Os prédios
existentes entre a cadeia e o Jardim da Cordoaria
Entre os prédios (visíveis no desenho acima) existentes entre a Cadeia da Relação e o Jardim da Cordoaria ficava a Muralha Fernandina.
Essa série de casas
situava-se entre o actual prédio onde funciona a farmácia Antiga da Porta do
Olival, no alto da Rua da Assunção, e a Igreja de S. José das Taipas, e apenas
era interrompida pela Porta do Olival, que ficava fronteira à Rua de S. Bento
da Vitória e por uma curta ladeira ou rampa que dava acesso à Cadeia da Relação.
No desenho acima é
possível ver essa série de casas, que eram intervaladas por uma rampa de acesso
à cadeia.
Decidido que foi
alargar a Praça da Cordoaria, a muralha foi destruída e, com ela, os prédios
que tapavam a Cadeia. Foram demolidos 16 prédios em 11/10/1853, tendo outros
dois, anexos ao chamado Palacete Sandeman só sido derrubados, já no século XX .
Desta forma, ficaram
unidos os largos do Olival e da Cordoaria, e a cadeia mais desafogada.
Foram portanto,
naquele ano de 1853, destruídos 16 prédios (bem como um outro no cunhal da Rua
das Taipas, que estava adossado pelas traseiras, ao último situado mais no
extremo a poente).
Todas essas casas,
bastante velhas, estavam arrendadas a vários comerciantes e industriais, que,
nos baixos, tinham as suas lojas ou as oficinas.
Contudo, aos restantes místeres, sobrelevavam-se as vendedeiras de louça de barro amarelo, vermelho ou preto, que ali estavam representadas em larga escala."
Num extremo da fiada de casas salvaram-se da demolição as duas primeiras, assentes num patamar de pedra com três degraus e que têm presentemente os números 123 a 128 da Rua campo dos Mártires da Pátria. Isto porque todo este correr se encontrava um pouco acima do nível da rua. Curioso será que o motivo desses patamares era não fazer as casas se conspurcarem de lamas e sujidades, normais da cidade de XVIII e XIX.
Numa funciona uma barbearia e noutra, na que contorna para a Rua de Trás, permanece, o velho café Porta do Olival.
Quando a Casa da Fábrica da Rua da Picaria foi desmontada, pensava-se reconstruí-la no local destes prédios, o que nunca veio a acontecer.
Contudo, aos restantes místeres, sobrelevavam-se as vendedeiras de louça de barro amarelo, vermelho ou preto, que ali estavam representadas em larga escala."
Num extremo da fiada de casas salvaram-se da demolição as duas primeiras, assentes num patamar de pedra com três degraus e que têm presentemente os números 123 a 128 da Rua campo dos Mártires da Pátria. Isto porque todo este correr se encontrava um pouco acima do nível da rua. Curioso será que o motivo desses patamares era não fazer as casas se conspurcarem de lamas e sujidades, normais da cidade de XVIII e XIX.
Numa funciona uma barbearia e noutra, na que contorna para a Rua de Trás, permanece, o velho café Porta do Olival.
Quando a Casa da Fábrica da Rua da Picaria foi desmontada, pensava-se reconstruí-la no local destes prédios, o que nunca veio a acontecer.
Planta da zona da
Cordoaria
A planta acima com
origem numa de 1844 está actualizada a 1865, da autoria de Perry Vidal, e seria
publicada para apoio aos visitantes da Exposição do Palácio de Cristal.
Na planta anterior
de Perry Vidal, a fileira de prédios já não se encontra junto ao nº 13, que
identifica a Cadeia da Relação.
À direita ainda de
pé, um edifício – Fonte: JN
“Portanto todos aqueles prédios fronteiriços
à Cadeia da Relação, num total de 16 e com a numeração – da época, entenda-se –
de 70 a 107, começaram a ser demolidos em 11 de Outubro de 1853.
A primeira casa das arrasadas, que ficava
entre a Porta do Olival – para onde também fazia frente – e o actual e já
aludido prédio do Café Porta do Olival,
tinha os nºs 70 e 71. Na loja exercia a sua actividade uma louceira; e, nos
andares superiores, viviam os descendentes de um Domingos Vitória, que era
pintor e fabricante de polimento e de lamparinas.
A face voltada à Porta do Olival, com três portas e três janelas, do meio para baixo, era parte do antigo muro da cidade.
