quarta-feira, 7 de junho de 2017

(Conclusão) - Actualização em 29/11/2017, 09/01/, 20/03 e 05/04/2019


Localizada na Rua de Serralves, em Lordelo do Ouro, em frente ao que veio a ser a Fábrica de Lanifícios de Lordelo, a capela era também conhecida por "Capela da Quinta dos Frades" e por "Capela da Quinta do Gouveia" (devido ao nome de família do proprietário). 
A capela fazia parte do antigo hospício ou brévia de religiosos da ordem de S. Francisco de Paula, conhecidos pelos "Mínimos", tendo sido o complexo fundado em 1780 e posteriormente vendido, depois de 1834, passando a propriedade particular.
Aquela capela tendo estado referenciada pelo IGESPAR teve o seu processo encerrado, não tendo actualmente qualquer protecção legal. Construída em finais do séc. XVIII, encontra-se em total estado de ruína.


Referência do padre Agostinho Rebelo da Costa ao hospício de S. Francisco de Paula




Ruínas de capela e hospício de S. Francisco de Paula na Rua de Serralves



Na foto acima à direita, na Rua de Serralves, a fachada em ruínas da capela a que se segue, as ruínas do hospício.
Sobre o assunto em artigo do JN pode ler-se:

“…Trata-se do que resta de um antigo hospício ou brévia de religiosos da ordem de S. Francisco de Paula, conhecidos pelos "Mínimos".
Hospício, ou brévia, eram lugares onde se recolhiam religiosos quando estavam doentes ou necessitavam de repouso. Por isso, ficavam, em regra, fora dos grandes aglomerados citadinos.
 Os religiosos de S. Francisco de Paula vieram para Lordelo, transferidos do único mosteiro que possuíam em Portugal, no sítio da Pampulha, em Lisboa.
 A brévia de Lordelo foi fundada no ano de 1780.
 Os frades que a habitavam viviam de esmolas que pediam nas ruas do Porto.
 Foi com o produto dessas dádivas que começaram a construir a capela e o convento.
 A partir de certa altura, porém, as esmolas começaram a escassear, as obras pararam e os frades acabaram por abandonar o mosteiro.
O abandono aconteceu por alturas da segunda invasão francesa (1809) que nesta freguesia provocou uma enorme mortandade…Por aquele tempo, Lordelo do Ouro fazia parte do extinto concelho de Bouças (Matosinhos) e ficava "no campo, longe da cidade", como consta de um documento papal… Nas Memórias paroquiais de 1758, vem a talhe de foice lembrar a existência de uma confraria que nelas vem referenciada e que ainda funciona: a Confraria do Santíssimo Sacramento do Senhor do Bonfim e Almas.
Falar do Senhor do Bonfim traz-nos imediatamente à ideia a confraria com aquela designação que funciona junto da igreja paroquial do Bonfim.
Pelos vistos, existe outra, também no Porto, na igreja de S. Martinho de Lordelo do Ouro.
E a razão de ser de ambas deve ser a mesma, julga o cronista: a da paróquia do Bonfim designa-se Senhor do Bom Fim e da Boa Morte; a da paróquia de Lordelo do Ouro Senhor do Bom Fim e das Almas.… Esclareça-se que a igreja de Lordelo do Ouro, ao tempo em que foram redigidas aquelas "Memórias", era da Comenda de Ordem de Cristo e do Padroado Real sendo a apresentação do pároco da responsabilidade do rei”.
Com a devida vénia a Germano Silva


Entretanto, em 20 de Junho de 1869, o Governador Civil dá como extinta a Confraria do Senhor do Bonfim e Almas, na Igreja de Lordelo do Ouro, por já não ter irmãos que tomassem conta da sua administração.
Aquando do aparecimento por estas bandas dos frades “Mínimos” estas terras pertenciam a Bouças, ficando bem longe da cidade!
Em 1745, Frutuoso de Faria, emigrado no Brasil fez testamento de uma fortuna considerável à Confraria do Santíssimo Sacramento, da paróquia de Lordelo, que deu origem a uma disputa que envolveu a Colegiada de Cedofeita e que a seguir nos é narrada por Germano Silva.


