quinta-feira, 27 de julho de 2017

(Continuação 17) - Actualização em 01/12/2017, 06/09/2018 e 21/11/2020


Na “Toponímia Portuense” de Eugénio Andrea da Cunha Freitas pode ler-se:

“No ano de 1662, havia em Fradelos uma quinta que era senhorio directo o Dr. João Freire de Melo, com uma capela de invocação de Santa Catarina Martir. Essa quinta partia de banda de nascente “com o caminho que vai de Fradelos para a Porta de Cima de Vila”. Este caminho é o mais remoto antepassado que conhecemos da actual Rua de Santa Catarina… Já designada Rua Nova de Santa Catarina a encontramos mencionada em certo documento da Misericórdia em 1748. No Plano de Urbanização proposto por João de Almada e Melo em 1784, inclui-se o prolongamento da rua até à Aguardente (hoje Praça Marquês de Pombal). A este novo troço da artéria se chamou Rua Bela da Princesa… Também por urbanizar estavam todos os terrenos compreendidos entre Santo António, Santa Catarina, a viela da Neta e a das Pombas (onde está hoje o Grande Hotel do Porto). Eram quintas e terrenos pertencentes a D. Antónia Adelaide Ferreira, a “Ferreirinha”, e a Francisco da Cunha Guimarães, onde mais tarde se rasgaram as ruas de Sá da Bandeira e Passos Manuel.”


A Rua de Santa Catarina é um arruamento situado nas freguesias de Santo Ildefonso e Bonfim que, viria a substituir um caminho que do sítio de Fradelos rumava à Porta de Cima de Vila, já na segunda metade do século XVIII.
É a artéria mais comercial da baixa do Porto, estando grande parte dela hoje vedada ao trânsito automóvel, e reservada apenas a peões.
A rua foi buscar o seu nome inicialmente à capela existente em Fradelos do Dr. João Freire de Melo, de invocação de Santa Catarina Mártir e reforçou-o com o aparecimento da chamada Capela das Almas, também da invocação de Catarina de Alexandria ou Santa Catarina Mártir.
Foi rasgada através de uma quinta enorme conhecida como Quinta do Adro ou Casal do Adro. Uma das mais importantes parcelas da quinta era o Campo da Nogueira que confrontava a poente com a viela que ia para a Fonte da Neta.
A primeira iniciativa para a urbanização da Quinta do Adro surgiu em 1706 por intermédio do bispo D. Frei José de Santa Maria.
A abertura duma nova artéria, só se dá, no entanto, 65 anos depois pela mão do bispo D. Frei Rafael de Mendonça, e começou por se chamar Rua Nova de Santa Catarina.


Gravura com vista para a torre dos Clérigos a partir de Santa Catarina

Em finais do século XVIII também se falava por estas bandas, na Quinta do Pinheiro.
Era uma enorme propriedade rural que já existia com aquela designação em 1774. Tinha o seu começo junto à igreja de Santo Ildefonso e estendia-se a Nascente pelo sítio da actual Rua de Santa Catarina, até à antiga Travessa do Grande Hotel, hoje Rua de António Pedro e por Poente confrontava com o que é hoje a Rua de Sá da Bandeira.
Consta de uma antiga descrição que a Quinta do Pinheiro:

"era uma propriedade toda cercada de muro com terras de lavradio, hortas, árvores de fruta e de vinho, suas ramadas e uma fonte; parte de nascente com a Rua de Santa Catarina e de poente com o cano da água que vai para as religiosas de S. Bento (convento de S. Bento da Ave-Maria, onde agora está a estação ferroviária de S. Bento); e do norte com o caminho que vai para a Viela da Neta (actual Rua de Sá da Bandeira, junto ao Bolhão)”.

