Sendo a cidade
sulcada por vários e numerosos cursos de água, foi sempre necessário para a
movimentação das suas gentes, instalar pontes para que fosse possível o
trânsito de pessoas, animais e veículos no interior dela.
A referência mais antiga
a uma dessas pontes consta de um documento do século XVI (1535), em que se
alude à "ponte das Tábuas sobre o rio da Vila, logo abaixo donde este
entra no rio Douro".
Ficaram célebres
também, a Ponte do Poço das Patas (Mijavelhas) e, bem perto desta, uma
outra em madeira, que não era mais que um passadiço sobre a ribeira de
Mijavelhas, mas que daria o nome a uma quinta – a Quinta da Ponte, onde
viria mais tarde a terminar a Rua Fernandes Tomás, já bem perto do Poço das
Patas.
Para atravessar entre
as margens do rio da Vila o curso de água mais importante que corria junto ao
aglomerado urbanizado da cidade, existiu a Ponte Nova entre a Rua das
Flores e a Rua da Bainharia.
“E voltamos à Rua da Ponte Nova. Numa carta
régia do ano de 1551, lê-se a seguinte passagem: "Em essa cidade está uma
travessa a que chamam a Fonte dos Ferreiros por onde há pouca serventia
(passagem de pessoas) por ser muito estreita e fragosa, sendo muito necessária
para serventia de duas ruas principais da cidade, a saber a rua das Flores e a
rua da Bainharia e por muita outra parte da cidade e que seria grande
enobrecimento dela travessa abrir-se uma rua pública".
Depreende-se da leitura da citação anterior
que a tal travessa "estreita e fragosa" esteve na origem da Rua da
Ponte Nova dos nossos dias, que deve ter começado a ser construída cerca de
seis anos depois de ter sido escrita a referida carta régia. Vejamos
porquê.
A 17 de Fevereiro de 1556, D. Catarina de
Áustria, viúva de D. João III, que governou Portugal durante a menoridade de
D. Sebastião, autorizou a Câmara do Porto a realizar na cidade várias obras de
interesse público e, entre elas, estava a construção "de uma nova ponte
sobre o rio da Vila que ligasse a rua das Flores com a rua da
Bainharia".
Recorde-se que se fala atrás da Fonte dos
Ferreiros. Ficava junto ao rio da Vila, onde depois se veio a construir a nova
ponte. O nome de Ferreiros andava ligado à Rua da Bainharia, que também ficava
ali muito perto e que antigamente se chamava Rua de Ferraris, ou seja dos
Ferreiros.
E agora, a ponte. Começou a ser construída
no ano em que a Câmara do Porto recebeu, digamos assim, luz verde de D.
Catarina de Áustria. Na sua obra "A rua das Flores do século XVI",
José Ferrão Afonso informa que, em outubro daquele ano (1556), "o mestre
pedreiro Francisco Vaz obrigou-se a construir a ponte nova que vai da rua das
Flores à rua da Bainharia".
Sabe-se que dois anos mais tarde, em 1558,
ainda não haviam sido concluídas as obras da ponte, porque nesse ano a Câmara
pede autorização para, uma vez mais, usar o dinheiro da imposição do sal,
"para concluir a ponte nova da rua das Flores".
A ponte foi toda feita em granito e assentava
num só arco de meia volta, sob o qual deslizavam as águas do rio da Vila. Na
parte superior, era defendida por parapeitos de pedra. A montante da ponte e
na margem do rio, funcionava um dos moinhos a que se alude atrás.
Em 1564, já a rua se chamava da Ponte Nova.
Quarenta e quatro anos mais tarde (1608), parece que a ponte estava a precisar
de obras. Nesse ano, com efeito, a Câmara contrata os serviços do mestre pedreiro
Roque Nunes, já morador na Rua da Ponte Nova, para "debaixo da ponte nova
fazer uma parede em altura de cinco palmos e quatro de largo, para desviar a
água do rio da Vila, para que não vá à fonte [era a Fonte da Biquinha] que ali
existe para utilidade dos vizinhos".
