"Sanhudo: o Caricaturista do Porto"
Corria o último quartel de oitocentos e um cidadão, de seu
nome, Sebastião Sampaio de Souza Sanhudo, nascido em Ponte de Lima (20/2/1851;
17/08/1901), mas radicado no Porto, desde a sua adolescência, dava a conhecer a
arte da “banda desenhada”, que dava então os primeiros passos, também chamada
de “histórias aos quadradinhos”.
Sebastião Sanhudo, desde cedo, se revelou com uma singular
habilidade para o desenho, sem mestres ou orientadores.
Nos inícios da década de 70, veio para o Porto para assentar
praça como voluntário, onde terá permanecido durante cinco anos.
Requereu a sua inscrição na Academia Portuense de
Belas-Artes, em 13 de Outubro de 1871, que foi aceite, para frequentar as aulas
de desenho histórico, e nesta Academia esteve inscrito durante os anos lectivos
de 1871 a 1874, pelos quais foi transitando sempre com aprovação e mérito
singular, não tendo, no entanto, cumprido os regulamentares cinco anos de
frequência para terminar o curso.
Foi também aluno do Instituto Industrial (1870-1872).
Para além de um emérito caricaturista, foi um dos mais
reconhecidos litógrafos do seu tempo, tendo fundado, em 1877, a Litografia Portuguesa, na Rua do
Laranjal (actual lado poente da Avenida dos Aliados), 112-116, que passará em
1885, para a Rua de Santa Catarina, nº 146 (onde estava em 1887) e, mais tarde, pela
Rua de S. Lázaro, nº 429, onde estava em 1896 e em 1901, aquando do seu
falecimento.
Foram inicialmente seus sócios, dois trabalhadores e o seu
irmão mais velho, João Inácio da Cunha e Sousa, um rico negociante que, em
1895, fundava com um seu filho, na Rua de Malmerendas, a Litografia Nacional.
A Litografia Portuguesa, Inicialmente, era mais conhecida
pela “Litografia do Sanhudo”.
A elipse aponta a localização da “Litografia do Sanhudo” na
Rua de S. Lázaro (hoje, a Avenida Rodrigues de Freitas), nº 429, em planta de
Telles Ferreira de 1892
No primeiro prédio à esquerda esteve a “Litografia do Sanhudo”.
Ao fundo a Rua de Entreparedes – Fonte Google maps
“Litografia
Portuguesa – Os empregados desta importante oficina
que, como é sabido, pertence aos Srs. Sanhudo e Irmão, solenizaram no dia 1 do
corrente o 10º ano de fundacão daquele estabelecimento industrial, bem como o
2º da sua instalacão na casa que ocupa na rua de Santa Catarina. Todas as
dependências da Litografia estiveram expostas durante o dia, tendo os
visitantes ocasião de apreciar a beleza e a perfeicão de muitos trabalhos que ali
se achavam patentes e entre os quais sobressaia um cartão –
anúncio do estabelecimento delicadamente desenhado e impresso.
A noite a frontaria do edifício esteve iluminada.
In jornal “O
Comércio do Porto” em Janeiro de 1887
“O Sorvete” de 1 de
Janeiro de 1887, comemora 10 anos da empresa e os 2 anos na Rua de Santa
Catarina (instalações na imagem)
“Sanhudo” era amigo e colaborador (como correspondente no
Norte) dos periódicos humorísticos de Rafael Bordalo Pinheiro e Leal da Câmara,
que reconheciam nele um autor de méritos firmados na área do humor e com um
traço muito singular e pessoal.
Foi reconhecido como um dos maiores retratistas do seu
tempo.
“Foi fundador dos
periódicos humorísticos: O Pae Paulino
(15/7/1877-26/4/1879; Sanhudo sai a 7/1/1878 - seu primeiro ensaio a
nível profissional no campo das artes do humor e da caricatura), Piparotes (6/1/1889-17/2/1889) e O Sorvete (9/6/1878- 30/12/1900 - o
mais longevo periódico de humor de Oitocentos e um dos mais duradoiros de
sempre), periódico, este, que foi o seu maior legado a esta área tão importante
da imprensa e que para sempre perpetua o seu nome.
