Liceu Rodrigues de
Freitas
Esta escola vai buscar as suas origens ao decreto de 17 de Novembro de 1836, de Passos Manuel, que criou o Liceu Nacional do Porto, que entrou em funcionamento quatro anos depois.
Até 1861, desde a sua instalação em 1840, o Liceu Nacional
do Porto funcionou no edifício da Academia Politécnica, na qual Rodrigues de
Freitas foi professor. Nessa ocasião, nessa academia, já estavam a Academia das
Belas-Artes e a Escola Médico-Cirúrgica.
Decidindo-se a mudança face às deficientes condições das
instalações em 1847, só, 14 anos depois, foi possível fazê-lo, primeiro, para a Rua
de Santa Catarina e, depois, entre outros locais, para a Rua S. Bento da
Vitória, em 1887, onde toma a denominação de Liceu Central do Porto.
Em 1895, vem à luz do dia a Reforma Jaime Moniz e fruto dela
e de outras mais, o ensino liceal é distribuído, em 1906, por duas zonas
geográficas, dando origem ao que viria a ser o Liceu Rodrigues de Freitas e
tinha à data a designação de Liceu Nacional Central da 2.ª Zona (ocidental)
Escolar do Porto e, por decreto de 9 de Setembro de 1908 passaria a Liceu D.
Manuel II. A outra instituição que passaria a ter existência a partir daí seria
o Liceu Nacional Central da 1.ª Zona (oriental) Escolar do Porto, depois, Liceu
Alexandre Herculano.
Este partiria para a zona oriental da cidade e o Liceu D. Manuel, à data, que passaria após a implantação da República a ser o Liceu Rodrigues de Freitas, continuaria pela Rua S. Bento da Vitória, no Palacete da Baronesa da Regaleira, que ocupava desde 1887.
Logo, no ano de 1912, o governador civil do Porto, chegou a visitar o Palácio das Carrancas, indagando da possibilidade de o Liceu Rodrigues de Freitas, nele passar a funcionar, o que nunca veio a acontecer.
“Imediatamente após a
implantação da República em Portugal, a 23 de Outubro de 1910, o governo
provisório decretou a designação de Liceu Rodrigues de Freitas, em homenagem a
José Joaquim Rodrigues de Freitas, político, jornalista e professor de Comércio
e Economia Política na Academia Politécnica do Porto e eleito, em plena
monarquia (1870), o primeiro deputado republicano português.
Desde 1906, em que o
Liceu Central da 2ª Zona (ocidental), que daria origem ao actual Liceu
Rodrigues de Freitas apareceu, até ocupar as instalações actuais junto à igreja
de Cedofeita, andou por vários prédios alugados.
O actual edifício,
situado na Praça de Pedro Nunes, data de 1932-1933 e é da autoria do arquitecto
José Marques da Silva, tendo sido em 1958, alvo de intervenção segundo projeto do
Arquitecto Manuel Lima Fernandes de Sá.
Para além das suas
grandes dimensões, o edifício é dotado de diversas infra-estruturas, pouco
habituais nas construções escolares da época, nomeadamente um museu da ciência,
um observatório meteorológico, diversos laboratórios de química, física e
biologia, quatro ginásios (um deles exterior), uma biblioteca, um teatro, três
salas de desenho, cantina e bar, para além de numerosas salas de aula e outros
equipamentos.
Em 1945, o
estabelecimento de ensino regressou à designação de Liceu D. Manuel II e, após
o 25 de Abril de 1974 assumiu, definitivamente, o nome de Escola Secundária
Rodrigues de Freitas”.
Fonte: pt.wikipedia.org/
Em anexo a esta escola funciona há alguns anos, o Conservatório
de Música do Porto.
Liceu Rodrigues de Freitas-Fonte: pt.wikipedia.org
Liceu Carolina Michaëlis e Liceu Rainha Santa Isabel
Liceu Carolina
Michaëlis
Em 1914/15 entra em funções o Liceu Nacional Feminino do
Porto como uma Secção Feminina dos Liceus do Porto, que teve como primeira
instalação o nº 441, da Rua de Cedofeita, no edifício conhecido como a
residência antiga da família Sandeman e, também, como Palacete do visconde de
Barreiros, tendo sido, depois, esquadra da Polícia de Segurança Pública.
O Liceu Rodrigues de Freitas manifestou um grande interesse
no desenvolvimento desta secção feminina, ao contrário do Alexandre Herculano,
talvez, pela localização dela, estar um pouco distante da sua área de
influência.
