Os primórdios
“Alberto Henrique Andresen recorda em O
Tripeiro Série V, Ano V, a inauguração no Porto do automóvel Decauville, em
Maio de 1897, importado por seu pai, que tinha o mesmo nome. Diz aquele que foi
o segundo automóvel a entrar em Portugal. O motor era um monocilindro de 3
cavalos, pesava 180 quilos e tinha 2 velocidades para a frente. Foi fabricado
pela Benz.
O Decauville foi desencaixotado e
experimentado num campo de ténis da Rua do Barão de Nova Sintra. Depois de um
pequeno acidente e já habituado a manobrá-lo passeava pela cidade. Não tinha
volante, usando uma barra horizontal com um manípulo vertical que o condutor
fazia girar. Era muito incómodo o calor que saía do motor e atingia o assento.
Combinado que foi um passeio matutino a
Vizela, acompanhado de três triciclistas, verificou-se, em Ermezinde, que o
carro vertia gasolina. De imediato se bateu a uma porta pedindo uma rolha que
resolvesse o problema. Entre gargalhadas o condutor contou ao seu
acompanhante: “Calcule que de
entrada fui encarado como um foragido do Conde Ferreira. Se lhe parece, às sete
da manhã e com esta vestimenta, entrar numa casa estranha a reclamar com
insistência por uma rolha!” Mas depois de muitas peripécias, uma
das quais foi um dos triciclistas cair ao Rio Vizela, lá chegaram, finalmente.
A foto abaixo mostra a saída destes “turistas” para o passeio.
Este carro foi vendido pelo Sr. Andresen ao
Sr. António da Silva Cunha, fundador de Camisaria Confiança, em Agosto de 1900.
Esta informação foi tirada de O Tripeiro Volume 6, Série 3, de Abril de 1927;
trata-se de um testemunho do comprador do carro ao Sr. Silva Cunha e morador em
Amarante”.
Fonte:
“portoarc.blogspot.com”
Alberto Henrique
Andresen (pai) na sua viagem a Vizela em 1897 no Decauville
Alberto Henrique Andresen, em 15 de Agosto de 1902, encetaria uma nova viagem, que foi notícia, ligando Porto a Vigo.
Sobre o aparecimento do automóvel no Porto nos dá conta a
troca de argumentos inserida n’ “O Tripeiro”, que faz referência ao texto
anterior, mas, situa a aquisição da viatura, no ano de 1901.
Vamos acreditar na anterior, por ser a do filho do
proprietário.
Texto sobre o aparecimento do 1º automóvel no Porto - “O
Tripeiro”, Volume 2 – 110
Texto de resposta ao anterior – “O Tripeiro”, Volume 2 – 110
Foi o Conde de Avilez, um dos primeiros em Portugal, a ter
por transporte, um automóvel. Era um Panhard
& Levassor de 1895, que acabaria por ser vendido para o Porto e, hoje, está
no Museu dos Transportes, na Alfândega do Porto.
“(…) um Panhard & Levassor comprado pelo conde
de Avilez que depois de uma viagem a Paris, ficou entusiasmado com este novo
meio de transporte e encomendou um exemplar á Casa Panhard & Levassor.
Várias peripécias marcaram a sua entrada em
Portugal. Na Alfândega não sabiam qual a designação a atribuir ao objecto, se
uma alfaia agrícola ou uma "locomobile" (máquina movida a vapor).
Acabou por se optar pela última designação. Numa viagem de Lisboa para o Sul
atropelou um burro. Foi este o primeiro acidente automóvel da nossa história.
Atingia a espantosa velocidade de 20 km/h”.
Fonte:
“portoarc.blogspot.com”
Panhard &
Levassor na Circunvalação c. 1900 – Ed. Aurélio da Paz dos Reis
Quanto ao registo
oficial no Porto das primeiras viaturas, O Tripeiro, Série VI, Ano V, dizia:
“ O primeiro
automóvel registado com a chapa nº 1, no Porto, no Governo Civil e não em
qualquer conservatória, pertenceu ao Dr. Afonso Pinto Coelho Soares de Moura
Quintela, de Lousada, e foi adquirido em 1902.
