sexta-feira, 25 de novembro de 2016

(Continuação 10) - Actualização em 03/05 e 13/11/2019

Sem história edificada, a freguesia de Paranhos tem a sua Igreja Paroquial como referência, da qual se desconhece o ano, mas que deve ser anterior ao séc. XVIII e alvo de diversas beneficiações ao longo dos séculos.
A primitiva igreja de Paranhos devia remontar à época da reconquista século IX a XII. Como se sabe em 1123 já existiam os padroados, que no caso do de Paio Mendes, já se dizia que vinham de pais e avós.
Inicialmente, a igreja que antecedeu a actual não tinha torres ou melhor, possuía uma pequena torre sineira com o respectivo sino que assentava no ressalto do telhado sobre a parede da frontaria.
Sabe-se, assim, que a igreja foi reconstruída em 1845 por se encontrar em ruínas e que, posteriormente, foi alvo de sucessivos benefícios e melhoramentos.
Em 1851, já existia nas traseiras da igreja uma casa prestes a desabar onde se encontrava a sacristia e a casa da Fábrica.
Nesse ano, seria reerguida e acrescentada de um andar, que foi cedido à Junta de freguesia para realizar as suas sessões, ficando a casa da Fábrica e a sacristia, nos baixos.
Passados 28 anos, o prédio encontrava-se outra vez degradado, pelo que foi demolido e a capela-mor prolongada e feita uma sacristia decente e um corredor, que ligava à torre dos sinos onde foram instalados o escritório e o arquivo paroquial.
Em 1945, foi levantada nova torre do lado norte.
A fachada tem o corpo central ladeado por duas torres sineiras, uma do século XIX e outra construída em 1946 e dois relógios, um de sol, de 1878, e outro mecânico, de 1857.
No seu interior, a Igreja Paroquial de Paranhos tem uma só nave separada da capela-mor por um arco cruzeiro. Possui oito altares e um coro definido por gradeamento de ferro e bronze assente em três arcos sobre quatro colunas de pedra que formam o pórtico.
Junto da igreja paroquial, está situado o cemitério da freguesia, “cemitério das Bouças do Agrelo”, com uma parte a ser começada a utilizar em Maio de 1873 e, com utilização plena, a partir de Agosto de 1874 e, cujo nascimento, tem uma história bem curiosa.
Assim, em 1869, por questões que se prendiam com salubridade tinham sido proibidos os enterramentos no cemitério da paróquia, adjacente ao passal do pároco e, ainda, o seu alargamento para parte daquele passal.
Em 1871, voltava a ser possível utilizar o cemitério.

“O Senhor Governador Civil, conde de Samodães, acaba de permitir que se façam enterramentos no cemitério de Paranhos, que fora, em 12 de Julho de 1869, julgado incapaz para tal fim, publicando-se, nessa data, uma portaria, na qual se proibiam aí os enterramentos e se mandavam fazer em Agramonte, enquanto se não construísse um cemitério novo com as precisas condições de higiene.”
In “O Comércio do Porto”, de 5 de Julho de 1871 – 4ª Feira


“Foi ante-ontem, Domingo, 7 de Abril, a Paranhos a junta de Saúde Pública, a fim de escolher o terreno mais próprio para o novo cemitério que se projecat construir naquela freguesia.
 A Junta declarou que os melhores terrenos para aquele fim eram o campo chamado de Águas Longas e o das Cabaças, ficando, contudo, de escolher destes dois o que julgasse mais conveniente.”
In “O Comércio do Porto”, de 9 de Abril de 1872 – 3ª Feira

“A Junta escolheu e achou que estava nas condições necessárias para o fim em vista a bouça denominada do Agrelo, a qual mede 7.000 metros quadrados”.
In “O Comércio do Porto”, de 28 de Abril de 1872 – Domingo


“No Domingo último, 2 de Agosto, pelas 8 horas da manhã, foram benzidos os três últimos quarteirões do cemitério de Paranhos, o qual tem cerca de 7.000 metros quadrados.
A bênção foi efectuada pelo reverendo pároco, Sr. António Gomes Ferreira.”
In “O Comércio do Porto”, de 8 de Agosto de 1874 – Sábado


A capela do cemitério teve bênção solene, em 13 de Novembro de 1887.
Nos anos 20, do século passado, o cemitério seria ampliado.


