História do ACP (Automóvel
Clube de Portugal) no Porto
Fundado na sociedade de Geografia de Lisboa, em 15 de Abril
de 1903, o Real ACP passa a ter existência legal a partir da aprovação pelo
Governo Civil de Lisboa dos seus estatutos, em 31 de Maio de 1903.
O Presidente Honorário, passa a ser o rei D. Carlos, O
Vice-Presidente Honorário o Príncipe Luís Filipe e como Presidente Perpétuo da
Assembleia Geral, o Infante D. Afonso (Duque do Porto).
O primeiro emblema é da autoria do rei.
Primeiro emblema do ACP
Em 1910, o “Real ACP”, passa a “ACP”. Assim, em Outubro
daquele ano, é deposto pela direcção nas mãos do Vice-Presidente da Assembleia
Geral, sob a presidência do Conde de Castelo Melhor, os destinos do clube.
Novo emblema do ACP
Em 6/5/1914, são
eleitos os primeiros directores do ACP do Porto -Eduardo Vilares, Dr. Mateus de
Oliveira Monteiro (portador da licença de condução nº 1), João Antunes
Guimarães, Francisco de Lima e Francisco de Brito.
O Dr. Mateus da Graça de Oliveira Monteiro, nasceu no dia 9
de Maio de 1874, na cidade do Porto, e faleceu em 3 de Março de 1933.
Desde sempre, desenvolveu grande paixão pelos automóveis e
foi, mesmo, pioneiro do automobilismo em Portugal.
Foi, ainda, advogado, notário e o fundador da Comissão
Técnica do Automobilismo e, consequentemente, o detentor da primeira carta de
condução do Norte.
Geriu uma agência do extinto Banco Popular Português,
e colaborou com diversas publicações, como a revista “O Tripeiro”, da
qual foi Director, desde Setembro de 1931, até ao momento em que o seu precário estado de saúde o obrigou a
afastar-se e, também, em outros periódicos do Porto, como “O Paíz”.
Era filho do parlamentar
António de Oliveira Monteiro, deputado da Nação, Par do reino, professor
da Escola Médico-Cirúrgica do Porto, Provedor da Santa Casa da Misericórdia do
Porto, Governador Civil e antigo
Presidente da Câmara Municipal do Porto, que viria o seu nome perpetuado
na toponímia citadina: a Rua Oliveira Monteiro.
De notar que esta rua, aberta em 1868, ficou também
conhecida como “Estrada do Carvalhido à Boavista”, e era um troço da muito
frequentada “Estrada de Villa do Conde”, conforme se pode observar a
seguir, em planta de 1868.
1. Travessa do Matadouro Público; 2. Estrada de Vila do
Conde; 3. Estrada do Carvalhido à Boavista (Oliveira Monteiro); 4. Praça do Exército Libertador; 5. Rua da Prelada
A propósito da personalidade do Dr. Mateus Oliveira Monteiro
escrevia “O Tripeiro” - ANO XIV 1974
“Foi com o Dr. Antunes Guimarães e outros,
examinador no Porto, quando ainda esse lugar, longe de ser remunerado,
constituía um sério encargo, pois eram as pessoas que constituíam essa
primitiva Comissão Técnica que, por subscrição entre si, arcavam com todas as
despesas.
Colaborou estreitamente no primeiro Código da Estrada e
na organização do Conselho Superior de Viação, do qual foi consultor jurídico;
lançou as bases para a constituição da Conservatória do Registo Automóvel e
representou o ACP, como seu delegado, na Junta Autónoma das Estradas e em
várias reuniões anuais da Associação Internacional dos Automóveis Clubes
Reconhecidos, onde era justamente considerado. Em todos estes cargos deu
mostras duma inexcedível nobreza de caracter que lhe valeu grande
prestígio.”
Em 1914, realiza-se no Porto, no Palácio de Cristal, o 1º Salão Automóvel.
1º Salão Automóvel em 1914 no Palácio de Cristal
“O I Salão Automóvel, em Portugal, realizou-se na cidade do Porto, no ano de 1914.
A ideia surgiu em 1913, após a realização do primeiro "Circuito do Minho." No final da prova desportiva, os veículos que nela participam foram expostos na nave central do antigo Palácio de Cristal do Porto.
A iniciativa tem um enorme sucesso e foi o "motor" da exposição automóvel em Portugal. A grande afluência de público, levaram a que fizessem o convite ao gerente do Palácio de Cristal e ao Automóvel Club de Portugal para organizar uma exposição anual de marcas de automóveis. No entanto com a eclosão da Primeira Grande Guerra, em 1914, impediu a realização do evento nos anos que se seguiram.
A partir de 1922, e até ao início da II Grande Guerra em 1939, o Salão Automóvel do Porto é foi organizado quase todos os anos no Palácio de Cristal.
Estas grandes exposições de automóveis contribuem decisivamente para a divulgação do automóvel em Portugal”.
Vítor Fernandes (2010) In “autobloggerdoporto.blogspot.com”
Exposição Automóvel de 1926 no Palácio de Cristal
Exterior da Sede do ACP (emblema na varanda) no Porto, na Rua
Cândido dos Reis nº 100 – Ed. Alvão
Interior das instalações da Sede do ACP, no Porto, na Rua
Cândido dos Reis nº 100
Primeiro veículo de assistência em viagem, em 1933,
disponível para Lisboa e Porto
Em 1935 é inaugurada a primeira escola de condução do ACP no
Porto, quando no ano anterior o mesmo tinha já acontecido em Lisboa.
Pronto-socorro “Studebacker” em 1935
Revista do ACP com Praça da Liberdade na capa, em 1938 –
Fonte: “portoarc.blogspot.com”
Revista do ACP com Ponte Luiz I na capa em 1943 – Fonte: “portoarc.blogspot.com”
Em Abril de 1959 são inauguradas as instalações da sede
actual no Porto na Rua Gonçalo Cristovão
Durante as cerimónias a que respeita a foto anterior, foi
atribuída à Secção Regional do Norte do ACP a medalha de ouro de Mérito
Desportivo. Na ocasião, foi oferecido por doação ao ACP pela família Garrido, o
primeiro automóvel entrado em Portugal em 1895, o “Panhard & Lavassor”.
Instalações do ACP desde 1959 na Rua Gonçalo Cristovão
Carros de instrução à porta da sede do ACP na Rua Gonçalo
Cristovão
(Continua)
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