Igreja de
Nossa Senhora da Esperança
No actual Jardim de
S. Lázaro, existiu desde o século XIV uma gafaria, hospital de leprosos, que
tinha como padroeiro S. Lázaro.
Daqui veio o nome do
Largo e Praça de S. Lázaro, anteriormente Largo do Arrabalde.
No Domingo da Paixão
realizava-se na Praça de S. Lázaro uma feira em honra deste santo, pois existia
na capela do Hospital dos Lázaros uma imagem sua, toda em prata.
A capela actual que
substituiu a anterior, teve o risco de Nicolau Nazoni e só se iniciou em 1746,
tendo terminado em 1763.
Capela e Recolhimento
de Nossa Senhora da Esperança, em 1833, segundo Joaquim Villanova
Igreja dos
Congregados actualmente
Provavelmente concluída em 1703 fez parte da Confraria de
Santo António de Lisboa, já desaparecida. A frontaria obedece à tradição
barroca dos finais do século XVII combinando a austeridade com a imponência,
embora apresente azulejos modernos, da autoria de Jorge Colaço e vitrais
executados no Porto, em 1929, por F. Mendes de Oliveira. O interior é de uma só
nave. O coro, sobre a entrada, é suportado por três arcos que assentam em
colunas jónicas. No transepto abrem-se dois portais de granito, barrocos.
Na capela-mor, decorada com painéis representando cenas da
vida de Santo António, da autoria de Acácio Lino, pode admirar-se um retábulo
neoclássico que enquadra algumas esculturas.
O frontal, o altar-mor e a banqueta de prata são obras de
inspiração joanina executadas nos meados do século XIX.
Na sacristia - adaptação de um oratório dos congregados -
conservam-se arcazes de pau-preto e uma tela - A Virgem e o Menino.
Esta igreja esteve sempre muito ligada ao culto de Santo
António como se vê na notícia abaixo.
“Jornal do Porto” Festas de Santo António em 1875
Igreja da Trindade
O autor do projecto foi o engenheiro militar Carlos da Cruz
Amarante, no entanto, este projecto foi modificado, na fase de execução pelo
arquitecto João Francisco Guimarães, irmão trinitário, que veio a ser
substituído durante as obras pelo professor de arquitectura José Geraldo da
Silva Godinho.
“A Igreja da Trindade
obedece ao gosto neoclássico de Carlos da Cruz Amarante, autor do primeiro
projecto, possuindo uma só torre sineira.
A igreja foi aberta ao
culto a 5 de Junho de 1841.
Precede a fachada, uma
pequena mas larga escadaria entre os corpos do conjunto arquitectónico,
destinados aos serviços da Ordem Terceira. No primeiro piso rasgam-se três
portas de arco pleno - a central com as armas da Celestial Ordem rematadas pela
coroa real -, separadas por pilastras toscanas que suportam o entablamento.
Estas portas dão acesso ao vestíbulo.
No segundo corpo
rasgam-se três janelas com frontões. Dos lados vêem-se átrios com balaustradas,
nos extremos dos quais estão colocadas esculturas de pedra, da autoria de João
Albertino de Azevedo.
O interior, de planta
de cruz latina, é coberto por uma abóbada de tijolo. As paredes da nave são
preenchidas com altares, inseridos em portadas de arco pleno, três de cada
lado. Sustentam o coro colunas da ordem coríntia. Nas capelas dos topos do
transepto, os retábulos, de estilo neoclássico, são ladeados por nichos
sobrepostos. No friso superior figuram as esculturas dos Quatro Evangelistas.
A capela-mor, cujas
paredes são revestidas de mármores, ostenta duas ordens de tribunas de cada
lado”.
Fonte – Site: j-f.org/jf-stildefonso
Projecto por concluir da igreja, hospital e instituto
escolar da Ordem da Trindade
Igreja da Imaculada Conceição
"As zonas envolventes do Largo da Aguardente, hoje Praça do
Marquês de Pombal, eram fracamente povoadas até meados do século XIX, ou mesmo
até aos finais. A abertura das novas ruas de Costa Cabral, Constituição, Latino
Coelho, João Pedro Ribeiro e a requalificação da que hoje é Rua de Santa
Catarina, nesta zona onde se cruzam ou passam a cruzar os trajectos de quantos
se dirigem no eixo norte-sul, ou no eixo nascente-poente, motivam um
crescimento demográfico que transformam profundamente toda a zona envolvente do
velho Largo da Aguardente.
