segunda-feira, 8 de abril de 2019

25.41 Os escritores e o Porto - Actualização em 09/09/2020


Ao longo dos tempos os escritores foram glosando os defeitos ou as virtudes dos portuenses e da cidade.
Muitos dos dizeres ficaram na memória colectiva tendo passado de geração em geração. É tempo de recordar, agora, algumas das frases desses mestres da palavra escrita.




Almeida Garrett



“João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, mais tarde 1.º Visconde de Almeida Garrett (Porto, 4 de fevereiro de 1799 — Lisboa, 9 de dezembro de 1854), foi um escritor e dramaturgo romântico, orador, par do reino, ministro e secretário de estado honorário português.
Grande impulsionador do teatro em Portugal, uma das maiores figuras do romantismo português, foi ele quem propôs a edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática.”
Fonte: pt.wikipedia.org


Almeida Garrett nasceu no Porto, na antiga Rua do Calvário, n.ºs 18, 19 e 20 (actual Rua Dr. Barbosa de Castro, n.ºs 37, 39 e 41), na freguesia da Vitória.
Passou a sua infância na Quinta do Sardão, em Oliveira do Douro (Vila Nova de Gaia), pertencente ao seu avô materno José Bento Leitão, altura em que alterou o seu nome para João Baptista da Silva Leitão, acrescentando o sobrenome Baptista do padrinho e trocando a ordem dos seus apelidos.
Frequentava por vezes um palacete da Rua da Boavista, nº 158, de uns seus tios, onde mais tarde se instalaria o “Grande Colégio Unversal”.



Almeida Garrett


Texto:

«Se na nossa cidade há muito quem troque o b por v, há pouco quem troque a liberdade pela servidão.»
 Almeida Garrett



Alexandre Herculano


“Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo (Lisboa, 28 de Março de 1810 — Quinta de Vale de Lobos, Azoia de Baixo, Santarém, 18 de Setembro de 1877) foi um escritor, historiador, jornalista e poeta português da era do romantismo.
Como liberal que era, teve como preocupação maior, estabelecida nas suas ações políticas e seus escritos, sobretudo em condenar o absolutismo e a intolerância da coroa no século XVI para denunciar o perigo do retorno a um centralismo da monarquia em Portugal.”
Fonte: pt.wikipedia.org


Foi um dos bravos do Mindelo, tendo estado nas lutas durante o Cerco do Porto. Viveu uns anos na cidade e chegou a ser nomeado por D. Pedro IV como segundo bibliotecário da Biblioteca do Porto e aí permaneceu até ter sido convidado para dirigir a revista O Panorama (1837-1868), de Lisboa.


Alexandre Herculano em Vale de Lobos, sentado numa das cestas da apanha de azeitona



Texto:

«O Porto ergue-se em anfiteatro sobre o esteiro do Douro e reclina-se no seu leito de granito. Guardador de três províncias e tendo nas mãos as chaves dos haveres delas, o seu aspecto é severo e altivo, como o de mordomo de casa abastada.»
 Alexandre Herculano





Júlio Dinis


Joaquim Guilherme Gomes Coelho (Porto, 14 de Novembro de 1839 – Porto, 12 de Setembro de 1871) foi um médico e escritor português. É mais conhecido pelo seu pseudónimo Júlio Dinis.
Nasceu então, na Rua do Reguinho, freguesia de São Nicolau, sendo batizado, a 18 do mesmo mês, na Igreja de São Nicolau.
Faleceu, à 1 hora da manhã, na Rua de Costa Cabral, nº 323, na freguesia de Paranhos, numa casa que já não existe e que hoje é chão do “Cinema Júlio Deniz”.