Engendrou vários
almanaques que acompanharam a sua produção periódica humorística. A maior
parte deles, tais como a Galeria do
Sorvete (1879 e 1881), a Procissão
de Celebridades Portuenses (1884), o Almanack do Sorvete para 1888 e O Cosmorama (1901), são notórias obras-primas, quer pelo seu
carácter de inovação, quer pela mestria da sua consecução.
Foi um dos pioneiros da arte das crónicas e narrativas em Histórias aos
Quadradinhos, ou bandesenhismo, no nosso país, tendo desde o início da sua
produção dedicado grande parte da sua obra a esta forma de arte tão singular e
à altura tão revolucionária e inovadora.
(…) O cômputo geral, e a principalidade, da obra
deste litógrafo, cronista, retratista, ilustrador, humorista e caricaturista é
um dos maiores repositórios de documentação literária e gráfica sobre o
Oitocentos português a todos os níveis”.
Cortesia de Rui Manuel da Costa Perdigão da Silva Fiadeiro
Duarte (de Cifantes e Leão)
O periódico “O Pae
Paulino” foi publicado de 15 de Julho de 1877 (data do número programa) a
26 de Abril de 1879.
Saía às segundas-feiras (excepto o número programa) e era um
semanário humorístico, com escritório no Passeio das Virtudes, depois na
Picaria e mais tarde no Campo Mártires da Pátria, e que tinha Agostinho Albano
da Silveira Pinto como director, e António Moutinho de Sousa como
administrador, director, editor e proprietário, e editada pela Tipografia Ocidental de Joaquim da Costa
Carregal.
O semanário comportava a chamada "revista ilustrada dos
acontecimentos da semana" que ocupava integralmente a quarta página do
jornal, e que então obteve um enorme sucesso.
Conta-se, que numa daquelas ilustrações dos acontecimentos
semanais alusiva a certa exposição de aves realizada no Palácio de Cristal, terá
conduzido a que Sebastião Sanhudo tenha levado uma bofetada da célebre Maria
Henriqueta de Mello Lemos e Alvellos, que era proprietária do Grande Hotel do
Louvre, na Rua do Rosário, onde se hospedara o imperador do Brasil, na sua
visita ao Porto. Não gostando aquela dama de se ver caricaturada em forma de
ave, procurou o Sanhudo na litografia da Rua do Laranjal, e vai de lhe pregar
um bofetão.
Sanhudo, visto tratar-se de uma senhora, ficou com a
bofetada e não deu troco.
Tanto neste periódico, como depois n’O Sorvete,
Sanhudo apresenta histórias aos quadradinhos, fazendo dele um dos pioneiros
desta arte em Portugal.
“E o mais curioso é que outros desenhadores do Porto se
apressaram a seguir os passos de Sebastião Sanhudo, pois na ‘Gazeta da
Holanda’ também vamos achar balões em HQ assinadas “Marraschino & Cª”
(1878). Também no mesmo ano, em ‘O Pist-Arola’ encontramos HQ assinadas J. S.
Menezes. Estávamos a seis anos dos ‘Apontamentos Sobre a Picaresca Viagem do
Imperador Rasilb pela Europa’ (de Bordalo)”.
Cortesia de Rui Manuel da Costa Perdigão da Silva Fiadeiro
Duarte (de Cifantes e Leão).
A inauguração da Ponte Maria Pia: Fonte – O Pae Paulino.
N.º 15, 1º Ano. Porto: 5 de Novembro de 1877, pp. 2-3.
Na gravura acima, a propósito da inauguração da ponte
ferroviária Maria Pia, é contada uma história aos quadradinhos, envolvendo
alguns acontecimentos da cidade.
Crítica ao celibato
dos padres – Fonte: Revista “Pae Paulino”, Ano I, nº 47 de 17 de Junho de 1878
Revistas de Banda
Desenhada
Não deve haver alguém que, com mais de 40 anos, não tenha na
sua juventude devorado os livros aos quadradinhos ou os livros de aventuras.
Não tendo sido o Porto, neste aspecto, durante grande parte
do século XX, o centro da edição destas obras era, contudo, um grande
consumidor do produto.
