terça-feira, 9 de abril de 2019

(Conclusão) - Actualização em 08/09/2020


Arnaldo Leite


“Arnaldo Leite (Porto, 09/03/1886 - 21/08/1968) escreveu a sua primeira comédia quando tinha 16 anos. Cerca de quatro anos depois (1907), conheceu Arnaldo Barbosa, com quem estreitou laços de amizade. O trabalho em parceria veio por acréscimo. Juntos redigiram mais de duas dezenas de peças, sobretudo revistas e operetas. Muitos delas obtiveram um êxito assinalável. Após o falecimento de Carvalho Barbosa, Arnaldo Leite trabalhou em parceria com Heitor Campos Monteiro, outra colaboração feliz e proveitosa. Em parelha com Carvalho Barbosa fundou e dirigiu os semanários humorísticos Córócócó (1924-1927?), Pirolito e Maria Rita (1932-1934). Também colaborou com vários jornais portugueses e brasileiros.”
Cortesia de Rita Correia



Caricatura da autoria de Cruz Caldas na qual Arnaldo Leite toma um banho de sol


Texto:

“Ai o meu “Porto 1900”! Um Porto aconchegado e familiar, meio burguês e meio boémio, trabalhador e pândego…
Um Porto pequenino - que cabia todo no meu coração…”
Arnaldo Leite



Eça de Queiroz 


José Maria de Eça de Queirós (Póvoa de Varzim, 25 de novembro de 1845 — Neuilly-sur-Seine, 16 de agosto de 1900) foi um escritor e diplomata português. É considerado um dos mais importantes escritores portugueses da história. Foi autor de romances de reconhecida importância, de Os Maias e O Crime do Padre Amaro; o primeiro é considerado por muitos o melhor romance realista português do século XIX.
Fonte: pt.wikipedia.org

Eça de Queiroz estudou no colégio da Lapa, no Porto, donde saiu em 1861 e casaria, anos mais tarde, com uma irmã de dois dos seus amigos do colégio que viviam bem perto, na Quinta dos Pamplonas!


Busto de Eça de Queiroz em Neuilly-sur-Seine, avenue Charles de Gaulle (França) – Fonte: pt.wikipedia.org


Texto:

"Lisboa inveja ao Porto a sua riqueza, o seu comércio, as suas belas ruas novas, o conforto das suas casas, a solidez das suas fortunas, a seriedade do seu bem-estar. O Porto inveja a Lisboa a Corte, o Rei, as Câmaras, S.Carlos e o Martinho, Detestam-se."
Eça de Queiroz 



Ramalho Ortigão


“José Duarte Ramalho Ortigão (Porto, Santo Ildefonso, Casa de Germalde, 24 de outubro de 1836 — Lisboa, Mercês, 27 de setembro de 1915) foi um escritor português.
José Duarte Ramalho Ortigão nasceu no Porto, na Casa de Germalde, freguesia de Santo Ildefonso. Era o mais velho de nove irmãos, filhos do primeiro-tenente de artilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de sua mulher D. Antónia Alves Duarte Silva.
Viveu a sua infância numa quinta do Porto com a avó materna, com a educação a cargo de um tio-avô e padrinho Frei José do Sacramento. Em Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito. Ensinou francês e dirigiu o Colégio da Lapa no Porto, do qual seu pai havia sido diretor. Iniciou-se no jornalismo colaborando no Jornal do Porto e no jornal de cariz monárquico O Correio: Semanário Monárquico (1912-1913).”
Fonte: pt.wikipedia.org


Como podemos ler no texto anterior, Ramalho nascido na Casa de Germalde (Lapa) no Porto, ensinou francês no colégio da Lapa, de que foi director seu pai, estabelecimento de ensino que é tido como o primeiro liceu na cidade.
Uma das suas obras mais conhecidas são “As Farpas” e, aquela em que fala do Porto com muito a propósito é a intitulada “As praias de Portugal: guia do banhista e do viajante”.


