“O Dr. Eugénio Andrea da Cunha e Freitas
(1912-2000) nasceu em Lisboa (30 de Agosto) e faleceu em 10 de Dezembro. Teve
cargos públicos e institucionais importantes: pertenceu ao Ministério
Público no Tribunal de Lisboa, foi administrador do concelho de Sesimbra
(1935), secretário da Câmara dos Administradores de Falências do Porto
(1935-1982), vogal da Comissão de Etnografia e História da Junta de Província
do Douro Litoral (1947-1980), foi o primeiro Director do Boletim da Associação
Cultural “Amigos do Porto”, delegado da Junta Nacional de Educação no concelho
de Vila do Conde, Presidente da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia
de Azurara, director da estimada revista “O Tripeiro” (1961-1973) e pertenceu a
inúmeras instituições (Associação dos Arqueólogos Portugueses; Sociedade
História da Independência de Portugal; Academia Portuguesa de História; The
American International Academy; Academia Nacional de Belas Artes; Associação
Portuguesa de Geneologia; Sociedade de Estudos medievais; Associação Portuguesa
de Ex-Libris, etc.).
Tem um copioso
trabalho publicado em jornais e revistas e "obras de fundo, com realce para temáticas da História, da Etnografia e
da Genealogia, e muito especialmente, para a história dos concelhos do Porto e
de Vila do Conde”. A sua obra “é prolixa e vasta e a que deixou
manuscrita monumental".
In almocrevedaspetas.blogspot
Alberto Pimentel nasceu, naquela a que o povo chamava de Rua da Sovela, que no século XVI era chamada de Estrada de Santo Ovídio. Depois passou a ser Rua Direita de Santo Ovídio e mais tarde, simplesmente, Rua de Santo Ovídio.
A referência a Santo Ovídio derivava do nome do bairro em que se situava, e de ser a rua mais importante dele. Nessa época e pelo decreto de 4 de Dezembro de 1834, o Porto estava dividido em 3 bairros - de Santa Catarina, de Santo Ovídio e de Cedofeita.
Em 21 de Janeiro de 1835, por proposta do vereador João Manuel Teixeira de Carvalho a Rua do Mirante passaria a ser Rua do Coronel Pacheco, sendo precisamente na esquina desta rua e da Rua de Santo Ovídio que se situava a casa onde nasceu Alberto Pimentel e que segundo ele: "parecia um ferro de engomar".
Em 28 de Outubro de 1835 a Rua de Santo Ovídio por proposta do vereador Rocha Soares, passaria a ser Rua Dezasseis de Maio que recordava um movimento político, iniciado pela guarnição do Porto, que proclamou em 1828 a restauração da Carta Constitucional e a legitimidade de D. Pedro IV e de D. Maria II.
Em Agosto de 1860, finalmente por deliberação do chefe do distrito, o visconde de Gouveia, a rua passaria a ter o que ainda hoje ostenta de Rua dos Mártires da Liberdade.
No local do prédio da esquina esteve um outro onde nasceu Alberto
Pimentel – Fonte: Google maps
Obra intitulada “Outros
Tempos” do pintor António José da
Costa – Fonte: “doportoenaoso.blogspot.pt”
No quadro anterior o artista retrata um desfile militar do
regimento de Infantaria 18, porta-machados à frente, pela Rua da Sovela.
A meio, numa varanda, o artista coloca o pai de Alberto
Pimentel, Dr. Furtado Pimentel.
“Alberto Augusto de
Almeida Pimentel (Cedofeita, 14 de Abril de 1849 — Queluz, 1925) foi um
escritor e jornalista portuense.
Alberto Pimentel
nasceu no Porto, em 1849, e nesta cidade frequentou a instrução pública, não
tendo podido, por motivos económicos, aceder ao ensino superior como era pretensão
de seu pai.
Tendo ficado fascinado
com o poder da imprensa, propôs-se ao redactor do Jornal do Porto e foi ali
acolhido como tradutor e revisor, iniciando desta forma a sua carreira no mundo
dos Jornais.
Trabalhou no Jornal do
Porto como tradutor do noticiário estrangeiro. Por acordo com o editor
lisboeta, António Maria Pereira, começa a escrever o romance “O testamento de
Sangue”, mas devido um atraso habitual no folhetim “Os dramas de Paris” de
Ponson du Terrail publicado no Jornal do Porto, o editor desse jornal convenceu
Alberto Pimentel a publicar aquele romance como folhetim, e posteriormente em
volume.