Do outro ângulo da Porta do Olival, para o poente, seguiam-se quatro prédios de três andares, tendo os dois últimos varandas de madeira. Todos elas possuíam loja com duas portas, à excepção do segundo que mostrava uma janela além das portas, e neles comerciavam várias louceiras.
Entre o 3º e 4º prédio, havia um vão ou pequena viela tapada comportas nos extremos, onde os soldados da Guarda da Cadeia, tinham uma cloaca (ou instalações sanitárias, como agora se diz e escreve) para a qual subiam, pelo lado da Cadeia, por uma escada de madeira.
O sexto prédio, igualmente de três andares e com estabelecimento, de três portas ocupado também por uma louceira, era dos melhores deste correr, porquanto era o único que ostentava varandas de ferro – um luxo nesse tempo.
Na altura da destruição rendiam anualmente, 19 moedas (91$200 réis) e antes chegara a render 25. A Câmara, aquando da expropriação, deu pelo prédio à sua proprietária - uma senhora D. Joana viúva de um cirurgião que lá chegara a viver – a quantia de 1.200$00 réis.
Desta casa até à rampa de comunicação à Cadeia, seguiam-se mais cinco moradias de dois andares, todas elas com estabelecimentos ao rés-do-chão.
Daqui para baixo, seguiam-se mais sete moradas de casas.
A primeira fazia ângulo com a tal rampa de acesso à Cadeia, para onde se abria uma porta – nº 97 – e uma janela de sacada com varandas de madeira e nela habitava uma toucinheira.
Para este lado, devido ao acentuado declive da rua, só tinha um andar; e, para a banda da Cordoaria, apresentava dois.
As três casas seguintes, com varandas de madeira nos primeiros andares e janelas de peitoril nos segundos, de igual modo tinham lojas ao rés-do-chão e todas elas se mostravam sobremaneira arruinadas. A quinta casa, em estado ruinoso, só tinha um andar e loja, e as suas traseiras, correspondiam exactamente às traseiras de uma outra casa que de igual forma fora demolida (em Dezembro de 1853) à esquina da Rua das Taipas, frente À Travessa de São Bento.
As duas restantes, que eram as duas últimas desta carreira não chegaram a ser demolidas por estarem em bom estado de conservação e por não implicarem em nada, como o projectado alargamento da Praça da Cordoaria, nem com o desafogo que pretendiam dar ao severo edifício da Cadeia da Relação.
Como é notório, estas duas casas de aparência modesta para a actualidade e que na altura haviam sido, ambas elas, avaliadas em 6.000$00 réis, ainda existem relativamente bem conservadas”.
Texto de Horácio Marçal publicado n' O TRIPEIRO, volume 2, Série VI (1962); Fonte: “aportanobre.blogspot”
A face voltada à Porta do Olival, com três portas e três janelas, do meio para baixo, era parte do antigo muro da cidade.
Do outro ângulo da Porta do Olival, para o poente, seguiam-se quatro prédios de três andares, tendo os dois últimos varandas de madeira. Todos elas possuíam loja com duas portas, à excepção do segundo que mostrava uma janela além das portas, e neles comerciavam várias louceiras.
Entre o 3º e 4º prédio, havia um vão ou pequena viela tapada comportas nos extremos, onde os soldados da Guarda da Cadeia, tinham uma cloaca (ou instalações sanitárias, como agora se diz e escreve) para a qual subiam, pelo lado da Cadeia, por uma escada de madeira.
O sexto prédio, igualmente de três andares e com estabelecimento, de três portas ocupado também por uma louceira, era dos melhores deste correr, porquanto era o único que ostentava varandas de ferro – um luxo nesse tempo.
Na altura da destruição rendiam anualmente, 19 moedas (91$200 réis) e antes chegara a render 25. A Câmara, aquando da expropriação, deu pelo prédio à sua proprietária - uma senhora D. Joana viúva de um cirurgião que lá chegara a viver – a quantia de 1.200$00 réis.
Desta casa até à rampa de comunicação à Cadeia, seguiam-se mais cinco moradias de dois andares, todas elas com estabelecimentos ao rés-do-chão.
Daqui para baixo, seguiam-se mais sete moradas de casas.
A primeira fazia ângulo com a tal rampa de acesso à Cadeia, para onde se abria uma porta – nº 97 – e uma janela de sacada com varandas de madeira e nela habitava uma toucinheira.
Para este lado, devido ao acentuado declive da rua, só tinha um andar; e, para a banda da Cordoaria, apresentava dois.