Os dez primeiros
registados na competente Conservatória do Porto, todos importados de 1 a
10/8/1911, foram registados em nome do respectivo proprietário:
1 Charron (Luís da Silveira e Castro, de Tongues, Vila do Conde);
1 Bertiet (Albano de Melo Ribeiro Pinto, de Águeda);
1 Martini (Joaquim António Lopes, do Porto, que mais tarde o passou para
Augusto Pinto da Rocha);
1 Leon Peugeot (Monteiro e Dantas, de Monção);
1 Minerva (João Cândido de Almeida, do Porto);
1 Minerva (Sebastião M. Neves da Cruz, do Pinheiro da Bemposta que o transferiu
para António Lourenço da Cunha, de Matosinhos);
1 George Roi (Alfredo da Cunha (Rasa), de Gaia);
1 Daimler (João Abrantes, do Porto);
1 Daimler (Domingos Fernandes da Silva, da Vila da Feira);
1 Mercedes (D. Júlia Cândida de Armada Alegria, de Oliveira de Azeméis, que
viria também a transferi-lo para Pedro de Freitas, desta cidade).
Claro que já
rodavam no Porto muitos carros desde há muitos anos, mas não sei como era, até
àquele ano de 1911 feito o registo da sua propriedade e que, segundo alguns
teriam sido Alberto Anderson, Manuel Pinto da Fonseca e Visconde Pereira
Machado, nos fins do século passado ou nos princípios do corrente, os
percursores do automobilismo na Capital do Norte”.
Fonte:
“portoarc.blogspot.com”
Sua Alteza, o Infante D. Afonso de Bragança, duque do Porto,
responsável pela
organização das primeiras corridas de carros em Portugal, ao volante da sua
viatura
O Infante D. Afonso
(1865-1920), duque do Porto, era o segundo filho do rei D. Luís I e da rainha
D. Maria Pia e irmão mais novo do rei D. Carlos. Era conhecido como «O
Arreda».
Entusiasta da
velocidade ao volante, acelarava no seu automóvel aos gritos «Arreda, Arreda!»
para que as pessoas saíssem da frente, o que lhe valeu o cognome.
O primeiro cidadão a
obter a primeira carta de condução passada no Porto, pela Circunscrição do
Norte, foi o Dr. Mateus da Graça Oliveira Monteiro, em 1911.
Entre 11/7/1914 e
17/7/1914, encetou uma viagem de Paris ao Porto de cerca de 3.000 Kms, por
estradas perigosa e deploráveis.
Carta de condução nº
1
O Dr. Mateus
Oliveira em 1909 ao volante do seu Hotchkiss de 1908
Tabela das Taxas a pagar pelos automobilistas, em Dezembro de
1922
Exposições auto
Seria na sequência da realização do “1º circuito do Minho”,
realizado em 1913, e do enorme êxito obtido aquando da exposição, na nave
central do Palácio de Cristal, dos veículos participantes naquela prova
desportiva, que foi decidido realizar exposições anuais, naquele recinto.
In revista “Ilustração Portuguesa”
de 30 de Junho de 1913
Assim, o “1ª Salão Automóvel do Porto” realizou-se entre 14
(Domingo) e 21 de Junho de 1914, no Palácio de Cristal, com a organização do
certame a cargo de dois sportman (como se dizia na altura) – César Ramos e
Romualdo Torres – com a colaboração do Automóvel Clube de Portugal, que tinha
sido fundado em 15 de Abril de 1903.
Romualdo Torres ficaria também conhecido por ter sido
jogador do F. C. do Porto.
Estariam presentes no “1º Salão Automobilista do Porto”
através dos seus representantes e importadores, em Portugal, quarenta e seis
marcas de automóveis, sete de motociclos e nove empresas de acessórios,
incluindo gasolineiras e pneumáticos.
O jornal “A Capital” faria, a propósito desta grandiosa
realização portuense, uma extensa reportagem que merece ser lida.
