Comemorações no Porto
do Centenário da morte do Infante D. Henrique
Em 1960, o Porto assistiu às comemorações do 5º centenário
da morte do Infante D. Henrique (4 de Março de 1394, Porto - 13 de Novembro de
1460, Sagres), que se realizaram por todo o País.
O ponto alto das comemorações, na cidade invicta, prendeu-se
com a inauguração da remodelada Casa do Infante e de outros edifícios a ela
anexos e de uma outra inauguração, ocorrida no Largo António Calém, de um monumento
dedicado ao esforço que os portuenses desenvolveram na expansão marítima, no
tempo do Infante D. Henrique.
Aquele Largo António Calém, que outrora já se chamou Largo
do Ouro, deve a actual toponímia em memória de António Alves Calém, nascido em
1829, que por ali teve uma fábrica de Curtumes, apesar de a família da qual foi
patriarca ficar a ser mais conhecida, na cidade, pelo negócio que desenvolveu
ligada ao vinho do Porto.
Em 1859, deu sociedade ao seu filho António Alves Calem Júnior e criou a “A.A. Calem & Filho, Lda”.
Em 1859, deu sociedade ao seu filho António Alves Calem Júnior e criou a “A.A. Calem & Filho, Lda”.
Cortesia de Jorge Fernandes Alves
Monumento ao “Tripeiro”, de Lagoa Henriques, inaugurado em
1960, no Largo António Calém – Ed. AHM do Porto
Placa colocada no pedestal do grupo escultórico do Monumento
ao “Tripeiro”
Aquele monumento, até à sua implantação, teve uma história
um pouco atribulada.
Ele teria sido o resultado de um concurso ganho, em
parceria, por Lagoa Henriques, Siza Vieira, Augusto Amaral e Alcino Soutinho.
Diz-se que, devido a ser o betão o material proposto para
ser utilizado na escultura, a obra teria sido vetada por Oliveira Salazar.
Mais tarde, seria contactado apenas Lagoa Henriques, que foi
incumbido para que projectasse e executasse uma obra, mas individualmente.
O escultor começaria de início por recusar a missão, mas por
pressão dos seus parceiros, em reunião ocorrida no café Majestic, acabaria por
aceitar a tarefa, fazendo uso de um material mais tradicional.
Assim, nasceria a obra “Memória
em Louvor da Grei”.
O acto inaugural da «Memória em Louvor da Grei», no Largo de
António Calém, com benção do monumento pelo Administrador Apostólico da Diocese
do Porto, D. Florentino de Andrade e Silva, ocorre em 27 de Agosto de 1960.
Quanto à denominada Casa do Infante (actual), ela irá surgir
da doação pelo Estado, em 1958, de uns armazéns e anexos, à chamada Casa do
Infante D. Henrique, sitos na Rua da Alfândega Velha, à Câmara Municipal do
Porto, com o objectivo de aí se instalar um museu, e duma outra doação, dos
antigos armazéns da Fazenda Nacional, propriedade do Banco Nacional
Ultramarino.
É, por essa ocasião que, nomeada uma Comissão, ela se
associa à Comissão das Comemorações Henriquinas, e depois de analisarem a
situação, é decidido avançar com uma intervenção para as construções anexas e
incorporá-las na Casa do Infante.
O arquitecto Rogério de Azevedo, já com o cargo de delegado
da “Comissão das Comemorações do V Centenário da Morte do Infante”, é o
escolhido para intervencionar em todo o conjunto arquitectónico.
Até ao início de 1960, estão concluídas as coberturas e
feita a consolidação de paredes.
Até ao fim desse ano, a obra vai ganhar contornos
definitivos.
Em 20 de Dezembro, são adquiridos os candeeiros.
Casa do Infante, actualmente
Construção da Nau no Cais do Ouro para as comemorações dos
500 anos da morte do Infante D. Henrique – Ed. Teófilo Rego (1960)
A Nau que foi construída para as “Comemorações do V
Centenário da Morte do Infante” (1960), em 2º plano, durante as cheias de 1962
Lançamento à água, no estaleiro do Ouro, em 1960, de uma nau
similar às usadas na expedição a Ceuta (1415)
Cortejo Fluvial. Chegada à Ribeira das réplicas de naus
construídas no estaleiro do Ouro para as “Comemorações do V Centenário da Morte
do Infante” (1960) – Fonte: “portoarc.blogspot.com”
Cortejo presidencial (Portugal e Brasil) nas comemorações “V
Centenário da Morte do Infante D. Henrique”, em 1960, de passagem pela Praça de
Almeida Garrett, em frente à estação de São Bento
Subindo a Avenida dos Aliados, o cortejo dos presidentes
Américo Tomás, de Portugal, e Juscelino Kubitschek de Oliveira, do Brasil,
aquando das comemorações do “V Centenário da Morte do Infante D. Henrique”, em
1960
Vista obtida sobre a Avenida dos Aliados e Praça da
Liberdade, a partir da Praça do Município (hoje, Praça do General Humberto
Delgado), durante uma cerimónia, com a presença dos presidentes de Portugal e
Brasil, integrada nas Comemorações do “V Centenário da Morte do Infante D.
Henrique”, em 1960
Envelope e selo (comemorativo do 1.º dia de circulação - 26
de Junho de 1960) do Centenário da Morte do Infante D. Henrique
Moeda comemorativa
do V centenário da Morte do Infante (1960)
(Continua)
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