“Frutuoso de Faria, natural da paróquia de Lordelo do Ouro, morreu em 10 de Junho de 1745, no Rio de Janeiro, para onde emigrara muito novo e onde juntou enorme fortuna. Pouco antes de morrer fez testamento e legou a avultada soma de 45 mil cruzados à Confraria do Santíssimo Sacramento, da paróquia da sua terra natal, para serem aplicados na instituição de "hum coro no quoal rezassem quotidianamente oito Capellains com a porção de quarenta mil reis cada hum anno, ao Pároco como prezidente sessenta mil reis e a Confraria do Santíssimo Sacramento, como administradora oitenta mil reis…"
As capelanias foram instituídas, é verdade, em obediência às disposições testamentárias mas, por razões que o cronista não conhece, o bispo de então, que era o faustoso D. Frei José Maria da Fonseca e Évora, solicitou do Para Bento XIV a transferência das capelanias para a Insigne (era assim que se denominava) Colegiada de S. Martinho de Cedofeita.
Bento XIV atendeu ao pedido do prelado portuense e no documento que publicou, o Papa, entre outras explicações que dá, para tentar justificar a transferência apresenta a de "… Lordelo do Ouro ficar no campo, longe da cidade…"
Esta transferência do legado de Frutuoso Faria da igreja de S. Martinho de Lordelo do Ouro para a Colegiada de S. Martinho de Cedofeita, deu origem a uma contenda judicial que ainda não estava resolvida treze anos depois.
Com efeito, nas Memórias Paroquiais de 1758, alude-se ao acontecimento com a informação de que "… sobre o Legado se litiga ordinariamente por se não cumprir com a vontade do Testador usurpandosse desta sorte a esta Igreja q. he de Sua Magestada Fidelíssima…."
Esclareça-se que a igreja de Lordelo do Ouro, ao tempo em que foram redigidas aquelas "Memórias", era da Comenda de Ordem de Cristo e do Padroado Real sendo a apresentação do pároco da responsabilidade do rei.
A título de curiosidade informa-se que na igreja paroquial de Lordelo do Ouro existe um retrato pintado a óleo de Frutuoso de Faria”.




A Igreja de S. José das Taipas, situada na confluência da actual Rua Doutor Barbosa de Castro (Antiga Rua do Calvário) e o Campo Mártires da Pátria, começou a ser construída em 1795 e substituiu uma outra, muito mais modesta, com entrada pela Rua das Taipas, mandada erigir em 1666, no cimo da Rua do Calvário, pela família dos Pachecos.
Esta Capela ficava situada intramuros, por isso, virada para a Rua das Taipas ocupando uma área adjacente à fachada lateral, a Sul da actual igreja.
A Venerável Irmandade de S. José das Taipas, tinha sido fundada em 1633, tendo-se depois unificado com a Irmandade de S. Nicolau de Tolentino das Almas (sedeada na capela de S. João Novo desde a sua fundação, em 1634) em 1780 e, posteriormente, com a Irmandade de Nossa Senhora da Consolação, que funcionava junto do Convento de Nossa Senhora da Consolação ou convento de Santo Elói e que de lá tinha sido desalojada, em virtude do derrube da muralha fernandina, fruto do arranjo urbanístico necessário para a abertura da Rua do Almada.
Há documentos nos arquivos da igreja que provam que as três irmandades já estavam juntas no início do século XIX, mais propriamente, 1788.


Imagem de Nossa Senhora da Consolação


A imagem da foto acima, hoje numa antiga sacristia da igreja, teria acompanhado a confraria oriunda de Santo Elói.
Tendo como sede, inicialmente, uma das casas situada na Rua das Taipas, em 1666, dá-se a mudança da Irmandade de S. José das Taipas para a Capela das Taipas, rebaptizada de Capela das Almas de S. José das Taipas.
Esta capela estaria implantada onde é hoje um pátio interior, adjacente a uma sacristia (a mais antiga) da actual igreja e teria entrada pela Rua das Taipas.
Dela, não resta nenhum elemento de construção, à excepção, de uma pedra inserida numa das paredes do pátio referido.


