sexta-feira, 19 de outubro de 2018

25.14 Hotel Monumental Palace


No edifício da Avenida dos Aliados (situado entre o chamado edifício Garantia e o edifício do Comércio do Porto) começado a construir em 1925, com risco do arquitecto Michelangelo Soá, onde esteve a “Pensão Monumental” e no rés-do-chão o “Café Monumental”, passou a estar, presentemente, após recuperação geral do mesmo, o “Hotel Monumental Palace”.
A recuperação mencionada ficou a cargo dos arquitectos portuenses Audemaro Rocha e Pilar Paiva de Sousa.
Sobre aquela “Pensão Monumental”, um anúncio publicitário de 1935, dizia:
“Magníficos quartos com água corrente quente e fria, telefone e chauffage, mobiliários modernos. Excelente serviço de mesa, salas próprias para casamentos e excursões, sala de televisão, etc.”
Por sua vez, o Café Monumental foi inaugurado em Novembro de 1930, sendo considerado um dos mais luxuosos da Península Ibérica e tendo chegado a oferecer, em permanência, duas orquestras, uma de jazz e outra de música clássica.
Na cave, tinha serviço de restaurante e bar. Diferenciava-se dos demais pela enorme dimensão das suas salas, pela diversidade e beleza das suas decorações e por ser, na altura, dos poucos que possuíam uma esplanada com a originalidade de as cadeiras serem de palhinha.


À direita o edifício do Café Monumental


“O Monumental dispunha ainda de 24 mesas de bilhar e ficou famoso por causa do jogo do quino (tômbola, como lhe chamavam) que se jogava numa ampla sala do primeiro andar. Era frequentado por um público muito heterogéneo: jornalistas, arquitetos, médicos, funcionários da Banca e dos seguros, caixeiros, comerciantes, mas, sobretudo, pelos jovens que lá iam atraídos pelos famosos concertos do Monumental. O café tinha efetivamente uma ampla sala de concertos onde, diariamente, tocavam duas orquestras ao vivo. Foi num desses concertos que um dia, quando o “cinema mudo” estava a desaparecer e começava a surgir o “ falado”, ou “sonoro”, que se cantou aquela célebre canção: “ Teodoro não vás ao sonoro / Teodoro se tu fores eu choro”. Ainda há de haver por aí muita gente que trauteou esta cançoneta.”
Com o devido crédito a Germano Silva


Esplanada do Café Monumental observada do interior do mesmo


Esplanada do Café Monumental no passeio da Avenida dos Aliados



No espaço ocupado pelo café, que encerrou em 1940, estaria depois, um stand da Fiat, cujo projecto de instalação se iniciou em 1941, da autoria de Manuel da Silva Passos Júnior.
Em 1937, a entrada do edifício em que estava instalado o Café Monumental, na Avenida dos Aliados já tinha sido remodelada, por Arménio Losa (1908-1988).



“O Monumental Palace é um projeto de recuperação de um imóvel neoclássico datado de 1923, projetado por Michelangelo Soá para albergar um hotel. Atualmente com 76 quartos, spa (com saunas, piscina, ginásio), restaurante, bar e café, este último aberto à cidade, o novo hotel de cinco estrelas da cidade, localizado na Avenida dos Aliados (considerada a futura zona premium do Porto) procurou recuperar a monumentalidade perdida do edifício, apostando na qualidade e nobreza dos materiais reabilitando o espírito Art Déco e Art Nouveau da época”.
Fonte: “dinheirovivo.pt/”


Monumental Palace – Imagem extraída do projecto de recuperação do edifício


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