Ramalho Ortigão



Texto:

"O portuense é o homem mais delicado, mais serviçal, mais-bom homem. Somente há três coisas de que ele não gosta - e nesse ponto é mau brincar com ele. Não gosta de Lisboa. Não gosta da polícia. Não gosta da autoridade. Da autoridade vinga-se, desprezando-a. Da polícia vinga-se, resistindo-lhe. De Lisboa vinga-se, recebendo os lisboetas com a mais amável hospitalidade e com a mais obsequiada bizarria"
Ramalho Ortigão




 João Chagas


“João Pinheiro Chagas (Rio de Janeiro, 1 de setembro de 1863 — Cascais, Estoril, 28 de maio de 1925), mais conhecido por João Chagas, foi um jornalista, escritor, diplomata e político português, tendo sido o primeiro presidente do Ministério (atual primeiro-ministro) da I República Portuguesa.
Jornalista, escritor, crítico literário, político, diplomata e conspirador, João Chagas foi, acima de tudo, um republicano liberal, ideal que abraçou até à morte e que, por diversas vezes, lhe custou a prisão e o degredo. Deixou uma das obras mais importantes, e por isso mesmo mais injustamente esquecida, do jornalismo político, de ideias e de doutrinação democrática publicadas em Portugal, sendo autor de alguns dos textos basilares para a compreensão do processo formativo, evolução e parâmetros ideológicos do republicanismo português.
João Pinheiro Chagas, nasceu no Rio de Janeiro, Brasil no dia 1 de Setembro de 1863, filho de João Pinheiro Chagas, um emigrante português irmão de Manuel Joaquim Pinheiro Chagas, e de sua mulher Maria Amélia Rosa Pereira, filha de António Gonçalves Pereira e de sua mulher Zelita Rosa Pereira.”
Fonte: pt.wikipedia.org



João Chagas – Ed. Joshua Benoliel


Texto:

«O Porto não é em rigor uma cidade: é uma família. Quando algum mal o acomete, todos o sentem com a mesma intensidade; quando desejam alguma coisa, todos a desejam ao mesmo tempo. Os portuenses são tão ciosos da integridade da sua cidade, como os portugueses em geral da integridade da nação.»
 João Chagas



 Vitorino Nemésio


“Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva (Praia da Vitória, 19 de dezembro de 1901 — Lisboa, 20 de fevereiro de 1978) foi um poeta, romancista, cronista, académico e intelectual açoriano que se destacou como autor de Mau Tempo no Canal, e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Foi autor e apresentador do programa televisivo Se bem me lembro, que muito contribuiu para popularizar a sua figura e dirigiu ainda o jornal O Dia entre 11 de dezembro de 1975 a 25 de outubro de 1976.
Foi um dos grandes escritores portugueses do século XX, tendo recebido em 1965, o Prêmio Nacional de Literatura e, em 1974, o Prémio Montaigne.”
Fonte: pt.wikipedia.org


Vitorino Nemésio



Texto:

«Uma ida ao Porto é sempre um lição de portuguesismo, tanto mais rica quanto mais raramente lá se vai. É indispensável – claro! - um mínimo de contacto reiterado com esse lar da nação para nele vermos algumas das significações latentes que enriquecem a nossa consciência de práticas.»
 Vitorino Nemésio




Pedro Homem de Melo



“Pedro da Cunha Pimentel Homem de Melo (Porto, 6 de Setembro de 1904 — Porto, 5 de Março de 1984) foi um poeta, professor e folclorista português.
(…) Apesar de reconhecida por numerosos críticos, a sua vasta obra poética, eivada de um lirismo puro e pagão, claramente influenciada por António Botto e Federico García Lorca, está injustamente votada ao esquecimento. Não obstante, permanecem até hoje muito populares os seus poemas cantados Povo que Lavas no Rio e Havemos de Ir a Viana, imortalizados na voz Amália Rodrigues, e O Rapaz da Camisola Verde, já interpretado por Amália Rodrigues, Frei Hermano da Câmara ou Sérgio Godinho.
Entusiástico e estudioso do folclore português, dedicou a este campo diversos ensaios como A Poesia na Dança e nos Cantares do Povo Português, Danças Portuguesas e Danças de Portugal, além de um programa na RTP. Nesse âmbito chegou a criar e a patrocinar alguns ranchos folclóricos do Minho e colaborou com o Orfeão Universitário do Porto no âmbito de recolhas etnográficas para os seus grupos folclóricos.”
Fonte: pt.wikipedia.org




Pedro Homem de Melo



Poema:


“Balada do Rio Douro” 
Que diz além, além entre montanhas,
O rio Doiro à tarde, quando passa?
Não há canções mais fundas, mais estranhas,
Que as desse rio estreito de água baça!…
Que diz ao vê-lo o rosto da cidade?
Ó ruas torturadas e compridas,
Que diz ao vê-lo o rosto da cidade
Onde as veias são ruas com mil vidas?…
Em seus olhos de pedra tão escuros
Que diz ao vê-lo a Sé, quase sombria?
E a tão negra muralha à luz do dia?
E as ameias partidas sobre os muros?
Vergam-se os arcos gastos da Ribeira…
[…]
E o rio passa torturado, aflito,
Sulcando sempre o seu perfil nas almas!…