Pedra que teria pertencido à capela primitiva da Rua das Taipas com data da construção da mesma – Ed. Graça Correia


Ainda em 1755, D. João da Silva ordenara a transferência, para a referida capela, de todas as imagens da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Vitória, muito degradada, tendo-se tornado paróquia enquanto decorriam as obras de conservação e restauro desta.
A Irmandade de S. José das Taipas foi responsável, desde 1810, pelas esmolas e o zelo do memorial das Alminhas da Ponte, situada na marginal da Ribeira, até o Bispo do Porto, entregar o mesmo propósito à Paróquia de S. Nicolau, já nos nossos dias.
De notar que face às enormes somas envolvidas, respeitantes a importantes donativos, surgiu há muitos anos uma contenda entre a Confraria de S. José das Taipas e a confraria da Capela das Almas, sita na Rua de Santa Catarina que ambicionava administrar esses donativos, conflito que só seria resolvido pelo Bispo do Porto a favor da primeira. 
Durante muitos anos realizou-se também, a propósito das Alminhas da Ponte, uma procissão que saindo desta capela retornava passando pela Ribeira, onde em cerimónia presidida pelo bispo, era costume ele paramentar-se na Capela da Lada ou Capela do Senhor Crucificado.
Esta capela comemora a inauguração por S. Francisco Borja em 10/8/1560 da primeira comunidade Jesuíta no Porto, bem perto do local onde está implantada.
A capela da Lada esteve inicialmente dentro das muralhas e, só para aqui veio, quando foram feitas obras para a construção da ponte Luís I.
Inicialmente dentro da muralha, no sopé da escarpa dos guindais, junto das Escadas do Codeçal, a capela tinha a frontaria virada para poente, para o desaparecido postigo da Areia, tendo sido edificada em 1734.
Era início de uma via-sacra que indo pela marginal do rio Douro, acabava junto da fonte do Carvalhinho, junto da qual existia uma outra capela – A Capela do Senhor do Carvalhinho.
Em 1887, por causa da abertura da estrada de acesso à ponte Luiz I, teve que ser demolida, tendo começado a sua reconstrução, em 1888, no local que hoje ocupa, não muito longe do local primitivo.

“Celebrou-se ontem a cerimónia do assentamento da primeira pedra para a nova capela da Lada, que vai construir-se a expensas da Confraria do Senhor Jesus da Ascenção e Boa-Morte.
A antiga capela foi demolida em 1887 por causa da avenida do tabuleiro inferior da ponte D. Luiz I. Tinha sido edificada em 1734.”
“O Primeiro de Janeiro”, 6 de Dezembro de 1888 – 5ª Feira


Capela da Lada na Ribeira


A Igreja de S. José das Taipas, de arquitectura neo-clássica, é obra de Carlos Amarante, arquitecto e engenheiro militar do neoclassicismo, autor de vasta obra no Norte de Portugal.
Para a sua edificação tornou-se necessário o derrube de um troço da muralha fernandina.
É caracterizada por ser consagrada a S. José, particularidade única na Diocese do Porto, e por ter uma só torre sineira, embora, tudo indique, que algures no tempo, poderia ter sido previsto ostentar duas.


Pela foto se vê, pela presença dos cachorros que, em tempos, estaria preparado o levantamento, a Sul, da 2ª torre sineira (que não se concretizou) da Igreja de S. José das Taipas – Ed. Graça Correia


Da autoria de Carlos Amarante, salientam-se os conhecidos monumentos do Bom Jesus, Igreja do Pópulo e Igreja do Hospital de S. Marcos, localizadas em Braga; a Ponte de São Gonçalo sobre o Rio Tâmega, em Amarante; Ponte das Barcas, no Porto; Reitoria da Universidade do Porto; igreja da Trindade, no Porto; Palácio da Brejoeira, em Monção.
Começada a construir em 1795, a Igreja de S. José das Taipas foi benzida, em 1818, pelo bispo D. João Magalhães e consagrada em 1822, quando só estaria concluída 1878.
Quando foi consagrada, em 1822, ainda só tinha sido edificado praticamente o seu solo. Tal ficou a dever-se pela necessidade de santificar o chão onde estavam sepultados os corpos dos que pereceram no desastre da Ponte das Barcas e que para aqui tinham vindo em 1809 por deliberação dos portuenses, dada a inexistência de locais para atender aos sepultamentos de tantos milhares de mortos.
Por esta razão, os taburnos (sepulturas) interiores da igreja, não contêm restos mortais de particulares.


Gravura de 1885 sobre o desastre da Ponte das Barcas 


No  mini-museu da igreja, é possível observar várias pinturas de diferentes épocas ligadas à arte sacra, um presépio da escola de Machado de Castro e um cruzeiro pintado denominado “Cruzeiro dos Peixeiros” que foi removido para a igreja de S. José das Taipas, em 1 de Junho de 1869, quando foi dada ordem municipal para a sua remoção.
Este cruzeiro encontrava-se fronteiro ao edifício que foi os Celeiros da Cidade, à Cordoaria, no local que hoje é o Palácio da Justiça e, depois, alojou os quartéis militares dos terços destinados à guarnição da cidade.