As igrejas paroquiais de Paranhos, Santo Ildefonso,
Campanhã, Bonfim e Cedofeita estão longe do Marquês, e o número de fiéis
cresceu.
Mas, por outro lado, a piedade das gentes desta zona
conduziu a que se erigisse uma capela em honra de Santo António (da Aguardente)
em 1875, e que só alguns votos dos irmãos da confraria não permitiram, desde
logo, que fosse dedicada à Senhora da Conceição.
Tempos difíceis surgiram, e a capela foi secularizada,
fechada ao culto. Mas um grupo de cristãos mobilizou-se e surgiu a capela da
Senhora da Conceição, na Rua da Constituição, cujo projecto inicial nunca
chegou a ser concluído e que seria dedicada em 6 de Dezembro de 1898.
Mas, apesar de aberta ao culto esta capela, alguns fiéis
mobilizaram-se, a partir de 1900, para conseguirem a reabertura da antiga
capela de Santo António, o que veio a concretizar-se em 1901, mas agora tendo
como patrono S. Joaquim e ficando a ser conhecida como capela de S. Joaquim.
Antes da construção
da Igreja de Nossa Senhora da Conceição no Marquês, existia, portanto, a Capela
de S. Joaquim, sendo esta reaberta no local da capela de Santo António da
Aguardente.
Esta capela de S. Joaquim viria a ser demolida em 1958 para
dar lugar à igreja da Imaculada Conceição.
Esta igreja é um templo moderno, sagrado em 1947, da autoria
do arquitecto contemporâneo Padre Paulo Bellot, monge beneditino. O acesso ao
templo faz-se por três ordens de degraus.
A fachada, de granito lavrado, apresenta três portões de
ferro forjado e bronze.
O central ostenta um relevo com a Coroação da Virgem. Entre
o tímpano e as estátuas insere-se um friso de nove janelas com vitrais
representando os nove anjos do coro.
A torre sineira, oitavada, tem no alto oito janelas e é
rematada por uma cúpula piramidal com uma cruz no vértice.
O nártex (Pórtico na frente da nave) é pavimentado em
mármore e decorado com mármore rosa.
Dá acesso ao baptistério um portão de ferro forjado e bronze
com o símbolo do baptismo: um veado.
As paredes desta capela são revestidas de mármore e frescos
com cenas representativas das origens da Nacionalidade e da epopeia missionária
e O Baptismo de Cristo, da autoria de mestre Dordio Gomes.
O interior é de três naves, separadas por duas ordens de
colunas que se ramificam, dando origem a arcos. O tecto é formado por nove
pequenas abóbadas, no sentido longitudinal, separadas entre si por oito vigas
do mesmo comprimento com recortes circulares côncavos. As dez capelas laterais,
todas iguais, são de mármores polícromos, ostentando nas paredes fundeiras um
painel de azulejos com cenas evocativas da devoção dos Portugueses à Virgem
Maria. Cada altar suporta um plinto de mármore polícromo, sobre o qual assenta
uma imagem de pedra de Ançã. As paredes laterais são ornadas de vitrais. Os
passos da Via Sacra são representados por pinturas a fresco, da autoria de
Guilherme Camarinha.
Os púlpitos, de pedra de Ançã, com relevos representando os
Apóstolos, devem-se ao escultor Henrique Moreira. Decora o arco cruzeiro o
fresco, A Coroação da Virgem, obra do pintor Augusto Gomes.
Nas paredes da capela-mor admira-se também uma pintura a
fresco representando anjos adoradores.
O altar-mor é formado por um só bloco de mármore preto que
assenta sobre oito colunas do mesmo mármore com capitéis de bronze dourado. O
trono é de mármore cor-de-rosa, também com decoração de bronze dourado".
Fontes – Sites: etc.pt; monumentos.pt
Construção da igreja de Nossa Senhora da Conceição
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição oferece do alto da sua torre de 50 metros uma panorâmica deslumbrante, que se estende da foz do rio Douro à Praia do Cabedelo e à Póvoa de Varzim, situação que pode ser desfrutada por qualquer visitante que consiga vencer 120 degraus.
A construção desta igreja foi financiada por vários mecenas da cidade, que ficaram lembrados em muitos dos magníficos vitrais exibidos, com um destaque especial para o capitalista Delfim Ferreira, lembrado numa placa de homenagem afixada numa parede exterior do templo.
Placa de homenagem a Delfim Ferreira - Ed. Graça Correia
Capela de Santo
António da Aguardente (Desaparecida)
Esta capela foi aberta ao culto no Largo da Aguardente em 17
de Junho de 1877, e o terreno, para a sua construção, doado por José Coelho da Rocha e Silva. Passou a capela, então, a ser administrada pela confraria de Santo António da Aguardente.