In jornal “A Capital” de 17 de Junho de 1914
A 1ª Grande Guerra, entre 1914/1918, impediria que, durante
esse quadriénio, se realizassem exposições naquele período e nos anos
seguintes.
A partir de 1922, o certame voltaria à cena, quase todos os
anos, no mesmo palco de sempre, até ao eclodir da 2ª Grande Guerra (1939-1945).
Em Maio de 1924, realiza-se no Palácio de Cristal a “III
Exposição Internacional de Automóveis, Aviação e Sports”.
“III Exposição Internacional de Automóveis, Aviação e Sports”,
em 1924 – Fonte: Cinemateca; Realização da Invicta Filmes
“III Exposição Internacional de Automóveis, Aviação e Sports”,
em 1924 – Fonte: Cinemateca; Realização da Invicta Filmes
Exposição Automóvel do Porto, em 1926
Em, 10 de Junho de 1928, o jornal “O Commercio do Porto”,
publicava uma grande reportagem sobre o “VI Salão de Automóveis” a decorrer no
Palácio de Cristal.
Exposição Automóvel do Porto, em 1933
Em Abril de 1935, ocorre no Palácio de Cristal o “X Salão
Automóvel” e, simultaneamente, o “1º Congresso Nacional de Automobilismo e
Aviação Civil”, com a presença de 120 congressistas.
Provas automobilísticas
A história do automobilismo no Porto, mais propriamente na
Boavista, começa nos anos 20, onde se organizaram, durante alguns anos, os
populares “quilómetros lançados”.
“Em 1923, a primeira ligação à Boavista, com
a disputa do “Quilómetro Lançado da Avenida” no troço da mesma que sempre foi
usado – a faixa descendente desde o cruzamento para Pereiró, até ao café Bela
Cruz. A prova despertou um interesse inusitado, atraindo uma assistência de
muitos milhares de pessoas. Foi também anunciada como “a prova mais premiada do
país” com 6 taças, 10 medalhas e uma peça artística de bronze para os melhores
classificados. O vencedor foi Abílio Nunes dos Santos, em Mercedes, tendo
participado os melhores volantes de então, como Henrique Lehrfed, um grande
campeão, Mário Ferreira, grande volante portuense, Eduardo Ferreirinha, um nome
que ficou na história do automobilismo português, Carlos Eduardo Bleck, volante
e aviador consagrado e Jorge Novais, futuro dirigente do ACP e Director de
Prova nos Circuitos da Boavista.
(…) Dois anos depois, realizou-se a 2ª.
edição do “Quilómetro Lançado da Avenida da Boavista”, com a presença de uma
multidão de espectadores superior à registada na prova precedente. Ainda,
segundo Vasco Callixto na obra citada, “De novo, os transportes públicos
circularam apinhados de gente a caminho do local da prova, utilizando outros os
mais diversos meios para chegar à Boavista, para onde a organização fez
deslocar 100 guardas a pé e 40 a cavalo, 120 polícias, 50 porteiros e 100
voluntários para diversos serviços”. Contando com 36 inscritos em automóvel e
apenas 4 em motos, os vencedores foram, respectivamente, Carlos Eduardo Bleck,
em Bugatti e Joaquim Goncalves, em Indian. Entre os novos automobilistas que
disputaram a prova estiveram Fernando Palhinhas, Alfredo Marinho Jr e Diogo
Cabral (pai de Nicha Cabral).
No ano seguinte, logo em 1926, a “Rampa da
Circunvalação” que se disputou numa única edição, num dia chuvoso de
Outono e que, mesmo assim “reuniu uma moldura humana impressionante”, segundo
um jornal da época. Esse diário diz ainda que “as médias baixaram por causa do
mau tempo, mas o espectáculo foi favorecido pelas – dérrapages – feitas por
muitos dos participantes”. Vencedores, três portuenses: Categª. Corrida –
Eduardo Ferreirinha, em Bugatti; Categª. Sport: Fernando Palhinhas, em Ariés;
Categª. Turismo: Mário Gonçalves, em Austin, este pai e avô de duas gerações de
pilotos”.
