quarta-feira, 5 de setembro de 2018

25.2 Capela de Nossa Senhora da Penha


Capela de Nossa Senhora da Penha, nas Sete Bicas

Localizada na parte traseira da Capela de Nossa Senhora da Hora, inserida numa quinta contígua e a Este da Alameda das Sete Bicas, a capela da Senhora da Penha, foi pertença do povo, como consta em Memórias Paroquiais de S. Salvador de Bouças, de 1758.
Crê-se que a imagem de S. João Baptista, existente na capela da Senhora da Penha, é mais antiga que a imagem de Nossa Senhora da Penha e, que, aquele, teria sido o primeiro orago da capela, substituído, provavelmente, no século XVII, quando passou a ser divulgado o culto de Nossa Senhora da Penha de França.
Diz-se que nos princípios do Século XVIII, a capela de Nossa Senhora da Penha enquadrava-se na Quinta de Nossa Senhora da Penha, pertença de D. Maria Soares Sá, naturalmente membro da Família Sá, do Senhorio de Bouças, casada com Pedro Gonçalves, aos quais pertencia, também, o padroado da aludida capela.
Sucedeu-lhe na posse do templo e respectivo padroado, sua filha D. Bernarda Joana Soares de Sá, que contraiu matrimónio em 1733 com João de Sousa Melo, oriundo de S. Pedro do Sul, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Familiar do Santo Ofício ou Inquisição, Sargento-Mor do Ultramar por portaria de 1739 e, mais tarde, Deputado da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro.
Em Setembro de 1739, João de Sousa e Melo e esposa, D. Bernarda de Sá e Melo, declaravam ser proprietários, por título de prazo de vidas, de uma bouça de mato e terra de lavradio junto do templo de Nossa Senhora da Penha de França, no sítio das Sete Fontes, na Senhora da Hora.
Em resultado então de obras importantes, a Irmandade de Nossa Senhora da Penha de França resolveu aumentar as dimensões da capela e recuar o altar, alterando assim o seu traçado primitivo, ficando a parte traseira acrescida em nível inferior, em altura, devido a ligeira inclinação do terreno.


Nesta perspectiva da Capela de Nossa Senhora da Penha é possível observar que ela foi aumentada para a sua rectaguarda – Ed. MAC


Manuel de Sousa e Melo, nomeado em 1762, Capitão de Granadeiro de infantaria Auxiliar do Porto, consorciado com D. Ana Marcelina da Costa Cardoso, filho primogénito dos anteriores proprietários referenciados, sucedeu-lhes na quinta e padroado da capela.
Seguir-se-ia o filho destes, João Joaquim Cardoso de Sousa e Melo, também nomeado Fidalgo da Casa Real e que ocupou o cargo de Governador da Fortaleza de Nossa Senhora das Neves de Leça da Palmeira e do Castelo de S. Francisco Xavier do Queijo (assim denominado por ser construído sobre um rochedo redondo, em forma de queijo, onde os Celtas sacrificavam às suas divindades), que contraiu matrimónio com sua prima em primeiro grau, D. Bernarda Rita da Cunha Sottomayor e Teive, dos Guimarães.
A estes, sucedeu seu filho, João de Sousa e Mello da Cunha Sottomayor, que pelo seu casamento em 1836 com D. Maria Rita da Madre de Deus Leite de Sousa Freire Salema de Saldanha e Noronha, 2ª Viscondessa de Veiros, recebeu também o título 2.° Visconde de Veiros.
Em 1839, o 2º visconde de Veiros passaria também por herança de seu tio, José de Sousa e Melo, a ser o proprietário da Quinta das Águas Férreas ou Quinta de Santo António da Boavista.
Em 1893, era proprietário da quinta o Dr. Fiel Pereira de Almeida e, posteriormente, seus herdeiros.
Em 1928, a capela pertencia aos herdeiros de Aníbal Peres Salgueiros.
A capela que esteve sob domínio privado até 26 de Abril de 1933, foi então comprada pela Irmandade de Nossa Senhora da Hora.
Em 1996 foi alvo de um restauro. Hoje, a capela é propriedade da Paróquia.

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