“Paranhos é a maior freguesia da cidade do Porto e a terceira maior do
país.
Paranho é, segundo alguns entendidos, uma forma evoluída do primeiro e
primitivo vocábulo: Paramio.
Durante o século XVII, dá-se a dissimulação do termo primitivo para o
actual.
O topónimo Paranhos, na opinião de alguns historiadores,
como Andrêa da Cunha e Freitas, quer dizer amparado ou defendido por honra "… amparam o amo enquanto é vivo, e
desde que os amos são mortos, amparam o lugar pondo-lhe o nome de Paranho, isto
é amparado ou defendido por honra…".
Os privilégios de Honra decorriam por, nesse local,
ter sido amamentado um filho de fidalgo ou rico-homem.
Se um lavrador pretendia libertar o seu casal ou herdade,
pedia a um fidalgo, senhor de Honra mais vizinho, que desse um filho a criar a sua
mulher. Se isso acontecesse, o casal ou a quinta da ama do filho tornava-se
implicitamente Honrado, assim como toda a povoação, que ficava com o privilégio
de amadigo, isto é, isento da jurisdição e fiscalização real.
Este procedimento deu origem a abusos, pois, em certos
casos, a criança limitava-se a passar alguns dias com a ama e, por isso, seria
combatido pelas inquirições reais, que foram ao longo do tempo executadas.
A situação, no entanto, só seria colmatada com as quatro
inquirições efectuadas no tempo de D. Dinis (1290-1301-1303-1307).
Mas, esta não é a única versão sobre a origem do nome de
Paranhos. Conta uma antiga lenda que possuindo esta terra boas e grandes
pastagens era frequentada por inúmeras cabeças de gado lanígero e caprino e que
os pastores costumavam recolher-se a uns casotos (pequenas cabanas de madeira)
para se abrigarem da intempérie.
Dizia, então, o povo que os ditos casotos eram mais próprios PARA- A-NHOS do que para os pastores e, daí, o nome de PARANHOS.
O actual nome surge pela primeira vez em documento datado do ano de 1689.
Antes da fundação do Condado Portucalense, Paranhos já existia, sendo habitada por mouros ou árabes que se mantiveram nesta região até ao século X.
(No Arquivo Nacional da Torre do Tombo o documento mais antigo existente é de 882. É um documento do Mosteiro de Cete, relativo aos privilégios atribuídos à igreja de Lardosa, hoje pertencente a Penafiel, na freguesia de Rans. É ali mantida, também, a bula Manifestis probatum, de 1179, através da qual o Papa Alexandre III reconheceu a independência do Condado Portucalense e a soberania de D. Afonso Henriques sobre o novo reino).
No primeiro caso mediante a presúria, o padroado passou para a coroa; no segundo apenas a parte do senhor, continuando em poder do povo o que antes lhe pertencia; no terceiro era da exclusividade do último e em seu poder se conservava ainda no século XIII, se não tivesse sido alvo de usurpações.
Na generalidade, o padroado de cavaleiros, ordens, mosteiros e dioceses, resultava de compras e doações obtidas da Coroa ou de particulares.
Todos os coutos foram extintos por lei de 1692, embora só acabando definitivamente em 1790.
Sobrou o Couto Misto até 1864, extinto pelo Tratado de Lisboa, celebrado entre Portugal e Espanha.
Este couto (em galego: Couto Mixto, em espanhol: Coto Mixto) corresponde a uma zona localizada a norte da serra do Larouco, na bacia intermédia do rio Salas, na Galiza (Espanha), na actual província de Ourense, na fronteira norte do actual Concelho de Montalegre.
Embora se desconheça a origem de sua instituição, ligada desde a Baixa Idade Média ao Castelo da Piconha, posteriormente vinculado à poderosa Casa de Bragança, constituía-se numa pequena área fronteiriça de cerca de 27 km² com organização própria, que não estava ligada nem à Coroa de Portugal e nem à da Espanha.
Por outro lado as Honras, como já se disse, eram terras privilegiadas em que os ricos-homens ou fidalgos tinham as suas quintas e palácios, com jurisdição sobre os vizinhos, vassalos ou colonos, que eram obrigados a defendê-los quando atacados.
As Honras estavam isentas de imposições e tributos reais e a sua fundação era designada por marcos ou balizas que se levantavam nos terrenos, outras vezes por diploma régio e outras pelo pendão ou bandeira que se arvorava na Honra.