Entrada do Cemitério de Paranhos



Neste cemitério esteve sepultada a «Santa de Paranhos», irmã Maria do Divino Coração, a secular alemã condessa de Droste Vischering, falecida em 8 de junho de 1899 e cujo corpo estava incorrupto, em 1936, quando foi colocado numa urna de vidro, até 1944, e novamente enterrada. 
A irmã do Divino Coração foi madre superiora do convento do Bom Pastor na Rua Vale Formoso, que fundou. 
Mais tarde, as instalações do convento passariam a ser o Quartel de Transmissões do Bom Pastor. 
Os restos mortais da irmã Maria (beatificada em 1 de Novembro de 1975 pelo Papa Paulo VI) encontram-se hoje, em exposição, numa urna-relicário, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Ermesinde, também conhecida como Igreja do Bom Pastor.
Esta igreja e convento anexo foram construídos, entre 1954 e 1966, após a compra pela Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor da chamada Quinta do Cruzeiro, em Ermesinde, quando se verificava um aumento significativo de vocações.
Até aí, a congregação, de volta à cidade, estava alojada no convento de Corpus-Christi, em V. N. de Gaia, que abandonaria, apenas, na década de 1980.
Presentemente, a congregação acabou também por ocupar um prédio, à face da Rua do Vale Formoso, pertencente ao antigo e primitivo complexo conventual.


Mausoléu em honra da irmã Maria, em Ermesinde


Instalações actuais da Congregação do Bom Pastor, na Rua do Vale Formoso - Fonte: Google maps







Quartel do Bom Pastor (Escola Prática de Transmissões), nas antigas instalações do convento, transferido, em 1993, para o Quartel da Circunvalação, passando a Regimento de Transmissões



Junto à igreja paroquial de Paranhos, existe também, desde 1916, a capela do Senhor do Socorro, após a demolição de uma outra do Largo da Cruz das Regateiras (de traça completamente distinta), conhecida pela capela do Se­nhor da Cruz das Regateiras. Esse largo era onde antes havia também um cruzeiro da invocação do Senhor da Cruz, hoje encostado à capela- mor da igreja paroquial.



Cruzeiro da Cruz das Regateiras actualmente


A grande festa, no entanto, que se fazia na capela do Se­nhor da Cruz das Regateiras era em louvor de Nossa Senhora das Dores no último domingo de Julho.

Capela do Senhor do Socorro actualmente


Do Largo da Cruz das Regateiras parte a Rua da Cruz que antes se prolongava pela actual Rua Nau Vitória, antes da abertura da Avenida Fernão de Magalhães o que só acontece na segunda metade do século XX.
Sobre o Largo da Cruz das Regateiras diz-nos Germano Silva:


“A Cruz das Regateiras deu nome a um largo, a uma estrada, a uma capela e a uma quinta.
A cruz ainda existe. As regateiras é que não. O cruzeiro, da invocação do Senhor da Cruz, está, atualmente, nas traseiras da igreja paroquial de Paranhos, encostado à parede exterior da capela-mor.
Estamos a falar do mais antigo cruzeiro da freguesia de Paranhos. É de granito e tinha pintada na pedra a imagem de Cristo crucificado. Escrevemos, tinha, porque a chuva, o vento e outras contingências do tempo, quase fizeram desaparecer os traços da imagem do Senhor.
Durante anos e anos, a cruz esteve arvorada num largo que depois veio a chamar-se da Cruz das Regateiras. O sítio, naquele tempo, ficava longe da cidade, na parte arrabaldina, onde, em 1883, se inaugurou o hospital do Conde de Ferreira e onde, também, se situava um posto municipal de cobrança de impostos.
As mulheres que vinham vender produtos à cidade, tinham, obrigatoriamen­te, de parar para pagar o imposto devido sobre os géneros que transportavam. E, como sempre, regateavam com os fiscais o preço a pagar. Daí o epíteto de "regateiras”.
No mesmo largo havia uma pequena capela, "pertença dos moradores da fregue­sia", lê-se nas "Memórias paroquiais" de 1758, que tinha anexa uma Confraria do Santíssimo Sacramento e que passou a ser conhecida, também, pela capela do Se­nhor da Cruz das Regateiras.
Era bem curiosa esta ermida. Na parte de cima da fachada, sobre a padieira da porta principal, ostentava esta legenda: "Obra de caridade do ano de 1732". No interior, junto ao altar-mor, do lado da Epístola, havia uma porta e por cima estava esta inscrição: "Entrada para beijar o Senhor morto".
No altarmor, em lugar de destaque figurava uma belíssima imagem de Nossa Senhora das Dores em louvor da qual to­dos os anos se fazia uma festa no último domingo de julho.
Diz um panfleto dos começos do século XIX que no dia da festa "havia animado arraial com embandeiramentos, ornamentações, danças ao som gemebundo de violas chuleiras". Consta do mesmo do­cumento que "ao declinar do dia saía uma procissão com o andor da virgem, em mi­niatura, sobre uma simulada nuvem feita de algodão em rama e ladeado por ho­mens empunhando lanternas e cruzes que eram precedidos de um reduzido gru­po de zés-pereiras".
Durante o Cerco do Porto (1832/1833) as tropas miguelistas montaram um reduto na Cruz das Regateiras. No dia 25 de março de 1833, os soldados do exército de D. Pedro IV lançaram um duro ataque contra este reduto pondo os soldados mi­guelistas em fuga. Quando a guerra civil acabou, foi dado ao lugar da Cruz das Regateiras o nome de lugar de 25 de Março, evocativo do combate referido. Mas esta denominação durou muito pouco tempo.
Em 1900, ainda se fazia a grande festa de julho. Nesse ano, conta Horácio Marçal na sua obra "S. Veríssimo de Paranhos", um tal Francisco dos Santos Fonseca e sua mu­lher, Sofia Ermelinda Braga da Fonseca, ofereceram "para adornar as imagens de Nossa senhora das Dores e do Senhor do Socorro da capela da Cruz das Regateiras, uns brincos e um broche (sic) cravejados de pedras finas para a primeira imagem; e para o Senhor do Socorro um artístico resplen­dor de prata com o competente dístico".
Dezasseis anos depois, em 12 de setembro de 1916, a Câmara Municipal do Porto, com o pretexto de que necessitava de proceder ao alinhamento da Rua de Costa Cabral, expropriou a capela que, logo a seguir, mandou demolir, providenciando, ao mesmo tempo, no sentido de que o cru­zeiro fosse removido do local onde estava, sendo então colocado onde agora se encontra: atrás da igreja paroquial.
O topónimo Cruz das Regateiras foi dado também à estrada que passava ao lado do cruzeiro e circundava, se assim se pode dizer, o casal do Vale que pertencia à antiquíssima quinta do Paço, já referida com esta designação em documentos de 1673, mas que, pela proximidade com o cruzeiro, também se chamou quinta da Cruz das Regateiras.
No século XIX, a freguesia de Paranhos ainda mantinha as caraterísticas de uma terra arrabaldina, com suas quintas e ca­sais alguns com denominações bem pitorescas, como era o caso, por exemplo, da agra de Coalhães, cujos campos de rega­dio eram regados com a água da fonte do Vale; o campo da Canada, que ficava en­tre as terras do casal de Lamas e a congosta da fonte do Outeiro; o campo do Loureiro que partindo desta congosta se es­tendia até à Póvoa de Cima; o campo do Estêvão Rodrigues do Laranjal, "com seus carvalhos ao redor da parede", encravado entre a congosta da fonte do Outeiro, o monte da aldeia do Vale e a estrada da Cruz das Regateiras; o campo das Leiras; o campo das Sardinheiras e mais quatro campos na Póvoa de Cima.”