Com a devida vénia a
Germano Silva
Uma outra ponte, mais antiga, existiu junto ao Largo de S. Domingos.
Ficou conhecida como Ponte de S. Domingos e ligava a Rua da Biquinha com a parte baixa do referido Largo de S. Domingos, situando-se junto do hospital e da capela de S. Crispim e S. Crispiniano, da Confraria dos Sapateiros, à entrada da desaparecida Rua da Biquinha.
Desapareceria, com a construção da Rua de S. João. Foi esta ponte várias vezes referida no romance de Arnaldo Gama “A Última Dona de S. Nicolau”, uma história do Porto passada no século XV.
“Erguida sobre o rio da Vila, que dividia as
duas partes da urbe portuense, esta ponte aparece referida num documento de
1307, no qual se fundava um hospital dedicado aos peregrinos de Santiago,
ligado à confraria S. Crispim e S. Crispiniano do Porto”.
Cortesia de Filipe Conceição
Em Agosto de 2024, foi
noticiada, no âmbito da construção da linha rosa do Metro do Porto, a
redescoberta da ponte medieval de São Domingos, no Porto.
Mas, de facto, o
maior desafio nos atravessamentos dos cursos de água que sulcavam a cidade
centrava-se no rio Douro.
Ficou conhecida como Ponte de S. Domingos e ligava a Rua da Biquinha com a parte baixa do referido Largo de S. Domingos, situando-se junto do hospital e da capela de S. Crispim e S. Crispiniano, da Confraria dos Sapateiros, à entrada da desaparecida Rua da Biquinha.
Desapareceria, com a construção da Rua de S. João. Foi esta ponte várias vezes referida no romance de Arnaldo Gama “A Última Dona de S. Nicolau”, uma história do Porto passada no século XV.
Cortesia de Filipe Conceição
Ponte de S. Domingos (achado arqueológico)
Aquando da Primeira Guerra Fernandina, o monarca português,
que se encontrava em Coimbra, enviou uma carta à cidade do Porto a pedir que
fosse feita uma ponte de barcas sobre o rio Douro, de maneira a que a hoste
pudesse atravessar toda num único dia, visto que o rei queria ir contra o rei
D. Henrique II de Castela (Henrique de Trastâmara), que cercava Guimarães. É a
primeira ponte do género que se conhece referida, no atravessamento do rio
Douro, na cidade do Porto.
Fernão Lopes, na Crónica do Rei D. Fernando, escreve:
“E mandou logo suas
cartas aa cidade do Porto, que muito a pressa fosse feita hũua ponte de barcas
no rrio Doiro, per que el e toda a sua hoste podessem passar em hũu dia,
porquanto sua vontade era em toda guisa hir pelejar com el-rrei dom Henrrique;
e que isso mesmo se fezessem prestes os moradores do logar pera sse irem em sua
campanha. Os da cidade, mui ledos com este rrecado, forom todos postos em
grande trigança pera poer esto em obra, hũus a achegar barcas, d’elles a
carretar madeira, outros a lançar âncoras e amarrar cabres; de guisa que muito
aginha foi feita hũua grande e espaçosa ponte, lastrada de terra e d’area, tal
per que folgadamente podiam hir a través seis homees a cavallo (...)”.
“Durante muito tempo, a solução encontrada para transpor os rios foi a utilização de jangadas, barcas, barcaças, etc.. E era assim que entre o Porto e Gaia o trânsito se efectuava.
Em 1369, inaugurou-se uma nova forma de
transpor o rio: um passadiço formado por barcas intervaladas e ligadas por uma
corrente de ferro e, sobre elas, um estrado de madeira. D. Fernando conseguiu
assim, com um exército, ir em socorro de Guimarães que estava cercada pelo rei
de Castela.
