Este prédio está pegado ao dos Armazéns Nascimento ou, se,
se quiser, ao das Galerias Palladium.
Desde há muito, que sobre as origens do mesmo se têm
debruçado estudiosos e historiadores, sem, no entanto, alguém ter jamais
chegado, a uma conclusão definitiva.
Para além de se saber que deve ter sido construído durante o
século XIX (existe uma foto de 1875, obtida a partir do início da Rua de Santa
Catarina), podem encetar-se sobre ele algumas averiguações, recorrendo ao
estudo da pedra de armas que ostenta no frontão da fachada.
Rua de Santa Catarina em perspectiva obtida da Praça da
Batalha c. 1875
Na foto acima, à esquerda, encimada pelo frontão triangular,
vemos o prédio nº 53, da Rua de Santa Catarina.
De notar que o edifício que se segue ainda não é, ainda, o
dos Armazéns Nascimento e na esquina com a Rua de Santo António está a “Nova
Casa Havaneza”.
A ourivesaria Reis que acabaria por habitar naquela esquina,
seria fundada em 1880.
Os trilhos que se veem no pavimento só podem ser, a fazer fé
na data, do “Americano”.
O brasão em mármore que o referido prédio ostenta, será do
séc. XIX, sendo o seu escudo francês ou quadrado e esquartelado.
Brasão do prédio da Rua de Santa Catarina nº 53
Na sua leitura verifica-se que o escudo é esquartelado e os pontos I e IV identifica os Sousa
(do Prado), o II, dos Tavares e
o III, de Queiroz.
Para além disso o elmo
não tem paquife e contempla um timbre
dos Sousa.
Porém como os esmaltes ou metais não estão indicados (como é
óbvio), o segundo quartel tanto pode ser
dos Tavares, como dos Macedos.
Nessa perspectiva, tanto poderia ser Sousa Tavares (?) ou Sousa de Macedo (?).
“ (…) Armando Mattos, em 1945, na sua obra "Pedra de Armas do Porto", definia-o
como sendo um brasão dos Sousa Queiroz”.
Fonte: Manuel José Cunha
O barão (por decreto de 14 de Outubro de 1874) de Sousa
Queiroz (1806-1891,) de seu nome completo Francisco Antônio de Sousa Queirós,
era filho do brigadeiro Luís António de Sousa Queiroz (1757-???), natural de
Amarante e emigrado no Brasil e de Genebra de Barros Leite, tendo casado, em
1833, com Antónia Eufrosina de Vergueiro.
O brigadeiro Luís António de Sousa Queiroz, por sua vez, era
filho de José Luiz de Sousa e Ana Maria Macedo e tinha por irmão o coronel Francisco
António de Sousa Macedo e Queirós (1777-???).
Do casamento do barão de Sousa Queiroz que foi um influente
político brasileiro e abastado lavrador de café e opulento proprietário urbano
de S. Paulo, nasceram vários filhos, que, como o pai, acabaram por centrar a
sua actividade na terra natal.
As armas do Barão de Souza Queiroz, são uma combinação das
armas das famílias Souza do Prado, Macedo, Teixeira e Queiroz e um pouco
diferente daquele que estamos a estudar, por ser distinto, o seu ponto III.
Brasão do barão de Sousa Queiroz
Por outro lado, o tio do barão, o coronel Francisco António
de Sousa Macedo e Queiroz casaria com Isabel Inácia da Conceição e teriam como
filhos, Francisco Inácio de Sousa Queiroz e Maria Inocência de Sousa Queiroz.
No meio desta família, com origens em Amarante, se
encontrará, certamente, a solução que nos propusemos inicialmente.
Quem mandou construir o prédio ainda existente e o habitou,
na Rua de Santa Catarina, nº 53?
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