segunda-feira, 17 de setembro de 2018

25.6 Prédio na Rua de Santa Catarina, nº 53


Este prédio está pegado ao dos Armazéns Nascimento ou, se, se quiser, ao das Galerias Palladium.
Desde há muito, que sobre as origens do mesmo se têm debruçado estudiosos e historiadores, sem, no entanto, alguém ter jamais chegado, a uma conclusão definitiva.
Para além de se saber que deve ter sido construído durante o século XIX (existe uma foto de 1875, obtida a partir do início da Rua de Santa Catarina), podem encetar-se sobre ele algumas averiguações, recorrendo ao estudo da pedra de armas que ostenta no frontão da fachada.


Rua de Santa Catarina em perspectiva obtida da Praça da Batalha c. 1875


Na foto acima, à esquerda, encimada pelo frontão triangular, vemos o prédio nº 53, da Rua de Santa Catarina.
De notar que o edifício que se segue ainda não é, ainda, o dos Armazéns Nascimento e na esquina com a Rua de Santo António está a “Nova Casa Havaneza”.
A ourivesaria Reis que acabaria por habitar naquela esquina, seria fundada em 1880.
Os trilhos que se veem no pavimento só podem ser, a fazer fé na data, do “Americano”.
O brasão em mármore que o referido prédio ostenta, será do séc. XIX, sendo o seu escudo francês ou quadrado e  esquartelado.


Brasão do prédio da Rua de Santa Catarina nº 53


Na sua leitura verifica-se que o escudo é esquartelado e os pontos I e IV identifica os Sousa (do Prado), o II, dos Tavares e o III, de Queiroz.
Para além disso o elmo não tem paquife e contempla um timbre dos Sousa.
Porém como os esmaltes ou metais não estão indicados (como é óbvio), o segundo quartel tanto pode ser dos Tavares, como dos Macedos.
Nessa perspectiva, tanto poderia ser Sousa Tavares (?) ou Sousa de Macedo (?).

“ (…) Armando Mattos, em 1945, na sua obra "Pedra de Armas do Porto", definia-o como sendo um brasão dos Sousa Queiroz”.
Fonte: Manuel José Cunha

O barão (por decreto de 14 de Outubro de 1874) de Sousa Queiroz (1806-1891,) de seu nome completo Francisco Antônio de Sousa Queirós, era filho do brigadeiro Luís António de Sousa Queiroz (1757-???), natural de Amarante e emigrado no Brasil e de Genebra de Barros Leite, tendo casado, em 1833, com Antónia Eufrosina de Vergueiro.
O brigadeiro Luís António de Sousa Queiroz, por sua vez, era filho de José Luiz de Sousa e Ana Maria Macedo e tinha por irmão o coronel Francisco António de Sousa Macedo e Queirós (1777-???).
Do casamento do barão de Sousa Queiroz que foi um influente político brasileiro e abastado lavrador de café e opulento proprietário urbano de S. Paulo, nasceram vários filhos, que, como o pai, acabaram por centrar a sua actividade na terra natal.
As armas do Barão de Souza Queiroz, são uma combinação das armas das famílias Souza do Prado, Macedo, Teixeira e Queiroz e um pouco diferente daquele que estamos a estudar, por ser distinto, o seu ponto III.


Brasão do barão de Sousa Queiroz



Por outro lado, o tio do barão, o coronel Francisco António de Sousa Macedo e Queiroz casaria com Isabel Inácia da Conceição e teriam como filhos, Francisco Inácio de Sousa Queiroz e Maria Inocência de Sousa Queiroz.
No meio desta família, com origens em Amarante, se encontrará, certamente, a solução que nos propusemos inicialmente.
Quem mandou construir o prédio ainda existente e o habitou, na Rua de Santa Catarina, nº 53?

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