terça-feira, 13 de junho de 2017

(Continuação 5) - Actualização em 05/11/2019, 29/04 e 01/10/2020


Diz a tradição que, no século X, este local foi palco de uma sangrenta batalha entre os sarracenos de Almançor e os habitantes do Porto, que acabariam por sair derrotados, originando o arrasamento da cidade.
Dizem outros historiadores que o nome de "Batalha", dado à praça, evoca uma sangrenta ba­talha que por ali se terá travado no século X, entre as tropas cristãs do conde Herme­negildo e as hostes mouras de Abderramão III.
Uns topónimos antigos ligados ao local são os de Campo do Pombal e Terreiro de Nossa Senhora da Batalha (meados do século XVII).



“A mais antiga referência que se conhece ao Campo do Pombal data de 1590 e consta, de um documento, em que se diz que o tal "campo" era "… todo cercado sobre si (todo murado) entestando (confinando) da parte do sul com a estrada que vai entre as paredes (actual Rua de Entreparedes) para S. Lázaro; e da banda da cidade com o rio de Nossa Senhora da Batalha".
Aquilo que no documento aparece como sendo "o rio de Nossa Senhora da Batalha", não passava de um simples riacho cuja água, proveniente do manancial do então chamado "Campo de Mijavelhas" (actual Campo de 24 de Agosto), alimentava um pequeno chafariz que ficava da parte de fora da muralha.
Tendo em conta as limitações apresentadas para a localização do tal "Campo do Pombal", não é difícil concluir, tendo em conta a situação da actual Praça da Batalha, que essa propriedade ficava onde agora está o palacete que foi da família Guedes, da Quinta da Aveleda, em Penafiel, antiga sede da estação central dos CTT”.
Germano Silva – Fonte: “ruasdoporto.blogspot.pt”


No ângulo sudoeste da actual praça ficava situada a Porta de Cima de Vila da muralha fernandina, junto da qual, ficava a Capela de Nossa Senhora da Batalha, que aí estava c. 1600.
É provável que nos começos do século XV ainda não estivesse levantada aquela primitiva capela, junto à Porta da Batalha em Cima de Vila, mas aí, já existia, o culto à imagem daquela invocação, bem como, a uma outra imagem de Nossa Senhora dos Remédios, veneradas na torre junto a essa Porta. Essas imagens, segundo a tradição teriam juntamente com uma outra de Nossa Senhora da Vandoma e venerada na Porta de Vandoma, sido trazidas, de França, pelos Gascões.


Nossa Senhora de Vandoma



Porta da Batalha em gravura de Gouvea Portuense



A planta abaixo, apresenta a capela de Nossa senhora da Batalha alguns anos antes de ser demolida e transladada.



Planta de 1789 de Teodoro Maldonado em que está representada a Capela de Nossa Senhora da Batalha (G), à saída da Porta de Cima de Vila (P) – Fonte: AHMP




No século XVIII, a zona sofreu grandes transformações, sendo demolida a muralha e tendo uma capela sido levantada em 1799, um pouco mais adiante, que seria demolida em 1924. 





Capela Nossa Senhora da Batalha (demolida em 1924)