O Liceu Feminino do Porto teve como patronos sucessivamente Castilho
(1919), Sampaio Bruno (1919-1926) e a partir de 1926, Carolina Michaëlis.
Mantendo-se o liceu nas instalações primitivas da Secção Feminina dos
Liceus do Porto, em Cedofeita, até 1921, mudaria, neste ano, para o Largo do
Coronel Pacheco para um palacete mais amplo, que fora o local de residência da
família Braga.
A família Ribeiro Braga acabaria por fixar residência na Rua de
Cedofeita, nºs 376-378, na casa onde esteve localizada a Fonte de Cedofeita –
Fonte: Planta de Telles Ferreira de 1892
No século XVII, era senhorio directo da Quinta dos Carvalhos do Monte,
onde se situavam estes terrenos, o Cabido da Colegiada de Cedofeita e pertencia
a Maria Gonçalves, mulher de Lourenço Alvares, que foram os ascendentes
directos de António e José Ribeiro Braga que a habitavam desde 1827 e que,
acabariam até hoje por deixar o seu nome ligado ao local, no topónimo de Rua
dos Bragas.
Antigas instalações do Liceu Carolina Michaëlis no Largo
Coronel Pacheco, com entrada à direita – Fonte: Google maps
Na foto acima, ao meio, vemos a Rua do Mirante e, à esquerda, o local
onde em 1859, estava instalado o Colégio de Madame Podestá e que, depois, veio
a ser a morada do Colégio de Santa Maria, até 1910 e, até 1975, do Colégio
Almeida Garrett, tendo o edifício, ao longo dos anos, sido alvo de contínuas
obras de ampliação.
O Liceu Carolina Michaëlis ocuparia o edifício da direita da
foto acima (antes ocupado, na transição de séculos, pelo Colégio de Miss Hennessey ou das Inglesinhas), que também foi pretendido, sem sucesso, pela Faculdade de Medicina
para nele montar uma maternidade anexa à faculdade, e pelo Liceu Rodrigues de
Freitas, que para aqui queria deslocar-se e abandonar as instalações da Rua da
Vitória.
Mais tarde, e após o abandono das instalações pelo Liceu
Carolina Michaëlis, elas seriam ocupadas pelo Departamento de Minas da
Faculdade de Engenharia.
A Rua do Mirante e a Praça do Mirante (Praça Coronel Pacheco) devem o topónimo, de facto, à existência de um miradouro, aí existente.
Já em 1758 o abade de Cedofeita enviava ao autor do "Diccionário Geográfico" a seguinte informação:
"Há também (na dita freguesia) o Mirante dos Ingleses, donde estes e o povo da cidade do Porto vão ver o mar e a mesma entrada e saída de navios; acha-se ao presente sem telha, existe a pedraria".
Em 1951, o Liceu Carolina Michäelis acabará por ocupar as
instalações de um edifício construído de raiz, na Quinta do Meio, à Ramada
Alta, local onde ainda permanece, cujo projecto é do arquitecto José Sobral
Branco.
Liceu Carolina Michaëlis, em 1951 – Fonte: AHMP
“Foi o primeiro liceu
de raparigas do Porto e, durante décadas e décadas, teve como imagem de marca o
elevado nível de exigência. Muitos viam ali uma escola de elite e, até aos anos
80, ainda era comum chamarem-lhe, não sem alguma ironia, a "Universidade da
Carvalhosa". Atual sede de agrupamento, a escola Carolina Michaëlis está a
celebrar cem anos. E deve o seu nome a uma mulher que provavelmente nem passou
por lá.
O que se sabe é que a
escritora e crítica literária nascida em Berlim vivia no Porto e era casada com
Joaquim de Vasconcelos, professor no Liceu Nacional Central da 2.ª Zona Escolar
do Porto (mais tarde Rodrigues de Freitas). Foi em 1926, no período da Ditadura
Militar e pouco depois de Carolina ter falecido, que a escola assumiu o seu
nome, abandonando a republicana designação Sampaio Bruno.
«Não se sabe o motivo
da escolha do nome, nem se sabe que ligação ela tinha à escola. Pensa-se que
terá lecionado cá em 1915», refere-nos Ângela Marques, coordenadora da equipa
que está a desenvolver o programa comemorativo do centenário. Ora, esse foi
precisamente o ano em que a escola foi criada - com a designação de Liceu Nacional Feminino do Porto - e na
sua génese esteve a Secção Feminina do Liceu.
