Arnaldo Leite
“Arnaldo Leite (Porto,
09/03/1886 - 21/08/1968) escreveu a sua primeira comédia quando tinha 16 anos.
Cerca de quatro anos depois (1907), conheceu Arnaldo Barbosa, com quem
estreitou laços de amizade. O trabalho em parceria veio por acréscimo. Juntos
redigiram mais de duas dezenas de peças, sobretudo revistas e operetas. Muitos
delas obtiveram um êxito assinalável. Após o falecimento de Carvalho Barbosa,
Arnaldo Leite trabalhou em parceria com Heitor Campos Monteiro, outra
colaboração feliz e proveitosa. Em parelha com Carvalho Barbosa fundou e
dirigiu os semanários humorísticos Córócócó (1924-1927?), Pirolito e Maria Rita
(1932-1934). Também colaborou com vários jornais portugueses e brasileiros.”
Cortesia de Rita Correia
Caricatura da autoria de Cruz Caldas na qual Arnaldo Leite
toma um banho de sol
Texto:
“Ai o meu “Porto 1900”! Um Porto aconchegado e familiar, meio burguês e
meio boémio, trabalhador e pândego…
Um Porto pequenino - que cabia todo no meu coração…”
Arnaldo Leite
Eça de Queiroz
José Maria de Eça de Queirós (Póvoa de Varzim, 25 de
novembro de 1845 — Neuilly-sur-Seine, 16 de agosto de 1900) foi um escritor e
diplomata português. É considerado um dos mais importantes escritores
portugueses da história. Foi autor de romances de reconhecida importância, de
Os Maias e O Crime do Padre Amaro; o primeiro é considerado por muitos o melhor
romance realista português do século XIX.
Fonte:
pt.wikipedia.org
Eça de Queiroz
estudou no colégio da Lapa, no Porto, donde saiu em 1861 e casaria, anos mais
tarde, com uma irmã de dois dos seus amigos do colégio que viviam bem perto, na
Quinta dos Pamplonas!
Busto de Eça de
Queiroz em Neuilly-sur-Seine, avenue Charles de Gaulle (França) – Fonte: pt.wikipedia.org
Texto:
"Lisboa
inveja ao Porto a sua riqueza, o seu comércio, as suas belas ruas novas, o
conforto das suas casas, a solidez das suas fortunas, a seriedade do seu
bem-estar. O Porto inveja a Lisboa a Corte, o Rei, as Câmaras, S.Carlos e o
Martinho, Detestam-se."
Eça de Queiroz
Ramalho Ortigão
“José Duarte Ramalho Ortigão (Porto, Santo
Ildefonso, Casa de Germalde, 24 de outubro de 1836 — Lisboa, Mercês, 27 de
setembro de 1915) foi um escritor português.
José Duarte Ramalho Ortigão nasceu no Porto,
na Casa de Germalde, freguesia de Santo Ildefonso. Era o mais velho de nove
irmãos, filhos do primeiro-tenente de artilharia Joaquim da Costa Ramalho
Ortigão e de sua mulher D. Antónia Alves Duarte Silva.
Viveu a sua infância numa quinta do Porto com
a avó materna, com a educação a cargo de um tio-avô e padrinho Frei José do
Sacramento. Em Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito. Ensinou
francês e dirigiu o Colégio da Lapa no Porto, do qual seu pai havia sido
diretor. Iniciou-se no jornalismo colaborando no Jornal do Porto e no jornal de
cariz monárquico O Correio: Semanário Monárquico (1912-1913).”
Fonte: pt.wikipedia.org
Como podemos ler no
texto anterior, Ramalho nascido na Casa de Germalde (Lapa) no Porto, ensinou
francês no colégio da Lapa, de que foi director seu pai, estabelecimento de
ensino que é tido como o primeiro liceu na cidade.
Uma das suas obras
mais conhecidas são “As Farpas” e, aquela em que fala do Porto com muito a
propósito é a intitulada “As praias de Portugal: guia do banhista e do viajante”.
Ramalho Ortigão
Texto:
"O portuense
é o homem mais delicado, mais serviçal, mais-bom homem. Somente há três coisas
de que ele não gosta - e nesse ponto é mau brincar com ele. Não gosta de
Lisboa. Não gosta da polícia. Não gosta da autoridade. Da autoridade vinga-se,
desprezando-a. Da polícia vinga-se, resistindo-lhe. De Lisboa vinga-se,
recebendo os lisboetas com a mais amável hospitalidade e com a mais obsequiada
bizarria"
Ramalho Ortigão
João Chagas
“João Pinheiro Chagas (Rio de Janeiro, 1 de
setembro de 1863 — Cascais, Estoril, 28 de maio de 1925), mais conhecido por
João Chagas, foi um jornalista, escritor, diplomata e político português, tendo
sido o primeiro presidente do Ministério (atual primeiro-ministro) da I República
Portuguesa.