No século XIX, ainda se realizavam im­portantes feiras e mercados nos terrenos da Praça da Batalha.
Em 1834, há notícia de que no espaço compreendido entre o palacete dos Guedes (antiga estação dos correios) e a entrada da Rua de Santo Ilde­fonso, se fazia, diariamente, um mercado onde se vendiam, essencialmente, frutas, flores e legumes. 
Mais ou menos, junto à escadaria de acesso à entrada principal da igreja paro­quial era costume, por aquele ano, as pa­deiras de Campanhã montarem as suas bancas para a venda do pão que traziam ao Porto. A par com as padeiras, também ali se concentravam, com as suas canas­tras cobertas com uma rede de arame, as lavradeiras de S. Cosme e de Valbom para a venda de galinhas, pintos, patos e ou­tras aves. Era na Praça da Batalha que também se realizava a feira do carvão, da palha e da lenha. Uma feira muito importante para a época, se tivermos em conta que nela se comercializavam os principais produtos produtores de energia, a lenha, o carvão e a palha, a base alimentar dos animais que eram utilizados nos veículos de transpor­te de pessoas e de mercadorias. Esta fei­ra, em 1838, foi transferida para o Largo do Actor Dias, junto do pano da muralha fernandina. 
O grande surto urbanístico da Batalha começou, a bem dizer, em 1881, quando se deu início aos trabalhos de construção da ponte de Luís I, que culminou com a inauguração em 1886, do tabuleiro superior e com a conclusão em 1888, do seu tabuleiro inferior.
Em meados do séc. XIX, a praça era zona de hotéis. Havia o Águia d’Ouro, o Estanislau (à esquina com a Rua da Madeira), o Nova Itália diante do Teatro S. João e ainda, o Hotel Universal, o Hotel Sul-Americano, o Hotel Estrela, o Hotel Floresta das Camélias e alguns outros, na Rua de Entreparedes e imediações.


Praça da Batalha com Hotel Universal ao fundo à direita




À direita, com mastro de bandeira, o edifício onde se instalaria o cinema Águia Douro, entretanto, desactivado




Praça da Batalha c. 1915



De notar, na foto anterior, que a circulação e o estacionamento se fez pela esquerda, até 1928.




Teatro S. João


À esquerda da foto acima, vê-se o terreno de implantação de Messe dos Oficiais. Escondida no canto direito ainda se vê uma pequena parte da igreja da Nossa Senhora da Batalha.



Teatro S. João e Messe dos Oficiais, à esquerda



À direita, na foto acima, pode ver-se o edifício do Teatro Nacional de S. João, construído entre 1911 e 1920, no local onde existiu o primitivo de 1794, destruído num incêndio em 1908.
Ao fundo, o edifício da Messe dos Oficiais (inaugurada em 15 de Setembro de 1926), onde esteve o Hotel Universal, tendo as suas instalações sofrido, para o efeito, uma ampliação.
Pelo meio dos dois edifícios está a Rua Augusto Rosa, de hoje, por onde passava a muralha fernandina.




Foto actual da Praça da Batalha



Tabacaria Alberto Ferreira



Na gravura acima, na Praça da Batalha, na esquina da Rua Entreparedes com a Rua Alexandre Herculano o prédio onde coabitaram o Hotel Continental e, no rés-do-chão, à esquerda, a tabacaria Alberto Ferreira.



Lado poente da Praça da Batalha



Neste lado da praça se instalaram, ao longo dos anos, os cafés Comuna, Leão d’Ouro, Chave d’Ouro e Tropical: os hotéis, Grande Hotel Universal, Hotel Sul-Americano, Grande Hotel do Império; a “Casa de Espanha” e a “Escuela Española”; o Restaurante Stanislau, da cozinheira Gertrudes e o Orfeão do Porto, etc.



À esquerda, parcialmente visível, o edificado a poente


De notar, na foto acima, que a igreja está desprovida de azulejos e o espaço fronteiro está arborizado. Um “Americano” desliza pela praça.



Praça da Batalha, na viragem para séc. XX



Lado poente da Praça da Batalha, em 1906


Na foto editada, o primeiro prédio à direita ainda existe, sendo aquele que é contíguo ao do antigo Café Chave d’Ouro e que, passado cerca de 15 anos sobre a data da foto albergava, no seu rés-do-chão, a camisaria Perdigão.

À esquerda da foto, observa-se uma pequeníssima nesga do prédio que faz esquina com a rua da Madeira e que também subsiste.
O que se lhe segue, parcialmente visível (simétrico em relação ao eixo vertical do quiosque) é o que albergou o Grande Hotel Portuense, primeiro e, depois, a “Casa de Espanha”, tendo sido demolido, posteriormente, para ampliar o Grande Hotel do Império, que substituiria, no local, o Hotel Sul-Americano, que foi propriedade do brasileiro de torna-viagem, Álvaro de Azevedo.

