícios e reuniões especialmente nos da classe a que pertencia.
Associada aos primeiros passos do movimento operário portuense, anda a Imprensa operária que surge para sustentar, apoiar e defender, os interesses da classe e a doutrina mutualista que lhe andava associada. Em 1875, apareceu nas imediações da Fontinha, mais concretamente na Rua do Bonjardim, nas proximidades do actual Largo do Dr. Tito Fontes, o "Jornal Artístico Social", de que eram redactores os irmãos Abreu, Bernardino e Eduardo Gonçalves, pertencentes, os três, ao quadro redactorial de "O Primeiro de Janeiro".
É neste largo  que se encontra a sede da Junta de Freguesia de Santo Ildefonso.


9. Raúl Dória


Busto removido do antigo “Palácio das Lousas” 


Há mais de dois anos que o busto que se pode observar na foto acima foi roubado, e hoje, só resta o pedestal.
O Palacete das Lousas, na Rua de Gonçalo Cristovão, era um edifício num espaçoso jardim gradeado, uma área  actualmente ocupada pelo edifício sede do Jornal de Notícias.
Através do gradeamento via-se o Palacete das Lousas onde, em tempos, funcionou uma escola comercial, a Escola Comercial Raúl Dória, que formava bons profissionais “guarda-livros”, ou seja, os técnicos de contas de hoje.
Era uma escola privada fundada e dirigida por Raúl Dória.


10. Rua de Gonçalo Cristovão


A Rua Gonçalo Cristovão existe desde 1838


Gonçalo Cristóvão Teixeira Coelho de Melo Pinto da Mesquita, senhor de Teixeira e de Cergude, e da Quinta de Santo António do Bonjardim, planeou em 1831, iniciar a urbanização desta sua vasta e bela propriedade, então às portas da cidade. Para isso e com parecer favorável do Corregedor, de 19 de Janeiro de 1832, alcançou uma Provisão em 8 de Fevereiro seguinte, para ceder parte desses terrenos à Câmara. Mas só por escritura de 31 de Dezembro de 1838 se efectivou esta cessão abrindo-se no ano seguinte de 1839 três artérias: a Rua Nova do Duque do Porto, hoje Rua de João das Regras, a de Camões e a de Gonçalo Cristóvão.
Esta que faria a ligação entre as ruas de Santa Catarina e do Bonjardim com o Campo de Santo Ovídio actual Praça da República dizem-no que recebe o nome do doador, por expressa imposição deste.
Nos terrenos marginais das três artérias sub-emprazou depois seu filho e sucessor José António Teixeira Coelho de Melo Pinto da Mesquita, chãos para edificar, o que se fez rapidamente, com o consentimento do senhorio directo que era o Cabido da Sé do Porto.
Pode-se dizer que a Rua do Bonjardim esteve desde há muito tempo, dividida em duas partes. 
O troço da Rua do Bonjardim, entre a Rua Fernandes Tomás e a Rua Gonçalo Cristóvão foi de grande influência comercial e aquele outro que vai da Rua de Gonçalo Cristóvão à Praça do Marquês do Pombal, foi de grande predominância industrial e residencial.


11. Rua João das Regras (Antiga Rua do Duque do Porto)

“João das Regras (ou, como então surge referenciado nas crónicas, João das Regas), jurisconsulto, nascido em data desconhecida em Lisboa, onde faleceu em 3 de Maio de 1404. Filho de João Afonso das Regras e de Sentil Esteves e, após o segundo casamento desta, enteado de Álvaro Pais, perpectuou o seu nome em virtude da magistral representação da causa do mestre de Avis nas cortes de Coimbra de 1385, cujo corolário foi a aclamação de D. João I como rei de Portugal."
Fonte: “pt.wikipedia.org”


12. Rua das Musas


 Rua das Musas de acesso ao Bairro da Fontinha


O sítio da Fontinha começa junto a Fradelos, e vai, até lá ao alto, à Rua da Fábrica Social. Pelo caminho ficam as Carvalheiras e a Rua das Musas.
Trata-se de um dos mais típicos aglomerados populacionais tripeiros de índole operária, cuja verdadeira história está ainda por fazer.
Com efeito, foi por estas bandas que, no surto associativo dos anos 70 e 80, do século XIX, se deram os passos mais decisivos do movimento operário portuense.
A Fábrica Social foi no final do século XIX uma importante fábrica de chapéus ingleses, a Real Fábrica Social (1846-1914) e, mais tarde, da Topim, Lda (fábrica de têxteis que fechou em 1976). No mesmo ano, nasce uma Fundação de Artes. À volta de 1980, passou a ser definitivamente o atelier do escultor José Rodrigues e de vários outros artistas.
Hoje é a sede da fundação que tem o nome do escultor.



Interior na actualidade das instalações da antiga Fábrica Social


13. Rua do Paraíso (antiga Travessa da Senhora da Lapa) e Rua da Aguardente


Rua do Paraíso


Esta Rua do Paraíso é obra do João de Almada e Melo que no seu plano de melhoramentos para a cidade, de 1784, fez constar o seguinte:

”… e assentou-se que se continuasse a abrir na largura de 30 palmos, a travessa de comunicação entre a Estrada do Bonjardim e o Bairro da Lapa, em linha recta da sua abertura, que já se acha feita defronte do chafariz da Vila Parda"



Rua do Paraíso com trabalhos de pavimentação e derrube de árvores, em 1964
 
 
A Rua do Paraíso começou por ser a Rua Senhora da Lapa e, informalmente, também, como Rua dos Ferreiros.
A meio da foto anterior, bem ao longe, observa-se a torre do palacete do chamado Castelo de Santa Catarina.
A poucos metros da Rua do Bonjardim, a ligação da Rua do Paraíso a uma outra, mais a norte, que lhe é paralela, a Rua de Santa Helena, é executada pela Rua Moreira de Assunção. 
Este arruamento foi rasgado em terrenos que foram das Quintas de Germalde e de Santo António do Bonjardim, à semelhança de algumas outras, suas vizinhas.