Jornalista, escritor, crítico literário,
político, diplomata e conspirador, João Chagas foi, acima de tudo, um
republicano liberal, ideal que abraçou até à morte e que, por diversas vezes,
lhe custou a prisão e o degredo. Deixou uma das obras mais importantes, e por
isso mesmo mais injustamente esquecida, do jornalismo político, de ideias e de
doutrinação democrática publicadas em Portugal, sendo autor de alguns dos
textos basilares para a compreensão do processo formativo, evolução e parâmetros
ideológicos do republicanismo português.
João Pinheiro Chagas, nasceu no Rio de
Janeiro, Brasil no dia 1 de Setembro de 1863, filho de João Pinheiro Chagas, um
emigrante português irmão de Manuel Joaquim Pinheiro Chagas, e de sua mulher
Maria Amélia Rosa Pereira, filha de António Gonçalves Pereira e de sua mulher
Zelita Rosa Pereira.”
Fonte: pt.wikipedia.org
João Chagas – Ed. Joshua
Benoliel
Texto:
«O Porto não é em
rigor uma cidade: é uma família. Quando algum mal o acomete, todos o sentem com
a mesma intensidade; quando desejam alguma coisa, todos a desejam ao mesmo
tempo. Os portuenses são tão ciosos da integridade da sua cidade, como os
portugueses em geral da integridade da nação.»
João Chagas
“Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva (Praia
da Vitória, 19 de dezembro de 1901 — Lisboa, 20 de fevereiro de 1978) foi um
poeta, romancista, cronista, académico e intelectual açoriano que se destacou
como autor de Mau Tempo no Canal, e professor da Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa.
Foi autor e apresentador do programa
televisivo Se bem me lembro, que muito contribuiu para popularizar a sua figura
e dirigiu ainda o jornal O Dia entre 11 de dezembro de 1975 a 25 de outubro de
1976.
Foi um dos grandes escritores portugueses do
século XX, tendo recebido em 1965, o Prêmio Nacional de Literatura e, em 1974,
o Prémio Montaigne.”
Fonte: pt.wikipedia.org
Vitorino Nemésio
Texto:
«Uma ida ao Porto é
sempre um lição de portuguesismo, tanto mais rica quanto mais raramente lá se
vai. É indispensável – claro! - um mínimo de contacto reiterado com esse lar da
nação para nele vermos algumas das significações latentes que enriquecem a
nossa consciência de práticas.»
Vitorino Nemésio
Pedro Homem de Melo
“Pedro da Cunha
Pimentel Homem de Melo (Porto, 6 de Setembro de 1904 — Porto, 5 de Março de
1984) foi um poeta, professor e folclorista português.
(…) Apesar de
reconhecida por numerosos críticos, a sua vasta obra poética, eivada de um
lirismo puro e pagão, claramente influenciada por António Botto e Federico
García Lorca, está injustamente votada ao esquecimento. Não obstante,
permanecem até hoje muito populares os seus poemas cantados Povo que Lavas no
Rio e Havemos de Ir a Viana, imortalizados na voz Amália Rodrigues, e O Rapaz
da Camisola Verde, já interpretado por Amália Rodrigues, Frei Hermano da Câmara
ou Sérgio Godinho.
Entusiástico e
estudioso do folclore português, dedicou a este campo diversos ensaios como A
Poesia na Dança e nos Cantares do Povo Português, Danças Portuguesas e Danças
de Portugal, além de um programa na RTP. Nesse âmbito chegou a criar e a
patrocinar alguns ranchos folclóricos do Minho e colaborou com o Orfeão
Universitário do Porto no âmbito de recolhas etnográficas para os seus grupos
folclóricos.”
Fonte:
pt.wikipedia.org
Pedro Homem de Melo
Poema:
“Balada do Rio Douro”
Que diz além, além
entre montanhas,
O rio Doiro à tarde, quando passa?
Não há canções mais fundas, mais estranhas,
Que as desse rio estreito de água baça!…
O rio Doiro à tarde, quando passa?
Não há canções mais fundas, mais estranhas,
Que as desse rio estreito de água baça!…
Que diz ao vê-lo o rosto da cidade?
Ó ruas torturadas e compridas,
Ó ruas torturadas e compridas,
Que diz ao vê-lo o
rosto da cidade
Onde as veias são ruas com mil vidas?…
Em seus olhos de pedra tão escuros
Que diz ao vê-lo a Sé, quase sombria?
