Fonte da Alameda no cemitério do Prado do Repouso
Fonte da Alameda do cemitério do Prado do Repouso
“O chafariz do Terreiro da Batalha não chegou
aos nossos dias por ter sido demolido em 1830, sendo substituído por outra
fonte. Este chafariz aparece mencionado por Manuel Pereira de Novais como “chafariz de Cima de Villa”, pois era
nesta zona que se localizava a porta de Cima da Vila. Também é referido pelo
padre Simão Duarte de Oliveira, nas Memórias
Paroquiais de 1758, como sendo um chafariz com a forma triangular.
Recebia água do manancial do Campo Grande, e foi alvo de algumas remodelações
nos finais do século XVIII e inícios do século XIX, aquando das obras
realizadas para o melhoramento da Praça da Batalha.”
In Dissertação de Mestrado da UP de Diogo Emanuel Pacheco
Teixeira
Fonte da Rua Chã ou
Fonte de Cima de Vila
…“com
duas bicas. Uma para uso dos particulares; e, outra, para aguadeiros. Esta
fonte substituiu um chafariz ou fonte que se elevava no meio do largo, da qual,
o beneditini Novais esclarece: “antiga y es perfectissima, em modo de pyramide
de 3 esquinas, al modo de que se lavram los diamantes”. Em 14/1/1853, começaram
a apeá-la do seu lugar (cingida às casas sitas entre as Ruas do Loureiro e Cima
de Vila), para a reconstruírem no antigo largo do Paço da Marqueza onde ainda
pode ser admirada.”
O Tripeiro, Série
VI, Ano VIII.
Possui duas bicas,
tipo calote saliente, jorrando água para suportes constituídos por barras
chatas de ferro, dispostas paralelamente no tanque para colocação de vasilhas,
e entre as bicas uma pequena consola semi circular sobrepujada por um orifício.
Em 1636, é colocado
a concurso a obra de construção do novo chafariz da Rua Chã, com a mudança do
que estava localizado à porta de Manuel de Pena para o socalco de São Sebastião
e "Almacem" da cidade.
Em 1732, é nomeado
pela Câmara para Olheiro da limpeza da fonte da Rua Chã, o sapateiro Domingos
da Silva.
Em 1774, é realizada
a reparação do aqueduto da Rua Chã pelo mestre pedreiro José Pereira e, em
1778, o mesmo pedreiro procede à reparação do chafariz.
Em 1852, reconstrução
da fonte, que tinha estado na Rua Chã, encostada às casas que dão para a Rua do
Loureiro e para a Rua de Cimo de Vila, no actual local, adossada a um edifício
fazendo gaveto entre a Rua de Cimo de Vila e a Rua do Cativo.
O manancial da Aguardente pertenceu aos padres da Congregação
do Oratório de S. Filipe Néri que, muito perto da nascente, tinham a sua
brévia. Com a expulsão dos frades o manancial passou para o capitalista João
Baptista Alves Braga. Este manancial abastecia a Fonte Seca da Rua de Santa
Catarina (já desaparecida) e assim chamada, por ter estado alguns anos sem água
e, ainda, a denominada Fonte da Rua da Alegria.
Fonte da Rua da Alegria (Desaparecida)
Fonte da Rua da
Alegria – Fonte: J. Bahia Júnior, 1909, Pág. 42
Por cima da bica,
colocada ao centro, pode ver-se um triângulo pintado de negro, indicando que a
água era imprópria para consumo.
Sobre esta fonte,
escreve J. Bahia Júnior, em 1909:
“ (…) situada defronte do prédio n.° 342. E'
uma fonte de boa construcção, alimentada por uma bica, com um tanque central e
dois lateraes, occupando cada um o seu canto do recinto em que a fonte está
recolhida, a dentro do alinhamento das casas. Ao lado d'esté recinto ha uma
porta que conduz ao tanque que existe por detraz da fonte, á semelhança do que
também ha por detraz da fonte de S. Domingos, feito com o destino de ser
utilisado em casos de incêndio e que forma uma bôa bacia de sedimentação de 4,m60
de comprido e 3m de largura e l,m40 de profundidade.”