Desde D. Afonso IV que a Mitra do Porto detinha a jurisdição do couto de Paramio.
Mais tarde, aquela jurisdição passará a caber ao Bispo e ao Cabido do Porto, na proporção de 1/3 e 2/3, respectivamente.
Entre 1692 e 1790, todos os coutos serão extintos sobrando, apenas o couto Mixto.
Cerca de 1689, o topónimo Paranhos substituirá o de Paramio.
Paranhos, em 6 de Novembro de 1836, passaria a integrar o concelho de Bouças (Matosinhos), depois de, até aí, ter pertencido às “Terras da Maia”.
Em 27 de Setembro de 1837, a freguesia de São Veríssimo de Paranhos, como na altura se designava, passaria a integrar o concelho do Porto.
O sítio da Cruz das Regateiras era o local de fronteira entre o Couto de Paranhos, pertencente ao concelho da Maia e a cidade do Porto e, ainda, a estrada que levava a Guimarães.
À época, no que dizia respeito ao pagamento de impostos, existia o pagamento da “Portagem da Terra”, devido à Sé do Porto e do “Real de Água”, devido ao Estado.
A Portagem da Terra reportava a 1% do valor de todos os objectos comprados no Porto, pelas pessoas de fora da cidade e, também, do valor comercial de todos os produtos que entravam na cidade para serem vendidos.
O Real de Água, um outro antigo imposto existiu, anterior à data da restauração da independência nacional, mas que D. João IV manteria, por meio do alvará de 5 de Setembro de 1641.
Em alguns locais, as duas entidades a quem eram devidos os impostos aplicados sobre as mercadorias, desenvolviam a actividade, lado-a-lado.
Quanto ao topónimo de Cruz das Regateiras, poder-se-á ainda referir que, estando ele intimamente ligado a um cruzeiro muito antigo existente no local, junto de uma pequena capela, que é já mencionada em 1758, nas Memórias Paroquiais, ele será ainda mais antigo do que aquele pequeno templo, no que é, hoje, o largo fronteiro ao Hospital do Conde de Ferreira, por onde estacionavam as mulheres que vinham vender produtos à cidade.
Assim, sendo, aquele topónimo poderá estar ligado a um controlo fiscal onde aquelas vendedeiras regateavam com os fiscais, o preço a pagar. Daí, o epíteto de "regateiras”.
Neste caso, algumas questões se colocam para as quais se desconhecem as respostas: Existiu, de facto, no local um controlo fiscal, a favor de quem e com funcionamento entre que datas?
…Ou o topónimo Cruz das Regateiras específica, apenas, um local onde, habitualmente, aquelas “regateiras” paravam para descansar, junto do cruzeiro e, mais tarde, da capela, discutindo entre elas e narrando as peripécias das suas vendas?
O certo é que em 1837, o posto fiscal da Aguardente (da responsabilidade do Estado), já teria substituído a Cruz das Regateiras nas funções fiscais, pois, a partir de 11 de Junho de 1822, seriam, finalmente, extintos os impostos cobrados pelo Bispo e Cabido da cidade do Porto.