E a tão negra muralha à luz do dia?
E as ameias partidas sobre os muros?
Vergam-se os arcos gastos da Ribeira…
[…]
E o rio passa torturado, aflito,
Sulcando sempre o seu perfil nas almas!…
Em seus olhos de pedra tão escuros
Que diz ao vê-lo a Sé, quase sombria?
E a tão negra muralha à luz do dia?
E as ameias partidas sobre os muros?
Vergam-se os arcos gastos da Ribeira…
[…]
E o rio passa torturado, aflito,
Sulcando sempre o seu perfil nas almas!…
Miguel Torga
“Adolfo Correia da Rocha, conhecido pelo pseudónimo
Miguel Torga (São Martinho de Anta, 12 de agosto de 1907 — Coimbra, 17 de
janeiro de 1995), foi um dos mais influentes poetas e escritores portugueses do
século XX.
Torga destacou-se como poeta, contista e memorialista, mas
escreveu também romances, peças de teatro e ensaios. Foi laureado com o Prémio
Camões de 1989, o mais importante da língua portuguesa.”
Fonte: pt.wikipedia.org
Miguel Torga
Texto:
"Lisboa é um
mostruário colorido e barroco de uma parte aventureira do nosso sangue. É,
sobretudo, simultaneamente, uma cais de embarque e desembarque da pressa que
corre o mundo. Cidade de muitas e desvairadas gentes, já lhe chamava o outro. Ora
o Porto lembra-me antes uma séria e pacata cidade lusitana, murada da nossa
altivez de cavadores. Se de resto Garrett pode nascer do calor do seu coração,
se António Nobre pode morar em paz dentro das suas portas, e se mesmo numa das
suas cadeias pode ser escrito o Amor de Perdição, que demónio é preciso
mais para honrar os pergaminhos de alguém?"
Miguel Torga
Vasco Graça
Moura
“Vasco Navarro da
Graça Moura (Porto, Foz do Douro, 3 de Janeiro de 1942 — Lisboa, 27 de Abril
2014) foi um escritor, tradutor e político português.
Foi advogado entre
1966 e 1983.
Após o 25 de Abril de
1974, aderiu ao Partido Social Democrata, tendo sido chamado a exercer os
cargos de Secretário de Estado da Segurança Social (IV Governo Provisório, do
independente pró-Comunista Vasco Gonçalves, porém com participação de elementos
ligados ao Grupo dos Nove) e dos Retornados (VI Governo Provisório, José
Pinheiro de Azevedo).
Na década de 80
enveredou definitivamente pela carreira literária, que o havia de confirmar
como um nome central da literatura portuguesa da segunda metade século XX e um
dos maiores defensores da língua portuguesa contra o denominado "Acordo
Ortográfico" que tem sido alvo de grande polémica e resistência, não só em
Portugal como em todos os países faladores de português, devido à sua
introdução e implementação forçada e conta-vontade da generalidade dos povos.”
Fonte: pt.wikipedia.org
Vasco Graça Moura
Texto:
«E quanto ao riso, o Porto gosta de rir e de rir com uma certa
insolência: ri mais desbragadamente, mais primariamente, mais saudavelmente e
com mais gosto do que Lisboa.»
Vasco Graça
Moura
José Saramago
“José de Sousa Saramago
(Azinhaga, Golegã, 16 de novembro de 1922 — Tías, Lanzarote, 18 de junho de
2010) foi um escritor português. Galardoado com o Nobel de Literatura de 1998.
Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da
língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo
reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. A 24 de Agosto de
1985 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da
Espada e a 3 de Dezembro de 1998 foi elevado a Grande-Colar da mesma Ordem, uma
honra geralmente reservada apenas a Chefes de Estado.”
Fonte: pt.wikipedia.org
José Saramago em 2008
Texto 1:
«Afinal, o Porto, para verdadeiramente honrar o nome que tem, é,
primeiro que tudo, este largo regaço aberto para o rio, mas que só do rio se
vê, ou então, por estreitas bocas fechadas por muretes, pode o viajante
debruçar-se para o ar livre e ter a ilusão de que todo o Porto é a Ribeira.»
José Saramago
Texto 2:
“O Porto é um estilo de cor, um acerto, um acordo entre o granito e as
cores de terra que ele aceita, com uma excepção para o azul se com o branco se
equilibrar no azulejo.
E, é por isso, que o viajante leva do Porto o duro mistério de ruas
sombrias e casas cor de terra, tão fascinante tudo isto como o anoitecer, as
luzes que se vão acendendo nas encostas, cidade junta com o rio que chamam Doiro”.