 

 


Praça da Batalha, em 1930, junto à Rua da Madeira - Ed. Pedro Cunha

 

O empresário Álvaro Azevedo, em Novembro de 1911, já proprietário do hotel, entrega pedido de licença na edilidade de modo a remodelar o Hotel Sul-Americano, que obteve a licença de obra nº 440/1912, tornando-o um dos melhores hotéis da cidade.

A decoração evocava vários motivos inspirados na América do Sul sendo, por isso, muito procurado por visitantes oriundos daquelas paragens.
O mobiliário foi elaborado pela casa portuense, “Correia d’Abreu”, sendo usado a nogueira e o freixo americano.
Durante as obras de beneficiação das instalações em causa, foi feito o aproveitamento do primeiro prédio (que se seguia ao que albergou o Hotel Portuense) que manteria o rés-do-chão, os três pisos e águas furtadas e absorveria, ainda, os prédios que lhe eram contíguos até, inclusive, àquele, um pouco esguio, que se encontra meio escondido pela estátua de D. Pedro V.
O conjunto edificado manteria, no entanto, a arquitectura do que tinha sido aproveitado.

 

 


Interior do Hotel Sul-Americano

 

 


Sala de Jantar do Hotel Sul-Americano

 

 


Publicidade ao Hotel Sul-Americano, em 1935

 

 

Na 2ª metade do ano de 1944, o Hotel Sul-Americano foi adquirido por Joaquim Ribeiro de Almeida, dando lugar ao “Grande Hotel do Império”.

 


Grande Hotel do Império antes da ampliação – Cortesia do arquitecto Ricardo Figueiredo

 

 


Praça da Batalha e sinaleiro a controlar o trânsito. O Grande Hotel do Império, ao fundo, ainda não foi ampliado

 

O hotel seria, pouco depois, ampliado.
Na execução do projecto subjacente, o prédio a meio da foto anterior, onde esteve alojado o Grande Hotel Portuense e, posteriormente, a “Casa de Espanha”, foi demolido para ser feita a respectiva ampliação, juntando-se, deste modo, às antigas instalações.
O resultado da intervenção foi o aparecimento de um hotel luxuoso e de referência da cidade, sendo, inclusive, mencionado no filme “O Leão da Estrela”(1947).
Hoje, no local, está o hotel “Quality Inn”.


 

Hotel “Quality Inn”

 







Este palacete, situado no lado oriental da praça, foi construído nos finais do século XVIII, por iniciativa do fidalgo da Casa Real e cavalei­ro da Ordem de Cristo José Anastácio da Sil­va da Fonseca, que estava casado com D. Joana Meireles Guedes de Carvalho, senho­ra da casa da Aveleda, em Penafiel. 
Quan­do as tropas do Exército Libertador coman­dadas pelo rei D. Pedro IV entraram no Por­to, na manhã do dia 9 de Julho de 1832, o imóvel pertencia a Manuel Guedes da Silva da Fonseca Meireles de Carvalho, casado com D. Maria Leonor Teresa da Câmara, que, três anos antes, acabava de ser agraciada (29 de setembro de 1829) com o título de condessa de Pangim, como recompensa pelos altos serviços pres­tados por seu pai na Índia. A partir daí, o imóvel da Praça da Batalha também passou a ser conhecido pela designação de "palácio da condessa de Pangim". Abandonado pelos seus donos, que se retiraram para a sua quinta da Aveleda, em Penafiel, logo a seguir à chegada ao Porto de D. Pedro IV, o palácio foi ocupado pelos liberais, que nele instalaram várias repar­tições militares e civis. 
Foi aqui que Bernardo de Sá Nogueira, mais tarde Marquês de Sá da Bandeira, foi internado após ter sido gravemente ferido, acabando por ver ser-lhe amputado o braço direito ferido.
Em 1842, foi restituído aos antigos donos e, em 1861, quando a Câmara mandou terraplanar o largo, para nele colocar a estátua de D. Pedro V, o palácio ficou cerca de um metro mais alto que o pavimento da praça. A câmara deu ao proprietário 800 mil réis de indemnização, dinheiro usado para rebaixar o pavimento do palácio, o que é bem visível na configuração das janelas do andar térreo.
Em 25 de Fevereiro de 1863, o jornal «O Anunciador» dava conta da realização de um grande leilão de mobílias no «palácio da Praça da Batalha, 62 (…) rendeu esse leilão a quantia de 8.408$284 rs.»




