sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

(Continuação 8) - Actualização em 01/10/2019

Fonte da Alameda no cemitério do Prado do Repouso



Fonte da Alameda do cemitério do Prado do Repouso






“O chafariz do Terreiro da Batalha não chegou aos nossos dias por ter sido demolido em 1830, sendo substituído por outra fonte. Este chafariz aparece mencionado por Manuel Pereira de Novais como “chafariz de Cima de Villa”, pois era nesta zona que se localizava a porta de Cima da Vila. Também é referido pelo padre Simão Duarte de Oliveira, nas Memórias Paroquiais de 1758, como sendo um chafariz com a forma triangular. Recebia água do manancial do Campo Grande, e foi alvo de algumas remodelações nos finais do século XVIII e inícios do século XIX, aquando das obras realizadas para o melhoramento da Praça da Batalha.”
In Dissertação de Mestrado da UP de Diogo Emanuel Pacheco Teixeira



Fonte da Rua Chã ou Fonte de Cima de Vila




Fonte da Rua Chã ou Fonte de Cima de Vila



“com duas bicas. Uma para uso dos particulares; e, outra, para aguadeiros. Esta fonte substituiu um chafariz ou fonte que se elevava no meio do largo, da qual, o beneditini Novais esclarece: “antiga y es perfectissima, em modo de pyramide de 3 esquinas, al modo de que se lavram los diamantes”. Em 14/1/1853, começaram a apeá-la do seu lugar (cingida às casas sitas entre as Ruas do Loureiro e Cima de Vila), para a reconstruírem no antigo largo do Paço da Marqueza onde ainda pode ser admirada.” 
O Tripeiro, Série VI, Ano VIII.


Possui duas bicas, tipo calote saliente, jorrando água para suportes constituídos por barras chatas de ferro, dispostas paralelamente no tanque para colocação de vasilhas, e entre as bicas uma pequena consola semi circular sobrepujada por um orifício.
Em 1636, é colocado a concurso a obra de construção do novo chafariz da Rua Chã, com a mudança do que estava localizado à porta de Manuel de Pena para o socalco de São Sebastião e "Almacem" da cidade.
Em 1732, é nomeado pela Câmara para Olheiro da limpeza da fonte da Rua Chã, o sapateiro Domingos da Silva.
Em 1774, é realizada a reparação do aqueduto da Rua Chã pelo mestre pedreiro José Pereira e, em 1778, o mesmo pedreiro procede à reparação do chafariz.
Em 1852, reconstrução da fonte, que tinha estado na Rua Chã, encostada às casas que dão para a Rua do Loureiro e para a Rua de Cimo de Vila, no actual local, adossada a um edifício fazendo gaveto entre a Rua de Cimo de Vila e a Rua do Cativo.





O manancial da Aguardente pertenceu aos padres da Congregação do Oratório de S. Filipe Néri que, muito perto da nascente, tinham a sua brévia. Com a expulsão dos frades o manancial passou para o capitalista João Baptista Alves Braga. Este manancial abastecia a Fonte Seca da Rua de Santa Catarina (já desaparecida) e assim chamada, por ter estado alguns anos sem água e, ainda, a denominada Fonte da Rua da Alegria.



Fonte da Rua da Alegria (Desaparecida)




Fonte da Rua da Alegria – Fonte: J. Bahia Júnior, 1909, Pág. 42




Por cima da bica, colocada ao centro, pode ver-se um triângulo pintado de negro, indicando que a água era imprópria para consumo.
Sobre esta fonte, escreve J. Bahia Júnior, em 1909:



“ (…) situada defronte do prédio n.° 342. E' uma fonte de boa construcção, alimentada por uma bica, com um tanque central e dois lateraes, occupando cada um o seu canto do recinto em que a fonte está recolhida, a dentro do alinhamento das casas. Ao lado d'esté recinto ha uma porta que conduz ao tanque que existe por detraz da fonte, á semelhança do que também ha por detraz da fonte de S. Domingos, feito com o destino de ser utilisado em casos de incêndio e que forma uma bôa bacia de sedimentação de 4,m60 de comprido e 3m de largura e l,m40 de profundidade.”


