sexta-feira, 22 de março de 2024

25.233 Câmara Municipal

 
Quanto ao actual edifício da Câmara Municipal do Porto, foi começado a construir em 1920 e ocupado a partir de 1957.




Câmara Municipal a começar a ser construída e Avenida dos Aliados a ser rasgada, c. 1925


Câmara actual, em construção, c. 1930
 
 
 
 

Construção da Câmara, vista do Largo da Trindade
 
 
 
 
No projecto de Carlos Pezarat de 1889, a localização do edifício da edilidade seria a poente da Avenida dos Aliados e, segundo a sugestão de Marques da Silva, deveria ser escolhido um outro local, para os lados do Carmo e da Universidade. Acabou por vingar a hipótese de Barry Parker, ao cimo da avenida.
No projecto inicial, o edifício, muito diferente do risco de Barry Parker, foi projectado com uma escadaria frontal e com uma alta torre a encimar o edifício.

 
 
Avenida dos Aliados, em Março de 1930, com a Câmara em construção – Fonte: portoarc.blogspot

 
 
Na foto acima, a Câmara ainda está a ser construída e, no centro, em frente da estátua da “Menina Nua”, observa-se uma bomba de gasolina da Shell (em cada bombada eram 5 litros).




 

Paços do Concelho
 
 
 
Na foto acima, observa-se que o edifício que haveria de surgir à direita da nova Câmara (o Palácio dos Correios), ainda não existe.



 

Construção da Câmara Municipal do Porto - Fonte: Espólio Fotográfico Português

 
 
Na foto acima, observam-se quatro nichos verticais abertos na fachada, dois laterais e dois centrais, que se destinavam a alojar quatro estátuas de figuras de relevo na história da cidade.
Esses nichos acabariam por ser eliminados e a representação daquelas figuras acabou por ser executada, no interior, por intermédio de pinturas do pintor Dordio Gomes.
Por outro lado, o acesso ao edifício não está ainda construído.
 
 
 

Construção da escadaria de acesso à Câmara Municipal do Porto que acabaria por ser demolida
 
 
 
 

Aspecto do edifício da Câmara Municipal, em 1941, ainda dotado da sua torre com o pináculo original e uma escadaria de acesso central
 
 
 

Motociclistas diante da escadaria da CMP, ainda em obras, em 1948

 
 

Torre da Câmara Municipal, antes de ser encurtada, observada a partir da Praça D. João I
 
 
 
 
O arquitecto Carlos Ramos explicou, a 12 de Janeiro de 1951, em sessão na C.M.P., que a torre do edifício iria ter menos 7 metros, não haveria nichos na fachada, e que passariam a existir duas rampas de acesso em vez de escadaria.

 
 
 

Edifício da Câmara já com rampas de acesso

 
 
“O edifício é composto por uma cave, seis pisos e pátios interiores, ocupando uma área de 2.438 m2. A torre central do edifício atinge os 70 metros de altura, com uma escadaria de 180 degraus. Construído em granito proveniente das pedreiras de São Gens e Fafe, sendo os restantes materiais: betão armado, mármores de diferentes cores e madeiras de carvalho e sucupira. À entrada do edifício, uma vastíssima escadaria em granito permite o acesso ao andar nobre, decorada com quatro afrescos de D. Afonso Henriques, Infante D. Henrique, Afonso Martins Alho e Camilo Castelo Branco. Na varanda deste andar encontram-se quatro estátuas simbolizando as riquezas do Norte de Portugal: a Terra, o Mar, a Vinha e o Trabalho. A Sala de Reuniões está decorada com representações dos símbolos da vida do Porto: a famosa Noite de São João e uma alegoria à produção e comercialização do Vinho do Porto”.
Fonte: “portoxxi.com/”
 



Tendo estado previsto para a fachada, no projecto inicial, prestar uma homenagem a figuras de relevo na história do Porto e abandonados que foram os nichos, primitivamente destinados ao efeito, acabaria a mesma por passar para o interior, ao cimo da escadaria, em pinturas de Simão César Dordio Gomes ou Dordio Gomes (Arraiolos, 26 de Julho de 1890 — Porto, 12 de Julho de 1976) com as seguintes representações:
 
 
 
As Origens de Portugal”, onde a figura central é D. Afonso Henriques, primeiro rei da nação.
A Expansão Geográfica”, que dá grande destaque ao Infante D. Henrique e as descobertas ultramarinas.
A Expansão Comercial”, dando relevo ao burguês portuense, Afonso Martins Alho e ao primeiro tratado comercial com a Inglaterra.
O Porto Romântico”, representado por Camilo Castelo Branco e seus locais prediletos.


 
 

As Origens de Portugal – Fresco de Dordio Gomes


 
 

A Expansão Geográfica - Fresco de Dordio Gomes


 
 

A Expansão Comercial - Fresco de Dordio Gomes



 

O Porto Romântico - Fresco de Dordio Gomes
 


Por sua vez, a homenagem da cidade a Garrett que, há anos, tardava, acabaria por ser prestada diante dos Paços do Concelho.

 
 
 

Estátua de Garrett de Barata Feyo, em frente à Câmara Municipal
 




Câmara Municipal e Avenida dos Aliados, em meados do século XX - Ed. (s.n.) AHMP

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