Esta mercê de que muitos ousadamente fizeram uso, só era concedida a cavaleiros com algum feito notável no curriculum.
Voltando a Paranhos, por decreto de 18-7-1835, foi criada nesta freguesia uma Junta de Freguesia que, até 1910 se chamou Junta de Paróquia, cuja sessão inaugural aconteceu em 1836.
Até 1837, o antigo couto de Paranhos, era, portanto, pertença da Igreja portucalense. Foi só a partir deste ano que passou a integrar o concelho do Porto.
Assim, no ano de 1837, a Freguesia de São Veríssimo de Paranhos, como na altura se designava, foi incorporada à cidade do Porto como termo da cidade, desvinculando-se do Concelho de Bouças, ao qual pertencia.
Paranhos pertencia desde tempos muito recuados à denominada “Terra da Maia”, uma extensa porção de território limitada a norte pelo rio Ave, desde S. Tirso até à sua foz; a poente pelo oceano desde Azurara até Leça da Palmeira; ao sul pelo Porto, desde Matosinhos até Massarelos, cortando aqui para Cedofeita e Paranhos; a nascente pela linha que abrangia Rio Tinto, Valongo, Ermesinde, Alfena, Covelas e Bougado.
Este território foi concelho da Maia, quando D. Manuel lhe concedeu foral em 1519.
O Santo padroeiro da freguesia é São Veríssimo, que é um santo mártir de Lisboa, que foi morto juntamente com as suas irmãs Máxima e Júlia a mando do imperador Diocleciano c. ano 303.
Dizia, então, o povo que os ditos casotos eram mais próprios PARA- A-NHOS do que para os pastores e, daí, o nome de PARANHOS.
O actual nome surge pela primeira vez em documento datado do ano de 1689.
Antes da fundação do Condado Portucalense, Paranhos já existia, sendo habitada por mouros ou árabes que se mantiveram nesta região até ao século X.
(No Arquivo Nacional da Torre do Tombo o documento mais antigo existente é de 882. É um documento do Mosteiro de Cete, relativo aos privilégios atribuídos à igreja de Lardosa, hoje pertencente a Penafiel, na freguesia de Rans. É ali mantida, também, a bula Manifestis probatum, de 1179, através da qual o Papa Alexandre III reconheceu a independência do Condado Portucalense e a soberania de D. Afonso Henriques sobre o novo reino).
Em 1114, D. Hugo
toma posse da diocese do Porto e, em 1120, D. Teresa faz a doação a D. Hugo de
um vasto território, o Couto de Portucale.
No ano de 1123, é realizada uma doação do padroado da Igreja de Paranhos ao Bispo do Porto, D. Hugo por parte de D. Elvira Trutesindes a 6 de Janeiro e por parte de Pio Mendes a 12 de Junho do mesmo ano. Do padroado doado fazia parte um grande número de casais e quintas.
Padroado é um grau de controlo de igreja dado a um administrador civil, por meio de uma bula. Esse administrador ou padroeiro era aquele que administrava o padroado e tinha por autorização papal delegada, a possibilidade de cobrança do dízimo eclesiástico.
Quando o padroado
era atribuído em favor do rei, chamava-se padroado régio.
No ano de 1123, é realizada uma doação do padroado da Igreja de Paranhos ao Bispo do Porto, D. Hugo por parte de D. Elvira Trutesindes a 6 de Janeiro e por parte de Pio Mendes a 12 de Junho do mesmo ano. Do padroado doado fazia parte um grande número de casais e quintas.
Padroado é um grau de controlo de igreja dado a um administrador civil, por meio de uma bula. Esse administrador ou padroeiro era aquele que administrava o padroado e tinha por autorização papal delegada, a possibilidade de cobrança do dízimo eclesiástico.
Cada concessão de
controlo era um padroado.
As pequenas igrejas
rurais foram, umas, fundadas pelos senhores das terras no governo romano ou
visigótico, outras, por eles junto com os cultivadores e, a maioria, só por
estes.No primeiro caso mediante a presúria, o padroado passou para a coroa; no segundo apenas a parte do senhor, continuando em poder do povo o que antes lhe pertencia; no terceiro era da exclusividade do último e em seu poder se conservava ainda no século XIII, se não tivesse sido alvo de usurpações.
Na generalidade, o padroado de cavaleiros, ordens, mosteiros e dioceses, resultava de compras e doações obtidas da Coroa ou de particulares.