O Lugar da Cruz das Regateiras antes da demolição da capela do Senhor do Socorro (com telhado visível na foto), assinalada pela seta e o hospital do Conde de Ferreira em plano recuado



“Amanhã será estreado nesta capela um dos magníficos painéis executados pelo pintor retratista Alberto Nunes para o altar do Senhor do Socorro, tendo ocorrido com uma avultada esmola o capitalista sr. José Rodrigues de Andrade”.
In jornal “O Primeiro de Janeiro, de 11 de Julho de 1903


A capela do Senhor do Socorro foi demolida em 1916, para que se procedesse ao alinhamento da Rua Costa Cabral.
Mas, a capela que verdadeiramente dá colorido às festas da freguesia é a Capela da Senhora da Saúde, no Campo Lindo.
Foi construída em 1871, na continuidade de uma outra de madeira, de 1864.
Teve como padroeiros, até 1873, Nossa Senhora da Soledade e depois o Senhor dos Passos. A partir de 1887, realiza-se nas imediações da capela a romaria da Senhora da Saúde.
Durante décadas num local central da aldeia, próximo da Capela de Nossa Senhora da Saúde e junto a um palanque, tinha lugar a Procissão do Encontro, na qual, se encontravam, vindos de lados opostos o andor do Senhor dos Passos e o de Nossa Senhora das Dores, iniciando aí, o pregador, no denominado “Encontro”, o sermão, findo o qual se dirigiam ambos para a igreja paroquial.
Ficou famoso nos sermões o abade de Gondalães.
Ainda hoje existe uma Rua do Encontro na freguesia, que seria um local próximo daquela cerimónia e aquela capela foi, também conhecida, por Capela do Encontro, até fins do século XIX.



“Edificada em 1864, num terreno pertencente à família Loureiro.
Abriu com a invocação de Nossa Senhora da Soledade e assim se conservou até 1873. Nesse ano passa a orago do Senhor dos Passos e até ao fim do século XIX já era conhecida pela “Capela do Encontro”. No princípio do século XX tomou o nome de Nossa Senhora da Saúde.
A primitiva capela foi feita de madeira. O actual edifício data de 1971. A imagem de Nossa Senhora da Soledade foi ofertada, em 1864, por Manoel Alves de Oliveira Paranhos, do lugar do Casal, desta freguesia.
Em 1879 foi oferecida a imagem do “Senhor Morto” por António Rodrigues de Barros Freire.
Em Agosto de 1887 foi requerida licença para festejar a imagem de Nossa Senhora da Saúde, que foi deferida.
Horácio Marçal, In “S. Veríssimo de Paranhos”- subsídios para a sua monografia


“No largo onde tem lugar o encontro do Senhor e da Senhora e onde se pregou o sermão apinhavam-se para mais de 5000 pessoas.”
Jornal “O Comércio do Porto”, de 17 de Março de 1862 – 2º Feira



A Procissão do Encontro realizava-se no segundo Domingo da Quaresma, que o mau tempo, por vezes, obrigava a transferir.
O Lugar do Encontro passou a ser o Largo do Campo Lindo. Este topónimo aparece pela primeira vez, em 1868.
Durante a Procissão do Encontro era no Largo do Encontro proferido o Sermão do Encontro de cima de um palanque de madeira, o chamado, Passo do Encontro.
Não raras vezes durante a cerimónia, fruto de provocações de quem lá estava com outras intenções que não as religiosas, sucediam-se desacatos, dos quais, nalguns casos, resultavam em vários feridos.
Em 1873, principiou, já com a capela completamente edificada, a sair a imagem de Nossa Senhora de Soledade, mantendo-se o encontro entre Mãe e Filho no mesmo largo, no 2º Domingo da Quaresma.


“Saiu ontem de tarde, da paroquial igreja de Paranhos, com o esplendor acostumado, a procissão dos Passos.
Da capela situada no largo, onde foi pregado este último sermão do «Encontro» saiu a imagem da Senhora da soledade, que depois se incorporou no préstito.”
Jornal “O Comércio do Porto”, de 27 de Março de 1873 – 5ª Feira


Sobre a Procissão da Senhora da Saúde, dizia em, 17 de Setembro de 1889, o jornal “A palavra”:

“Da capela do Encontro, em Paranhos, saiu domingo, 15 de Setembro, a procissão da Senhora da Saúde, uma bela imagem que há anos foi encontrada, quase ao abandono, em uma quinta de S. Mamede de Infesta.”