"Tomou o nome do proprietário do terreno em que foi aberta e que era apenas um lavrador ou modesto capitalista que resolveu criar uma rua particular para investimento imobiliário (O Tripeiro, III Série, Ano II, p. 158).
Chamava-se Agostinho Moreira da Assunção e era natural de S. Mamede de Coronado, onde nasceu em 13 de Outubro de 1861 e faleceu em 17 de Julho de 1925.
Para além de lavrador abastado, foi homem generoso e de fino trato, monárquico convicto, o que lhe acarretou alguns dissabores com a implantação da república.
Foi presidente da junta de freguesia da sua terra natal, onde proporcionou a realização de arranjos urbanísticos da Feira Nova, com projeto da autoria de técnicos ligados à CMP, em que um deles parece ser descendente do arquiteto Carlos Amarante.
Da sua generosidade saiu o painel de azulejos, da autoria de Jorge Colaço, que embeleza o Presbitério da Igreja de S. Mamede de Coronado (Virgílio Antunes Seisdedos, Os Caminhos da Paróquia da Senhora do Porto).
Já assim era designada em 1903, ano em que a 20 de Fevereiro, o Sr. Domingos Soares de Oliveira Pontes (conforme Guia de Entrada de Depósito n.º 68), foi autorizado a construir casa no terreno que possuía na Rua Particular denominada de Moreira d'Assumpção, próximo á Rua do Paraíso» (AH. Planas Casas, Livro n.º 172, Folha 201).
Isso mesmo confirma também a «Relação das ruas particulares», que se crê do primeiro terço do século XX e que pode ser consultada no Arquivo Histórico (D-CMP-2-318).
A sua municipalização, decidida em 10 de Dezembro 1926, tornou-se efetiva a partir de 1927 (AH, livro de Atas da Comissão Executiva, A.PUB 212. Folha 69)
Com começo na Rua do Paraíso (entre os nºs 44 e 76. fronteiros à esquadra de Policia), acaba em frente aos nºs 70 e 80, da Rua de Santa Helena. Faz parte da freguesia de Santo Ildefonso.
O Roteiro do porto para 1920 (in Anuário do Comércio Porto) já a referencia com os mesmos limites
O mesmo fazia o Roteiro do Porto para 1915, que lhe atribui um comprimento 127 metros (AH, Anuário Comercial do Porto, P. 05 p. 62). Paraíso (Rua do)".
Cortesia de Luís Barrote (técnico da Câmara Municipal do Porto)



Daqui para a frente era a antiga Rua da Aguardente.


Fonte da Vila Parda (1859) 

A fonte de Vila Parda, datada de 1859, foi restaurada em 1940 e fica na Rua do Bonjardim, fronteira à Rua do Paraíso, numa reentrância duma parede.

Fonte da Vila Parda - Ed. Portojofotos


Mais acima da fonte, na esquina da Rua do Bonjardim e da Rua João Oliveira Ramos ficava a Bial.


Edifício Bial (actual Colégio Ribadouro)

Publicidade à Bial e gravura das instalações

Edifício central do complexo da Bial



À direita, para quem sobe o Bonjardim, a uma centena de metros da Praça Marquês do Pombal, deparamo-nos com um palacete monumental.


Palacete do Bonjardim – Cortesia de Marcos Nogueira (marcosnogueira-2.blogspot.com)


Pouco se sabe sobre quem viveu neste palacete, conhecendo-se, porém, quem o encomendou e que o arquitecto envolvido no projecto é António Rigaud Nogueira.



“Em 1906, Custódio José da Costa, morador na Praça da Trindade, pede licença para a construção de um notável palacete tipo chalet na sua propriedade junto da Rua do Bonjardim. Encomendou o desenho da obra ao engenheiro António Rigaud Nogueira, igualmente responsável pelo projecto de outro palacete semelhante no Nº 1316 da Rua de Santa Catarina (que é posterior).
Neste terreno terá existido outro prédio, que foi demolido para dar lugar a este palacete com influências e traços neogóticos, do qual é mais característico o torreão de planta hexagonal. Rasgado por dezenas de janelas, contendo ainda varandas com balaustradas, a nível decorativo destaca-se pelos azulejos verdes que cobrem todas as fachadas e os trabalhos em ferro forjado dos gradeamentos que já sugerem uma influência da Arte Nova.”
Cortesia de “portosombrio.blogspot.com”



Custódio José da Costa faleceu em 1932, sendo, à data, a sua residência, na Rua do Bonjardim, nº 1254.
Durante algumas décadas do século XX e, até cerca da viragem de século, o palacete esteve arrendado ao Hospital do Conde de Ferreira, quando este hospital ainda estava sob a alçada da Administração Regional de Saúde do Norte. No fim do século, foi entregue devoluto aos seus proprietários.
Quem recebia as rendas, durante os anos em que esteve ocupado, era uma firma que representava um grupo de herdeiros.
Eis-nos na Praça do Marquês do Pombal.




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