Fonte: António Pinto
de Mesquita, In “aviagemdosargonautas.net”
A primeira edição do circuito automóvel com o nome formal de
“Circuito da Boavista” realizou-se, apenas, no ano de 1931, sendo o circuito
constituído por duas longas rectas nas faixas laterais da Avenida da Boavista,
unidas por duas curvas com um raio de 10 metros. A primeira edição desta
competição foi ganha por Fernando Palhinhas ao volante de um Singer Nine,
percorrendo apenas 30 voltas em vez das 50 definidas para o circuito. Já nos
dois anos seguintes, 1932 e 1933, a corrida seria ganha por quem percorresse a
maior distância no tempo fixo de 90 minutos.
“Durante os restantes anos da década de
trinta, não voltou o Porto a receber grandes eventos de automobilismo desportivo.
As provas de velocidade em circuito foram transferidas para outras paragens no
Norte do país, nomeadamente, para Vila Real. Nesse circuito, para além das
cinco vitórias alcançadas por Vasco Sameiro, alguns portuenses alcançaram
resultados de relevo, como Casimiro de Oliveira que venceu a categoria
sport em 1937, na que foi a primeira vitória de um Jaguar, modelo SS 100, numa
corrida internacional. De referir, também o contributo dado ao desporto
automóvel pelo, já várias vezes citado, industrial e volante portuense Eduardo
Ferreirinha na construção de viaturas de corrida por si concebidas e equipadas
com motores Ford V8, que constituíram a equipa Ferreirinha-Ford e participaram
nas edições de 1936 e 1937 e que foram conduzidas pelo próprio, por Giles
Holroyd e por Manuel de Oliveira (esse mesmo, o cineasta).
Aliás, os irmãos Manuel e Casimiro de
Oliveira, alcançaram resultados interessantes em provas disputadas no
estrangeiro, por exemplo no Circuito da Gávea, no Brasil, em 1938, onde
foram 3º e 5º classificados, respectivamente, em confronto com grandes volantes
europeus, como o alemão Hans von Stuck e os italianos Brivio e Pintacuda”.
Fonte: António Pinto
de Mesquita
Na sequência do texto anterior diga-se, que, em 1936 Manuel
de Oliveira comprou um BMW 315, e foi com esse carro que competiu no V Circuito
Internacional de Vila Real, durante o qual chegou mesmo a liderá-lo, mas, viria,
no entanto, a acabar em 2º lugar, já que a prova foi ganha por Adolfo
Ferreirinha.
BMW 315 de Manuel de Oliveira, em 1936, em Vila Real – Fonte:
“vilarealracing.com”
Entretanto, em 1931, já se tinha realizado o “I circuito do
Ave”, uma prova ganha por Roberto Sameiro num Alfa-romeo 6C 1750, que ganharia
também a categoria Sport.
O seu irmão, Gaspar Sameiro, em Ford A 3200, venceria a
categoria Corrida e Alfredo Marinho,
em Austin Seven, obteria o 3º lugar.
Os prémios seriam entregues no, então, casino de Vila do
Conde.
“I circuito do Ave – Vila do Conde” em 27 de Setembro de
1931. O casino, inaugurado em 1918, destaca-se, à direita
Na foto acima, a meta da prova, está junto do Palace-Hotel
(invisível, à esquerda), inaugurado em 1920, sob a direcção técnica de José
Wissmann, spbrinho do conhecido hoteleiro, Conrad Wissmann.
VII Grande Prémio de
Portugal - Fórmula 1
O ano de 1950 marcou uma viragem total na história do
Circuito da Boavista, que surgiu reconfigurado e redimensionado, com um novo
traçado de 7.775 metros, após a inclusão de novas ruas e estradas, como foi o
caso da Estrada da Circunvalação, a Avenida Dr. Antunes Guimarães e a Rua do
Lidador. Além disso, o Automóvel Club de Portugal (ACP), responsável pela
organização, alargou os horizontes da corrida atribuindo a esta um cariz
internacional, conseguindo com isso a participação de mais e melhores pilotos
nacionais, e de alguns dos grandes talentos internacionais. Foi então criado o
“I Circuito Internacional do Porto”, que se realizou a 18 de Junho de 1950.