Palacete dos Guedes da Aveleda, na Praça da Batalha, em 1833 – Gravura de J. Villanova


Pela gravura acima, pode observar-se que, para o nivelamento do terreno em frente do palacete, foi necessário fazer um desaterro.
Na década de 1860, o edifício já estava alugado ao Estado, conforme se pode ler no texto que se segue.



«A casa então já era pertença de Manuel Pedro Guedes da Silva da Fonseca Meireles de Carvalho, moço fidalgo da Casa Real com exercício no Paço, senhor da Casa da Aveleda (...), que o alugou ao Estado pela renda anual de 1.200$000 rs., e depois a vendeu, para instalação da estação dos Correios, Telégrafos e Telefones, que ainda lá se encontra, aguardando desde há muito tempo transferência para novo edifício, a construir no cimo da Avenida dos Aliados (...).
Há relativamente poucos anos, na administração geral dos Correios e Telégrafos não existia a escritura de compra, pelo que esse departamento do Estado chegou a suspeitar que o prédio não tivesse sido vendido, mas simplesmente alugado, e assim o comunicou à família Guedes. Ao cabo porém, de várias pesquisas (...), foi encontrado o respetivo documento na Torre do Tombo, não restando portanto nenhuma dúvida sobre a transação efetuada».
Cortesia de Nuno Cruz (Excerto de um artigo do Brigadeiro Nunes da Ponte, in O Tripeiro de Fevereiro de 1952)



Em 13 de Março de 1870, faleceu, repentinamente, Manuel Guedes da Silva da Fonseca, com 60 anos, casado com a Condessa de Pangim.




Palacete dos Guedes em 1900


Palacete dos Guedes da Aveleda em 1905 – Ed. Alberto Ferreira, Tipographia Peninsular; Fonte: “doportoenaoso.blogspot.pt”



Palacete antes da última intervenção



Palacete dos Guedes, actualmente


O povo conhece-o por Palacete dos Guedes, da Quinta da Aveleda, em Penafiel.
Aqui, realizaram-se os mais sumptuosos bailes, no fim do séc. XIX.
Estação Central dos Correios, Telégrafos e Telefones, ao longo de grande parte do século XX, em 2009, o edifício foi vendido ao grupo hoteleiro Hotel Dona Inês e, hoje, é um hotel de 4 estrelas - NH Collection Porto Batalha.
A praça é, desde 1866, dominada pelo monumento a D. Pedro V, da autoria de Teixeira Lopes, pai.




Estátua de D. Pedro V


Na praça está também localizado o Teatro Nacional S. João e o Cinema Batalha.
A operação de reabilitação urbana realizada no âmbito do Porto 2001 envolveu a Praça da Batalha, o Largo Santo Ildefonso, a Rua 31 de Janeiro, Rua Augusto Rosa e Largo 1º de Dezembro, e foi coordenada pelo Arqº Adalberto Dias, tendo colaborado ainda os Arq. Fernando Távora, Alvaro Siza, Souto de Moura, Alcino Soutinho e J. Pedro Xavier.