Antes da Rua Nova de Santa Catarina ter existência, o caminho que da Batalha partia para Norte, começou por se chamar Viela dos Matos e depois Viela do Adro e partia nesses tempos recuados da Batalha, e passava pela Viela das Pombas (Travessa do Grande Hotel ou mais recentemente Rua António Pedro).
Da Viela dos Matos, que corria quase paralela à actual Rua de Santa Catarina, fazia parte a actual Travessa das Almas que corre nas traseiras da capela com o mesmo nome e a actual Travessa de S. Marcos que fica um pouco acima daquele templo.
A Travessa das Almas foi, assim, em tempos Viela dos Matos e também se chamou Viela do Adro
Um curioso caminho de acentuado declive que liga a Travessa das Almas a Santa Catarina, antes da se chegar à Rua Firmeza, é a Travessa de São Marcos que em tempos era a Viela da Coelheira e que a partir de 1814 foi Travessa de S. Marçal.
A Travessa de S. Marçal julga-se que se estendia e, corria também, pela actual Rua de Alexandre Braga, e dela, hoje, resta apenas um pequeno troço, apelidado de Beco de S. Marçal.
Aquela Travessa de S. Marçal começaria assim, junto da Viela da Neta onde hoje entroncam a Rua de Sá da Bandeira e a Rua Formosa, seguia em curva, passava junto ao que é hoje o Beco de São Marçal e tomava a direcção da Viela das Laranjeiras, chamada actualmente Travessa de S. Marcos e, a partir da Travessa das Almas para cima, continuava pela Viela do Preto, que se estendia até às propriedades dos padres congregados no Monte dos Congregados.
Em 1846 existia ainda a denominada Viela do Ribeiro, que comunicava com a Rua de Santa Catarina pela Viela das Laranjeiras.


Planta de Joaquim da Costa Lima em 1839, junto ao mercado do Bolhão

Legenda:

1- Rua do Bonjardim
2- Rua Formosa
3- Rua de Santa Catarina
4- Viela das Pombas
5- Travessa da Rua Formosa
6- Viela da Neta
7- Viela dos Tintureiros
8- Viela da Coelheira
9- Rua Nova de S. Marçal ou Rua de Santo António do Bolhão
10- Actual Rua do Bolhão

Na planta acima com o nº 15, entre a Rua Fernandes Tomás e a Rua Formosa, ficava na Rua de Santa Catarina, a Fábrica do Sabão no local hoje ocupado pelo espaço comercial, Via Catarina.

Planta da zona do Bolhão de Baldwin & Cradock - 1833

Legenda:

1- Troço da Travessa de S. Marçal (Rua Alexandre Braga)
2- Viela da Coelheira
3- Viela da Neta
4- Fradelos
5- Praça Nova
6- Viela do Anjo da Guarda
7- Rua do Bispo

Obs: Como se pode ver na planta de 1833, a rua que passava nos terrenos a norte do que viria a ser o Mercado do Bolhão (a decisão da sua implantação é de 1837) era a Rua do Bolhão, pois, o topónimo Fernandes Tomás ainda não lhe tinha sido atribuído.


O Beco de São Marçal tem esta designação em virtude de um oratório ou nicho que aí existiu de invocação daquele santo, perto de uma abundante nascente. Por isso, também aí existiu a Travessa do Rio que, em 1850 foi vedada ao trânsito.
A Rua Fernandes Tomás no troço entre a Rua Santa Catarina e a Rua do Bonjardim chamava-se em 1801, Rua Nova de São Marçal, depois foi Rua Santo António do Bolhão e mais tarde Rua do Bolhão.


Cruzamento da Rua Fernandes Tomás com Santa Catarina. Ao fundo, a Igreja da Trindade



Mesmo cruzamento em 1927



Perspectiva actual de foto anterior

Rua de Santa Catarina junto à Praça da Batalha 





Vista actual e aproximada de foto anterior – Fonte Google maps



Por comparação das últimas fotos se conclui, que até ao actual edifício das Galerias Paladium, os prédios são os mesmos, dotados dos respectivos melhoramentos.



Próximo da linha do horizonte uma fiada de casas da Rua de Santa Catarina e os seus quintais c. 1865



Na foto acima obtida a partir da Torre dos Clérigos, é visível a igreja dos Congregados e uma nesga da Rua de Santo António.



Rua de Santa Catarina no carnaval de 1905, sensivelmente no mesmo local de penúltima foto



O local da foto anterior já com a ourivesaria Reis - Fonte: Google Maps


Na penúltima foto é interessante verificar que a fachada característica da Ourivesaria Reis ainda não existia.
É digno de destaque nesta rua as fachadas Arte Nova da Livraria Latina e da antiga Ourivesaria Reis & Filhos, localizadas à entrada da rua vindo da Praça da Batalha, à direita e à esquerda, respectivamente, nas fotos seguintes.


Ourivesaria Reis (já encerrou)



Livraria Latina e busto de Camões no ângulo das fachadas



Em 15 de Fevereiro de 1942 ocorre a inauguração da Livraria Latina, no cimo da Rua 31 de Janeiro. O busto de Luís de Camões na fachada, que chama a atenção dos turistas, foi encomendado por 700 escudos ao então jovem artista António Cruz, que mais tarde ganhou notoriedade como aguarelista do Porto, para conferir um toque de originalidade ao estabelecimento.
Sobre a livraria Latina, JPortojo diz-nos:


“Henrique Perdigão, avô, foi o fundador. Morreu durante uma viagem ao Brasil em 1944 sucedendo-lhe o filho Mário, o neto Henrique e hoje, presumo, faz parte do Grupo Português Leya.
A Latina foi a primeira empresa em Portugal a criar um concurso literário com o prémio de 3 mil escudos. Foi seu vencedor o Professor Hermano Saraiva tendo cabido uma das menções honrosas a Fernando Namora”.