Cruzeiro dos Peixeiros – Ed. Graça Correia


“Os devotos que tinham pedido e obtiveram a remoção do cruzeiro que se achava próximo do mercado do Peixe, denominado Senhor da Saúde, acabam de lhe construir um altar na igreja de S. José das Taipas, para onde o referido Cruzeiro fora mudado.
O altar fica num corredor que dá acesso para a sacristia, a esquerda da entrada da igreja. Deve ser benzido na próxima segunda-feira, dia 19 de Julho.”
In jornal “O Comércio do Porto”, 16 de julho de 1869 – 6ª Feira


Documento que narra a recolha do Cruzeiro dos Peixeiros na Igreja de S. José das Taipas - Cortesia de João Pedro Cunha


Presépio da Igreja de S. José das Taipas – Ed. JPortojo


O presépio acima observado tem a particularidade de exibir 4 magos, sendo o mago extra representado na figura de um índio segurando um lama, fazendo alusão ao último continente descoberto e então já conhecido – o continente Americano.


Painel representando o desastre da Ponte das Barcas exposto numa parede da igreja – Ed. JPortojo


A cena do painel acima exibida num altar do lado da Epístola, com uma assinatura de “A. Cunha” e ostentando a data de 1845, é uma pintura sobre cobre, baseada numa outra que, originalmente, esteve colocada no memorial das “Alminhas da Ponte” e que, por acção dos elementos atmosféricos se degradou. A partir de 1897, o desastre seria aludido por um baixo-relevo, em bronze, protegido por um alpendre em ferro, assente em duas consolas, da autoria do escultor Teixeira Lopes (pai).



Alminhas da Ponte, na Ribeira – Fonte: DGPC



No entanto, entre os dois painéis mencionados, parece ter existido um outro painel, de acordo com a notícia que se segue.


 

In jornal “A República” de 16 de Janeiro de 1891, pág 2



Em 1910, devido aos acontecimentos ocorridos após a implantação da República, a igreja, a exemplo de muitas outras, encerrou.
Em 1975 (em pleno período revolucionário), por exigência do povo, o bispo do Porto faria a transferência da gestão dos donativos respeitantes ao memorial da Ribeira, para a Igreja de S. Nicolau, deixando a Opus Dei (prelazia pessoal da igreja católica) de o fazer, já que, esta organização vinha ocupando a Igreja de S. José das Taipas durante várias décadas do século XX.
A Opus Dei abandonaria a igreja de S. José das Taipas, em sequência.



“Responsável pelas esmolas e o zelo do memorial das Alminhas da Ponte, situada na marginal da Ribeira, até o Bispo do Porto, entregar o mesmo propósito à Paróquia de S. Nicolau.”
Fonte: “centrohistorico.cm-porto.pt”


Entretanto no início dos anos 80, a Opus Dei viria, face a novas directivas do Vaticano, a obter o estatuto que presentemente ostenta.
Nos dias de hoje, dada a oferta da Paróquia da Vitória, a igreja não faz celebrações de missas católicas emprestando os seus espaços para celebrações do culto ortodoxo.
Em 1909 a Irmandade realizou a última romagem (considerada a maior do Porto) em memória das almas perecidas no dia 29 de Março de 1809.
Presentemente, na igreja de S. José das Taipas a 29 de Março de todos os anos, se evocam, em cerimónia, as almas dos que pereceram no desastre da Ponte das Barcas.
A partir de 1996, foram feitas na igreja grandes obras de restauro e limpeza, bem como em 2018, com limpezas efectuadas à fachada e arranjos da cobertura.
É imóvel de interesse público desde 1982.