Pelo menos, em
1341, sabe-se que D. Afonso IV confirma à mitra do Porto o Couto de Paranhos,
passando a jurisdição do couto a pertencer ao Bispo do Porto, na altura, D.
Vasco Martins.
Tratando-se de uma confirmação, a sua existência é obrigatoriamente anterior.
Por esta altura, cerca de dois terços da freguesia pertencia aos senhores do cabido da Sé.
Durante séculos, Paranhos foi couto dos bispos, mas sem Honra.
Tratando-se de uma confirmação, a sua existência é obrigatoriamente anterior.
Por esta altura, cerca de dois terços da freguesia pertencia aos senhores do cabido da Sé.
Durante séculos, Paranhos foi couto dos bispos, mas sem Honra.
Um Couto, como é
geralmente sabido, significa terra protegida, refúgio, abrigo. Por isso, os
coutos ou as doações de couto, frequentes entre os séculos IX e XIII, como
expressão senhorial, implicavam o privilégio da proibição de entrada de
funcionários régios (juízes, meirinhos, mordomos, etc.) na terra coutada, que
apenas respondia à jurisdição dos senhorios.
Definia-se oficialmente, no reinado de D. Dinis, o acto de coutar uma
terra como escusar os seus moradores da hoste e do fossado, do foro e de toda a
peita, ou seja, imunidade perante os impostos e justiça reais. As cartas
de couto podiam ser concedidas pelo Rei (como recompensa de serviços ou por
necessidade de povoamento) a nobres ou eclesiásticos e pelos senhores da terra
ou pela Igreja, dentro dos seus domínios.Todos os coutos foram extintos por lei de 1692, embora só acabando definitivamente em 1790.
Sobrou o Couto Misto até 1864, extinto pelo Tratado de Lisboa, celebrado entre Portugal e Espanha.
Este couto (em galego: Couto Mixto, em espanhol: Coto Mixto) corresponde a uma zona localizada a norte da serra do Larouco, na bacia intermédia do rio Salas, na Galiza (Espanha), na actual província de Ourense, na fronteira norte do actual Concelho de Montalegre.
Embora se desconheça a origem de sua instituição, ligada desde a Baixa Idade Média ao Castelo da Piconha, posteriormente vinculado à poderosa Casa de Bragança, constituía-se numa pequena área fronteiriça de cerca de 27 km² com organização própria, que não estava ligada nem à Coroa de Portugal e nem à da Espanha.
Por outro lado as Honras, como já se disse, eram terras privilegiadas em que os ricos-homens ou fidalgos tinham as suas quintas e palácios, com jurisdição sobre os vizinhos, vassalos ou colonos, que eram obrigados a defendê-los quando atacados.
As Honras estavam isentas de imposições e tributos reais e a sua fundação era designada por marcos ou balizas que se levantavam nos terrenos, outras vezes por diploma régio e outras pelo pendão ou bandeira que se arvorava na Honra.
Esta mercê de que muitos ousadamente fizeram uso, só era concedida a cavaleiros com algum feito notável no curriculum.
Voltando a Paranhos, por decreto de 18-7-1835, foi criada nesta freguesia uma Junta de Freguesia que, até 1910 se chamou Junta de Paróquia, cuja sessão inaugural aconteceu em 1836.
Até 1837, o antigo couto de Paranhos, era, portanto, pertença da Igreja portucalense. Foi só a partir deste ano que passou a integrar o concelho do Porto.
Assim, no ano de 1837, a Freguesia de São Veríssimo de Paranhos, como na altura se designava, foi incorporada à cidade do Porto como termo da cidade, desvinculando-se do Concelho de Bouças, ao qual pertencia.
Paranhos pertencia desde tempos muito recuados à denominada “Terra da Maia”, uma extensa porção de território limitada a norte pelo rio Ave, desde S. Tirso até à sua foz; a poente pelo oceano desde Azurara até Leça da Palmeira; ao sul pelo Porto, desde Matosinhos até Massarelos, cortando aqui para Cedofeita e Paranhos; a nascente pela linha que abrangia Rio Tinto, Valongo, Ermesinde, Alfena, Covelas e Bougado.
Este território foi concelho da Maia, quando D. Manuel lhe concedeu foral em 1519.
O Santo padroeiro da freguesia é São Veríssimo, que é um santo mártir de Lisboa, que foi morto juntamente com as suas irmãs Máxima e Júlia a mando do imperador Diocleciano c. ano 303.