José Saramago
O texto acima resultou de uma visita do escritor ao Porto,
integrada num trabalho (Viagem a Portugal) encomendado pelo Círculo de Leitores,
nas comemorações do 10º aniversário da sua implantação em Portugal e, durante a
qual, José Saramago percorreu o país lés a lés, entre Outubro de 1979 e Julho
de 1980.
Sophia de Mello
Breyner
“Sophia de Mello
Breyner Andresen (Porto, 6 de novembro de 1919 — Lisboa, 2 de Julho de 2004)
foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira
mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua
portuguesa, o Prémio Camões, em 1999. O seu corpo está no Panteão Nacional
desde 2014 e tem uma biblioteca com o seu nome em Loulé.
Sophia de Mello
Breyner nasceu a 6 de novembro de 1919 no Porto.
Sophia era filha de
Maria Amélia de Mello Breyner e de João Henrique Andresen. Casou-se, em 1946,
com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares e foi mãe de cinco
filhos: uma professora universitária de Letras, um jornalista e escritor de
renome (Miguel Sousa Tavares), um pintor e ceramista e mais uma filha que é
terapeuta ocupacional e herdou o nome da mãe. Os filhos motivaram-na a escrever
contos infantis.
Em 1964 recebeu o
Grande Prémio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores pelo seu livro
Livro sexto. Já depois da Revolução de 25 de Abril, foi eleita para a
Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto numa lista do Partido
Socialista, enquanto o seu marido navegava rumo ao Partido Social Democrata.
Distinguiu-se também
como contista (Contos Exemplares) e autora de livros infantis (A Menina do Mar,
O Cavaleiro da Dinamarca, A Floresta, O Rapaz de Bronze, A Fada Oriana, etc.).
Foi também tradutora de Dante Alighieri e de Shakespeare e membro da Academia
das Ciências de Lisboa. Para além do Prémio Camões, foi agraciada com um
Doutoramento Honoris Causa em 1998 pela Universidade de Aveiro e também foi
distinguida com o Prémio Rainha Sofia, em 2003”.
Fonte: pt.wikipedia.org
Sophia de Mello
Breyner
Texto 1:
Nasci no Porto
"Nasci no Porto. A cidade, os seus arredores, as praias próximas,
descendo para o Sul, permanecem para mim a pátria dentro da pátria, a Terra
materna, o lugar primordial que me funda.
Ali estão as tílias enormes, as manhãs de nevoeiro, as praias saturadas
de maresia, os rochedos cobertos de algas e anémonas, as Primaveras
botticellianas, os plátanos, a cerejeira, as camélias.
Ali o rio, as casas em cascata, os barcos deslizando rente à rua nas
tardes cor de frio do Inverno.
Ali o cais, a Ribeira, os rostos, as vozes, os gritos, os gestos.
Uma beleza funda, grave, rude e rouca. Escadas, arcadas, ruelas abrindo
para o labirinto do fundo do mar da cidade. E, aqui e além, um rosto emergindo
do fundo do mar da vida.
Porque ali é a cidade onde pela primeira vez encontrei os rostos de
silêncio e de paciência cuja interrogação permanece.
Porque ali é o lugar onde para mim começam todos os maravilhamentos e
todas as angústias.
Cidade onde sonhei as cidades distantes, cidade que habitei e percorri
na ilimitada disponibilidade interior da adolescência.
Descia pelo Campo Alegre, passava a Igreja de Lordelo, seguia entre
muros de jardins fechados.
Através das grades de ferro dos portões viam-se rododendros, buxos,
cameleiras.
Depois surgia um rio e ao longo do rio eu caminhava sobre os cais de
pedra, até à barra, até aos rochedos onde se espraiam as ondas.
Histórias de naufrágios, de barcos perdidos, de navios encalhados. Por
isso nas noites de temporal se rezava pelos pescadores. Ouvia-se ao longe o
tumulto do mar onde navegavam os pequenos barcos da Aguda tentando chegar à
praia. Quando a trovoada estava próxima, a luz apagava-se. Então se acendiam
velas e se rezava a Magnífica. [...]
Porque nasci no Porto sei o nome das flores e das árvores e não escapo
a um certo bairrismo. Mas escapei ao provincianismo da capital."
Sophia de Mello Breyner
Texto 2:
«O Porto é o lugar onde para mim começam as maravilhas e todas as
angústias.»
Sophia de Mello Breyner
Agustina Bessa Luís
“Agustina Bessa-Luís,
nome literário de Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa (Amarante, Vila Meã,
15 de outubro de 1922) é uma escritora portuguesa.