A lei que previa os
institutos de ensino secundário para o sexo feminino era de 1888, e Lisboa viu
surgir o Liceu Maria Pia em 1906. O Porto ainda teria de esperar mais nove
anos, não obstante a pressão exercida pela Câmara e o empenho dos republicanos
que viam na criação da escola para raparigas uma forma de prestigiá-las e de
enaltecer o seu papel na sociedade. «Mas, mesmo entre os republicanos, havia
quem questionasse essa ideia do prestígio. A questão não era pacífica»,
sublinha Ângela Marques.
Curiosamente, essa
resistência viria a manifestar-se anos mais tarde no sentido inverso. «A nível
nacional, foi o liceu que mais tardiamente recebeu rapazes», recorda aquela
responsável. Só cinco anos após o 25 de Abril é que o Carolina passou a ser uma
escola mista (o Rainha Santa Isabel foi bem mais cedo). E, no primeiro ano,
apenas se matricularam dez rapazes. «Era um liceu muito mais tradicional e
muito mais fechado, com uma cultura muito própria», acrescenta.
«Entre 1915 e 1926,
não houve tempo para a escola se afirmar como vanguardista», sublinha,
lembrando que, durante o Estado Novo (instituído em 1933), o Carolina Michaëlis
baixou consideravelmente o número de alunas: «Não interessava que houvesse
muitas raparigas a estudar. Era só uma elite». Nada que se comparasse aos
áureos anos 80, em que a escola chegou a ter mais de três mil inscritos. Hoje,
tem cerca de 900.
Já depois de ser um
estabelecimento misto, o Carolina «manteve a mesma imagem de grande exigência»
que teve desde a primeira hora. Em paralelo, granjeou invejas. Ângela Marques
lembra que expressões como «meninas bem», «privilegiadas» e «Universidade da
Carvalhosa» foram epítetos que acompanharam, do lado de fora, a vida da escola.
Até que, em 2004, foi dada «a primeira machadada no peso da instituição»,
quando se aventou a hipótese de encerramento. Tal acabou por não acontecer, mas
a polémica afastou muitos alunos. Depois, o Carolina passou a fazer parte de um
agrupamento de escolas. «Os agrupamentos acabaram com as imagens de marca das
instituições. A identidade diluiu-se», remata aquela responsável”.
Fonte : Isabel
Peixoto, In Jornal de Notícias
Ao longo dos anos, entre muitos outros professores de
sucesso do Liceu Carolina Michaëlis, destaca-se a professora de matemática
Marília Monteiro.
“Data da década de
sessenta do século XX a criação de três instrumentos de cálculo inéditos, o
Quadrante de Cálculo, o Calculador Analógico e o Radiciador Parabólico pela
professora de Matemática dos liceus, Marília Monteiro. O primeiro foi
construído no Laboratório Nacional de Engenharia Civil e exposto em salões de
inventores, de Bruxelas em 1963 (ainda em esquema) e de Lisboa em 1964, onde
obteve primeiros prémios.
Em missão oficial do
Ministério da Educação Nacional, Marília Monteiro apresentou este instrumento
em alguns liceus, institutos industriais e escolas técnicas das três cidades
universitárias do País. O Calculador Analógico resultou de uma
amplificação de uma das facetas do Quadrante de Cálculo, com vista a melhorar o
grau de aproximação das leituras a efetuar e a valorizar a sua eficiência. Este foi galardoado com uma medalha de ouro no XIV Salão
Internacional de Inventores, realizado em Bruxelas de 5 a 14 de Março de 1965.
O Radiciador Parabólico foi apresentado no salão de inventores do ano seguinte
(onde foi exposto, de 11 a 20 de Março de 1966), sendo concedido um diploma de
medalha de ouro.”
Cortesia de Anabela Teixeira
Com a evolução tecnológica, na década de 1970, apareceram as
calculadoras eletrónicas, instrumentos mais cómodos e precisos, com preços
acessíveis, e rapidamente os instrumentos de cálculo, até aí concebidos e
usados, ficaram ultrapassados.
Cortesia de Anabela Teixeira
Liceu Rainha Santa
Isabel
“O Liceu Carolina
Michaëlis, incapaz de responder à crescente procura, foi autorizado, em 4 de
Outubro de 1933, a funcionar com uma secção localizada na zona oriental da
cidade, numas instalações situadas na Rua dos Heróis de Chaves, n° 710 (actual
Rua D. João IV), passando no ano lectivo seguinte para a Rua de Santa Catarina,
726”.