 

Casa onde faleceu o escritor Júlio Dinis
 
 
 
A sua infância foi vivida junto a Miragaia, numa casa situada na Rua do Reguinho, casa e rua desaparecidas aquando da abertura da Rua Nova da Alfândega, em meados do século XIX.
Foi também naquela zona que Júlio Dinis frequentou a escola primária. Mais tarde, fez estudos secundários e cursou depois medicina, na Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Aliou a profissão de médico à de escritor e de professor, exercendo a docência na mesma instituição de ensino onde se formou.
Em algumas das suas obras descreveu a sociedade portuense da época.
Nomeadamente, no seu romance “Uma Família Inglesa: Scenas da vida do Porto”, dá-nos um retrato de uma parte da sociedade portuense do seu tempo, realçando também o modo de viver da importante comunidade britânica.
Júlio Dinis seria ainda um dos precursores da divulgação folhetinesca.
Assim, em 12 de Maio de 1866, o “Jornal do Porto” começava a publicar o 1º episódio da obra de Júlio Dinis, “As Pupilas do Senhor Reitor”. O livro sairia no ano seguinte.
Teria sido o pai do escritor quem descobriu a verdadeira identidade, por trás do pseudónimo, de Júlio Dinis, ao ver no quarto do filho umas tiras manuscritas.


 

Primeiras linhas da obra - In “Jornal do Porto” de 12 de Maio de 1866

 
 
A obra de Júlio Dinis “Uma Família Inglesa: Scenas da vida do Porto” publicada em livro, em 1868, seria, antes, dada a conhecer, também, naquele jornal diário, com o 1º episódio a ser impresso em 1 de Março de 1867.
 
 
 

Primeiras linhas da obra - In “Jornal do Porto” de 1 de Março de 1867




Júlio Dinis



Texto:

“Sempre que Manoel Quentino emprehendia um passeio, com o fim de se distrahir, não hesitava na escolha do itinerario. Desde tempos immemoriaes adoptára um e nem lhe passava por o sentido modifical-o. Deixava-se conduzir por o habito n'isto, como em tudo o mais. Atravessava a cidade até á Ribeira; seguia depois, pela margem direita do rio, até Campanhã; chegando ao Esteiro, tomava pela estrada de cima, que o levava ao jardim de S. Lazaro, e emfim recolhia-se a casa. Foi o que fez n'aquella tarde. A cidade atravessou-a lidando ainda com o pensamento de tristeza, com que saíra de casa. A primeira diversão operou-a só a vista do mercado de peixe, na Ribeira. As lanchas valboeiras tinham, n'aquelle instante, chegado ao caes. As regateiras, os compradores particulares e os pescadores que vendiam, animavam o mercado com movimento e vozeria. Este espectaculo, cheio de vida commercial, não achou indifferente Manoel Quentino. Agradava-lhe aquelle trafego; examinava com olhos conhecedores a excellencia do peixe, e informava-se curioso dos preços que regulavam o mercado. Ao saír d'alli, ia pensando: —Não ha nada para arranjo domestico, como a pescada. É o peixe mais innocente que ha. Com razão lhe chamam a gallínha do mar. Ahi está a sardinha, que é gostosa; mas é mais doentia tambem. Que a sardinha de Espinho ainda não tanto, mas esta da barra!… D'onde virá a differença?… Pois não será toda ella o mesmo peixe?… Só se é da praia aqui ser mais pedregosa e o peixe saír mais batido… Que esta costa da Foz sempre é muito cheia de pedras!… Só o perigo que correm as embarcações aqui!… Ainda no outro dia, aquella grande desgraça dos oito pescadores que naufragaram!… Muita pena teve Cecilia, quando as folhas contaram de um que deixou uma creancinha orphã! Pobre Cecilia!… tem um coração!… Coitada!… É um anjo… Assim que me lembro d'aquella tristeza em que anda… E ahi estava a ideia fixa com elle! Parece que ella propria fora a que dispozera esta fileira de ideias associadas, para conduzir a si o pensamento.
A impressão produzida pelo mercado desvanecera-se de todo; Manoel Quentino proseguiu no passeio, já outra vez melancolico. Mais adiante, tendo passado a ultima casa, que lhe tolhia a vista do rio e a da margem opposta, volveu naturalmente os olhos para o vulto escalvado e sombrio da Serra do Pilar, coroada pelo seu convento em ruinas e a sua igreja circular. Os tristes vestigios das guerras civis estão ainda n'aquelle logar muito evidentes, para que a lembrança d'ellas não acuda subita ao espirito de quem quer que o contemple por momentos. Manoel Quentino, como quasi todos os portuenses da sua idade, havia sido mais do que simples espectador das scenas tragicas d'essas memoraveis épocas. —Ha vinte e tantos annos—pensava elle—não havia, a estas horas, tanto socego, por aquelles sitios, não. Nem tambem estes passeios pela beira do rio eram tanto de appetecer como agora. Havia mais perigos, do que o dos nevoeiros do Douro. A fallar a verdade sempre era um tempo aquelle!… O que eu passei!… Parece-me que ainda foi o outro dia, e já lá vão vinte e tantos annos!… Oh! mas que alegria tambem, quando se abriram as linhas!… N'esse tempo era ainda a mãe de Cecilia uma creança. Só quatro annos depois é que eu principiei a pensar n'ella …  Pobre rapariga! …  Parece-me que ainda a estou a ver! … delgadinha, desmaiada, boa para todos, mas trabalhadeira ao mesmo tempo …  É por isso que receio…  Valha-me Deus! assim que me lembro da tristeza da pequena!… E da Serra do Pilar e do tempo do Cerco conseguira aquella ideia dominante achar caminho para se lhe insinuar de novo no pensamento. E, o que mais é, parece que cada vez trazia comsigo maior cortejo de sinistros pressagios.
Ao chegar á fonte do Carvalhinho, subiu uns degraus de pedra que alli ha, e bebeu, mesmo do caneiro, alguns goles de agua; cousa que nunca se esquecia de fazer, porque tinha fé particular nas virtudes medicinaes d'aquella excellente agua.
— Ah! — dizia elle outra vez distrahido — Consola beber uma agua assim! Para aguas o Porto! Dizem que em Lisboa são más as aguas! Pois é das cousas mais precisas para a saude. É verdade que eu vejo por aqui tambem muitas doenças, apesar das aguas boas. E sobretudo a gente nova está saíndo tão franzina e tão fraca, que é uma cousa por maior! E o medo, que eu tenho, quando reparo em Cecilia! É tão delicada, tão… E ahi estava outra vez assombrado para grande espaço de tempo.