Entre 1871 e 1872
travou com Alexandre da Conceição uma intensa discussão na forma de cartas ao
Jornal do Porto, posteriormente compiladas no livro “Nervosos, Linfáticos e
Sanguíneos”.
Em 1873 muda-se para
Lisboa e, publica o romance “A porta do Paraíso” e a compilação de crónicas
“Entre o café e o Cognac”. Inicia, na loja de António Maria Pereira, estreitas
relações de amizade com este editor e com o bibliófilo Inocêncio Francisco da
Silva, que haveria de ser o responsável pela proposição de Alberto Pimentel a
sócio da Academia Real das Ciências. Ainda em 1873 conhece pessoalmente Júlio
César Machado, com quem já se correspondia, e de quem se tornou amigo.
Em 1875 esteve em
Coimbra, como vogal de uma comissão de exames de instrução pública, onde
conheceu o pintor Cristino.
Foi eleito deputado
pelo círculo do distrito de Vizeu em Janeiro de 1882, e por um círculo do
distrito do Porto em Abril de 1890”.
In Wikipédia
O artigo que se segue foi publicado no Jornal “Público” por
José Manuel Lopes Cordeiro em 16/5/1999:
“Quando, aos catorze
anos, fundou o "Tentativas Literárias" - um pequeno jornal, de vida efémera,
publicado no Porto em 1863 -, Alberto Pimentel anunciava já a principal
característica que iria revelar ao longo da sua vida: uma prolífera actividade
literária. Natural do Porto, onde o seu pai exercia clínica, Alberto Pimentel
nasceu a 14 de Abril de 1849 - completam-se agora, precisamente, cento e
cinquenta anos - e estava destinado a seguir o exemplo paterno, caso o impulso
vocacional que o conduziu a uma carreira nas letras não tivesse prevalecido
desde bem cedo. Embora as suas primeiras criações se tenham exercido no campo
da poesia - entre os inevitáveis poemas da adolescência, ficou célebre o que
dedicou àquela que viria a ser a sua companheira de toda a vida, Ludovina
Adelaide Peres da Silva, intitulado "Nereida", Alberto Pimentel logo
consagrará à prosa todas as suas energias. Neste domínio, iniciará então uma
prolongada actividade jornalística, que o levou a percorrer as redacções de
alguns dos mais prestigiados títulos da imprensa portuense. Foi, justamente, a
sua passagem pela redacção do "Jornal do Porto" - em cujas colunas
deu à estampa, em folhetins, em Março de 1871, o "Testamento de
Sangue" - que o aproximou daquele que, a partir de então, constituirá um
dos seus motivos de culto, Camilo Castelo Branco. Na estrutura daquela sua
obra, Alberto Pimentel manifestava já algumas afinidades com o conhecido
"gazetilheiro", apresentando uma técnica próxima da que este
utilizava, mas serão, contudo, os encontros que os dois travaram na famosa
Livraria Moré - gerida pelo erudito José Gomes Monteiro, e que Camilo
frequentava diariamente - que irão sedimentar entre os dois uma prolongada
amizade. Com a publicação do livro "Uma Visita ao Primeiro Romancista
Português em S. Miguel de Seide", inaugurou uma série de trabalhos que
dedicou à figura e à obra de Camilo Castelo Banco, do qual, pode afirmar-se,
constituiu o primeiro biógrafo. Da bibliografia que, ao longo de trinta e sete
anos, lhe consagrou, merece especial destaque o "Romance do
Romancista", publicado em 1890, o qual tem constituído uma base
fundamental para todos os que pretendem debruçar-se sobre a obra daquele
novelista. Em 1872, Alberto Pimentel é convidado para dirigir a secção
literária de outro diário portuense, "O Primeiro de Janeiro", no qual
se mantém até ao ano seguinte, quando, aconselhado pelo então governador civil
do Porto conselheiro Bento de Freitas Soares, irá fixar residência na capital,
iniciando uma segunda fase da sua vida. Em Lisboa, Pimentel empregar-se-á como
amanuense na secretaria da Procuradoria Régia, junto do Tribunal da Relação,
trabalhando em simultâneo na redacção do "Diário Ilustrado".
O afastamento da sua
terra natal despertou em Alberto Pimentel uma compreensível nostalgia, que o
mesmo traduziu, a partir de então, em inúmeras obras consagradas à Cidade Invicta.