Fonte: Teresa Maria Morais Moreira - Dissertação de Mestrado
em História da Educação
Assim, das acanhadas instalações, arrendadas a particulares,
sitas na Rua de Santa Catarina, nº 726, constituídas por rés-do-chão e três
andares com, nas palavras da vice-reitora Eulália Balacó, no relatório do ano
lectivo 1935/36, referente à Secção do Liceu Carolina Michaelis "todos os inconvenientes de uma casa
que não foi construída para escola. Corredores estreitos, muitas escadas e num
local muito movimentado" passa-se, em Fevereiro de 1938, para uma casa,
também arrendada, sita no gaveto das ruas do Heroísmo e António Carneiro com a
porta da entrada por esta última rua, com o nº 8, de rés-do-chão
e três andares cujo " estado
geral... é bom. É uma casa adaptada, mas as salas são amplas, bem iluminadas e
soalheiras" (Relatório da Secção do Liceu Carolina Michaelis, ano
lectivo 1937/38).
Este prédio tinha sido alvo de obras importantes em Julho de
1881 e, à data, situava-se na Rua de Barros Lima, nº 8 (só mais tarde se
haveria de chamar, àquele troço, António Carneiro).
Foi, então, solicitada uma licença à Câmara do Porto, por
Bartolomeu Pires Zenão que mencionava como proprietário do imóvel, Henrique
Ribeiro de Faria (Porto, Sé, 18.11.1827 - Porto, Foz do Douro, 11.01.1888) e,
cujo objectivo, era acrescentar um 3º piso ao prédio.
Henrique Ribeiro de Faria era descendente de Francisco José de Barros Lima.
Acontece que, em 1876, 1880, 1900 e 1911, existem pedidos de licenças à Câmara do Porto, mas em que o proprietário declarado é Arnaldo Ribeiro de Faria, que faleceria em 1911, viúvo e sem filhos, e, em cujo testamento, entre muitos outros, são contemplados sua sobrinha a condessa de Campo-Belo, uma das filhas de seu irmão Henrique e ainda Laura Pereira Leitão que era usufrutuária da casa de seus avós, sita na Rua de Cedofeita e que tinha sido quartel-general de D. Pedro IV.
A propriedade onde haveria de surgir o Liceu Rainha Santa Isabel acabaria, assim, nas mãos do conde de Campo-Belo, mais propriamente o 2º conde de Campo-Belo, Diogo Leite Pereira de Paiva Távora e Cernache, casado com Maria Jerónima Ribeiro de Faria, a tal herdeira.
Henrique Ribeiro de Faria era descendente de Francisco José de Barros Lima.
Acontece que, em 1876, 1880, 1900 e 1911, existem pedidos de licenças à Câmara do Porto, mas em que o proprietário declarado é Arnaldo Ribeiro de Faria, que faleceria em 1911, viúvo e sem filhos, e, em cujo testamento, entre muitos outros, são contemplados sua sobrinha a condessa de Campo-Belo, uma das filhas de seu irmão Henrique e ainda Laura Pereira Leitão que era usufrutuária da casa de seus avós, sita na Rua de Cedofeita e que tinha sido quartel-general de D. Pedro IV.
A propriedade onde haveria de surgir o Liceu Rainha Santa Isabel acabaria, assim, nas mãos do conde de Campo-Belo, mais propriamente o 2º conde de Campo-Belo, Diogo Leite Pereira de Paiva Távora e Cernache, casado com Maria Jerónima Ribeiro de Faria, a tal herdeira.
A Secção do Liceu Carolina Michaelis, até 1946, funcionaria
em instalações do prédio, atrás descrito, que tinha anexo um quintal, que se
prolongava por uma mata e que em tempos idos tinha constituído a célebre Quinta de Barros Lima.
Em 12 de Outubro de 1946, a Secção do Liceu Carolina
Michaelis,autonomizou-se, tornando-se no Liceu Rainha Santa Isabel, pelo
Decreto-Lei 35 905.
Neste ano, seriam executadas obras de beneficiação, e o
estabelecimento de ensino passa a anexar o edifício contíguo, com entrada pela
Rua do Heroísmo, nº 218, que, até essa data, tinha albergado o Colégio Nun’Álvares (colégio de rapazes).
Portanto, a partir
do ano lectivo 47/48, as aulas passaram a ser dadas no primitivo edifício, como
também, no edifício contíguo do antigo Colégio Nun’Álvares e, ainda num outro,
separado por um espaço, (que funcionava como recreio) que era chamado de cavalariça.
Em 29 de Agosto de 2003, o Liceu Rainha Santa fecharia as
suas portas.