Aro em ferro cravado de cada lado da entrada serve como rapa-pés – Ed. JPortojo



Igreja de S. José das Taipas em 1950


Igreja de S. José das Taipas





“A Igreja de São Miguel de Nevogilde localiza-se na freguesia de Nevogilde tendo sido erguida no século XVIII, remontando a sua construção aos anos de 1729 a 1737, embora a data para a conclusão da capela-mor e sacristia seja mais adiantada - 1750 - e a torre tenha ficado pronta apenas em 1881.
Nessa época, Nevogilde era um local com poucos habitantes (ligados essencialmente ao trabalho agrícola), que só no final do século XIX foi integrado no concelho do Porto.
Foi classificado como monumento de interesse público (MIP) pelo IGESPAR em 16 de Setembro de 2010.
De cariz barroco, destaca-se a decoração da fachada que, apesar de simples, expressa nitidamente a exuberância do barroco joanino. De pequenas dimensões, apresenta apenas uma nave e uma capela-mor.
No mesmo local deveria ter existido um outro templo, do qual nada se sabe, embora se suponha ter sido românico. Da mesma forma, desconhece-se o autor da planta da "nova" igreja de Nevogilde, ainda que se atribua a Domingos da Costa, que aí trabalhou como mestre pedreiro. Note-se que este participou na construção da igreja de São Pedro de Miragaia, de Santa Marinha (Vila Nova de Gaia), reforma da igreja da Misericórdia, enfermaria e torre da igreja dos Clérigos, igreja e sacristia de Nossa Senhora da Esperança, abóbada da igreja de Santa Cruz do Bispo, e igreja matriz de Póvoa de Varzim; a maior parte das quais ligadas à figura de Nicolau Nasoni, com quem poderia ter aprendido. 
Em 1750 foi assinado o contrato com Manuel da Costa Andrade para a realização do retábulo da capela-mor, em estilo joanino. Os retábulos colaterais, que apresentam tipologia semelhante, são igualmente atribuídos a este mestre entalhador. No interior, sobressaem ainda os púlpitos, sem dossel mas com portas revestidas por talha. 
No exterior é ladeada por pilastras alinhadas segundo as torres sineiras, e ao centro rasga-se o portal, encimado por óculo envolvido por volutas. No registo superior, e sobre o entablamento, erguem-se as torres sineiras. Ao centro, um frontão duplo fecha a composição. Note-se que todos os elementos de remate (torres sineiras, frontão superior e frontão sobre o portal) se desenvolvem em linhas sinuosas e terminam em forma de folhas. 
Uma última referência para uma série de elementos que não pertenciam à igreja de Nevogilde, mas que foram integrados posteriormente. É o caso das colunas que suportam o coro, os anjos atlantes da trave do referido coro, o arcanjo e sanefa sobre as portas e janelas do baptistério e corpo da igreja entre outros.
Destaque ainda para as sanefas rocaille, introduzidas aquando da reforma da capela-mor, em 1934-1935”. 
Fonte: Rosário Carvalho In site: “patrimoniocultural”

Igreja de são Miguel de Nevogilde – In site : “patrimoniocultural”



Completamente abandonada, desprezada e pilhada, a Capela do Senhor d´Além, construída em 1877, está situada na Rua de Cabo Simão junto ao sopé da escarpa da Serra do Pilar em Vila Nova de Gaia.
Esta capela é a sucessora duma outra adstrita ao Hospício Carmelita do século XVI e situada muito próximo.
Merecera em tempos, destaque, a talha dourada de grande ornamentação no altar.
Em tempos o bispo do Porto D. Pedro Rabaldio mandou erigir, no ano de 1140, no sítio em que hoje está o edifício do mosteiro da serra do Pilar, um convento de monjas e capela de invocação a São Nicolau.
Muito mais tarde, tendo as monjas abandonado aquelas instalações, foi ordenado (à data na Sé estava o bispo Diogo Sousa) que as imagens de São Nicolau, de São Bartolomeu e do Senhor Crucificado, que estavam na igreja do extinto convento das Donas Pregaretas de S. Nicolau, fossem recolhidas à capela do Senhor de Além, já reformada e ornamentada, para tal fim, pelos monges de Grijó, em umas penedias mais próximas do rio, em cerimónia que se realizou no dia 24 de Agosto de 1500, depois das mesmas imagens serem conduzidas, em procissão, em barcos pelo rio Douro. Anos mais tarde, em 1537, os monges de Grijó conseguiram mandar construir o actual convento da serra do Pilar com a bênção do bispo do Porto, D. Baltasar Limpo (nomeado em 1537 e arcebispo de Braga em 1550).
Em 5 de Março de 1739 junto à capela do Senhor de Além, cinco frades Carmelitas Calçados, fundaram um hospício que funcionou até 1832.
A capela seria remodelada em 1877, já depois do hospício ter sido encerrado, pois, após 1834 foi vendido, e nele chegou a funcionar uma fábrica de louça.
Foi nesta fábrica, que ficou conhecida por Fábrica de Cerâmica do Senhor d’Além, que foi feita a azulejaria que forra a capela dos Terceiros do Carmo, cujos motivos foram pintados por Carlos Branco e desenhada por Silvestre Silvestri e produzida em 1912. A imagem do Senhor d'Além está agora na Casa do Cabido na Sé.