Miguel Torga


“Adolfo Correia da Rocha, conhecido pelo pseudónimo Miguel Torga (São Martinho de Anta, 12 de agosto de 1907 — Coimbra, 17 de janeiro de 1995), foi um dos mais influentes poetas e escritores portugueses do século XX.
Torga destacou-se como poeta, contista e memorialista, mas escreveu também romances, peças de teatro e ensaios. Foi laureado com o Prémio Camões de 1989, o mais importante da língua portuguesa.”
Fonte: pt.wikipedia.org


Miguel Torga


Texto:

"Lisboa é um mostruário colorido e barroco de uma parte aventureira do nosso sangue. É, sobretudo, simultaneamente, uma cais de embarque e desembarque da pressa que corre o mundo. Cidade de muitas e desvairadas gentes, já lhe chamava o outro. Ora o Porto lembra-me antes uma séria e pacata cidade lusitana, murada da nossa altivez de cavadores. Se de resto Garrett pode nascer do calor do seu coração, se António Nobre pode morar em paz dentro das suas portas, e se mesmo numa das suas cadeias pode ser escrito o Amor de Perdição, que demónio é preciso mais para honrar os pergaminhos de alguém?"
Miguel Torga



 Vasco Graça Moura


“Vasco Navarro da Graça Moura (Porto, Foz do Douro, 3 de Janeiro de 1942 — Lisboa, 27 de Abril 2014) foi um escritor, tradutor e político português.
Foi advogado entre 1966 e 1983.
Após o 25 de Abril de 1974, aderiu ao Partido Social Democrata, tendo sido chamado a exercer os cargos de Secretário de Estado da Segurança Social (IV Governo Provisório, do independente pró-Comunista Vasco Gonçalves, porém com participação de elementos ligados ao Grupo dos Nove) e dos Retornados (VI Governo Provisório, José Pinheiro de Azevedo).
Na década de 80 enveredou definitivamente pela carreira literária, que o havia de confirmar como um nome central da literatura portuguesa da segunda metade século XX e um dos maiores defensores da língua portuguesa contra o denominado "Acordo Ortográfico" que tem sido alvo de grande polémica e resistência, não só em Portugal como em todos os países faladores de português, devido à sua introdução e implementação forçada e conta-vontade da generalidade dos povos.”
Fonte: pt.wikipedia.org


Vasco Graça Moura


Texto:

«E quanto ao riso, o Porto gosta de rir e de rir com uma certa insolência: ri mais desbragadamente, mais primariamente, mais saudavelmente e com mais gosto do que Lisboa.»
 Vasco Graça Moura



José Saramago


“José de Sousa Saramago (Azinhaga, Golegã, 16 de novembro de 1922 — Tías, Lanzarote, 18 de junho de 2010) foi um escritor português. Galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. A 24 de Agosto de 1985 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 3 de Dezembro de 1998 foi elevado a Grande-Colar da mesma Ordem, uma honra geralmente reservada apenas a Chefes de Estado.”
Fonte: pt.wikipedia.org


José Saramago em 2008



Texto 1:

«Afinal, o Porto, para verdadeiramente honrar o nome que tem, é, primeiro que tudo, este largo regaço aberto para o rio, mas que só do rio se vê, ou então, por estreitas bocas fechadas por muretes, pode o viajante debruçar-se para o ar livre e ter a ilusão de que todo o Porto é a Ribeira.»
José Saramago

 

Texto 2:
 
“O Porto é um estilo de cor, um acerto, um acordo entre o granito e as cores de terra que ele aceita, com uma excepção para o azul se com o branco se equilibrar no azulejo.
E, é por isso, que o viajante leva do Porto o duro mistério de ruas sombrias e casas cor de terra, tão fascinante tudo isto como o anoitecer, as luzes que se vão acendendo nas encostas, cidade junta com o rio que chamam Doiro”.
José Saramago
 
 
O texto acima resultou de uma visita do escritor ao Porto, integrada num trabalho (Viagem a Portugal) encomendado pelo Círculo de Leitores, nas comemorações do 10º aniversário da sua implantação em Portugal e, durante a qual, José Saramago percorreu o país lés a lés, entre Outubro de 1979 e Julho de 1980.