Segunda e ultimogénita
filha do empresário Artur Teixeira de Bessa (1882-1924), de uma família rural
de Entre Douro e Minho, e de Laura Jurado Ferreira (1899-?), que era filha de
pai português, Lourenço Guedes Ferreira, engenheiro dos Caminhos de Ferro, e de
mãe espanhola, Lorenza Agustina Jurado Franco, nascida em Zamora.
Regressado a Portugal,
o pai de Agustina, que já no Brasil se dedicara à exploração de casas de
espetáculo e de jogo, tornou-se gerente do Casino da Póvoa. As contingências da
sua vida levaram a família a viver em vários lugares do Norte e do Douro —
Gaia, Porto, Póvoa de Varzim, Águas Santas, Bagunte, Vila do Conde e Godim,
naquela que era a casa de família da sua mãe. A relação com a região duriense,
durante largas temporadas da sua infância e adolescência, marcaria de forma indelével
a obra da escritora.
Desde muito jovem que
Agustina se interessou por livros, descobrindo na biblioteca do avô materno, os
clássicos da literatura espanhola, francesa e inglesa, marcantes na sua
formação literária. Em 1932 vai para o Porto estudar, onde passa parte da
adolescência, mudando-se para Coimbra em 1945, e, a partir de 1950 fixa
definitivamente a sua residência no Porto.
Agustina Bessa-Luís
estreou-se como uma brilhante romancista em 1949, ao publicar a novela Mundo
Fechado, mas seria o romance A Sibila, publicado em 1954 que constituiu um
enorme sucesso e lhe trouxe imediato reconhecimento geral. E é com A Sibila que
Bessa-Luís atinge a total maturidade do seu originalíssimo processo criador.
Foi distinguida com o
grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, a 9 de Abril de
1981, tendo sido elevada ao grau de Grã-Cruz da mesma ordem em 26 de Janeiro de
2006.[10]
Em 2005 foi-lhe
atribuído o título doctor honoris causa pela Faculdade de Letras da
Universidade do Porto.
Em 2004, aos 81 anos,
recebeu o mais importante prémio literário da língua portuguesa: o Prémio
Camões. Na acta do júri da XVI edição do Prémio, pode ler-se que "o júri
tomou em consideração que a obra de Agustina Bessa-Luís traduz a criação de um
universo romanesco de riqueza incomparável que é servido pelas suas
excepcionais qualidades de prosadora, assim contribuindo para o enriquecimento
do património literário e cultural da língua comum".”
Fonte: pt.wikipedia.org
Agustina Bessa Luís
No dia 26 de Julho de 1945, Agustina Bessa-Luís casa na
igreja românica de Cedofeita com o estudante que cursava direito, em Coimbra,
Alberto Luís.
“A partir de 1950 e,
após a conclusão da licenciatura de Alberto Luís, o casal fixou definitivamente
a sua residência no Porto vivendo, ao longo dos anos, em várias casas. Mas,
desde 1973, passaram a morar da Rua do Gólgota, um lugar sossegado, situado
numa encosta que dá para os Caminhos do Romântico. O casamento de ambos, que se
prolongou por sete décadas, foi vivido até ao fim, nesta casa, até 2017, quando
o companheiro inseparável de Agustina faleceu”.
Fonte: etcetaljornal.pt/
Texto:
«Toda a cidade, com as agulhas dos templos, as torres cinzentas, os
pátios e os muros em que se cavam escadas, varandas com os seus restos de
tapetes de quarto dependurados e o estripado dos seus interiores ao sol fresco,
tem toda ela uma forma, uma alma de muralha.»
Agustina Bessa
Luís
Eugénio de Andrade
“Eugénio de Andrade
(pseudónimo literário de José Fontinhas) nasceu em 1923 em Póvoa da Atalaia, no
concelho do Fundão, na Beira Baixa.
Viveu em Lisboa e em
Coimbra. Em 1946, regressou a Lisboa, ingressando nos quadros dos Serviços
Médico-Sociais. Em 1950, foi transferido para o Porto, onde fixou residência.
Autor de uma vasta
obra poética, traduzida no estrangeiro, Eugénio de Andrade é igualmente
responsável por algumas traduções para português e de várias antologias
poéticas, como aquela que dedicou ao Porto (Daqui Houve Nome Portugal, 1968), a cidade presente na sua vida
e na sua obra.
Entre outros prémios,
recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo
livro O Outro Nome da Terra,
publicado em 1988. Em 1990, foi criada a Fundação Eugénio de Andrade, no Porto.
Em 2001, o poeta foi distinguido com o Prémio Camões”.
Fonte: “cvc.instituto-camoes.pt/”
Poema 1
Poema 2
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