Segue-se documento
de integração de Paranhos no Município do Porto.
“Administração Geral do Districto do Porto
2ª Repartição
Tendo sido anexada a Freguezia de Paranhos ao Concelho do Porto,
segundo foi determinado por Carta de Ley de 27 de Setembro findo o Artigo 1º
cumpre que a Câmara Municipal da Antiga e Muito Nobre, sempre Leal e Invicta
Cidade do Porto, considere desde já a dita Freguezia como pertencente ao seu
Município, na inteligência de que nesta data é feita a conveniente participação
de Municipalidade de Bouças, em cujo Concelho ela existia incorporada.
Porto, Administração Geral do Districto do Porto 13 de Outubro de 1837.
Exmo. Senhor. Presidente e Membros da Câmara Municipal da Antiga, muito
Nobre e sempre Leal Invicta Cidade do Porto.”
Os primeiros
assentos de baptismo, casamentos e óbitos datam do ano de 1536 e, Portugal foi
o primeiro na Europa a adoptar o registo paroquial ainda antes do Concílio de
Trento o tornar obrigatório em 1545-1563.
Em Paranhos o registo
Paroquial começou a ser realizado em 1587, tendo sido o primeiro baptismo
registado a 29 de Novembro de 1587 com o nome de André. O primeiro casamento
realizou-se a 25 de Junho de 1588 entre Thomes Annes e Catarina Annes e o
primeiro funeral de que há registo aconteceu dia 20 de Novembro de 1588, foi o
funeral de João da aldeia de Lamas.
A freguesia nasceu
de um aglomerado de quintas, casais e campos que dariam origem aos lugares.
Entre as quintas contam-se
as quintas do Outeiro, da Azenha, da Telheira, do Tronco,
do Regado,
das Regueiras,
do Covelo,
das Lamas,
do Agueto
(ou do Mecha), do Paço, Seca de Currais, Seca do Covelo, do Lampianista, do Oliveira, etc.
Dos casais, por
exemplo, os casais da Bouça, da Valle, do Couto,
do Amial,
da Fonte,
do Pereira,
etc.
Dos campos
podemos referir os campos do Agueto, de Coalhães, das Arroteias,
de Crispellos,
do Carriçal,
da Asprela,
do Marco,
Chão
dos Espinheiros, etc.
No ano de 1689 são mencionadas 8 aldeias: Regado, Agueto, Couto, Igreja, Lamas,
Tronco, Carvalhido e da Valle.
As Memórias Paroquiais de 1758 registam na freguesia de
Paranhos a existência de 15 aldeias,
a saber Agueto, Couto, Igreja, Lamas, Tronco, Carvalhido, Vale (ou da
Valle), Regado, Cruz da Regateira, Antas, Travessa, Amial, Azenha, Bouça e Cabo.
Além dos topónimos já citados, ao longo dos anos encontramos
mais alguns correspondentes a lugares que, talvez por mais pequenos, devem ter
sido subdivisões de outros como: Casal (1587), Paranhos (1598), Telheira
(1652), Agra (1706), Estrada (1709), Monte Velho (1718), Eira (1724),
Padrão
(1731), Pereira (1734), Tojo de Lamas (1736), Aval
(1743) Cortes (1751), Regueiras (1752) e Asprela
(1745).
No Registo Paroquial, é possível encontrar em data posterior
às mencionadas, ainda, os lugares de Aguardente (1764), Novo do
Monte (1779) e Agrinhas (1818).
Além de todos os lugares já referidos, havia, mais os que se
seguem: Marco, Sério, Barrocas, Outeiro, Coalhães, Currais,
Arroteias, Crispelos (uma corruptela de Quipelos), Covelo, Matadouro e Patusca,
os três últimos foram formados respectivamente, no princípio, nos meados e no
fim do século XIX.
Por vários documentos do Cartório do Cabido vê-se que a
freguesia tinha vários montes: Monte de Paranhos e Monte da Valle (1673); Monte
dos Espinheiros, no Lugar do Marco (1679); Monte da Regateira (1732); Monte do
Fural e Monte Maninho (1743); Monte de Cortes (1766); Monte do Agueto (1779).
De notar que pertencia
a Paranhos, o Lugar das Antas,
hoje pertença de Campanhã, bem como ainda em 1672, o lugar de Póvoa de Cima (Praça Rainha D.