Sophia de Mello Breyner


“Sophia de Mello Breyner Andresen (Porto, 6 de novembro de 1919 — Lisboa, 2 de Julho de 2004) foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999. O seu corpo está no Panteão Nacional desde 2014 e tem uma biblioteca com o seu nome em Loulé.
Sophia de Mello Breyner nasceu a 6 de novembro de 1919 no Porto.
Sophia era filha de Maria Amélia de Mello Breyner e de João Henrique Andresen. Casou-se, em 1946, com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares e foi mãe de cinco filhos: uma professora universitária de Letras, um jornalista e escritor de renome (Miguel Sousa Tavares), um pintor e ceramista e mais uma filha que é terapeuta ocupacional e herdou o nome da mãe. Os filhos motivaram-na a escrever contos infantis.
Em 1964 recebeu o Grande Prémio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores pelo seu livro Livro sexto. Já depois da Revolução de 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto numa lista do Partido Socialista, enquanto o seu marido navegava rumo ao Partido Social Democrata.
Distinguiu-se também como contista (Contos Exemplares) e autora de livros infantis (A Menina do Mar, O Cavaleiro da Dinamarca, A Floresta, O Rapaz de Bronze, A Fada Oriana, etc.). Foi também tradutora de Dante Alighieri e de Shakespeare e membro da Academia das Ciências de Lisboa. Para além do Prémio Camões, foi agraciada com um Doutoramento Honoris Causa em 1998 pela Universidade de Aveiro e também foi distinguida com o Prémio Rainha Sofia, em 2003”.
Fonte: pt.wikipedia.org


Sophia de Mello Breyner


Texto 1:

Nasci no Porto

"Nasci no Porto. A cidade, os seus arredores, as praias próximas, descendo para o Sul, permanecem para mim a pátria dentro da pátria, a Terra materna, o lugar primordial que me funda.
Ali estão as tílias enormes, as manhãs de nevoeiro, as praias saturadas de maresia, os rochedos cobertos de algas e anémonas, as Primaveras botticellianas, os plátanos, a cerejeira, as camélias.
Ali o rio, as casas em cascata, os barcos deslizando rente à rua nas tardes cor de frio do Inverno.
Ali o cais, a Ribeira, os rostos, as vozes, os gritos, os gestos.
Uma beleza funda, grave, rude e rouca. Escadas, arcadas, ruelas abrindo para o labirinto do fundo do mar da cidade. E, aqui e além, um rosto emergindo do fundo do mar da vida.
Porque ali é a cidade onde pela primeira vez encontrei os rostos de silêncio e de paciência cuja interrogação permanece.
Porque ali é o lugar onde para mim começam todos os maravilhamentos e todas as angústias.
Cidade onde sonhei as cidades distantes, cidade que habitei e percorri na ilimitada disponibilidade interior da adolescência.
Descia pelo Campo Alegre, passava a Igreja de Lordelo, seguia entre muros de jardins fechados.
Através das grades de ferro dos portões viam-se rododendros, buxos, cameleiras.
Depois surgia um rio e ao longo do rio eu caminhava sobre os cais de pedra, até à barra, até aos rochedos onde se espraiam as ondas.
Histórias de naufrágios, de barcos perdidos, de navios encalhados. Por isso nas noites de temporal se rezava pelos pescadores. Ouvia-se ao longe o tumulto do mar onde navegavam os pequenos barcos da Aguda tentando chegar à praia. Quando a trovoada estava próxima, a luz apagava-se. Então se acendiam velas e se rezava a Magnífica. [...]
Porque nasci no Porto sei o nome das flores e das árvores e não escapo a um certo bairrismo. Mas escapei ao provincianismo da capital."
Sophia de Mello Breyner



Texto 2:

«O Porto é o lugar onde para mim começam as maravilhas e todas as angústias.»
Sophia de Mello Breyner