Naquela procissão, as crianças, filhas dos lavradores mais abastados da terra, transformadas em anjos, disputavam entre si a posse de mais ouro ostentando-o em diversos adereços, cujo peso era suportado com a oferta às mesmas, de cavacas de Paranhos.
Pelo Largo do Campo Lindo passavam também, com grande fausto, a Procissão do Corpus Christi e a Procissão do Senhor dos Enfermos.

Em 1872, não se tendo realizado a procissão do Encontro, teve lugar, no entanto, a procissão do Senhor dos Passos, como nos dá conta a notícia abaixo.




“Jornal do Porto” em 1872


Em Agosto de 1883, começou o Campo Lindo a ser servido para as suas festas pelos Carros Rippert.
Em Agosto de 1886, a Companhia Carris de Ferro do Porto inaugura a linha de carros Americanos até ao Largo do Campo Lindo, onde dão a respectiva volta. Até aí ficavam na esquina da Rua da Constituição com a Rua da Rainha (antiga Estrada de Braga) e os transbordos para outras ligações eram feitos na Praça da Regeneração (Praça da República).
A iluminação a gás da Rua do Campo Lindo já tinha sido feita, uns anos antes, em 1880.


“Desde amanhã em diante, 29 de Agosto, os carros da Companhia Carris de Ferro do Porto percorrerão a Rua do Campo Lindo.”
In o “Comércio do Porto, de 28 de Agosto de 1886 - Sábado






Capela da Senhora da Saúde - Ed. Fernando Pedro


Na foto acima, a capela no Largo do Campo Lindo com a Rua do Encontro à sua direita.
Antes de 1887, quando se começou a venerar em Paranhos a Senhora da Saúde, tinha lugar a veneração a Nossa Senhora do Parto.
Tudo teria começado quando, no ano de 1816, um paroquiano de S. Veríssimo de Paranhos que anos antes havia emigrado para o Brasil, regressava naquele ano ao Porto, quando o barco em que viajava foi assolado por uma tempestade.
No Rio de Janeiro, aquele cidadão de Paranhos, havia ficado favoravelmente impressionado com a sincera devoção que os brasileiros veneravam uma imagem de Nossa Senhora do Parto, famosa pelos muitos milagres que lhe eram atribuídos. No meio da aflição, o cidadão implorou a protecção da Senhora do Parto, prometendo-lhe, caso chegasse são e salvo, à sua terra natal, mandar construir-lhe um altar na igreja da sua paróquia. Assim aconteceu e o zeloso paroquiano cumpriu a promessa e todos os anos havia uma festa em honra da Senhora do Parto. A última festa que se realizou com pompa e circunstância foi em 1877.


“Ante-ontem festejou-se em Paranhos a imagem de Nossa Senhora do Parto. A função foi, como todos os anos, com toda a pompa possível de uma aldeia. Do Porto concorreu muita gente ao arraial da tarde.
In jornal “A Concórdia” de 11 de Julho de 1854


“Festeja-se amanhã, domingo, a imagem da Senhora do Parto, na igreja de Paranhos, havendo pela manhã missa a vozes e sermão e de tarde a procissão de triunfo composta de andores cuja riqueza principal, se se lhe pode chamar riqueza, consiste numa acumulação de pequenos pedaços de espelho que reflectem os raios de sol, quando o há, de maneira a deslumbrar os numerosos fiéis que concorrem em piedoso recolhimento a assistir a tão religioso acto”.
In jornal “O Conservador” de 3 de Julho de 1858


