Via Norte
A Via Norte é
um nome dado à N14, nos seus primeiros km, entre a VCI e a Maia.
A 3 de Setembro de
1959, foi inaugurada a Via Norte, obra integrada no conjunto dos principais
acessos rodoviários do Porto, pelo ministro das Obras Públicas Arantes e
Oliveira.
Via Norte na década
de 1970, junto do que viria a ser a Estalagem da Via Norte (à esquerda) –
Fonte: “Estradas de Portugal”, pág. 48
Jornal de Notícias, de 3 de Setembro de 1959
Arantes e Oliveira discursando no dia da inauguração da Via
Norte
Estação de Serviço na Via Norte, junto da “Estalagem da Via
Norte”
Com origem nos anos 70, como Estalagem Via Norte, agora é o Hotel
Via Norte que ocupa aquele edifício já com alguma história.
“A existência de
espaços de reflexão política, vulgo "think thank", não é muito
habitual em Portugal. Poucos são os clubes de reflexão política que continuam a
existir entre nós com uma atividade regular e com produção de pensamento
próprio.
Saliento o Clube dos
Pensadores que, graças ao trabalho do Joaquim Jorge, se afirmou, ou a Questão
Coimbrã, do Jorge Castilho, que vai dando cartas junto ao Mondego.
Fora dos partidos
políticos, lançado pela iniciativa de José Vieira de Carvalho, então autarca da
Maia, nasceu, a 4 de dezembro de 1995, o Clube Via Norte, assim chamado por se
reunir na Estalagem com o mesmo nome.
Desde então, já lá vão
20 anos, e desaparecidos Vieira de Carvalho, Albino Aroso, Antero Torres ou
Lucas Pires, entre outros, o Clube Via Norte, com personalidades da área da
social-democracia, reuniu com regularidade todas as segundas-feiras para
discutir ideias e políticas. Umas vezes em debate interno, outras com
convidados como Adriano Moreira, Cavaco Silva, Jacques Santer, Durão Barroso,
Paulo Rangel, Rui Moreira, embaixadores estrangeiros ou Pedro Passos Coelho, o
clube soube sempre discutir temas e assuntos que nem sempre estavam na ordem do
dia”.
Dr. António Tavares, In JN de 14/12/2015
Ponte da Arrábida
“Ponte da Arrábida –
Foi em 1945 que, motivado pelo muito movimento de viaturas na estreita Ponte
Luís I se começou a desenhar a ideia de construir uma nova ponte. Discutia-se
muito se devia ser viária ou viária-ferroviária. Porém, em 1954, tomou-se a
decisão de ser exclusivamente viária e na Arrábida. Foi desenhada pelo Eng.
Edgar Cardoso e construída sob a direcção do Eng. José Zagallo. Foi inaugurada
em 22 de Junho de 1963. Nos primeiros tempos o trânsito era diminuto e,
recordámo-nos bem, os portuenses afirmavam que muito dinheiro tinha sido
deitado ao rio. Na verdade, os automobilistas entendiam que seria uma grande e
dispendiosa deslocação vir do centro para a Boavista e, entrados em Gaia, terem
de voltar para trás, onde tinham as suas casas ou escritórios. Porém, quando se
construiu a Via de Cintura Interna e, do lado Sul, se abriram novos
arruamentos, bem como o rápido desenvolvimento das cidades a Ocidente,
chegou-se a um ponto tal de estrangulamento de trânsito que foi necessário
construir nova ponte. Quando havia um acidente na ponte ou seus acessos o Porto
ficava bloqueado.”
Cortesia de Rui Cunha (portoarc.blogspot.com/)
Perspectiva sobre a foz do rio Douro obtida a partir do
Palácio de Cristal em 1838 – Ed. J. Holland
Projecto de 1960 para a Ponte da Arrábida, não concretizado,
da autoria de Inácio Peres Fernandes e Edgar Cardoso
Projecto de 1960 para a Ponte da Arrábida, recusado, da
autoria de Inácio Peres Fernandes
Colocação da cofragem central do arco durante a construção
da Ponte da Arrábida – Fonte: AHMP
Fase final da colocação do cimbre central do arco durante a
construção da Ponte da Arrábida – Fonte: AHMP
Publicidade do fornecedor de betão para a construção da
Ponte da Arrábida
A Ponte da Arrábida era, à data da sua inauguração, a ponte
com o maior arco em betão existente no mundo.
O engenheiro Edgar Cardoso vinha de conceber uma outra, que
se apoiava num arco de betão, embora de dimensões mais reduzidas, na foz do rio
Sousa, um afluente do rio Douro, inaugurada cerca de dez anos antes, em 27 de
Maio de 1952, pelo presidente da República, general Craveiro Lopes, na mesma
ocasião em que foi inaugurado o Estádio das Antas.
Sobre a inauguração da Ponte da Arrábida, o jornal “Diário
de Lisboa”, a exemplo de outros, fazia uma chamada em destaque na 1ª página.
In “Diário de Lisboa” de 22 de Junho de 1963 - Cortesia Fundação
Mário Soares / DRR - Documentos Ruella Ramos
Américo Tomás percorrendo as ruas do Porto, passando em frente
da Feitoria, aquando da sua presença na cidade para inaugurar a Ponte da
Arrábida – Fonte: AHMP
Vista panorâmica do Porto, de meados da década de 1960, com
destaque para a Ponte da Arrábida, desenhada a aguarela por António Cruz Caldas
enquanto litógrafo e maquetista da Empresa do Bolhão – Fonte: AHMP
A Ponte da Arrábida observada desde a zona do Aleixo –
Desenho de Gouveia Portuense, 1963 – Fonte: AHMP
Ponte da Arrábida em perspectiva obtida a partir do Palácio
de Cristal, com o chafariz que esteve na Rua de Santos Pousada (Rua de S.
Jerónimo), em 1º plano
De referir ainda que a ponte foi dotada de quatro
elevadores, dois de cada lado, que permitiam o trânsito pedonal entre a
marginal e a cota alta e, na própria ponte, entre as duas margens. Devido ao
intenso trânsito de veículos, que ocorre nos nossos dias, há já alguns anos que
os mesmos foram colocados fora de serviço.
Como curiosidade diga-se que na parede exterior da caixa desses
quatro elevadores, se podem ainda observar umas esculturas, com cerca de 5 metros, dos escultores Barata
Feio e Gustavo Bastos.
Representam "O Génio Acolhedor da Cidade do
Porto", "O Génio da Faina Fluvial e do Aproveitamento
Hidroeléctrico", "O Domínio das Águas pelo Homem" e "O
Homem na sua Possibilidade de Transpor os Cursos de Água".
Ponte da Arrábida com uma caixa de elevador visível em primeiro plano – Ed. Pedro Fonseca
A Ponte da Arrábida foi classificada Monumento Nacional em
23 de Maio de 2013.
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