E durante séculos assim foi. Uma “ponte”
efémera que servia para ligar as 2 margens que cada vez tinham mais contactos
comerciais, provocados por uma população em crescente desenvolvimento. Mas esta
situação tinha um inconveniente: quando as cheias aconteciam (e elas foram
muito frequentes), estes passadiços eram destruídos pela força das águas.
Durante a maioria do tempo a travessia fazia-se, assim, por barcas de passagem.
Só em 1806 é que se construiu uma ponte mais
sofisticada e para servir períodos mais alargados, a Ponte das Barcas.
Foi inaugurada a 15 de Agosto daquele ano.
Era constituída por 33 barcaças, ligadas entre si por cabos de aço, e abria em
2 partes para dar passagem às embarcações que subiam e desciam o rio.
Foi a ponte projectada pelo engº Carlos
Amarante (1748-1815) que projectou ainda o início da Real Academia Politécnica
e ainda o conjunto da Igreja da Trindade e o seu Hospital.
Esta ponte, como é sabido, entrou para a
história pelo pior motivo: em 29 de Março de 1809, o alçapão que existia no
centro da ponte foi aberto, tragando a vida de milhares de pessoas (4000 ou
5000?) que fugiam das tropas do general Soult.
Depois da tragédia, a Ponte das Barcas foi
reconstruída até à edificação da Ponte Pênsil, chamada de D. Maria II,
mas nunca assim referida.
Obra dos engenheiros Bigot e Mellet, a Ponte
Pênsil foi iniciada em 1841 e inaugurada em 1843. Tinha 170 metros de
comprimento, 8 de largura, elevava-se a uma altura de 10 metros do rio e estava
assente em 4 obeliscos com 18 metros de altura.
A empreitada foi realizada em 2 anos pela
casa Claranges Lucotte & C.
Seria demolida em Outubro de 1887, após a
entrada em serviço da ponte Luiz I, construída em seu lugar a montante e, que
eternizou o nome do rei que na altura estava no poder: D. Luís I”.
Com a devida vénia
ao investigador César Santos Silva – In site: porto24.pt
Ribeira - Gravura de
Batty 1829
Na gravura acima, a ponte das Barcas está em plano discreto, relativamente ao movimento fluvial.
Seria inaugurada em 1806, segundo um projecto de Carlos Amarante, substituindo um outro, de 1802, de uma grandiosa ponte de pedra.
Seria inaugurada em 1806, segundo um projecto de Carlos Amarante, substituindo um outro, de 1802, de uma grandiosa ponte de pedra.
Anos antes da construção da ponte das barcas, Francisco de
Almada e Mendonça pretendeu fazer uma ponte, à cota alta, 75 metros acima do Douro, perto do
local onde, só em 1886, se construiu a Ponte Luis I. Porém, a sua morte
prematura, o exorbitante custo e os problemas técnicos levaram ao abandono
do projecto do engenheiro militar Carlos Amarante. Assim, foi decidido construir uma ponte de barcas, inaugurada em 14 de Agosto 1806.
Ponte de pedra
Ponte das Barcas
Henri L’Eveque (1769-1832), Vue de Ia Ville et du Port de
Porto. H. L’Evêque. d. London P.ed 1817
Ponte das Barcas
No desenho anterior
do Barão de Forrester, pode observar-se as barcas da ponte, já com maior
envergadura.
Esta ponte das
barcas é diferente da inicial, que existiu entre 1806 e 1809, pois tem barcos
mais altos, mais largos e mais afastados de forma a poder deixar passar
pequenos barcos a remos sem ter que ser aberta. Era mais larga e resistente que
as anteriores. Só tinha 20 barcos.A ponte das barcas seria substituída por uma ponte pênsil começada a construir em Maio de 1841 e terminada em Fevereiro de 1843.