“Chamava-se José Gregório da Câmara Sinval e foi o primeiro professor de partos da antiga Escola Médico-Cirúrgica do Porto e, mais tarde, pregador de raro merecimento. Foi um dos grandes oradores da festa em honra da Senhora do Parto, em Paranhos, de cuja Irmandade era juiz. Graças à generosidade e grande amizade do livreiro antiquário Nuno Canavez (da Livraria Académica) guardo na minha colecção de folhetos raros um precioso sermão que Câmara Sinval proferiu, em 1850, "À Virgem Mãe sob o título de Senhora do Parto, cuja imagem se venera na Paroquial Igreja de S. Veríssimo de Paranhos" durante a festa que naquele ano se fez à padroeira. O orador dedica o sermão ao bispo do Porto de então, D. Jerónimo José da Costa Rebelo. Câmara Sinval, que foi uma figura singular do professorado, não apenas do Porto, mas de todo o país, fez os seus primeiros estudos nas aulas da Congregação do Oratório de S. Filipe de Néri, em Estremoz. Camilo disse dele que "adquiriu certa importância nas agitações eleitorais da primeira década da restauração da liberdade" e que "os irmãos Passos ponderavam os seus conselhos…" Já em idade avançada entrou novamente para a vida religiosa professando e tornando-se num eminente orador sagrado. O sermão acima referido foi dos últimos que proferiu, pois morreu no Porto em 1857.”
Cortesia de Germano Silva, In JN de 27 de Agosto de 2006



Importa ainda referir que também a imagem de S. Veríssimo, como padroeiro, tinha o seu lugar nas festas da freguesia.


“Festeja-se no próximo domingo, 27 do corrente, na paroquial de Paranhos, com toda a pompa, a imagem de S. Veríssimo, padroeiro da freguesia.
Finda a festividade, haverá o tradicional leilão de regueifas que ofertaram à imagem do santo.”

In jornal “A Palavra” de 25 de Outubro de 1895


Nos nossos dias, entre os finais do mês de Julho e o dia 15 de Agosto,  continuam a realizar-se as festas em honra de Nossa Senhora da Saúde, em Paranhos.



Rua Costa Almeida, engalanada, nas festas de Nossa Senhora da Saúde, em 1997




“Por falar em romarias, diga-se que “O doce de Paranhos” era a mais afamada iguaria de quantas se vendiam nas romarias nortenhas e nunca faltava num arraial. Chamava-se o "doce de Paranhos", por a sua confecção ser originária desta freguesia do Porto. Eram de tal modo vulgares e apareciam com tanta frequência em festa populares e romarias, que das raparigas que andavam por todo o lado se diziam que eram "como o doce de Paranhos, estão em toda a parte…" O doce de Paranhos ainda hoje mantém a configuração que apresentava há cinquenta, setenta anos semelhantes a tijolos, até na cor. Inicialmente, na sua confecção, além da farinha de trigo entrava, também, a de centeio de mais fraca qualidade. Além das indispensáveis gemas de ovos juntava-se-lhes açúcar amarelo que ajudava muito a dar ao produto aquele tom de grés que ainda hoje apresenta. Eram as raparigas de Paranhos que vinham vender "ao Porto", como se dizia antigamente, os doces de Paranhos e também os tremoços que os rapazes acondicionavam no lenço de assoar a que atavam as pontas… Costumes antigos.”
Texto de autor desconhecido.

Segundo o site da freguesia de Paranhos segue a receita dos doces da Paranhos:
Ingredientes: Farinha: 2Kg; Açúcar: 500g; Manteiga: 250g; Ovos: 8; Leite: 2 dl; Fermento de Padeiro: 50g; Raspa de limão; Canela: qb; Erva-doce: qb; Açafrão: qb; Sal.
Juntam-se todos os ingredientes secos e a raspa de limão num recipiente. Quando os ingredientes formarem uma massa homogénea, faz-se um buraco no centro onde se desfaz o fermento de padeiro com um pouco de água tépida, adicionando o açafrão e o leite. Volta-se a juntar e misturar todos os ingredientes, adicionando aos poucos os ovos batidos, amassando-se muito bem. Aguarda-se que a massa levede. Quando a massa levedar fazem-se bolinhos e leva-se ao forno que já deve estar bem quente. Quando estiverem cozidos, deixa-se arrefecer e envolvem-se na calda de açúcar. A calda de açúcar deve ser feita em lume brando.
Estes doces eram vendidos pela cidade, pelas doceiras de Paranhos no início do século XX. Eram em tempos os doces mais populares da cidade e eram oferecidos como presente às pessoas que não podiam ir assistir às festas de Paranhos. Estavam presentes em qualquer romaria ou festa que houvesse entre o Minho e o Douro do País.