Teatro S. João


O Teatro Nacional de S. João da cidade do Porto é uma magnífica obra de arquitetura do século XX. No entanto, o primeiro edifício, destruído por um incêndio, foi baptizado com o nome do mesmo santo e seria erguido nos finais do século XVIII. Ainda antes do antigo Teatro de S. João, o Porto teve outro importante palco de espetáculos que se situava numa das dependências do demolido Palácio dos Condes de Miranda, Marqueses de Arronches e Duques de Lafões - casa de espectáculos particular aberta em 1760. Na sua inauguração foi levada à cena uma ópera lírica para homenagear o casamento de D. Maria I com D. Pedro. Este teatro foi riscado por João Glama Stroberle, auxiliado pelos artistas José Régióli, Francisco José, João André Chiape, Veríssimo Nunes, Domingos Teixeira Barreto e José dos Santos Cartaxo.
Contudo, o Porto merecia um mais amplo e condigno espaço cultural. Com efeito, o Corregedor Francisco de Almada adquire parte do terreno da muralha fernandina, na zona da actual Praça da Batalha. As obras arrancam em 1796 e o Teatro de S. João é inaugurado no dia 13 de Maio de 1798 (data de aniversário do futuro rei D. João VI), apesar de as obras ainda não estarem totalmente concluídas, com a comédia "A Vivandeira", motivo este, por que, nos primeiros tempos, ainda lhe deram o nome de Teatro do Príncipe.
A autoria do projecto coube ao arquiteto Vicente Mazzoneschi, não sendo particularmente significativa a sua configuração arquitectónica.
A estrutura interior do original Real Teatro de S. João era semelhante à do Teatro de São Carlos, e a sua composição próxima dos teatros de tipo italiano que, na época, se tinham estabelecido como regra de sucesso.
Na passagem do dia 11 para o dia 12 de Abril de 1908, um violento incêndio reduziu o Teatro de S. João a escombros.


Teatro S. João - Gravura em O Tripeiro 5ª Série, Vol I, pág 119


 Real Teatro S. João antes do incêndio


Real Teatro S. João depois do incêndio - In portoarc.blogspot


Nas duas fotos anteriores está em primeiro plano um fontanário/ candeeiro.
No mesmo ano, o arquitecto Marques da Silva concebia o risco do novo teatro portuense, vindo este a ser concluído em 1918.
Foi inaugurado a 7 de Março de 1920 e, em 1992, foi adquirido pelo Estado português.
Hoje, o edifício totalmente reconstruído é um dos principais edifícios da cidade e local de realização dos principais espectáculos culturais.
Em 2012, o teatro foi reclassificado como monumento nacional. A reclassificação, aprovada em Conselho de Ministros, a 24 de Maio, foi publicada em Diário da República no dia 10 de Julho de 2012.
O actual edifício, de aspecto robusto mas sem estilo definido, é composto por uma imponente frontaria guarnecida por quatro colunas jónicas, entre as quais se abrem três janelas de arco pleno e outras tantas portas.
Internamente, a decoração da sala de espectáculos e principais salões ficou a cargo dos pintores Acácio Lino e José de Brito e dos escultores Henrique Moreira, Diogo de Macedo e Sousa Caldas, sendo estes dois últimos responsáveis pelas quatro figuras alegóricas colocadas no friso do entablamento e que representam a Bondade, a Dor, o Ódio e o Amor.




Praça da Batalha (junto ao Teatro S. João), em 1934. Partida em direcção à ponte Luís I, de uma etapa da V “Volta a Portugal” em bicicleta - In Ilustração Portugueza, de Setembro





Cinema Batalha


O Cinema Batalha é uma sala de espectáculos localizada na Praça da Batalha.
Na foto abaixo, no edifício parcialmente visível, à esquerda da mesma, esteve sedeada a firma "A Construtora", de Campos & Morais, armazém de ferragens e materiais de construção e, desde 1908, a sala de projecção de cinema Salão High Life.



“A Constructora”, de Campos & Morais



Em 1913, neste mesmo sítio, tomará o nome definitivo de Cinema Batalha, tendo sido sujeito o edifício, ao longo dos anos, a várias alterações que acabaram por modificar muito o seu aspecto inicial.