Agustina Bessa Luís


“Agustina Bessa-Luís, nome literário de Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa (Amarante, Vila Meã, 15 de outubro de 1922) é uma escritora portuguesa.
Segunda e ultimogénita filha do empresário Artur Teixeira de Bessa (1882-1924), de uma família rural de Entre Douro e Minho, e de Laura Jurado Ferreira (1899-?), que era filha de pai português, Lourenço Guedes Ferreira, engenheiro dos Caminhos de Ferro, e de mãe espanhola, Lorenza Agustina Jurado Franco, nascida em Zamora.
Regressado a Portugal, o pai de Agustina, que já no Brasil se dedicara à exploração de casas de espetáculo e de jogo, tornou-se gerente do Casino da Póvoa. As contingências da sua vida levaram a família a viver em vários lugares do Norte e do Douro — Gaia, Porto, Póvoa de Varzim, Águas Santas, Bagunte, Vila do Conde e Godim, naquela que era a casa de família da sua mãe. A relação com a região duriense, durante largas temporadas da sua infância e adolescência, marcaria de forma indelével a obra da escritora.
Desde muito jovem que Agustina se interessou por livros, descobrindo na biblioteca do avô materno, os clássicos da literatura espanhola, francesa e inglesa, marcantes na sua formação literária. Em 1932 vai para o Porto estudar, onde passa parte da adolescência, mudando-se para Coimbra em 1945, e, a partir de 1950 fixa definitivamente a sua residência no Porto.
Agustina Bessa-Luís estreou-se como uma brilhante romancista em 1949, ao publicar a novela Mundo Fechado, mas seria o romance A Sibila, publicado em 1954 que constituiu um enorme sucesso e lhe trouxe imediato reconhecimento geral. E é com A Sibila que Bessa-Luís atinge a total maturidade do seu originalíssimo processo criador.
Foi distinguida com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, a 9 de Abril de 1981, tendo sido elevada ao grau de Grã-Cruz da mesma ordem em 26 de Janeiro de 2006.[10]
Em 2005 foi-lhe atribuído o título doctor honoris causa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Em 2004, aos 81 anos, recebeu o mais importante prémio literário da língua portuguesa: o Prémio Camões. Na acta do júri da XVI edição do Prémio, pode ler-se que "o júri tomou em consideração que a obra de Agustina Bessa-Luís traduz a criação de um universo romanesco de riqueza incomparável que é servido pelas suas excepcionais qualidades de prosadora, assim contribuindo para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum".”
Fonte: pt.wikipedia.org



Agustina Bessa Luís





No dia 26 de Julho de 1945, Agustina Bessa-Luís casa na igreja românica de Cedofeita com o estudante que cursava direito, em Coimbra, Alberto Luís.
 
 
“A partir de 1950 e, após a conclusão da licenciatura de Alberto Luís, o casal fixou definitivamente a sua residência no Porto vivendo, ao longo dos anos, em várias casas. Mas, desde 1973, passaram a morar da Rua do Gólgota, um lugar sossegado, situado numa encosta que dá para os Caminhos do Romântico. O casamento de ambos, que se prolongou por sete décadas, foi vivido até ao fim, nesta casa, até 2017, quando o companheiro inseparável de Agustina faleceu”.
Fonte: etcetaljornal.pt/
 
 
 

À esquerda, a casa onde viveu, na Rua do Gólgata, nº 74, a escritora Agustina Bessa-Luís – Fonte: Google maps




Texto:

«Toda a cidade, com as agulhas dos templos, as torres cinzentas, os pátios e os muros em que se cavam escadas, varandas com os seus restos de tapetes de quarto dependurados e o estripado dos seus interiores ao sol fresco, tem toda ela uma forma, uma alma de muralha.»
 Agustina Bessa Luís




Eugénio de Andrade
 

“Eugénio de Andrade (pseudónimo literário de José Fontinhas) nasceu em 1923 em Póvoa da Atalaia, no concelho do Fundão, na Beira Baixa.
Viveu em Lisboa e em Coimbra. Em 1946, regressou a Lisboa, ingressando nos quadros dos Serviços Médico-Sociais. Em 1950, foi transferido para o Porto, onde fixou residência.
Autor de uma vasta obra poética, traduzida no estrangeiro, Eugénio de Andrade é igualmente responsável por algumas traduções para português e de várias antologias poéticas, como aquela que dedicou ao Porto (Daqui Houve Nome Portugal, 1968), a cidade presente na sua vida e na sua obra.
Entre outros prémios, recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro O Outro Nome da Terra, publicado em 1988. Em 1990, foi criada a Fundação Eugénio de Andrade, no Porto. Em 2001, o poeta foi distinguido com o Prémio Camões”.
Fonte: “cvc.instituto-camoes.pt/”

 
 

Eugénio de Andrade
 
 
 
Poema 1

 


 
 
Poema 2

 


 
 


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