Em 1911, à entrada da Rua de Santa Catarina (foto pintada)


Acima vê-se o mesmo local da foto anterior mas mais antiga ainda sem a Livraria Latina e o busto de Camões no cunhal do prédio, que só apareceram a partir de 1942.


A livraria Latina ainda não existia em frente à ourivesaria Reis


Perspectiva idêntica às das fotos anteriores, sendo o obelisco, que apenas seria retirado em 1920, visível


Na foto acima pode ver-se o início da Rua de Santa Catarina e, à direita, o antigo acesso à igreja.



A escadaria da foto anterior desapareceu para dar lugar a lojas


Foto Alvão em 1913



O famoso estúdio fotográfico Alvão situava-se na Rua de Santa Catarina, na esquina com Rua Passos Manuel (começada a abrir, pelos anos de 1874-77) e que, por isso, cortou parte da Viela da Neta e da Quinta de Lamelas.
Sobre a foto acima, de 1913, socorrendo-nos do testemunho de Guilherme Faria, exarado na revista “O Tripeiro”, nº 4, Agosto de 1954, a poucos metros da esquina da Rua de Santa Catarina e da Rua de Passos Manuel, formava-se um pequeno largo fruto do recuo de alguns prédios.
Um pouco mais ao longe, já no alinhamento da rua nasceu o escritor Arnaldo Gama.
Naquele largo, os artistas de feira montavam os seus espectáculos de rua e, por vezes, no mesmo espaço, eram montados palcos e coretos onde tocavam algumas bandas. Aí, se encontravam as costureiras dos ateliers da zona e as operárias da Camisaria Confiança.
Na esquina, em primeiro plano, em tempos, houve um marco fontenário da Companhia das Águas.
Partindo dessa esquina, a casa com uma pedra de armas na fachada era a habitação e o consultório de dentista, do Dr. Alfredo Nazaret e, no rés-do-chão, existiu um armazém de gelo e águas de mesa, da Fábrica de Sulfureto da Serra do Pilar.
Seguia-se uma casa de malas, que seria transferida para a Rua de Cedofeita.
Depois, encontrava-se a Fotografia Alvão e a casa da Viúva Cunha, sócia de uma casa de câmbios na feira de S. Bento (Praça Almeida Garrett).
Por fim, duas casas de andar da família Queirós, com os baixos da última, ocupados por uma fábrica de cartonagem.
A casa que fecha o largo estando já no alinhamento, à época, albergava a família Ventura e, no seu rés-do-chão, a casa de panos “Vilaça”.
Passado alguns anos, o prédio recebeu os sócios do Sport Clube do Porto (o que ainda perdura) e, nos baixos, a “Casa das Gabardines”.
Defronte deste último prédio, desde 1865 até 1939, aí existiu a Padaria Faria e, a partir desta data, uma sucursal da Papelaria Araújo & Sobrinho.
Aquela conhecida padaria foi alvo de obras de beneficiação importantes e, após as mesmas, reabriria em 4 de Abril de 1903.
Os fundadores desta padaria foram, Maria Ferreira, cuja família tinha uma loja de venda de cereais (um “farinheiro”) na Rua de Sá da Bandeira, na esquina com a actual Rua Dr. António Emílio de Magalhães, à data, a Travessa de Sá da Bandeira, e Joaquim Pedro de Faria.
A Padaria Faria estava no nº 103, onde nasceria, fruto do casamento do casal mencionado no parágrafo anterior, Alfredo Ferreira Faria, o fundador da revista “O Tripeiro”.



A Foto Alvão e à direita o Café Majestic


Na Rua de Santa Catarina, ainda podemos desfrutar (desde 1921) do Café Majestic, que começou por se chamar Elite, e é um dos principais pontos turísticos da rua.
Foi o local de reunião da fina-flor da intelectualidade portuense, nomeadamente de Leonardo Coimbra e seus discípulos.