Liceu Rainha Santa Isabel na Rua António Carneiro – Fonte:
Google maps
Na foto anterior está o edifício onde primitivamente se
instalou o liceu Rainha Santa Isabel, na Rua António Carneiro. Em terrenos
situados à esquerda da foto iria surgir, na década de sessenta do século XX, um
outro edifício de ampliação das instalações existentes.
Inauguração do Liceu Feminino Rainha Santa Isabel – Fonte:
AHMP
Na foto acima, várias personalidades aguardam a chegada do
Chefe de Estado, Almirante Américo Tomás, que acompanhado pelos Ministros do
Interior, Alfredo dos Santos Júnior e das Obras Públicas, Arantes e Oliveira, irá
proceder no dia 18 de Junho de 1964, à inauguração das novas instalações do Liceu
Feminino Rainha Santa Isabel. Américo Tomás era aguardado pelos representantes
da cidade, o Presidente da Câmara Municipal, Nuno Pinheiro Torres e o
Vice-Presidente da Câmara Municipal, Veiga de Faria; o Bispo do Porto, Dom Nuno
Ferreira Gomes, para benção do edifício, e pela população, com destaque para as
jovens da Mocidade Portuguesa.
Escola Artística de Soares dos Reis
Criada oficialmente no ano de 1884 por pressão dos industriais do Porto, a actual Escola Artística de Soares dos Reis, obteve, à altura, a designação de Escola de Desenho Industrial de Faria de Guimarães do Bonfim.
Iniciou a sua atividade em 1895 no Campo 24 de Agosto, num
antigo edifício de habitação em situação de grande precariedade e, entre 1921 e
1927, ocupou as antigas instalações do Liceu Alexandre Herculano, na Rua de
Santo Ildefonso. Em 1927 foi transferida para as antigas instalações de uma
fábrica de chapéus na Rua da Firmeza nº 49, onde permaneceu por oito décadas.
Instalada a escola nesse edifício, depois de obras que o
adaptassem às novas funções, as instalações seriam ampliadas, expropriando-se
os terrenos contíguos – ao longo da Rua D. João IV –, o que permitiu ao
edifício adquirir a actual configuração.
“No domínio educativo
a escola foi acompanhando a sociedade do século passado nas suas oscilações
político-sociais e, assim, as primeiras quatro décadas são dirigidas à formação
da classe trabalhadora, ministrando-se cursos exclusivamente destinados a
alunos do sexo masculino (Cursos de Desenho Elementar e Industrial: Pintor,
Decorador, Tecelão, etc. e ainda Cursos Complementares de Cinzelagem,
Marceneiro, Ourives, etc.) e outros criados especificamente para a população
feminina (Lavores Femininos, Costureira de Roupa Branca, Bordadora-Rendeira,
Modista de Chapéus e Modista de Vestidos), conferindo também por essa altura a
habilitação à Escola de Belas Artes.
Com a edição do
Estatuto do Ensino Técnico Profissional em 1948, adquirindo a designação de
Escola de Artes Decorativas de Soares dos Reis, passa a ministrar uma nova
série de cursos especializados de índole artística: Pintura Decorativa,
Escultura Decorativa, Cerâmica Decorativa, Mobiliário Artístico, Cinzelador,
Gravador, sendo pioneira no desenvolvimento da área de Artes Gráficas ao
ministrar o curso de Desenhador Gravador Litógrafo.
Após o 25 de Abril de
1974 suprimiram-se os Cursos Gerais – que tinham sido apenas instituídos em
1972/73 –, sendo substituídos pelo Curso Unificado do 7.º, 8.º e 9.º anos. Em
consequência da indiferenciação entre ensino liceal e técnico, a escola passa a
designar-se Escola Secundária de Soares dos Reis.
Mas em Outubro de
1986, com a publicação da Lei de Bases do Sistema Educativo, inicia-se um
processo que culminará na aprovação do Estatuto de Escola Especializada de
Ensino Artístico e assim, enquanto estabelecimento especializado, permitirá
transformações (a nível de programas, projecto pedagógico, equipamentos e
organização de espaços), visando a alteração da frequência para Cursos
Complementares de nível secundário”.
Fonte: pt.wikipedia.org/
Assim, 80 anos depois da ocupação do edifício da "Real
e Imperial Chapelaria a Vapor", na Rua da Firmeza, dá-se a mudança para as
instalações da extinta Escola Secundária de Oliveira Martins, localizada na Rua
do Major David Magno, paralela a Fernão Magalhães.
Por outro lado, o imóvel, que de fábrica de chapéus passou a
escola artística, conquistará nova vocação: albergará o Hotel e a Escola de
Hotelaria do Porto.
Instalações da Escola Soares dos Reis na Rua Firmeza
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