Ponte Pênsil
Ponte Pênsil e
obeliscos de suporte na margem direita do rio
Ponte Pênsil e Cais
dos Guindais - Calótipo de William Flower
Ponte Pênsil D.
Maria II
Entrada em V. N. de
Gaia da Ponte D. Maria II
Cheia do rio Douro com
Ponte Pênsil em fundo
“O primeiro projecto para a construção da
ponte Pênsil foi apresentado em 1837 por Mellet e Bigot, engenheiros
contratados pela empresa construtora, propunha a sua localização no
prolongamento da Rua de S. João. Apesar de aprovado pelo Governo, a Câmara
Municipal do Porto viu-se obrigada a rejeitar aquele projecto em virtude das
reclamações apresentadas pelos moradores da zona, os quais consideravam que os
maciços de amarração dos cabos prejudicavam a circulação na Praça de S. João.
O segundo projecto apresentado pela companhia
construtora incluía uma inovação, a qual passava pela "construção de uma
coluna, ou arco de triunfo, no meio do rio, para conveniente apoio da dita
ponte". Apesar de se ter iniciado a sua construção, o projecto foi
interrompido e posto de parte, segundo o próprio Bigot descreve na Memória que
consagrou ao assunto, em virtude dos entraves resultantes de mil receios
quiméricos. Finalmente, é aprovado um terceiro projecto, que será o definitivo,
propondo a localização da ponte um pouco mais a montante, e cuja execução foi
orientada pelo seu autor, o já referido engenheiro Stanilas Bigot. Para além
deste "que, sem dúvida, deve ser considerado como o personagem
principal", devem também ser salientados o seu auxiliar, o engenheiro
Amédée Carruette, o próprio De Clarenges Lucotte, assim como Luís de Castro
Guimarães e Duarte Cardoso de Sá, os seus sócios na empresa construtora, a
Companhia da Ponte Suspensa sobre o Rio Douro.
…entre os personagens que devem ser
destacados no processo de construção da ponte pênsil, é necessário realçar
também a intervenção de duas outras figuras. A de Francisco da Rocha Soares,
conhecido industrial de cerâmica, então proprietário da Fábrica de Louça de
Miragaia, que exerceu as funções de fiscal dos trabalhos de construção da ponte
e, em especial, a de José Vitorino Damásio. Este último, então professor da
Academia Politécnica do Porto "e futuro fundador da Associação Industrial
Portuense" desempenhou um significativo papel na construção da ponte
pênsil, que em muito contribuiu para que a mesma decorresse sem problemas de
maior. Segundo o seu biógrafo, J. F. Nery Delgado, o insigne engenheiro
portuense "examinou e vigiou constantemente os trabalhos, assistindo à
abertura dos poços, à colocação dos cilindros de fricção e das amarras, e ao
atracamento destas nos poços de amarração". Para além disso,
"coadjuvou eficazmente o engenheiro Bigot na resolução de todos os
cálculos relativos à resistência das amarras, e à estabilidade e equilíbrio da
ponte, empregando as fórmulas de Navier, e comparando os resultados obtidos com
os que o mesmo engenheiro alcançara pelos processos gráficos, usados na École
des Arts et Métiers"”.
Com a devida vénia a
José Manuel Lopes Cordeiro
Ponte Pênsil em 1870
Entretanto, a Ponte
ferroviária Maria Pia (Rainha, mulher de Luís I e que finda a Monarquia em
1910, com já uma provecta idade se exilou em Itália, pois era neta do Rei
Carlos Alberto da Sardenha e Piemonte e filha do rei Vítor Emanuel II) foi a
primeira grande obra de Gustavo Eiffel e começou por ser chamada de “Ponte D.
Fernando”, tendo recebido o nome que ostenta, apenas após o dia da inauguração.
É constituída por um
arco que suporta um tabuleiro ferroviário com 354 metros de extensão e está 61
metros acima do rio.
Começada a ser
construída em Janeiro de 1876 foi inaugurada em Novembro de 1877.
