No edifício da Avenida dos Aliados (situado entre o chamado
edifício Garantia e o edifício do Comércio do Porto) começado a construir em
1925, com risco do arquitecto Michelangelo Soá, onde esteve a “Pensão Monumental” e no rés-do-chão o “Café
Monumental”, passou a estar, presentemente, após recuperação geral do mesmo, o
“Hotel Monumental Palace”.
A recuperação mencionada ficou a cargo dos arquitectos
portuenses Audemaro Rocha e Pilar Paiva de Sousa.
Sobre aquela “Pensão Monumental”, um anúncio publicitário de
1935, dizia:
“Magníficos quartos
com água corrente quente e fria, telefone e chauffage, mobiliários modernos.
Excelente serviço de mesa, salas próprias para casamentos e excursões, sala de
televisão, etc.”
Por sua vez, o Café Monumental foi inaugurado em Novembro de
1930, sendo considerado um dos mais luxuosos da Península Ibérica e tendo chegado a oferecer, em permanência, duas orquestras, uma de jazz e outra de
música clássica.
Na cave, tinha serviço de restaurante e bar. Diferenciava-se
dos demais pela enorme dimensão das suas salas, pela diversidade e beleza das
suas decorações e por ser, na altura, dos poucos que possuíam uma esplanada com
a originalidade de as cadeiras serem de palhinha.
À direita o edifício do Café Monumental
“O Monumental dispunha
ainda de 24 mesas de bilhar e ficou famoso por causa do jogo do quino (tômbola,
como lhe chamavam) que se jogava numa ampla sala do primeiro andar. Era
frequentado por um público muito heterogéneo: jornalistas, arquitetos, médicos,
funcionários da Banca e dos seguros, caixeiros, comerciantes, mas, sobretudo,
pelos jovens que lá iam atraídos pelos famosos concertos do Monumental. O café
tinha efetivamente uma ampla sala de concertos onde, diariamente, tocavam duas
orquestras ao vivo. Foi num desses concertos que um dia, quando o “cinema mudo”
estava a desaparecer e começava a surgir o “ falado”, ou “sonoro”, que se
cantou aquela célebre canção: “ Teodoro não vás ao sonoro / Teodoro se tu fores
eu choro”. Ainda há de haver por aí muita gente que trauteou esta cançoneta.”
Com o devido crédito a Germano Silva
Esplanada do Café Monumental observada do interior do mesmo
Esplanada do Café Monumental no passeio da Avenida dos
Aliados
No espaço ocupado pelo café, que encerrou em 1940, estaria depois, um
stand da Fiat, cujo projecto de instalação se iniciou em 1941, da autoria de Manuel da Silva Passos Júnior.
Em 1937, a entrada do edifício em que estava instalado o Café Monumental, na Avenida dos Aliados já tinha sido remodelada, por Arménio Losa (1908-1988).
Em 1937, a entrada do edifício em que estava instalado o Café Monumental, na Avenida dos Aliados já tinha sido remodelada, por Arménio Losa (1908-1988).
“O Monumental Palace é
um projeto de recuperação de um imóvel neoclássico datado de 1923, projetado
por Michelangelo Soá para albergar um hotel. Atualmente com 76 quartos, spa
(com saunas, piscina, ginásio), restaurante, bar e café, este último aberto à
cidade, o novo hotel de cinco estrelas da cidade, localizado na Avenida dos
Aliados (considerada a futura zona premium do Porto) procurou recuperar a
monumentalidade perdida do edifício, apostando na qualidade e nobreza dos
materiais reabilitando o espírito Art Déco e Art Nouveau da época”.
Fonte: “dinheirovivo.pt/”
Monumental Palace – Imagem extraída do projecto de recuperação
do edifício
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