Amélia) hoje ligado à freguesia do Bonfim, decorrendo daqui o acontecimento
seguinte:
“em 20 de novembro de 1648, Domingos
Fernandes, “O Porca Negra”, dota a sua filha Maria da Conceição (para casar com
Paulo Garcês) de duas leiras chamadas Cavadas, em Paranhos. O Largo das Cavadas
é hoje a Rua de Jerónimo Mendonça, personagem que acompanhou el-rei D.
Sebastião a África e que, depois de resgatado, escreveu “Jornada de África””.
Eugénio A.C. Freitas,
“Toponímia Portuense”, p. 184
Ora, foi ao longo das antigas aldeias, quintas e casais que
se rasgaram muitas das artérias da freguesia e algumas delas, mantiveram a
denominação de origem, como é o caso das travessas da Bouça, das Cortes e da
Asprela; das ruas do Amial, Azenha, Antas, Aval de Cima e Aval de Baixo,
Arroteia, Covelo e Barrocas, para citar apenas alguns exemplos.
Noutros casos houve mudanças de nomes. Como aconteceu com o Largo
da Aguardente que, a partir de 1882, passou a chamar-se Praça do
Marquês de Pombal.
A aldeia de Lamas pode ser localizada,
atrás da quinta do hospital Conde de Ferreira.
Paranhos que deriva de Paramio ou Paramos passaria a aldeia
principal e passaria a identificar toda a freguesia.
O lugar de Crispelos seria o lugar que
tomou o nome de uns campos lavradios que pertenciam ao “Casal do Couto”.
Casas em Cortes, actualmente
As casas da foto acima ficavam em Cortes e hoje são
fronteiras à Rua do Coronel Almeida Valente.
Patusca ficava junto
da Bouça das Areias a Costa Cabral e seria um sítio onde decorreriam grandes
patuscadas.
A aldeia do Agueto ficava entre o
Regado e o jardim de Arca d’ Água.
O lugar do Agueto e parte do lugar das Telheiras daria
origem à Rua do Amial.
O lugar Da Valle veio do antigo Casal
da Valle que pertencia à extinta Quinta do Paço e que daria origem
aos topónimos, ainda actuais, de Aval de Cima e Aval de Baixo.
A antiga e sinuosa Rua da Bouça é agora a Rua de
Dionísio Santos Silva e de Bouça restam umas quantas casas destruídas e ao
abandono.
A aldeia de Travessa junto de uma
travessa que ia da Rua da Igreja à Aldeia Nova do Monte.
Mais tarde chamou-se Rua da Travessa à actual Rua de S.
Veríssimo.
Por aqui ficava a Bouça
A Aldeia do Cabo deu lugar à moderna Rua da Igreja de Paranhos.
A Rua de Monsanto, designação que celebra a vitória dos republicanos
sobre os monárquicos que aconteceu na serra daquele nome, chamava-se, antes
disso, Rua do Regado, em alusão à aldeia deste nome que subsiste na
Rua Nova do Regado.
Ao longo da Quinta do Casal abriu-se a Rua de Delfim Maia.
Por sua vez o
topónimo Regueiras alude, sem dúvida, aos inúmeros regos de água que, a céu
aberto, cruzavam estas terras. Houve uma Travessa das Regueiras que foi
alargada e é, desde 1924, a Rua de Luís de Aguiar.
No campo de Coalhães, derivante de
Coalhais ou Coalhal (nome dado à flor de certas plantas espinhosas),
construiu-se a Rua do Dr. Manuel Laranjeira; e na antiquíssima aldeia de Currais abriu-se uma artéria
que adoptou esta mesma denominação; um lado é da freguesia de Campanhã e o
outro pertence a Paranhos.
Com a designação de Estrada havia dois nomes a Estrada
Velha e a Estrada de Baixo. Aquela corresponde a actual Rua do Lindo Vale;
e da segunda faz parte aquele troço, que partindo da Rua de Antero de Quental,
vai da Rua do Vale Formoso ao Largo do Campo Lindo.
A Estrada de Baixo, também conhecida pelo sítio
do Sério, depois Rua da Rainha e que é a actual Rua
de Antero de Quental, era um antiquíssimo caminho que, saindo da porta do
Olival, na Cordoaria, ligava com a cidade de Braga, passando pelos Ferradores,
hoje Praça de Carlos Alberto e pelo Senhor do Olho Vivo, junto à Lapa.
Aliás, pelas terras de Paranhos em tempos muito recuados
(ano 160 da era de Cristo) a Via Militar do Itinerário atribuída
a Antonino, passava por Arca d’Água e S. Mamede de Infesta rumando a Braga.