O seu projecto foi submetido a aprovação camarária, em 1872, pelo presidente da comissão administrativa da capela, Justiano de Abreu Araújo Azevedo, tendo obtido a licença de construção nº 315/1872.
“Há rija função no
próximo domingo, 17 de Junho, no largo da aguardente. Abre-se ao concurso de
fiéis a capela de Santo António, erecta pela devoção pública.
A cerimónia da bênção
será feita pelo cónego João José de Vasconcelos e haverá ruidoso arraial”.
In “Jornal das Senhoras” de 15 de Junho de 1877
"Em 1884, a confraria de Santo António da Aguardente expulsou, violentamente, da capela um sacerdote que era capelão no Bom Pastor, a pretexto de uma prática e porque lá exercia, com assiduidade, o ministério de confessor. A Mesa foi censurada pelo Sr. Cardeal D. Américo, houve várias conferências, comícios e finalmente foi secularizada a capela e transformada em escola - a Escola Marquês de Pombal.
No tempo do grande missionário D. António Barroso, fechou-se a escola, a casa foi vendida e comprada pelo capitalista Joaquim da Fonseca Araújo e voltou a ser capela. Vasques de Mesquita foi o agitador."
Cónego António Ferreira Pinto - Fonte: revista "O Tripeiro", Vª série, 1º Ano, pag. 216
O sacerdote que seria expulso e que esteve no cerne do conflito, atrás descrito, era um tal José Coelho da Rocha, muito estimado pelos católicos, sendo vigário da confraria, o padre Joaquim Madureira.
Pelo meio do conflito gerado, estavam envolvidos o sacerdote do Bom Pastor, a Casa de Regeneração do Bom Pastor, da Rua de Vale Formoso, o polícia nº 103 e a mulher deste, que tentava, com a ajuda daquele sacerdote, entrar para a instituição das irmãs de caridade da Quinta Amarela. Juntem-se a todos estes factos, as lutas políticas daqueles tempos e tomará forma, a tempestade perfeita.
Era juiz da confraria Luís Fructuoso Ayres de Gouveia, que abandonaria o cargo, ocupado, posteriormente, pelo advogado Augusto de Carvalho Vasques de Mesquita.
“Procedeu-se ontem à
secularização efectiva do edifício da capela da aguardente, retirando-se as
partículas sagradas e removendo-se dali as imagens, alfaias e objectos de
culto”.
In jornal “O Primeiro de Janeiro” de 3 de Dezembro de 1885
A capela de Santo António da Aguardente seria secularizada em Dezembro de 1885, passando nas suas instalações a funcionar uma escola desde Setembro de 1886.
“A capela de Santo
António da Aguardente passou a secular e ali se fundou uma escola, que foi
inaugurada a 18 de Setembro, com o nome de Escola Marquês de Pombal”.
In jornal “O Primeiro de Janeiro” de 19 de Setembro de 1886
Capela de São Joaquim
(Desaparecida)
A Escola Marquês do
Pombal, que ocupou as instalações da antiga Capela de Santo António da Aguardente, seria
encerrada nos últimos anos do século XIX, e o edifício vendido ao capitalista
Joaquim da Fonseca Araújo, voltando a ser capela, sob a invocação de S.
Joaquim, por influência do Dr. Vasques de Mesquita.
Assim, no ano de 1901, a
polémica já tinha regressado com o apelo a recordações antigas.
Notícia do jornal “A
Voz Pública”, p. 1, de 31 de Maio de 1901
A capela, no entanto, foi inaugurada em 17 de Agosto de 1901, na Praça Marquês do Pombal, no local da capela de Santo António da Aguardente.
“Em 3/09/1900, Joaquim Rufino Pereira da Silva,
iniciador do culto de S. Joaquim no Porto, pediu à rainha D. Amélia e ao bispo
da diocese a cedência da capela de Santo António da Aguardente, há muito
secularizada, para nela ser instalado o mencionado culto; em 17/08/1901,
procedeu-se à sua inauguração e, em 1928, como se conclui da acta da sessão da
Junta de Freguesia de 22 de Novembro, a capela sofreu importantes melhoramentos.
Era nesta época juiz da confraria o Engº Homem de Melo.”