Chegou á quinta chamada da China,—um dos passeios favoritos das classes populares portuenses. Desciam a rampa, que antecede o portão, alguns bandos de gente do povo, rindo, cantando, em plena festa; iam em direcção ao rio. As barqueiras de Avintes aproximavam os barcos da margem para os receber; outras, ainda a grande distancia, chamavam, com toda a força d'aquelles pulmões robustos, as pessoas que vinham por terra. Cruzavam-se os barcos, movidos pelos vigorosos braços d'estas engraçadas e joviaes remeiras, e carregados com os frequentadores das diversões campestres do Areinho e da pesca do savel. Tudo era riso e cantigas no rio. Manoel Quentino via tudo isto, e escutava entretido o canto de uma barqueira, que dizia:
  As riquezas d'este mundo
  Para mim não tem valor:
  Eu sou rica nos tens braços,
  Sou rica do teu amor.
E elle pôz-se a pensar: —Como esta pobre gente vive satisfeita n'esta vida trabalhosa do rio!… Ao vento, á chuva, e sabe Deus o que tem em casa para comer! E é um gosto como ellas cantam e riem!… Raparigas de quinze e dezeseis annos consola vel-as já mover aquelles remos, que esfalfariam um homem, como eu. Não ha como estes ares e esta vida do campo, para fazer as pessoas robustas. Se eu adivinhasse que Cecilia aproveitaria com elles!… E retomava o pensamento a posição de equilibrio estavel, de que por instantes se desviára.
Chegou ao ponto da margem, chamado Rego Lameiro. Ahi opéra o Douro uma das suas subitas e surprendentes transformações. Expiram as collinas fronteiras de uma e outra margem, interrompidas por um valle deliciosissimo, onde a vegetação é mais abundante, mais povoadas as verduras, e onde se encorporam em riachos as aguas escoadas dos proximos declives. Apreciam-se tão raros intervallos, em que o Douro, o severo Douro, sorri, como se aprecia um raio de alegria em rosto habitualmente carregado.
N'este sitio alarga-se o leito das aguas, diminue portanto a força da corrente d'ellas, chegando, nas marés baixas, a permittir a formação de pequenos ilhotes de areia, para onde vão brincar as creanças dos pescadores. A tortuosidade das margens, furtando á vista o seguimento do rio, dá a este a completa apparencia de um pequeno, mas pittoresco lago. Os olhos descobrem, de um lado, o extenso areal de Quebrantões, ao qual succedem prados e leziras sempre verdes, veigas fertilissimas, arvoredos espessos e, escondidas por o meio, as risonhas casas de algumas pequenas povoações campestres; adiante as quintas da Pedra Salgada, e através do véo azulado da distancia, a aprazivel aldeia de Avintes; do outro lado o palácio do Freixo com seus torreões e balaustradas e as quintas e ribeiras de Valbom e Campanhã. E se é ao fim do dia, quando o sol doura todo o quadro, reflectindo-se afogueado nas vidraças voltadas ao occidente, e a viração da tarde enfua as velas brancas das pequenas embarcações do logar, e o céo é azul e as aguas limpidas, a paizagem compensa bem os privados de gosar as bellezas mais celebradas por viajantes e poetas, as analogas das quaes só a nossa cegueira nos não deixa ás vezes ver a dois passos da porta.
Era aqui que Manoel Quentino se sentava sempre durante alguns minutos, sobre uma pedra solta da margem.
—Como isto é bonito!—pensava elle—É que nem ha outro passeio assim, nos arredores do Porto. E a tarde então está tão serena e socegada, que até se percebe d'aqui tudo o que se diz no Areinho. Se eu tivesse dinheiro, era onde comprava uma quinta. Chegando aos sabbados, saía do escriptorio e mettia-me n'um barco… ou a pé mesmo… A final é um passeio… É verdade que se viesse Cecilia, sempre era longe. Ainda que ella não se cansa… Não se cansa?… não se cansava… agora…
E a ideia negra, aquella pertinaz ideia negra, a tomar outra vez posse de Manoel Quentino! e, com o ir adiantando-se a tarde, parecia cada vez mais negra, como se as sombras crescessem para ella tambem!
D'ahi em diante, não se modificou o processo das cogitações do velho.
Uma fabrica de cortumes, umas creanças, a quem deu esmola, uns armazens, tudo quanto viu, após varias oscillações do pensamento, faziam caír Manoel Quentino na preoccupacão anterior.
De maneira que o passeio, aquelle passeio que o devia distrahir, antes lhe exacerbou o mal, que o atribulava. Subia elle já a íngreme costeira, que leva do Esteiro de Campanhã até o sitio do Padrão. A tarde arrefecera subitamente. (...)
Júlio Dinis, In “Uma Família Ingleza, Scenas da Vida do Porto”; 3ª edição (páginas 201 a 205)



