Igreja dos Carmelitas à esquerda e Igreja dos Terceiros do
Carmo à direita
A Igreja dos Carmelitas descalços foi construída entre
1616 e 1628.
Em 1736, é fundada a Ordem Terceira do Carmo, que a
princípio tinha a sua sede no Convento dos Carmelitas Descalços, bem ali ao
lado, mas em 1752 foi cedido o terreno ao lado da Igreja dos Carmelitas para a
construção da Igreja do Carmo.
Igreja dos Carmelitas e igreja da Ordem Terceira (ainda sem
azulejos) e Praça dos Voluntários da Rainha ainda sem fonte antes de 1885 - AMP
Entre as duas igrejas sobra um espaço que é uma casa bem
esguia de 3 pisos.
Várias explicações são dadas para justificar o fenómeno,
como seja, o de dizerem que era impeditiva a construção lado a lado das igrejas
e, por isso, sobrou aquele espaço. Nada
mais falso.
O facto deve-se à existência de duas capelas laterais da
igreja dos carmelitas descalços, caso da capela do Senhor Santo Cristo e da
capela de Nossa Senhora da Soledade, razão, pela qual, a igreja dos terceiros
do Carmo ao adoçar àquelas capelas, acabou por criar o espaço onde veio a
surgir, por razões estéticas, a “casa escondida”.
A casa serviu de residência para alguns capelães e, em
algumas situações, também abrigou artistas que faziam trabalhos na decoração da
Igreja e de médicos que trabalhavam no hospital da Ordem do Carmo.
Nos últimos tempos lá viveram o Sacristão e o zelador da Igreja.
Nos últimos tempos lá viveram o Sacristão e o zelador da Igreja.
No espaço entre as igrejas é possível observar as tais capelas
laterais – Fonte: Google maps
Escada interior da “Casa Escondida”
Quarto de dormir da “Casa Escondida”
Pequeno Escritório da “Casa Escondida”
Sala de Estar e Sala de Jantar da “Casa Escondida”
Vista para o exterior da “Casa Escondida”
Aquela igreja dos terceiros do Carmo, cujo varandim sobre a
porta de entrada tem risco de Nicolau Nasoni, tem uma outra particularidade
pouco conhecida dos portuenses: durante os anos de 1846 a 1866, existiram no
seu sub-solo, umas catacumbas construídas para servir os membros da venerável
Ordem do Carmo, a exemplo das da Ordem de S. Francisco, da freguesia de S.
Nicolau, com capacidade para 140 enterramentos, embora nem todos fossem perpétuos.
No total, teriam sido aí sepultados, cerca de 400 membros da Ordem.
Em 1869, em virtude da institucionalização dos cemitérios
públicos municipais, a Ordem do Carmo adquiriu um vasto talhão no cemitério de
Agramonte e as catacumbas foram encerradas. Hoje, servem de armazém a um grande
espólio com as peças mais valiosas da Ordem.
Aquela actividade funerária era uma ajuda deveras importante
para angariação dos proventos da Ordem. Uma outra, consistia na exploração da
actividade hospitalar que, neste caso, se centrou num hospital anexo á igreja e
que se estendia pela Praça de Carlos Alberto.
Começado a construir em 1791, seria inaugurado em 1801 e, só
encerraria, já nos nossos dias, em 2012, por não aguentar as pressões da
concorrência.
Hospital da venerável Ordem do Carmo – Ed. JPortojo
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