“Os registos
fazem crer que, no século I, teria existido uma “villa ” Decio e um templo
dedicado a Júpiter, onde hoje está localizado o Mosteiro de Leça do Balio, em
São Mamede de Infesta.
Também na Quinta dos
Alões, foi descoberta uma ara com a seguinte inscrição:
“Flavus, filho de Rufo, cumpriu de boa mente
o voto a Júpíter Optímus, Maxímus”.
Tais descobertas não
são efetivamente de estranhar, já que S. Mamede de Infesta era atravessada pela
estrada que ligava Olissipo a Bracara. Dessa via existe o local onde ela
atravessava o rio Leça, na Ponte da Pedra, onde hoje existe a velha ponte
medieval.
Efectivamente,
encontraram-se na Quinta do Dourado um marco miliar romano, onde se encontra
gravado o nome do imperador Adriano. Este marco miliar está no cemitério
paroquial, junto da igreja matriz, transformado em cruz.
Decorria o ano 212, e
o imperador Caracala, pelo édito com o seu nome, concedeu a cidadania romana a
todos os povos do império. Sob Diocleciano, entre 284 e 288, passa a existir
uma nova reorganização das províncias hispânicas, sendo formada uma nova
província, a Galécia. Esta província tinha como fronteira a sul, o rio Douro,
indo pelo norte até à Galiza. Nesta época, as vias de comunicação eram
elementos de coesão de toda a estratégia romana na península. A via que ligava
Olisipo a Bracara era certamente a mais importante rota do Norte ao Sul do
atual território português. Esta via tinha também conexão à Serra do Gerês”.
Fonte: “perdidanahistoria.blogspot.com”
Ponte da Pedra
Ponte da Pedra em vista lateral
Assim, de acordo com as “Memórias Paroquiais de 1758”,
durante séculos, S. Mamede foi freguesia do “Couto de Leça do
Venerando Balio, concelho e comarca da Maia”.
Lugar de Moalde e Capela
do Senhor da Boa Fortuna e da Boa Morte
S. Mamede de Infesta, cujo povoamento do território, que hoje
lhe é pertença, se deveu, certamente, ao reordenamento que os romanos impuseram
em toda a região, obrigou os habitantes do Castro de Guifões ,
a descerem para as margens do rio Leça, a fim de aí implantarem uma
agricultura intensiva, mais rentosa.
Dessas antigas explorações rurais emergiu a Villa
Manualdi, (do nome Manualdis, um presor germânico que dela se
terá apropriado).
“O actual Lugar de Moalde, durante o século
XI até ao XVI foi o mais importante desta paróquia. Em 1021, D.
Unisco Mendes e seus filhos, fazem a sua doação ao Mosteiro de
Vacariça, e em 1130, nova doação é feita por Veremundo,
ao Bispo D. Hugo, de metade de Manualde.
Aparecendo documentada nas inquirições de D.
Afonso III em 1258 e no censo de 1527,
até 1643 dizia-se paróquia de S. Mamede de Moalde e
também da Ermida. Enquanto isso, à designação de Infesta, se
a havia já, dava-se-lhe pouca importância pois significava o que todos já
sabiam, isto é, que a paróquia se estendia, desde uma espécie de “planalto” ou
cimo de monte pelas encostas desse até às terras baixas e férteis.”
Fonte:
“saomamedeinfesta.blogspot.com”
Se, em 1556, havia na freguesia de Sam Mamede os lugares de Aldeia de Baixo, Hermida, Outeiro, Carril
Branco, Larangeyra, Casal da Igreja, Casal das Devezas, Eirado, Moalde, Casal
do Meio e Casal da Poupa já, em 1643, a freguesia chamava-se Sam Mamede da Ermida e era constituída
pelos lugares de Eirado, Corujeira, Ermida, Larangeira, Aldeia da Igreja,
Tilheiro, Carril Branco, Tronco, Moalde, Casal da Poupa, Asprela, Arroteia,
Casal de Baixo, Devesa, Outeiro, Alagoa, Cidreira e Cavada.
Em 1836, todos os lugares de S. Mamede eram aldeias, excepto
Moalde que, segundo alguns, tinha o ar de vila minhota.
Em Moalde, na Rua de Moalde, existe, ainda hoje, a capela do
Senhor da Boa Fortuna e da Boa Morte que, primitivamente se chamava do Senhor
da Cruz das Almas e foi mandada construir pelo Reverendo Manuel da Silva
Barros.
Tem festividade anual no Domingo do Espírito Santo e tem
larga tradição nas gentes do local.
Capela do Senhor da Boa Fortuna e da Boa Morte
Capela do Senhor da Boa Fortuna e da Boa Morte, actualmente
Lugar da Ermida e Capela da Ermida
“A existência do Largo da Ermida induz a
interpretações equívocas quanto à designação da Vila e
da Capela que nele existe. Uns consideram-na a primitiva Matriz,
outros afirmam que a Aldeia da Igreja era o centro onde esta
sempre tinha estado: “Mais tarde, a Igreja Paroquial passou para o
Lugar da Ermida (…) existindo ainda hoje, na Ermida, a Capela de Nossa Senhora
da Conceição”.
A Capela de Nossa Senhora da Conceição que
se julga datar de 1643 e que as “Memórias Paroquiais de
1758″ diziam pertencer ao “Venerando Balio de Leça, a qual reedificaram
os moradores à sua custa”, foi reconstruída em 1804 e Matriz durante
a edificação da Igreja”.
Fonte:
“saomamedeinfesta.blogspot.com”
Capela da Ermida que ostenta na padieira da porta a data de
1804
Esta capela da Ermida, dedicada a Nossa Senhora da
Conceição, foi Igreja Matriz de S. Mamede de Infesta durante a construção da
actual igreja matriz.
O nome de S. Mamede da Ermida, que vigorou em documentos do
século XVII e início do XVIII, talvez se deva à existência da dita capela, na
vila. Há quem alvitre que, poderá ter existido, aí, anteriormente, um
eremitério. Esta capela foi restaurada em 1804, sendo posteriormente construída
uma torre no início do século XX.
(Continua)
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