Devido ao enorme êxito da primeira edição, o “II Circuito
Internacional do Porto”, realizado a 17 de Junho de 1951, levou à elaboração de
um mais arrojado programa por parte do ACP, designado de “I Grande Prémio de
Portugal”. Dos cerca de 30 pilotos esperados na prova, 16 eram estrangeiros. O
número de espectadores, estimados foi de cerca de 100 000. Em 1952 o uso de
capacete tornou-se obrigatório.
Até ao ano de referência, de 1958, de realização do Grande
Prémio de Fórmula 1, o Circuito Internacional do Porto aconteceu, com êxito
garantido.
Grande Prémio do Porto em 1954
Casimiro Oliveira em Ferrari no Grande Prémio do Porto em
1954
Luigi Villoresi – Vencedor do Grande Prémio Porto de 1954
Ferrari de Casimiro Oliveira acidentado no Grande Prémio do
Porto em 1955 – Ed. Luís Sousa
Acidente de Filipe Nogueira (por terra a ser socorrido) no
Grande Prémio do Porto em 1956
O circuito da Boavista recebeu o Grande Prémio de Fórmula 1,
em Portugal, por duas vezes: 1958 e 1960.
Assim a 24 de Agosto de 1958, 3 meses após Portugal ter-se
sagrado no Pavilhão dos Desportos do Palácio de Cristal, campeão do Mundo de
Hóquei em patins, a Fórmula 1 chegava finalmente a Portugal e logo à cidade do
Porto.
Uma estreia acompanhada com a vinda dos grandes nomes da
época, na competição como Stirling Moss, Mike Hawthorn, Jack Brabham, Graham
Hill e a primeira mulher a pilotar um Fórmula 1 – Maria Teresa de Filippis,
entre muitos outros. O Grande Prémio de Portugal era a nona prova a contar para
os Campeonatos do Mundo de Pilotos e de Construtores (este último instituído
pela primeira vez nessa temporada).
Cartaz do VII Grande Prémio de Portugal em 1958
VII Grande Prémio de Portugal - Campeonato do Mundo de
Condutores 1958
Neste ano, Mike Hawthorn e Stirling Moss lutavam de forma
acesa pelo título de campeão, com o Porto a assistir a uma emocionante corrida,
com Moss a levar a melhor sobre o rival e a manter-se na luta pelo título.
A esta corrida de 1958, segundo relatos da época, terão assistido
mais de 100 mil pessoas.
Panhard & Levassor de 1895 em exposição em 1º plano
durante o VII Grande Prémio de Portugal de 1958
A seguir, se pode ler o que o Diário de Lisboa contava sobre
as peripécias da corrida.
Stirling Moss – Vencedor do VII Grande Prémio de Portugal -
Campeonato do Mundo de Condutores 1958
No início da década de 60, o Circuito da Boavista recebeu o
“IX Grande Prémio de Portugal”, prova que marcaria a despedida do Circuito da
Boavista, dos palcos do automobilismo nacional e internacional.
Campeonato do Mundo de Condutores de 1960
Concorrente ao X Grande Prémio de Portugal - 1960 (Campeonato
do Mundo de Condutores de Fórmula 1), em aproximação ao Castelo do Queijo
Na foto acima, podemos observar que a estrada está entre a
sub-estação do STCP e o mar. Hoje, essa área foi invadida pelas águas e a nova
estrada de circulação do trânsito, passa a Nascente daquela sub-estação.
IX Grande Prémio de Portugal 1960 - Campeonato do Mundo de Condutores
de Fórmula 1 (Castelo do Queijo)
Em 2005, 45 anos após as últimas glórias vividas no Circuito
da Boavista, o cheiro e o barulho dos motores, voltaram finalmente ao Circuito
da Boavista, com a realização do Grande Prémio Histórico do Porto de 2005.
A Câmara Municipal do Porto teve um papel fundamental para o
regresso deste circuito, cuja estrutura física se manteve na zona da Boavista e
Circunvalação, onde foram construídas novas infra-estruturas para o efeito.