Construção da Ponte
Maria Pia, 20 Junho de 1876 - Ed. Emílio Biel
A sua conclusão
permitiu a ligação ferroviária entre o Sul e o Norte, o que ajudou à crescente
industrialização da cidade e à sua transformação, permitindo a edificação da
Estação de Campanhã.
A estação de
Campanhã foi inaugurada em 21 de maio de 1875, nos terrenos da antiga quinta do
Pinheiro, tendo sido designada por Estação do Pinheiro até 1877, sendo
posteriormente batizada com o nome actual. Implantada entre as freguesias de
Campanhã e Bonfim, viria a torná-las nos motores da indústria no Porto.
Construção da Ponte Maria Pia
Ponte Maria Pia em conclusão
Ponte Maria Pia
vista de V. N. de Gaia - Ed. Emílio Biel
Ponte Maria Pia
A Ponte Luís I
ou Luiz I, é uma ponte em estrutura metálica com dois tabuleiros, construída
entre os anos 1881 e 1888, ligando as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia
(margem norte e sul, respectivamente) separadas pelo rio Douro.
Esta construção veio
substituir a antiga ponte pênsil que existia no mesmo local e foi realizada
mediante o projecto do engenheiro belga Théophile Seyrig, que já tinha
colaborado anteriormente com Gustave Eiffel na construção da ponte ferroviária
Maria Pia.
Ponte Pênsil e início da construção da ponte Luís I. À direita, na margem esquerda do rio, o local do apoio da antiga ponte das Barcas
Construção da Ponte
Luiz I
A ponte foi
inaugurada em 1886 (tabuleiro superior) e 1888 (tabuleiro inferior) momento em
que entrou, em total funcionamento.
A afirmação de que
devido à ausência do rei D. Luís I na inauguração, decidiu a população do
Porto, em resposta ao acto desrespeitoso, retirar o "Dom" do
respectivo nome parecem não corresponder à realidade, sendo assim uma lenda.
A atestar tal facto,
refira-se que nas notícias nos jornais durante o período da sua construção a
ponte era designada por "Ponte Luiz I"; também outras importantes
construções da mesma época com os nomes de membros da família real não tinham
os títulos nos seus nomes, caso da ponte ferroviária Maria Pia (e não Dona
Maria Pia), dedicada à rainha, e do velódromo Maria Amélia (e não Dona Amélia),
dedicado à futura rainha consorte do rei D. Carlos; acrescente-se ainda que
apesar de o nome oficial da ponte ser "Luiz I", conforme atestam as
incrições nas placas dos pegões-encontro sobre as entradas do tabuleiro
inferior, a população do Porto sempre a chamou de "Ponte D. Luís",
salvaguardando o título do rei com quem a cidade tinha grande proximidade.
“Na segunda metade do século XIX, o comércio
progredia na cidade do Porto. As fábricas espalhavam-se por todo o bairro
oriental da cidade, dito brasileiro. O tráfego para Gaia e Lisboa crescia a
olhos vistos, e a bela Ponte Pênsil não chegava para uma circulação eficaz.
Por proposta de lei de 11 de Fevereiro de
1879, o Governo determinou a abertura de concurso para a "construção de
uma ponte metálica sobre o rio Douro, no local que se julgar mais conveniente
em frente da cidade do Porto, para a substituição da actual ponte pênsil",
após o governo não ter aceite um projecto da firma G. Eiffel et Cie., que só
contemplava um tabuleiro ao nível da ribeira, com sector levadiço na parte
central. Um projecto que mereceu um Grande Prémio na Exposição Universal de
Paris de 1878, mas não servia para uma eficaz ligação entre os núcleos urbanos
do Porto e Gaia. Por isso, aquele concurso impôs como premissa necessária à
concepção de uma ponte de dois tabuleiros. Apresentaram-se numerosos
concorrentes: Société de Braine Leconte, Société des Batignolles (duas
soluções), G. Eiffel et Cie., Auguste LeCoq. Andrew Handyside, Société de
Willebroek (duas soluções) e John Wixon. Foi vencedora a proposta da empresa
belga Société de Willebroeck, com projecto do engenheiro Teófilo Seyrig, que já
tinha sido o autor da concepção e chefe da equipa de projecto da Ponte Maria
Pia.
