Capela de Nossa Senhora da Penha, nas Sete Bicas
Localizada na parte traseira da Capela de Nossa Senhora da
Hora, inserida numa quinta contígua e a Este da Alameda das Sete Bicas, a
capela da Senhora da Penha, foi pertença do povo, como consta em Memórias
Paroquiais de S. Salvador de Bouças, de 1758.
Crê-se que a imagem de S. João Baptista, existente na capela
da Senhora da Penha, é mais antiga que a imagem de Nossa Senhora da Penha e,
que, aquele, teria sido o primeiro orago da capela, substituído, provavelmente,
no século XVII, quando passou a ser divulgado o culto de Nossa Senhora da Penha
de França.
Diz-se que nos princípios do Século XVIII, a capela de Nossa
Senhora da Penha enquadrava-se na Quinta de Nossa Senhora da Penha, pertença de
D. Maria Soares Sá, naturalmente membro da Família Sá, do Senhorio de Bouças,
casada com Pedro Gonçalves, aos quais pertencia, também, o padroado da aludida
capela.
Sucedeu-lhe na posse do templo e respectivo padroado, sua
filha D. Bernarda Joana Soares de Sá, que contraiu matrimónio em 1733 com João
de Sousa Melo, oriundo de S. Pedro do Sul, Cavaleiro da Ordem de Cristo,
Familiar do Santo Ofício ou Inquisição, Sargento-Mor do Ultramar por portaria
de 1739 e, mais tarde, Deputado da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do
Alto Douro.
Em Setembro de 1739, João de Sousa e Melo e esposa, D.
Bernarda de Sá e Melo, declaravam ser proprietários, por título de prazo de
vidas, de uma bouça de mato e terra de lavradio junto do templo de Nossa
Senhora da Penha de França, no sítio das Sete Fontes, na Senhora da Hora.
Em resultado então de obras importantes, a Irmandade de
Nossa Senhora da Penha de França resolveu aumentar as dimensões da capela e
recuar o altar, alterando assim o seu traçado primitivo, ficando a parte
traseira acrescida em nível inferior, em altura, devido a ligeira inclinação do
terreno.
Nesta perspectiva da Capela de Nossa Senhora da Penha é
possível observar que ela foi aumentada para a sua rectaguarda – Ed. MAC
Manuel de Sousa e Melo, nomeado em 1762, Capitão de
Granadeiro de infantaria Auxiliar do Porto, consorciado com D. Ana Marcelina da
Costa Cardoso, filho primogénito dos anteriores proprietários referenciados,
sucedeu-lhes na quinta e padroado da capela.
Seguir-se-ia o filho destes, João Joaquim Cardoso de Sousa e
Melo, também nomeado Fidalgo da Casa Real e que ocupou o cargo de Governador da
Fortaleza de Nossa Senhora das Neves de Leça da Palmeira e do Castelo de S.
Francisco Xavier do Queijo (assim denominado por ser construído sobre um
rochedo redondo, em forma de queijo, onde os Celtas sacrificavam às suas
divindades), que contraiu matrimónio com sua prima em primeiro grau, D.
Bernarda Rita da Cunha Sottomayor e Teive, dos Guimarães.
A estes, sucedeu seu filho, João de Sousa e Mello da Cunha
Sottomayor, que pelo seu casamento em 1836 com D. Maria Rita da Madre de Deus
Leite de Sousa Freire Salema de Saldanha e Noronha, 2ª Viscondessa de Veiros,
recebeu também o título 2.° Visconde de Veiros.
Em 1839, o 2º visconde de Veiros passaria também por herança
de seu tio, José de Sousa e Melo, a ser o proprietário da Quinta das Águas
Férreas ou Quinta de Santo António da Boavista.
Em 1893, era proprietário da quinta o Dr. Fiel Pereira de
Almeida e, posteriormente, seus herdeiros.
Em 1928, a capela pertencia aos herdeiros de Aníbal Peres
Salgueiros.
A capela que esteve sob domínio privado até 26 de Abril de
1933, foi então comprada pela Irmandade de Nossa Senhora da Hora.
Em 1996 foi alvo de um restauro. Hoje, a capela é
propriedade da Paróquia.
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