As três casas seguintes, com varandas de madeira nos primeiros andares e janelas de peitoril nos segundos, de igual modo tinham lojas ao rés-do-chão e todas elas se mostravam sobremaneira arruinadas. A quinta casa, em estado ruinoso, só tinha um andar e loja, e as suas traseiras, correspondiam exactamente às traseiras de uma outra casa que de igual forma fora demolida (em Dezembro de 1853) à esquina da Rua das Taipas, frente À Travessa de São Bento.
As duas restantes, que eram as duas últimas desta carreira não chegaram a ser demolidas por estarem em bom estado de conservação e por não implicarem em nada, como o projectado alargamento da Praça da Cordoaria, nem com o desafogo que pretendiam dar ao severo edifício da Cadeia da Relação.
Como é notório, estas duas casas de aparência modesta para a actualidade e que na altura haviam sido, ambas elas, avaliadas em 6.000$00 réis, ainda existem relativamente bem conservadas”.
Texto de Horácio Marçal publicado n' O TRIPEIRO, volume 2, Série VI (1962); Fonte: “aportanobre.blogspot”
Sobre as duas únicas
casas que sobreviveram até ao fim do século XX e que seriam demolidas apenas em
2001 que estavam juntas ao conhecido palacete Sandeman, começado a levantar em
1839, se refere o texto seguinte.
“Hoje, em 2009, as duas casas do lado das
Taipas já não existem. No seu local ergue-se duas fiadas de árvores bem como o
arruamento que foi puxado um pouco mais a sul, depois da granitização do Campo
Mártires da Pátria.
Numa dessas casas, existia nos anos 80/90 uma
tabacaria, onde cheguei a comprar algumas revistas ou doces quando vinha da
Escola.
Subia-se para essa loja precisamente por uns degraus de pedra, tal como na
outra banda - única que agora existe - onde se encontra o café Porta do
Olival”.
Igreja dos Clérigos
e à direita já não existem prédios em frente à Cadeia da Relação
Fachada da cadeia
voltada para a Cordoaria em meados do século XX
Jardim João
Chagas
Nova placa
toponímica
“Vamos apenas
informar quais as designações que, pelos anos fora, teve este pitoresco sítio.
Foram as seguintes: Campo do Olival, desde os seus primórdios até ao ano
de 1613. Após esta data até 1661, foi Alameda do Olival. Depois, desde
que para ali foram os cordoeiros de Miragaia, passou a denominar-se Campo ou
Praça da Cordoaria Nova. Mais tarde, subtraíram-lhe a sobreposição
“Nova” e começou o local a ser conhecido apenas por Cordoaria. Em 1835,
finalmente, fixou-se em Campo dos Mártires da Pátria, nome que, até ver
subsiste. O jardim, propriamente, por resolução camarária de 7/10/1852, começou
a chamar-se Passeio Público, topónimo que no ano de 1924 foi substituído
por Jardim João Chagas e que prevalece oficialmente. No entanto, a
despeito de todas essas andanças toponímicas, ainda hoje – para bem da história
local – é simplesmente conhecido por Cordoaria.”
In portoarc.blogspot.com
O jardim no início do século XX
“… Esta
arborização constituída por ulmeiros ou negrilhos (umus campestres),
conservou-se pelo decorrer de dois séculos. Durante o memorável cerco do Porto,
porém, com a falta de combustíveis que se verificou, tiveram os olmos (assim
como outras árvores) de ser sacrificados, o que não obstou, felizmente, a que
tivesse ficado um para lembrança, e desde 15 de Fevereiro de 1938 declarado de
interesse público. Esse robusto negrilho a que o povo sem justificação
plausível pôs o nome de Árvore da Forca…”
In portoarc.blogspot.com
Árvore da Forca –
Ed. Foto Alvão
A antiga árvore da forca
(só de nome pois, ninguém lá morreu enforcado), na foto anterior. Deram-lhe
este nome, pelo feitio do braço, que foi arrancado num temporal do Inverno de
1963.
“…Há na Cordoaria
cuidado com todo o amor, os restos de um dos corpulentos negrilhos da antiga
Alameda da Porta do Olival, plantado em 1612, por ordem de Filipe II, a única
árvore que resistiu ao decorrer dos séculos e do Cerco do Porto…”
Fonte: portoarc.blogspot.com
Jardim da Cordoaria
- Photo Guedes; CMP, Arquivo Histórico Municipal
Na foto de c. 1900, observam-se
os negrilhos e, à esquerda, uma elegante balança.