Café Majestic 

Interior do café Majestic nos anos 20 – Fonte: “portoarc.blogspot.pt”


Ainda no cruzamento da Rua de Santa Catarina com a Rua de Passos Manuel, encontravam-se as Galerias Palladium em projeto de 1914 do arquitecto Marques da Silva, construído para albergar os Armazéns Nascimento, e cujo edifício hoje, encerra diversos estabelecimentos comerciais, depois de, durante os anos 40 a 70 do século XX, ter albergado o Café Palladium.
Este café abriria em 1940 num espaço inaugurado em 1927, que inicialmente se destinou aos Grandes Armazéns Nascimento, com o objectivo de vender no Porto, os móveis construídos na fábrica que António Nascimento possuía no Freixo e com sede na Rua de Ferreira Borges.


“ (…) António do Nascimento e o seu irmão Venâncio, naturais de Trás-os-Montes, instalaram-se no Porto no início da segunda metade do século XIX, tendo o primeiro inaugurado em 1877 (13 de Junho) um estabelecimento de marcenaria e loja de mobiliário, na rua da Ferraria de Baixo. Com o desenvolvimento dos negócios, as instalações da firma transitaram sucessivamente para a rua Ferreira Borges e, em 1927, para a rua Passos Manuel. No início da década de '20, a firma "António do Nascimento e Filhos" encontrava-se numa excelente situação económica, como o comprova o facto de dois anos antes ter adquirido a fábrica de marcenaria mecânica a vapor "A Económica" - ainda segundo António Cardoso, ao engenheiro Raul Tavares Bastos -, o que lhe possibilitava o fabrico de mobiliário, a partir de então, em grande escala, transformando-se deste modo num importante empório comercial e industrial. Na publicidade com que nessa época se apresentava, reclamava constituir "a mais importante fábrica de móveis da península, e o maior estabelecimento de estojos, papéis pintados, decorações, oleados e faianças artísticas". Salvaguardando o possível exagero publicitário, não há dúvida que os Armazéns Nascimento e, principalmente, a sua fábrica "A Económica", apresentavam uma enorme capacidade de produção, investindo igualmente na qualidade do mobiliário que fabricavam, não sendo portanto de estranhar que algumas das mais importantes entidades e empresas nacionais contratassem os seus serviços para mobilar e decorar as respectivas instalações”.
Após um pavoroso incêndio ocorrido em finais de 1934 que destruiu os armazéns e a fábrica da rua do Freixo, a empresa nunca mais seria a mesma. Apesar das instalações fabris terem sido de imediato reconstruídas (…), o certo é que em finais de 1939 a firma se vê obrigada a vender o imóvel de Santa Catarina.
Com a devida vénia a José Manuel Lopes Cordeiro 




Em 31 de Agosto de 1890, o “Jornal do Porto” na sua página 2, dava conta de que no dia anterior tinha ocorrido a abertura de um estabelecimento de móveis, na Rua do Bonjardim, próximo da Rua do Estevão, da firma Venâncio do Nascimento & Filho, num prédio mandado restaurar por António Bernardo Ferreira, o filho da Ferreirinha.
De facto, o referido estabelecimento situava-se na Rua do Bonjardim, nas traseiras do prédio do filho da Ferreirinha, voltado para a Praça da Trindade.
Parece, assim, que os dois irmãos oriundos de Trás-os-Montes tiveram, no início, percursos comerciais distintos.
O projecto do empreendimento na Rua de Santa Catarina, de 1914, foi do arquitecto Marques de Silva, começado a executar em 1916 e, à data da inauguração, em 1927, já António Nascimento tinha falecido.
Nas amplas montras do edifício, passaram então, a ocorrer várias exposições de produtos, para além do sector do mobiliário de luxo.
Porém, decorridos que foram sete anos, aquela fábrica e armazéns anexos da Rua do Freixo foram destruídos por um incêndio em 1934, o que levou os herdeiros de António Nascimento a vender o prédio em 1939 a um grupo de comerciantes e industriais do Porto que fizeram a sua adaptação para o café Palladium, cujo interior foi de autoria do arquitecto Mário Abreu.
Os Armazéns Nascimento reservaram, então, apenas uma pequena área de exposição para os seus artigos, com entrada pela Rua de Passos Manuel e, a partir daí, continuaram a servir uma clientela endinheirada.