Para além disso, teve em Sebastião Sanhudo, um portuense por
adopção, com a sua actividade editorial centrada na cidade do Porto, um
percursor de mérito nesta arte, ainda durante o século XIX e de que outros
desenhadores do Porto foram seguidores: “Marraschino & Cª” e J. S.
Menezes.
As diversas colecções das Histórias aos Quadradinhos (HQ), a
que só mais tarde se chamou Banda Desenhada, chegavam às bancas, regularmente,
com os alfarrabistas a ter um papel fundamental, quando através de trocas e
baldrocas, colocavam os livros de aventuras, ao alcance de todos.
Para os de menos posses, entre a compra e a venda, ficava um
pequeno diferencial correspondente à leitura.
Hoje, as revistas mais antigas e ícones de várias
juventudes, transacionam-se por valores importantes para figurarem em vitrines
de colecionadores.
“Mais valorizada é a
mítica revista "Mosquito" (1412 edições), que fez as delícias dos
miúdos nas décadas de 30 e 40, cujas cerca de 50 colecções existentes no país,
podem valer até 7500 euros.
É o caso do
"Diabrete" (887 números) e do "Cavaleiro Andante" (556),
transaccionados por três mil euros, ou do "Camarada" (194) por metade
do valor. "O Mundo de Aventuras", espalhado por quatro décadas, cinco
séries e mais de 2 mil números é difícil de cotar.”
Fonte: F. Cleto e Pina, In JN 14 Abr 2010
“O Papagaio”
“O Papagaio foi uma
revista de banda desenhada portuguesa fundada em 1935 por Adolfo Simões Muller.
Colaboraram na revista o pintor portuense Júlio Resende e o actor-desenhador,
José Viana, era uma revista infantil e apresentava nas suas páginas o célebre
Trolaró desenhado pelo sueco Jacobson.
Foi a primeira revista
portuguesa de BD e, também a primeira não francófona do mundo, a publicar o As
Aventuras de Tintin de Hergé.”
Fonte: “pt.wikipedia.org/wiki”
“O Papagaio”
“O Mosquito”
“O primeiro número da
mítica revista portuguesa de banda desenhada “O Mosquito” saiu para a rua a 14
de Janeiro de 1936. Chegou a vender 80 mil exemplares semanais no auge da sua
existência e é uma referência única na história da BD em Portugal. Um grupo
alargado de admiradores da revista e entusiastas da banda desenhada reúne-se
amanhã em Lisboa num almoço comemorativo da efeméride.
A revista custava 50
centavos (metade de um escudo, a moeda da época) e os cinco mil exemplares de
tiragem, considerável para a altura, esgotaram-se rapidamente – o mesmo
aconteceu nos números seguintes – e a publicação continuou a crescer de semana
para semana. Passou por vários ciclos editoriais e formatos, e conheceu mesmo
uma periodicidade bissemanal (saía à quarta-feira e ao sábado) no período de
1942 a 1948. A cisão, neste último ano, entre os seus dois fundadores e
principais animadores, António Cardoso Lopes Júnior (conhecido também por
Tiotónio) e Raúl Correia, marcou o início do declínio da publicação, que saiu à
rua pela última vez em 1953.
As razões deste
curioso sucesso editorial, num pequeno país atrasado e com elevada taxa de
analfabetismo, e numa época de grande asfixia política e cultural, continuam
por explicar totalmente. José Ruy, autor português de bandas desenhadas que
descobriu “O Mosquito” aos cinco anos de idade – e viria a colaborar nele
intensamente anos mais tarde –, sintetiza com rara felicidade a reacção
maravilhada de uma geração ao aparecimento da revista, num texto publicado na
obra “História da BD Publicada em Portugal - 1ª parte” (Edições Época d'Ouro):
“Esse jornalinho
funcionou para mim como uma janela aberta ao mundo e à fantasia; equivalia ao
que hoje representa o ecrã da televisão.”