Além desta via romana uma outra estrada antiga, de antes da
nacionalidade passava por Paranhos e era conhecida por Via Veteris (estrada
velha), que principiando no rio Douro na Arrábida passava pelo Couto, entre
Lordelo e Cedofeita, ia à Cruz de S. Tiago de Custóias, daí a Pedras Rubras,
seguindo por Aveleda e Modivas em direcção à ponte do Ave.
Nos primórdios do século XVI, abriu-se uma nova estrada a
que foi dado o nome de “Estrada dos 9 Irmãos”, que ia do
Porto a Viana partindo de Cedofeita, passava pela Ramada alta, Carvalhido,
Monte dos Burgos, Vilar do Pinheiro, Gião, Vilarinho e Sabariz de Macieira e
atravessava a seguir uma vetusta ponte no Ave.
No ano de 1867 foi inaugurada a estrada nacional
Porto-Valença, para o que se aproveitou até ao Padrão de Moreira o leito da dos
“9 Irmãos”.
A estrada nacional para Braga, passando pela Arca d’Água e
S. Mamede de Infesta, aproveitou uma grande parte da via romana do Itinerário
de Antonino.
Paranhos era também sulcada por um outro caminho importante,
que se dirigia a S. Tirso e Guimarães.
Em 1832 o caminho era conhecido por “Estrada da Cruz das Regateiras”
e desenvolvia-se para quem chegava à cidade, pelo percurso de hoje da Rua Costa
Cabral até ao enfiamento com a Rua do Cunha. Aqui inflectia em direcção ao
Covelo, apanhando a Rua do Lindo Vale (antigamente chamada de Estrada
Velha) logo à frente desembocando na Praça Marquês do Pombal.
Como se sabe o alinhamento da Rua de Santa Catarina com a
Rua de Costa Cabral seria feito posteriormente.
Sensivelmente a meio, a Rua do Lindo Vale, em tempos recuados,
era cortada por um estreito caminho que se chamou Rua da Lealdade e que, agora,
tem o nome de Álvaro de Castelões, para honrar o natural do Porto que foi
companheiro de Serpa Pinto em missões de exploração que realizaram em
Moçambique.
A população é atraída para Paranhos devido aos dois eixos
viários que são a Rua Costa Cabral (saída para Guimarães) e da Rainha e Vale
Formoso (saída para Braga). Para essa atração contribuíram e muito o
aparecimento e desenvolvimento dos lugares
do Matadouro,
Covelo
e Campo
Lindo.
No século XX, começa
a nascer uma freguesia de cariz urbano, com a pavimentação de ruas e caminhos,
aproximação da freguesia ao centro da cidade através do melhoramento das vias,
o que se traduziu numa maior mobilidade da população.
Uma das entidades
que perdeu inúmeros terrenos em prol do desenvolvimento urbano foi a Igreja,
uma vez que Paranhos foi Couto de bispos desde 1341, ano em que o rei D. Afonso
IV a confirmou à Mitra do Porto.
À Igreja, pertenciam terrenos como:
- Quinta do Regado, onde hoje se
encontra o Bairro do Regado
- Quinta do Tronco, onde hoje é a Rua
do Amial e Rua Nova do Tronco
- Quinta do Paço, chamada também
Quinta da Cruz das Regateiras, onde hoje estão as ruas Dr. Manuel Laranjeira,
Pereira Reis, Assis Vaz, Luís Woodhouse, Pedro Teixeira, Rua do Relógio entre
outras e ainda, a área do Hospital do Conde de Ferreira.
- Casal do Couto, cujos antigos terrenos
hoje são ocupados pelas ruas do Vale Formoso, Campo Lindo, Luz Soriano e a
Praça Nove de Abril (Jardim de Arca D’Água).
Deste casal fazia
parte a Quinta do “Tique-Toque”
que se estendia da Rua Carlos da Maia e Rua Carvalho Araújo, até à Rua Leonardo
Coimbra.
- Casal do Monte Rico, também chamado
Casal do Amial por se situar no Lugar do Amial.
- Casal da Fonte de que faziam parte o
campo do Agueto, a deveza da Bouça e a leira da Manga.
Paranhos e a toponímia (posições relativas)
Mapa do Porto com toponímia de Paranhos
O mapa acima é anterior a 1892, pois, a estrada da
circunvalação não está representada.
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