De 8 a 10 de Julho de 2005 as emoções estiveram ao rubro, e
muitos foram os pilotos que marcaram épocas passadas, que não quiseram faltar à
chamada e sentir de novo a adrenalina de disputar uma prova inesquecível, bem
como o público presente que tem desde sempre estado à altura do evento,
enchendo as bancadas e áreas circundantes.
Em 2007 Circuito foi melhorado, com algumas obras de
beneficiação que visaram aumentar a segurança e a competitividade, de forma a
permitir a realização de mais e melhores provas, como foi o caso do Campeonato
do Mundo de Carros de Turismo (WTCC).
O Circuito da Boavista realizou-se em 2009, 2011 e 2013,
contando sempre para o WTCC.
Em 2015, devido à retirada de apoios do Turismo de Portugal,
a autarquia portuense não conseguiu realizar a prova, e a corrida portuguesa do
WTCC foi transferida para o Circuito Internacional de Vila Real.
Em volta do Parque da cidade está delimitado o último
percurso do Circuito da Boavista
Para além das provas de velocidade automóvel, em circuito,
os portuenses sempre se mostraram entusiastas de outras modalidades, mormente
pelos Ralis, nos quais, algumas vezes, foram usadas as ruas da cidade.
Viatura passando junto à Capela do Senhor e Senhora da
Ajuda, na Pasteleira, em prova de rali, em 1962
Perspectiva actual da foto anterior
Viatura passando no Jardim do Calém (ao fundo da Rua das
Condominhas), no Ouro, em prova de rali, em 1962
Simca 8/1100, de 1948, no II Rali de Miramar, em 1949
(Continua)
Mais um belíssimo e importante documento da vida e história desta cidade. Todavia, não posso deixar de dizer o seguinte:
ResponderEliminarSe no ressuscitar do evento,
"A Câmara Municipal do Porto teve um papel fundamental para o regresso deste circuito, cuja estrutura física se manteve na zona da Boavista e Circunvalação, onde foram construídas novas infra-estruturas para o efeito." aqui tem origem o meu sentido reparo. Para que tal acontecesse foi destruída a rede "arrancados os carris" do eléctrico e destinados à sua implementação de acordo com o Programa da Porto2001. Hoje, os autarcas de Porto e Matosinhos suspiram por tal projecto. Não sonhavam ainda com o Terminal de Cruzeiros e com o boom turístico da actualidade. Levou a melhor um devaneio automobilístico sobre o interesse e aspirações das populações dos dois concelhos. Hoje perguntarão os turistas e os locais o que são aqueles pedaços de carris visíveis aqui e ali a funcionarem como memória da irresponsabilidade de quem os Portuenses entregaram a defesa da sua cidade.
Cumprimentos e Obrigado
Antes de mais agradeço as considerações elogiosas que teceu a propósito deste blogue.
ResponderEliminarPor outro lado, gostava de lhe transmitir que concordo plenamente com o seu reparo e lamento, por não ter avançado até Matosinhos o trajecto do carro eléctrico, em tempos projectado. Não sei, mesmo, se o circuito automobilístico (entretanto suspenso) da Boavista é impeditivo de tal desiderato. Penso que as duas realidades poderão muito bem coexistir.
Agora, dir-lhe-ei em termos de confidência, algo que sei ser irrealizável: Gostava de ver circular, os eléctricos como antigamente pela cidade, bem como os troleicarros, onde as linhas de metro não chegassem. Em época de luta contra a poluição, essa medida seria de um benefício enorme.
Obrigado pela consideração demonstrada ao responder ao meu comentário. Aproveito ainda para concordar em absoluto com o regresso duma moderna rede de eléctricos ( fomos a primeira cidade da Península Ibérica a ter essa rede) e com a referência a essa decisão "criminosa" que foi o desaparecimento da rede de Troleycarros. Motores EFACEC e carrocerias Salvador Caetano incomodavam os interesses de muitos fornecedores estrangeiros deste tipo de material circulante. Ficarei por aqui dado que "para bom entendedor, meia palavra basta".
EliminarCumprimentos e uma vez mais Obrigado.