Para o historiador e
crítico António Dias de Deus, “O Mosquito” é “o alfa e o ómega do jornalismo
infantil português, do gosto juvenil, da aventura tornada imagem, da figura
elaborando o gesto e a fala”, escreveu no mesmo livro. E o fascínio que
provocou de forma duradoura tem a ver, segundo o mesmo autor, com a
circunstância de aquela publicação ter sido “o espelho fiel dos jovens que o
liam, enquanto estes começavam a entrever a realidade através do fluxo feérico
da banda desenhada”.
Até 1941, a revista
publicou “comics” ingleses com textos didascálicos (por baixo das imagens) e
séries espanholas de humor (assinadas por Arnal, Moreno e outros). António
Cardoso Lopes assinava as diatribes de Zé Pacóvio e Grilinho. Em 1942, no auge
da guerra, “O Mosquito” reduz o formato para metade devido à falta de papel e é
no decurso do ano seguinte que Eduardo Teixeira Coelho passa a colaborar na
revista com capas, ilustrações e construções de armar.
As novelas de José
Padinha, Raúl Correia, Lúcio Cardador e Orlando Marques surgem ao lado das
bandas desenhadas inglesas e espanholas. É nesta fase que autores clássicos do
país vizinho como Jesús Blasco, Emilio Freixas e Ángel Puigmiquel chegam ao
conhecimento do público. O português Vítor Péon revela-se igualmente nesta fase
que vai até 1948, considerado por Dias de Deus o período áureo de “O Mosquito”.
Em 1946 a revista
regressa ao formato inicial, publicando as grandes criações de Teixeira Coelho.
No ano seguinte, José Ruy começa a trabalhar na publicação a desenhar e
litografar as cores. Entretanto, José Garcês e Jayme Cortez assinarão em “O
Mosquito” as suas primeiras histórias significativas.
Em 1948 dá-se a
separação entre Raúl Correia e Cardoso Lopes. José Ruy publicará ali,
finalmente, a sua primeira e única história, “O Reino Proibido”.
As duas últimas fases
da publicação caracterizaram-se pelo aparecimento de dois fortes concorrentes,
“O Mundo de Aventuras” e “O Cavaleiro Andante”.
A revista saiu pela
última vez em 24 de Fevereiro de 1953. Era “O Mosquito” nº 1412.
Fonte: Carlos Pessoa, In Jornal Público (14 Jan 2011)
O Mosquito em 1936
Último Mosquito
Diabrete
A revista Diabrete, começou a sua publicação a 4 de Janeiro de 1941 tendo deixado de
existir em 1951. É sem dúvida uma das que mais marcaram o universo visual
juvenil do Estado Novo e a única publicação rival do Mosquito. A longevidade de ambas
deve-se ao facto de se terem adaptado aos gostos da geração, apresentando novos
heróis, ilustradas por grandes nomes da praça, (Fernando Bento, Marcello de
Morais, A. Maniez, José Manuel Soares, entre muitos outros), com um desfile de
contos e rubricas variadas de interesse lúdico, e didáctico (separatas e
construções de armar, organizou concursos e espectáculos e editou romances
destacáveis, etc.) bem como de poemas da autoria de Adolfo Simões Muller,
educador inexcedível da juventude.
Fonte: “in-libris.com”
“O Diabrete”
Mundo de Aventuras
“Mundo de Aventuras
foi uma revista portuguesa de banda desenhada. Iniciou a sua publicação em 18
de Agosto de 1949. Saíram 1841 números até 15 de Janeiro de 1987, data em que
se publicou pela última vez.
Começou por ser uma
revista com histórias em continuação, publicando, na sua primeira fase,
essencialmente banda desenhada norte-americana. No seu primeiro número iniciou
com a publicação das séries Steve Canyon, Rip Kirby, Flash Gordon, Brick
Bradford, Barney Baxter, Johnny Hazard e Alley Oop.
Iniciou também a
publicação das histórias João dos Mares, As aventuras de Dick e Capitão Águia.
A revista teve duas
séries de numeração. A primeira durou até ao nº 1252, saído em 20 de Setembro
de 1973. A partir dessa data, houve um renumeração da revista até ao seu final,
no número 589, saído em 15 de Janeiro de 1987.
Foram seus directores
na Fase 1: Mário de Aguiar e José de Oliveira Cosme e na Fase 2: Vitoriano Rosa
e António Verde”.