Aqui foram os Grandes Armazéns Nascimento mais tarde Galerias Paladium

Interior dos Grandes armazéns Nascimento em 1927



Publicidade em 1922


Publicidade cedida por António Duarte a “restosdecoleccao.blogspot.pt”


Entrada do Café Palladium


“Palladium”, um dos maiores Salões de Chá e Café da Península que, ontem, abriu as suas portas ao público.
O acto inaugural constitui para o Porto um acontecimento sensacional.
Nas novas instalações do “Palladium” houve a preocupação de adaptar em salão de chá, café e jogos o rés-do-chão e 1º andar do antigo edifício dos Grandes Armazéns Nascimento, sem alterar a sua estrutura, obra conseguida pelo arquitecto Mário Abreu.”
In jornal “O Comércio do Porto” de 5 de Novembro de 1940




O café Palladium em 1941

Na foto acima estão alguns frequentadores habituais do Palladium, sendo que, da esquerda para a direita, temos: João Alves, Sant’Ana Dionísio, Carlos Sanches, José Régio, Jorge de Sena, Alfredo Pereira Gomes, Adolfo Casais Monteiro e Alberto Serpa.



“O café Palladium, aberto em 4 de Novembro… cujas obras foram da autoria de Mário de Abreu. Tinha salão de jogos, salão de chá e um cabaret. Atraía uma clientela ligada às artes e às letras, como Jorge de Sena, José Régio, Adolfo Casais Monteiro, Sant’Ana Dionísio, Alfredo Pereira Gomes, Alberto Serpa, Nadir Afonso, Júlio Resende, Manuel Pereira da Silva, entre outros, e foi encerrado nos anos 70.
Fonte:  portoarc.blogspot 



Inaugurado, então, o café Palladium em 4 de Novembro de 1940, por António Ferro (1895-1956), director do Secretariado de Propaganda Nacional, uma figura de proa do Estado Novo, apresentava o salão de café no piso térreo e a sala de chá no piso sobre-elevado, enquanto, no 1º andar, ficava o salão de jogos e de bilhares e no 3º andar um "cabaret", com acesso aos andares através, também, de elevadores exclusivos.



Piso térreo do café Palladium, sendo visível o salão de chá, no piso sobre-elevado





Os antigos Grandes Armazéns Nascimento, a partir de 1974, após o fecho do famoso Café Palladium, passou a albergar uma loja de pronto-a-vestir, as “Galerias Palladium” e a mostrar um interessante relógio com carrilhão, com figuras que se movimentam no exterior do edifício.
De três em três horas, saem do relógio e apresentam-se de frente para Santa Catarina, num patamar do 1º andar, quatro imagens representando figuras emblemáticas do Porto: S. João, o Infante D. Henrique, Almeida Garrett e Camilo Castelo Branco. Após um desfile de dois minutos, ao som do carrilhão, as figuras regressam ao relógio.
Actualmente o icónico edifício alberga as firmas C&A e Fnac.



Relógio – Fonte: “restosdecoleccao.blogspot.pt”


Rua de Santa Catarina, no Natal de 1973



Na foto acima, à direita, vê-se o Café Palladium e, na esquina oposta, a “Casa Inglesa”, de confecções, que nos dias de hoje já não existe e, cujas instalações, foram ocupadas pelo joalheiro “Marcolino”.


Casa Inglesa


A poucos metros da “Casa Inglesa”, na Rua de Passos Manuel, quase em frente ao Coliseu, abriria em 12 de Dezembro de 1931 o “Restaurante Escondidinho” que, ainda hoje, tem as suas portas abertas.
Em 1936, o restaurante seria o primeiro a receber duas estrelas Michelin.



“O industrial António Joaquim da Silva abriu "O Escondidinho" em 12 de Dezembro de 1931, na Rua de Passos Manuel. O projeto foi de autoria de Manuel Marques e Amoroso Lopes, discípulos do arquitecto Marques da Silva.
Modelada segundo o estilo das velhas casas solarengas do norte de Portugal, a sala de jantar, reproduz na sua traça, o aconchegado conforto das residências do século XVIII, a que não falta, sob os tectos apainelados, a pujança ornamental das antigas faianças portuguesas e os vistosos lambris cerâmicos.
Seguiu-se na gerência Joaquim Araújo e Amarílio Barbosa, tendo ambos conseguido dar continuidade ao mais apurado bom-gosto da ementa do restaurante até aos dias de hoje”.
Fonte: Wikipédia


(…) sob os tetos apainelados, a pujança ornamental das antigas faianças nacionais e os vistosos lambris cerâmicos, imitando a escola de Delft, cujos azulejos sobressaem pela extraordinária beleza.
O projecto de Amoroso Lopes, habilmente executado pelos Grandes Armazéns Nascimento, é de notável concepção artística, destacando-se a fachada na qual, como nos interiores, se revelam trabalhos valiosos da Fábrica Constância, dirigida então por Leopoldo Battistini.”
Fonte: “escondidinho.pt”


Restaurante Escondidinho

Sem comentários:

Enviar um comentário