Teófilo Seyrig, enquanto sócio de Gustave Eiffel,
assina como único responsável a nova e grandiosa Ponte Luís I. A construção
inicia-se em 1881 e a inauguração acontece a 31 de Outubro de 1886.
A estrutura da nova ponte, verdadeira
filigrana de ferro, que passou a ser, juntamente com a Torre dos Clérigos, o ex
libris por excelência do Porto, pesava no seu conjunto 3.045 toneladas. A ponte
ficou iluminada por meio de artísticos candeeiros de gás, 24 no tabuleiro
superior, 8 no inferior e 8 nos encontros”.
In pt.wikipedia.org
Entre 1886 e 1887 as
duas pontes Pênsil e Luiz I coexistiram - Ed. George Tait
Viagem de V. N. de
Gaia para o Porto do 115 em 1912
Saída da Ponte Luiz
I do lado de V. N. de Gaia em 1923
Com o aumento do
tráfego automóvel, a cidade viu-se na obrigação de se dotar de novas vias que
respondessem às necessidades crescentes e ao aumento da população na margem sul
do Douro. Por isso, não é de estranhar que em 1952 tenha sido adjudicada a construção
de uma ponte na zona da Arrábida e denominada Ponte da Arrábida.
Com um vão de 270
metros, foi, durante algum tempo, a recordista mundial para pontes em arco de
betão armado. O tabuleiro eleva-se a 70 metros acima do nível das águas, tem
500 metros de extensão e custou 242.000 contos.
O autor do projecto
foi o engenheiro Edgar Cardoso e a obra foi entregue ao engenheiro José
Zagallo. A construção estendeu-se de Maio de 1957 até 22 de Junho de 1963, dia
em que foi inaugurada pelo Presidente da República de então, almirante Américo
Tomás.
Ponte da Arrábida em
construção
Com o aumento do
tráfego ferroviário, os poderes públicos viram-se na obrigação de substituir a
vetusta Ponte Maria Pia, o que aconteceu nos anos 80 do século XX. Edgar
Cardoso é convidado a projectar esta nova ponte que se viria a chamar Ponte
de S. João.
A Ponte de S. João,
tem uma estrutura em pórtico com 3 vãos, 2 deles de 125 metros e um de 250
metros. O tabuleiro está apoiado em 2 pilares assentes no leito do rio, junto a
cada uma das margens. A inauguração deu-se no dia de S. João de 1991.
Ponte S. João
Em Setembro de 1995,
e dadas as novas necessidades de fluidez de trânsito rodoviário, é inaugurada
uma nova travessia a que se deu o nome de Ponte do Freixo.
Da autoria do
professor António Reis, a sua localização é a montante de todas as outras, bem
no extremo da cidade. A ponte tem 8 vãos, sendo o principal de 150 m, a que se
seguem, para cada lado, vãos de 115 m. Tem 8 faixas de rodagem.
Ponte do Freixo
Por outro lado, para
substituir o tráfego automóvel do tabuleiro superior da Ponte Luís I, que ficou
só para o metro, foi levantada a Ponte do Infante, entre V. N. de Gaia e
as Fontainhas.
A travessia foi
inaugurada em Março de 2003, sendo responsável pelo seu projecto o engenheiro
Adão da Fonseca.
A travessia tem 371
metros de comprimento e 20 metros de largura. Trata-se de uma ponte à cota
alta, com 2 faixas de rodagem em cada sentido, com um separador central.
Ponte do Infante
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