Fonte: pt.wikipedia.org/
Mundo de Aventuras nº 143 de 8 de Maio de 1952
Cavaleiro Andante
“A 5 de Janeiro de
1952, um sábado, surgia pela primeira vez nas bancas portuguesas o “Cavaleiro
Andante”, um dos mais importantes títulos do jornalismo infanto-juvenil
português.
A nova publicação
vinha retomar o “combate” com o Mundo de Aventuras, ocupando o lugar deixado
vago pelo Diabrete uma semana antes, por isso, ao contrário do habitual, havia
quase uma sucessão pacífica, com títulos e colaboradores a passarem de uma para
a outra.
Era o caso de Fernando
Bento (1910-2010) que trazia para a nova revista o seu estilo elegante e
personalizado, assinando logo no número inaugural as primeiras páginas de Beau
Geste, baseado no clássico de Percival C. Wren, uma das suas mais conseguidas
criações, e também a capa, com um cavaleiro de armadura montado num fogoso
corcel.
Fruto da época que
então se vivia e da pressão crescente da censura (e da auto-censura), a maior
parte deste material vinha das melhore revistas católicas franco-belgas e
italianas, obedecendo “a uma probidade e sensatez absolutas”, como escreve A.
Dias de Deus em “Os Comics em Portugal”.
A sua selecção esteva
a cargo de Adolfo Simões Müller (1909-1989), anteriormente responsável pelo
Papagaio, Diabrete ou Foguetão que, ainda segundo Dias de Deus, soube conciliar
“as preferências da juventude” com “os condicionamentos impostos pelas normas
de educação dita formativa”.
O Cavaleiro Andante,
que também se destacou pelo bom papel e impressão, terminaria no nº 556, a 25
de Agosto de 1962, registando uma mudança de formato no nº 327 e a crescente
preferência por histórias completas na fase que corresponde ao seu declínio e
fim”.
Fonte: “asleiturasdopedro.blogspot.pt”
Primeiro número do Cavaleiro Andante
Cavaleiro Andante
Falcão
“Ao longo dos 45 anos
de existência, o “Falcão” começou por custar 2$50, em 1958 e quando deixou a
banca dos quiosques custava 5 €, sendo sempre editado pela Agência Portuguesa
de Revistas, Lda e na fase final pela Electroliber, Lda.
Os primeiros 82
números de “O Falcão” tiveram um formato substancialmente diferente dos
restantes 1286 números.
Se a segunda série se
assemelhava às britânicas War Picture Library ou Thriller Picture Library,
tendo publicado inúmeras das aventuras que foram editadas por estas revistas de
quadradinhos, o mesmo acontecendo com a terceira série, a primeira ter-se-ia
inspirado antes na igualmente britânica Look and Learn, com rubricas
semelhantes, adaptadas à realidade portuguesa, ilustradas por desenhadores
nacionais, pelo menos na sua maioria.
Em grande parte, os primeiros números de O Falcão contêm
material britânico, mas também oriundo dos quadradinhos franco-belgas, como foi
exemplo a série Artur, o Fantasma Justiceiro (Arthur le Fantôme Justicier), de
Jean Cézard, ou as histórias curtas de Claude Henri. Mas é notória a presença
de séries como Wulf, the Briton, aqui intitulada O Preço da Liberdade,
estranhando-se que a Censura de antes de 25 de Abril de 1974 tenha deixado
«passar» um tal título numa revista para jovens, ou a presença ocasional de
outras aventuras, como O Vale dos Monstros Perdidos, da autoria do grande Bill
Lacey.
Aventuras inéditas
todas as semanas faziam sonhar milhares de adolescentes, que viajavam pelos
sete mares, atravessavam pradarias, percorriam os céus e os campos de combate
da II Guerra Mundial, mergulhando por último, no espaço sideral…
Surgem também
histórias curtas, de uma a duas páginas, originárias da Grã-Bretanha, como é o
caso de O Sabichão Malaquias e o seu criado Bons Dias, Diabruras do Tiro-Liro
(originalmente Pixie Pip)”.
Fonte: tralhasvarias.blogspot.pt
Falcão nº1, em 1958
Revista “O Falcão”
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