Capela do Senhor D’Além em V. N. de Gaia

“A actual capela, que mantém o culto, foi edificada, no lugar da antiga, em 1877. Tem benfeitores muito fervorosos. A festa em honra do Senhor de Além realiza-se, sempre, no domingo seguinte em que se celebra a festividade à Senhora do Pilar, no penúltimo domingo de Agosto."
Resenha histórica de CALE Vila de Portugal e Castelo de Gaia, In  monumentosdesaparecidos.blogspot


Capela do Senhor d’Além – Ed. pt.slideshare.net


Junto da capela situava-se em tempos idos a praia do Senhor d’Além e para montante dela, as famosas praias fluviais do “Borras” e do “Aurélio”, já desaparecidas, pela nova configuração do leito e das margens do rio. 
Em 6 de Julho de 1919 ocorreria na praia do Aurélio um desastre quando cerca de 100 pessoas caíram ao rio, enquanto assistiam a uma exibição de “water-polo”, promovida pelo Comité Pró-Natação. Apesar do pânico, e quase por milagre, apenas perderia a vida, um jovem empregado da companhia de seguros Aliança Madeirense. Naqueles tempos era usual naquela praia, acontecerem jogos daquela modalidade desportiva, que estava muito em moda, desde que em 30 de Agosto de 1916, tinha sido apresentada na cidade, por iniciativa do Sport Club do Porto, com a vitória lógica do Club Naval de Lisboa.



Capela na Avenida de Montevideu




Capela de Nossa Senhora de Lurdes no início do século XX - Ed. “A Nossa Foz do Douro”



Na Avenida de Montevideu, perto da Rua do Molhe, nas fotos acima, realça-se a Capela de Nossa Senhora de Lurdes que pertenceu à família Lima Barreto e esteve, em tempos, aberta ao culto com duas missas dominicais e, uma em cada dia da semana, bem como, outras devoções. Sabe-se que, em 1923, era ali capelão o Reitor Cornélio Honório da Graça e Silva.
Encontra-se, presentemente, fechada, desconhecendo-se a data da sua construção, embora se saiba que, em 1891, já estava edificada, como é destacado numa planta existente no AHMP com o título: “Planta do Bairro de Carreiros pertencente ao Concelho de Bouças”.
 
 
 

Destaque da capela de Nossa Senhora de Lurdes na “Planta do Bairro de Carreiros pertencente ao Concelho de Bouças”




17.22 Igreja de Nossa Senhora de Fátima

Igreja de Nossa Senhora de Fátima – Ed. “fatima.pt”

O projecto da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, situada na rua com o mesmo nome desde 1942 e que até aí se chamava Rua das Valas, é da "Oficina ARS - Arquitectos" na qual trabalhava então, um grupo de arquitectos, pintores e escultores, pioneiros do movimento moderno no Porto. Dirigiu a obra o Arq. Mário de Morais Soares, coadjuvado pelos seus colegas Fortunato Cabral e Cunha Leão; autor dos vitrais foi o Pintor Adalberto Sampaio. A obra, termina em 1933 e inaugurada solenemente em 1936, é assim o primeiro projecto da arquitectura moderna religiosa em Portugal. 
A ligação da família Morais Soares à arquitectura, tem início com Mário Cândido de Morais Soares, formado em 1933 no curso de arquitectura da Escola Superior de Belas Artes do Porto.
Conjuntamente com dois colegas de curso, fundam a ARS – Arquitectos, atelier precursor do Modernismo Português, com obras como o mercado do Bom Sucesso, o Mercado de Matosinhos, o  Palácio Atlântico e Praça D. João I, a Fábrica Oliva, entre outros. Após a dissolução da ARS – Arquitectos, em 1954, Mário Morais Soares exerce actividade como arquitecto independente.

Local de implantação da igreja (A) na planta de Teles Ferreira de 1892

Legenda:
1 Rua de Serpa Pinto
2 Rua 9 de Julho
3 Rua Oliveira Monteiro
4 Rua das Valas
5 Rua de Cedofeita











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