Tanque nas traseiras da Fonte da Rua da Alegria – Fonte: J. Bahia Júnior, 1909, Pág. 42


Os tanques como o da foto acima eram de grande utilidade no combate aos incêndios.



À direita da foto esteve, em tempos, a Fonte da Rua da Alegria - Fonte: Google maps



Junto ao local da antiga fonte, nos nºs 341 e 343, haveria de ter existência a “Fábrica de Malhas ALPHA”.

 
 

Publicidade, em 1933



 

Edifício da antiga “Fábrica de Malhas ALPHA” – Fonte Google maps





Fonte Seca ou 3ª Fonte de Santa Catarina (Desaparecida)



A Fonte Seca também conhecida como 3ª Fonte de Santa Catarina, estava instalada na então chamada, Rua Bela da Princesa, hoje a Rua de Santa Catarina, à esquerda de quem sobe, já perto da Praça do Marquês do Pombal.
Bahia Junior afirma que com base no Livro 2 de documentos originais, que a medição dos terrenos para a construção desta Fonte Seca, se teria realizado em 9 de Setembro de 1861, motivo pelo qual foi levado a concluir que, a construção da mesma, se tivesse iniciado nesse ano. 
Esta fonte teria substituído uma outra, para que se procedesse ao alargamento da via, projectando uma passagem de uma comitiva real pelo local, que não se efectivaria.
Primitivamente, esta fonte era abastecida pelo Manancial da Póvoa, mas devido a grande despesa que isso trazia, ficou a ser fornecida por uma mina própria situada no Largo da Fontinha. Acabou por ser abastecida pelo Manancial da Aguardente a partir de 1868, como nos conta J Bahia Junior:


“Por occasião duma grande estiagem que houve no anno de 1868, a Camará, para supprir a grande falta d agua que por toda a parte se deu, mandou abrir vários poços em différentes pontos da Cidade e, ao mesmo tempo, quiz-se romper para a Fonte Secca, uma mina na direcção da Praça do Marquez do Pombal, por se ter como ceito que ahi se encontrasse agua em abundância. Porém, como isso acarretava grande dispêndio e era obra cuja demora era incompativel com a urgência da necessidade, abriu-se o poço da Praça do Marquez do Pombal que hoje está fechado, com intenção de o ligar mais tarde por uma mina até á fonte. Deve portanto ser posterior a 1868; a data de conclusão d'esté Manancial”.


E sobre a Fonte Seca diz-nos ainda J. Bahia Junior, In: Contribuição para a Hygiene do Porto:


“A Fonte Secca, assim chamada por ter repetidas epochas em que seccava, parece ter sido erecta pelos ânuos de 1800, conforme a sessão da Junta das Obras Publicas de 27 de novembro, (') na ultima parte da rua de Santa Catharina que teve o nome de rua Bella da Prin-ceza, e ao lado poente d'ella. Mais tarde, achando-se abandonada e inutil por estar perfeitamente secca, e o seu tanque já desfeito em parte, e sahindo fora do alinhamento da rua, apenas servia para impedir o transito e, havia muito tempo já que se tinha resolvido fazer a sua demolição por inteiro. Foi a vinda a esta cidade de Suas Magestades e Altezas em 1852, quando regressavam da sua visita á província do Minho, que determinou o arranjo da rua onde esta fonte se achava collocada e por onde enganosamente se julgou se fizesse a sua entrada na cidade. Para se régularisai' a rua, foi então destruída a fonte e mudada para o logar que hoje occupa, sendo a sua construcção auctorisada por accordão do Tribunal do Conselho do Distrito de 16 de junho de 1863 e lavrada a Escriptura em 16 de abril do mesmo auno. (2) Só desde que esta mudança se fez é que a fonte ficou a ser alimentada pelo Manancial do Marquez de Pombal, pois que, até ahi, era abastecida por nascente própria”.



Fonte Seca ostentando por cima da sua bica o triângulo negro indicativo de água imprópria para consumo e a data de 1863 – Fonte: J. Bahia Júnior, 1909, Pág. 42


Local onde esteve a Fonte Seca, hoje, o nº 1087, da Rua de Santa Catarina - Fonte: Google maps



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