Foto após temporal,
inserida em O Tripeiro
Até abrir o Palácio
de Cristal (1865) a Cordoaria era o local de eleição
O Jardim no século
XIX
Na foto acima, o Jardim
da Cordoaria, desenhado por Emílio David, podendo ver-se ao fundo à esquerda a
Escola Médica e o Hospital de Santo António. Á direita ainda se vê o antigo
colégio dos órfãos, fundado no séc. XVII pelo Padre Baltasar Guedes e a Capela
de Nossa Senhora da Graça pegado à construção da Academia Real de Marinha e
Comércio da Cidade do Porto.
“Com a saída dos
cordoeiros, novo arranjo se deu, passados uns anos, à Alameda da Cordoaria,
feliz iniciativa do 1º Visconde de Vilar d’Allen( Alfredo Allen)…que em 1866,
propôs ao Município a transformação da Cordoaria num lindo jardim. Em
10/12/1866 reuniu a Edilidade para discutir a proposta apresentada, que se
fazia acompanhar da respectiva planta traçada pelo arquitecto-paisagista alemão
Emílio David (autor dos jardins do Palácio de Cristal), resolvendo, depois da
aprovação unânime da vereação, autorizar o Visconde de Vilar d’Allen a dispor,
para o efeito, da quantia de um conto de reis”.
In portoarc.blogspot.com
Actualmente, uma árvore
com cerca de 150 anos, plantada aquando da intervenção do visconde Vilar
d’Allen, parece ainda existir.
João Moreira da
Silva, In revista “O Tripeiro”, Vª série, Ano VI, Nº 2, Junho 1950
Wellingtonia Gigantea, no Jardim da Cordoaria, em 1950
Firmino Pereira diz que:
”em 1867 aberto o
jardim que se destinava ao povo, logo dele se apossaram as elegantes do burgo,
que o preferiram aos do Palácio, mais distantes e onde só se entrava, pagando.
Aos domingos e dias festivos e às quintas-feiras à noite, o alegre recinto era
tomado de assalto pela burguesia tripeira, que se apossava da avenida fronteira
ao coreto. Os arruamentos abertos em volta do lago ficavam à disposição das
costureiras, das criadas de servir, dos oficiais de ofício, dos soldados da
municipal. Eram territórios separados. E o que é deveras curioso é que, à
entrada, cada um tomava o seu lugar, como no teatro…”
Cordoaria após o
ciclone de 1941, com café Chaves ao centro
Fachada do interior do jardim do Café Chaves no
chalet na Cordoaria
No início dos anos
90 do séc. XIX foi construído o chalet da Cordoaria; deu lugar, em 1917, ao
Café Chaves que fechou na década de 40 do passado século.
O Café Chaves já tinha aberto as portas ao público para
as bandas da Cordoaria e em 1900, mudou para o rés-do-chão do Hotel
Francfort, na Rua D. Pedro (Rua Elias Garcia após a República),
até 1917, aquando da demolição do edifício que ocupava, para a
abertura da Avenida dos Aliados. Voltou para a Cordoaria até 1947, altura da
sua extinção, primeiro para os baixos da Academia Politécnica, a actual
Reitoria e depois para um chalé situado no jardim da Cordoaria.
Café Chaves e fachada no interior do jardim da Cordoaria
Os centenários
plátanos
O floricultor João
Moreira da Silva diz que:
"os plátanos
que todos os tripeiros conhecem há muitíssimos anos na avenida do coreto do
Jardim da Cordoaria e que, deformados pela moléstia que os atacou, se
assemelham a verdadeiros monstros, devem ter setenta a oitenta anos” (actualmente 140 a 150 anos).
A Flora na Cordoaria
“A Flora”, de
Teixeira Lopes é uma homenagem ao jardineiro, que fundou e administrou o Horto
das Virtudes, José Marques Loureiro (1830-1898) inaugurada em 20/8/1904.
Escultura "O
rapto de Ganímedes" de António Fernandes de Sá (1874-1958)
A escultura na foto
acima, como se vê, esteve inicialmente implantada no jardim de Teófilo Braga (na Praça da República) encontrando-se agora, no jardim de João Pinheiro Chagas (vulgo,
Cordoaria).
Esta personalidade
foi um dos mais activos oponentes da ditadura de João Franco, entre 1906 e 1908
e com o triunfo da República, em 1910, João Chagas foi nomeado representante
diplomático português em Paris, cargo do qual acabou por se demitir, em duas
ocasiões, por discordar do modelo político seguido pelos governantes.