Fonte: Horácio
Marçal, In “S. Veríssimo de Paranhos”, páginas 202-203, Ed. CMP
Sobre a sua inauguração,
dizia o jornal “O Primeiro de Janeiro” de 20 de Agosto de 1901:
“Brilhantes as festas
inaugurais desta capela. As obras, cujo projecto definitivo está sendo
elaborado pelo distinto arquitecto Marques da Silva, vão continuar. A capela
terá uma torre e um relógio”.
In jornal “O Primeiro de Janeiro” de 20 de Agosto de 1901
A capela de São Joaquim administrada pela confraria de São Joaquim e Nossa Senhora das Dores, seria restaurada nos anos de 1928 e
1929.
As obras de restauro na capela de São Joaquim, ao largo da
Aguardente, terminaram em 1929. A festa de inauguração das novas instalações
foi levada a cabo a 20 de Janeiro de 1929.
As obras tinham-se iniciado a 10 de Junho de 1928, tendo
sido a capela aumentada nas suas dimensões e dotada de um novo altar-mor e de novos
altares laterais.
Capela de São Joaquim, em 1937
Na foto acima, atrás dos músicos da banda do Asilo do Terço,
observa-se a fachada principal e a lateral da capela de São Joaquim.
Em 1951, começaria a sua demolição para que fosse possível, junto dela, ser erecta a Igreja da Imaculada Conceição.
Em 1951, começaria a sua demolição para que fosse possível, junto dela, ser erecta a Igreja da Imaculada Conceição.
No jardim interior, fronteiro à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, à direita da entrada no recinto, umas cruzes numa parede lateral de um edifício, indicam o local onde esteve implantada a Capela de São Joaquim - Ed. Graça Correia
Igreja Ortodoxa de
São Pantaleão - (Antiga Capela da Imaculada Conceição)
Situa-se este templo na Rua da Constituição, nº 379.
O templo foi fruto da vontade de um grupo de católicos que
se mobilizaram para que fosse possível a construção da capela da Senhora da Conceição,
em 1898.
“A Paróquia da Senhora
da Conceição da Cidade e Diocese do Porto foi criada por provisão de D. António
Barbosa Leão, Bispo do Porto, com data de 10 de Abril de 1927, e publicada no
nº 5 do ano XIII do Boletim da Diocese do Porto, e a nova paróquia “começará a
funcionar desde o dia 1 de Maio do corrente ano”.
A capela da Senhora da
Conceição, na Rua da Constituição foi a primeira igreja paroquial da nova
paróquia que teve como seu primeiro pároco o Cónego Dr. Francisco Correia
Pinto, notável orador, conferencista e jornalista, que foi deputado à
Assembleia Nacional”.
Fonte: ”p-conceicao-porto.org”
Nos dias de hoje a igreja onde o culto é administrado, continua
a pertencer à Igreja Católica, mas é cedida todos os domingos à comunidade
ortodoxa, tendo passado a ser identificada como “Igreja de São Pantaleão”.
Igreja de São Pantaleão – Cortesia de Philip Jagnisz
Igreja de São Pantaleão – Fonte: JPN
PATRIMÓNIO CULTURAL E
ARTÍSTICO
Café "Majestic"
“É fácil saber-se se
está a pisar "solo" da freguesia de Santo Ildefonso. Basta enumerar
os locais ditos de interesse turísticos. Santo Ildefonso, nome do orago da
freguesia, abrange a capela das Almas, localizada na movimentadíssima e muito
procurada Rua de Santa Catarina, mais votada para peões do que para automóveis
mercê do imenso polvilhar de lojas que detém, que, em passeio ou em compras,
acabam tentado pela beleza de um dos mais emblemáticos cafés citadinos: o
"Majestic".
É a partir de Santa
Catarina que se chega a outros locais da freguesia, igualmente, importantes
para a cidade. Um desses locais é a Avenida dos Aliados, palco dos mais belos e
históricos edifícios, entre os quais o edifício da Câmara Municipal do Porto.
Café "A Brasileira"
Mas a Santo Ildefonso
pertencem o café "A Brasileira", procurada, até, como lugar de
"peso político" (Humberto Delgado deixou-se lá fotografar,
"fintando" a policia política, (PIDE/DGS) e o mercado do Bolhão,
ainda hoje local de procura e de troca comercial, cheio de cor, de cheiros, de
vida. São também de Santo Ildefonso duas referências culturais da cidade: os
teatros municipais Rivoli e o Coliseu, agora remodelados e com direito a
ganharem valor máximo na escala de qualidade das salas de espectáculos”.
Fonte - Site: j-f.org/jf-stildefonso
Sem comentários:
Enviar um comentário