Antigo Cinema Batalha



Em 1947, o novo cinema Batalha foi inaugurado com projecto do arquitecto Artur Andrade.
Foi inaugurado, em 3 de Junho de 1947, sendo constituído por dois auditórios, um com capacidade para 950 lugares sentados (plateia 346, tribuna 222, balcão 382) e o outro, para 135 pessoas. Tinha ainda dois bares e um restaurante com esplanada.
Actualmente, o edifício é propriedade da família Neves Real.
Depois de seis anos, fechado, voltou a abrir ao público, em Maio de 2006, por arrendamento à empresa "Comércio Vivo", uma parceria da Câmara do Porto e da Associação de Comerciantes. 
A "Comércio Vivo" foi criada para gerir os cinco milhões de euros disponibilizados pelo grupo Amorim para compensar os comerciantes pela inclusão de um shopping no Plano de Pormenor das Antas.
Em 31 de Dezembro de 2010, o Gabinete Comércio Vivo entregou as chaves aos proprietários, no último dia do contrato de gestão.
A precisar de uma intervenção, o espaço ficou fechado por vários anos. 
Abriria, no final do ano de 2022, após sofrer obras de vulto, em consequência de um arrendamento do edifício pela parte da autarquia portuense, por 25 anos.



Terreno onde seria levantado o novo Batalha

Cinema Batalha




Igreja de Santo Ildefonso

A Igreja de Santo Ildefonso está localizada na Praça da Batalha, freguesia de Santo Ildefonso.
A igreja foi reconstruída a partir de 1730, por se encontrar em ruínas a primeira igreja, e ficou concluída em 1739, sendo dedicada a Santo Ildefonso de Toledo.
A fachada é composta por duas torres sineiras com dentilhões nas cornijas, rematadas em cada face por esferas e frontões de fantasia. Por cima do entablamento ergue-se o nicho do padroeiro. Guarnecem as paredes azulejos de Jorge Colaço (1932), com cenas da vida de Santo Ildefonso e alegorias da Eucaristia.
A nave é de tipo poligonal em estilo proto-barroco, com tecto em madeira e estuques ornamentais repetidos nas paredes. Os altares laterais são obras neo-clássicas e os colaterais são de talha rococó. O retábulo em talha barroca é rococó da segunda metade do século XVIII.

Igreja de St. Ildefonso

Estátua de D. Pedro V

A meio da praça está a estátua de D. Pedro V com farda de Tenente- General. Foi construída numa única e gigantesca base de granito e o trajeto desde a pedreira de Águas Santas até ao seu destino, de apenas 2km, demorou 14 dias.

Estátua de D. Pedro V – Ed. “portojofotos.blogspot.pt”

“D. Pedro V era filho da Rainha D. Maria II e nasceu em Lisboa no ano de 1837. Subiu ao trono em 1853 e faleceu em 1861, após um curto reinado. 
Fundou em 1859, o Curso Superior de Letras e em 1860, a Escola Normal. Distinguiu-se pela sua cultura e, apesar do reduzido período em que reinou, mostrou ser um governante desejoso de promover o progresso e o bem-estar das populações. 
Monumento com estátua de bronze, da autoria de J. J. Teixeira Lopes (pai) inaugurada em 1866, colocada na Praça da Batalha, mandado construir pela Câmara Municipal sendo lançada a primeira pedra em 11 de julho de 1862. O seu majestoso pedestal em forma octogonal, possui relevos em quatro faces, estando a principal orientada a poente e contendo os emblemas da religião, a face do lado oeste os emblemas da indústria, na face sul tem os emblemas da agricultura e do lado este tem os emblemas das artes. Todos estes lados são legendados. Nos oitavados assentam quatro almofadas, e sobre estas figuram as armas de Portugal, do Porto e de Saxe-Coburgo-Gotha. 
Fonte: portoxxi.com


A primeira pedra da estátua de D. Pedro V na Praça da Batalha foi colocada pelo General Visconde de Rivas, tendo sido enterrado com ela, um cofre com moedas cunhadas no tempo de D. Pedro V, o auto de inauguração em pergaminho e uma lâmina de prata com inscrições latinas.

2 comentários:

  1. Apreciei muitíssimo a v/ descrição da Praça da Batalha e seus monumentos.
    Os melhores cumprimentos
    Leonor Furtado

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  2. Muito obrigado por seguir este blogue. Esperamos que continue a ser do seu agrado.
    Cumprimentos

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