Pela margem mais próxima, junto da Quinta da China, se passeou Manoel Quentino na narração acima, seguindo em direcção ao Esteiro de Campanhã. A meio da foto, ao longe, o Monte Crasto





Lady Jackson


Lady Catherine Hannah Charlotte Elliott Jackson (1824–1891), era filha de Thomas Elliot de Wakefield, e também foi a segunda esposa do Cavaleiro Diplomata Sir George Jackson (1785–1861), com quem se casou em 1856, e uma autor prolífico em seu próprio direito, especialmente na área da história européia e da corte da França no século XVI.
Após a morte de seu marido em 1861, ela se voltou para a literatura, começando editando os diários e cartas do início da vida de seu marido.
Em Julho de 1873, proveniente de Londres, desembarcava em Lisboa a inglesa Lady Jackson. Demorar-se-ia por Portugal até Outubro do mesmo ano e, ao partir, não foi sem saudades profundas que disse adeus à Formosa Lusitânia. De volta a Inglaterra, publica, logo no ano seguinte, Fair Lusitania, que, apenas três anos volvidos, mereceu tradução de um dos maiores vultos das letras portuguesas, Camilo Castelo Branco.


Lady Jackson ao meio da foto à porta do Lawrence’s Hotel em Sintra



Texto:

“O porto foi sempre orgulhoso dos seus marítimos, que procederam talvez de atrevidos filhos do rio, como estes. Não é onde o Douro corre mais pacificamente que gostam de brincar estas crianças: mas patinham e atiram-se sem medo quazi no meio da arrebentação das vagas, da espuma e das pedras perto do mar e da vizinhança traiçoeira da barra.”



Madame Rattazzi


Esta escritora inglesa que visitou o nosso país algumas vezes (1876, 1878 e 1879), também passou uma temporada no Porto na segunda metade do ano de 1879, depois de ter chegado ao país em Julho deste ano.
Era também conhecida por Madame Solmes, apelido que lhe advinha de uma anterior casamento.



Madame Solms (Rattazzi) - Ed. Rute y Ginez


Texto:


In "Le Portugal A Vol D’Oiseau" e que entre nós se chamou, "Portugal de Relance".



Pinheiro Chagas


“Manuel Joaquim Pinheiro Chagas (Lisboa, 13 de Novembro de 1842 — Lisboa, 8 de Abril de 1895), mais conhecido por Manuel Pinheiro Chagas, foi um prolífico escritor, jornalista e político português. Destacou-se como romancista, historiador e dramaturgo, tendo escrito inúmeros romances históricos e diversas peças de teatro, algumas das quais se mantiveram em cena por mais de um século. Foi diretor de vários periódicos de Lisboa. Exerceu as funções de deputado e par do Reino e foi Ministro da Marinha e Ultramar na fase decisiva das movimentações das potências europeias em torno da partilha de África. Foi um dos fundadores da Sociedade de Geografia de Lisboa.
Manuel Joaquim Pinheiro Chagas nasceu na freguesia de Santa Isabel, Lisboa, a 13 de Novembro de 1842, filho de Joaquim Pinheiro das Chagas, major do Exército, veterano das guerras liberais e secretário particular do rei D. Pedro V, e de sua mulher Gertrudes Justiniana Gomes Ramos.”
Fonte: pt.wikipedia.org

Como se lê no texto anterior o pai de Pinheiro Chagas foi secretário particular de D. Pedro V, um amigo e admirador da cidade e das gentes do Porto.


Manuel Joaquim Pinheiro Chagas em 1875 (fotografia de Alfred Fillon, in O Contemporâneo, Lisboa 1875)


Texto:

“Que admirável panorama! O que dá ao Porto um aspecto inexcedivelmente pitoresco é a situação original das colinas, em que está construído, que se levantam logo da beira do Douro, e ficam empinadas sem transição alguma, inundadas de casario, que parece aferrar-se à rocha, para evitar o despenhar-se. Lá em baixo o magnífico edifício da Bolsa; além a Sé erguida desassombradamente num píncaro, e arrojando ao céu as suas duas torres, um pouco mais abaixo, o Paço do bispo, e no fundo os intermináveis e deliciosos meandros do rio, que a cada instante nos estão preparando surpresas que nos arrancam gritos de admiração.”
Pinheiro Chagas (1865)

(Continua)



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