Seria fastidioso enumerar aqui os títulos de todos os livros, artigos ou
crónicas que, ao longo da sua vida, escreveu sobre assuntos portuenses, desde o
livro "Do Portal à clarabóia" (1872), ainda escrito no Porto, e
"O Porto por fora e por dentro" (1878), até "O Porto há trinta
anos" (1893), o "Porto na berlinda" (1894), o "Arco de
Vandoma" (1916) ou "A Praça Nova", também do mesmo ano. Em todos
eles transparecem os ambientes que caracterizavam a cidade naquela época, os
diferentes tipos sociais, a fisionomia dos seus espaços, o pitoresco das suas
vivências. O legado que, neste âmbito, nos deixou é imprescindível para uma
compreensão do Porto na segunda metade do século XIX. Diversas vezes criticado
por revelar um exacerbado bairrismo, que, aliás, não renegava, disso mesmo dá
testemunho no prefácio do seu livro "A Praça Nova", onde, com um
certo orgulho, proclama: "Nasci no Porto, criei-me no Porto, lá sonhei as
melhores ilusões da vida, lá travei os primeiros combates com a realidade cruel;
tudo isto não esquece mais, não pode esquecer-se nunca. Nem admira que um
portuense ame entranhadamente a sua terra, porque o Porto é uma cidade que se
faz amar até dos estranhos". A prolífera actividade que desenvolveu no
domínio das letras teve correspondência na sua vida profissional e na sua
actividade política, embora declarasse que esta não lhe despertava grande
interesse. Secretário de Hintze Ribeiro quando este assumiu a pasta das Obras
Públicas, em 1881, num governo presidido por Rodrigues Sampaio, foi eleito
deputado pelo Partido Regenerador em várias legislaturas, pelos círculos da
Póvoa de Varzim e de Cinfães, e desempenhou ainda as funções de administrador
do concelho de Portalegre. Nomeado, em 1897, delegado do Governo junto do
Teatro Nacional de D. Maria II, assumiu, mais tarde, o cargo de vereador da
Câmara Municipal de Lisboa, encerrando a sua vida pública apenas em 1919, após
os acontecimentos relacionados com a Monarquia do Norte. Da sua passagem pela
autarquia lisboeta ficou célebre a proposta que apresentou no sentido de que se
assegurasse a venda de flores nas principais praças e jardins da capital, o que
lhe valeu uma caricatura de Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro publicada em 1900
no jornal "A Paródia".
Henrique Marques,
autor de uma "Bibliografia Pimenteliana", registou 198 títulos de
"livros originais, traduzidos, prefaciados ou em colaboração",
enumerando à parte a sua "colaboração em jornais, revistas e outras
publicações periódicas", publicados por Alberto Pimentel ao longo de seis
décadas de actividade consagrada ao jornalismo e à literatura. Uma produção
digna do seu ídolo Camilo Castelo Branco, que, no entanto, o conseguiu
superar”.
“Artur de Magalhães
Basto (Porto, 5 de Março de 1894 — Porto, 3 de Junho de 1960) foi um professor
e historiador português.
O historiador
portuense fez os seus estudos na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
e foi professor de história em diversos colégios e na Faculdade de Letras da
Universidade do Porto no período compreendido entre 1923 e 1931.
Artur Basto que casou
com Maria Luisa Esteves Mendes Correia, além de director do Arquivo Distrital
do Porto, chefiou também os serviços culturais da Câmara Municipal do Porto nos
anos de 1938 a 1960.
No ano de 1945, por
sua iniciativa a revista O Tripeiro começou a ser editada novamente. O
historiador passou a dirigir a revista.
Obras:
O Porto sob a Segunda
Invasão Francesa (1929)
O Porto do Romantismo
(1934)
História da Santa Casa
da Misericórdia do Porto (1934)
O Porto Medieval
(1940)
Silva de História e
Arte (Notícias Portucalenses) (1945) (Edições Progredior)
Cronistas e Crónicas
Antigas (estudos)
Fernão Lopes (estudos)
Crónica de 1419
(estudos)
Sumário de
Antiguidades da mui nobre Cidade do Porto (1942-Edições Progredior-Gaia)”
In Wikipédia
In Wikipédia
Rua D. João IV nº 549. Aqui nasceu Artur Magalhães Basto –
Fonte: Google maps
Em frente a Rua Dr.
Magalhães Basto seguindo-se a Rua da Fábrica. À esquerda o edifício do Banco de
Portugal – Fonte: Google maps
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