Tanque nas traseiras
da Fonte da Rua da Alegria – Fonte: J. Bahia Júnior, 1909, Pág. 42
Os tanques como o da
foto acima eram de grande utilidade no combate aos incêndios.
À direita da foto
esteve, em tempos, a Fonte da Rua da Alegria - Fonte: Google maps
Junto ao local da
antiga fonte, nos nºs 341 e 343, haveria de ter existência a “Fábrica de Malhas
ALPHA”.
Fonte Seca ou 3ª Fonte de Santa Catarina (Desaparecida)
A Fonte
Seca também conhecida como 3ª Fonte de Santa Catarina, estava
instalada na então chamada, Rua Bela da Princesa, hoje a Rua de Santa Catarina,
à esquerda de quem sobe, já perto da Praça do Marquês do Pombal.
Bahia Junior afirma
que com base no Livro 2 de documentos originais, que a medição dos terrenos para
a construção desta Fonte Seca, se teria realizado em 9 de Setembro de 1861,
motivo pelo qual foi levado a concluir que, a construção da mesma, se tivesse
iniciado nesse ano.
Esta fonte teria
substituído uma outra, para que se procedesse ao alargamento da via,
projectando uma passagem de uma comitiva real pelo local, que não se
efectivaria.
Primitivamente, esta
fonte era abastecida pelo Manancial da Póvoa, mas devido a grande despesa que
isso trazia, ficou a ser fornecida por uma mina própria situada no Largo
da Fontinha. Acabou por ser abastecida pelo Manancial da Aguardente a partir de
1868, como nos conta J Bahia Junior:
“Por occasião duma grande estiagem que houve
no anno de 1868, a Camará, para supprir a grande falta d agua que por toda a
parte se deu, mandou abrir vários poços em différentes pontos da Cidade e, ao
mesmo tempo, quiz-se romper para a Fonte Secca, uma mina na direcção da Praça
do Marquez do Pombal, por se ter como ceito que ahi se encontrasse agua em
abundância. Porém, como isso acarretava grande dispêndio e era obra cuja demora
era incompativel com a urgência da necessidade, abriu-se o poço da Praça do
Marquez do Pombal que hoje está fechado, com intenção de o ligar mais tarde por
uma mina até á fonte. Deve portanto ser posterior a 1868; a data de conclusão
d'esté Manancial”.
E sobre a Fonte Seca
diz-nos ainda J. Bahia Junior, In: Contribuição para a Hygiene do Porto:
“A Fonte Secca, assim chamada por ter
repetidas epochas em que seccava, parece ter sido erecta pelos ânuos de 1800,
conforme a sessão da Junta das Obras Publicas de 27 de novembro, (') na ultima
parte da rua de Santa Catharina que teve o nome de rua Bella da Prin-ceza, e ao
lado poente d'ella. Mais tarde, achando-se abandonada e inutil por estar
perfeitamente secca, e o seu tanque já desfeito em parte, e sahindo fora do
alinhamento da rua, apenas servia para impedir o transito e, havia muito tempo
já que se tinha resolvido fazer a sua demolição por inteiro. Foi a vinda a esta
cidade de Suas Magestades e Altezas em 1852, quando regressavam da sua visita á
província do Minho, que determinou o arranjo da rua onde esta fonte se achava
collocada e por onde enganosamente se julgou se fizesse a sua entrada na
cidade. Para se régularisai' a rua, foi então destruída a fonte e mudada para o
logar que hoje occupa, sendo a sua construcção auctorisada por accordão do Tribunal
do Conselho do Distrito de 16 de junho de 1863 e lavrada a Escriptura em 16 de
abril do mesmo auno. (2) Só desde que esta mudança se fez é que a
fonte ficou a ser alimentada pelo Manancial do Marquez de Pombal, pois que, até
ahi, era abastecida por nascente própria”.
Fonte Seca
ostentando por cima da sua bica o triângulo negro indicativo de água imprópria
para consumo e a data de 1863 – Fonte: J. Bahia Júnior, 1909, Pág. 42
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