Foi Ministro dos
Negócios Estrangeiros Interino entre 3 de setembro de 1911 e 12 de outubro de
1911 (interino) e duas vezes Primeiro-Ministro (chefe de governo), a primeira
das quais de 3 de Setembro a 12 de Novembro de 1911.
“O Rapto de
Ganímedes” actualmente no Jardim da Cordoaria
Lago do Jardim da Cordoaria em 1910
Eduardo Sequeira
conta-nos, em 1895, que:
“Tal foi o início
do Jardim da Cordoaria tratado ao presente com todo o esmero e onde estão
reunidas uma série de plantas notáveis, principalmente à volta do lago, que é
opulentado com belos fetos arbóreos Alsophilas e Balantiums, e soberbas
palmeiras, cocos etc…”
Lago actualmente
Vista aérea da
Cordoaria onde ainda é visível o chalet do café Chaves no canto inferior
direito e o recinto interior do edifício da reitoria
O parque infantil do
Jardim da Cordoaria identificado pela letra A, em planta de 1949
Na planta acima, no
ângulo formado pelas duas alamedas identificado com a letra A, está
cartografado o recinto infantil criado nos anos 40 do século XX, dando uma
outra finalidade ao jardim.
O parque infantil
ficou com o nome de D. Maria do
Carmo (Ferreira da Silva) Carmona (1879-1956),
a esposa do então Presidente da República, Óscar Carmona.
O recinto infantil
com as suas pérgulas – Fonte: “doportoenaoso”
A Torre dos Clérigos
observada a partir da pérgula do Jardim da Cordoaria c. 1950 – Fonte:
“doportoenaoso”
Ramalho Ortigão no
Jardim da Cordoaria - Ed. Portojo
António Nobre
Na foto acima, no
Jardim da Cordoaria, é possível, ainda, observar um busto em bronze, de António Nobre, da autoria de Tomás Costa, inaugurado em 1926 e que, em 2017, foi roubado a
exemplo de outros espalhados pela cidade e tardou a ser substituído, por um outro, que deixa muito a desejar.
Cordoaria em 1950
Mais recentemente o
vasto espaço a que corresponde a Cordoaria recebeu mais algumas obras de arte.
Amor de Perdição
Da autoria do Mestre
Francisco Simões, a estátua é uma homenagem a um dos maiores e mais prolíficos
escritores da Literatura Portuguesa, Camilo Castelo Branco, autor do romance
'Amor de Perdição', de 1862, ele próprio um homem de arrebatadoras paixões.
Treze a Rir – Ed. JPortojo
No conjunto de fotos
acima, Treze a rir uns dos outros, do madrileno Juan Muñoz (1953/2001).
O último trabalho do artista, homenageando o Porto, capital da cultura,
2001.
O bispo D. António Ferreira Gomes em obra do escultor
Arlindo Rocha
Revolta dos
Taberneiros
A Praça da Cordoaria tem uma história verdadeiramente trágica a
enevoar-lhe o ambiente poético, pois foi aqui que, em seis forcas erguidas sob
os frondosos álamos, pagaram com a vida os 18 indivíduos (13 homens e 5
mulheres) implicados no tumulto contra a criação, pelo Marquês de Pombal, da
Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Foi em 14 de Outubro
de 1757. Instigados, imagina-se por algumas personalidades negociantes de vinho
ingleses, os amotinados no dia 4 de Fevereiro de 1757, respondendo à ordem
pombalina que dava à Companhia Geral de agricultura e Comércio das Vinhas do
Alto Douro, o privilégio da comercialização, na cidade e em 4 léguas em redor,
de todo o vinho maduro, invadiram a casa do Procurador da Companhia, da qual
tinham partido dois tiros, partiram e incendiaram móveis, tocaram a rebate os
sinos da Sé e da Igreja da Misericórdia. O chanceler da Relação temendo o pior,
acabou por declarar que voltava a ficar livre a venda do vinho.
A resposta a tudo isto do Marquês do Pombal foi a que se conhece.
Por estes factos estranha-se a adesão da população às comemorações do
centenário da morte do Marquês de Pombal, efectuadas durante o mês de Maio de
1882, que representaram, talvez, um pretexto de afirmação da liberdade.
Capa do romance “Um
Motim há 100 anos”
O célebre romance “Um
Motim há 100 anos” de Arnaldo Gama tem como tema principal a Revolta dos Taberneiros
de Fevereiro de 1757.
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