Quinta do Tronco
 
A Capela mais antiga de Paranhos do Século XIV é a do Tronco ou de Nossa Senhora da Assunção, integrada no Colégio dos Capuchinhos.
Esta Capela era privativa da Quinta do Tronco.
Em 1941, os Franciscanos Capuchinhos adquiriram a Quinta e a Casa do Tronco, na freguesia de Paranhos, ao Amial, junto da Estrada da Circunvalação, que pertencia à família Pinto Leite.
O preço da aquisição seria 290 contos pagos em prestações no prazo máximo de três anos.
Com a compra Quinta do Tronco e respectiva casa, os Franciscanos Capuchinhos deixaram a casa de Fafe, onde estavam os seminaristas. No dia 10 de Outubro de 1941, chegaram à casa do Tronco os 22 alunos do Seminário Capuchinho.
 
 
 
“Os Franciscanos Capuchinhos vieram para Portugal por volta do ano 1932 e estabeleceram-se, primeiro em Serpa, depois em Beja, em Barcelos, em Ponte de Lima, e mais tarde em Fafe. Em 1939 pensaram em estabelecer-se na cidade do Porto. Compraram um terreno na Rua António Cândido, perto da igreja da Senhora da Conceição, na zona do Marquês, que se estava a construir. Mas como houve oposição do pároco, renunciaram ao local e perderam o sinal da compra que já fora pago. 
Em troca disto pediram ao bispo do Porto que lhes fosse concedida licença para exercerem o ministério na igreja de São José das Taipas, também chamada Capela das Almas, na Cordoaria. O Bispo acedeu a este pedido e deu-lhes de esmola um conto de réis. Foi naquela igreja que os Capuchinhos iniciaram o seu ministério sacerdotal. Os dois sacerdotes que a serviam, viviam numas divisões no rés-do-chão de uma casa situada perto da igreja”.
Cortesia de Manuela Moreira, In “paranhosporto.blogspot.com/”
 
 
 
 
Em 1952, a antiga capela da Quinta do Tronco, era exígua para o número de fiéis, pelo que, em Agosto de 1954, seria benzida a primeira pedra pelo bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, estando presentes as autoridades civis e militares. 
A 7 de Dezembro de 1958, foi solenemente benzida a nova igreja, dedicada à Imaculada Conceição. Presidiu ao acto D. António Ferreira Gomes
 
 

Igreja dos Franciscanos Capuchinhos, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, actualmente, a sede da Paróquia do Amial
 
 
 
 
 
A palavra Tronco tem origem num acontecimento antigo, pois, era nesta zona que havia um tronco onde se prendiam os cavalos para serem ferrados. Estes cavalos é que puxavam as carroças e as diligências que se dirigiam de Coimbra para Braga e de Braga para Coimbra, através das antigas estradas ou calçadas. Também se aproveitava esta paragem no Tronco para alimentar e dar de beber aos cavalos. Fazem parte desta zona do Tronco a Rua do Tronco, a Rua Nova do Tronco e parte da Rua do Amial e da Circunvalação. A Quinta do tronco tinha um solar com jardins e uma pequena capela dedicada à Imaculada Conceição, cuja imagem do século XVIII ainda se encontra na capela do convento. Nesta Quinta do Tronco, antes da chegada dos Capuchinhos, costumavam fazer retiro muitos sacerdotes da diocese do Porto, visto ser um lugar sossegado, convidativo para o recolhimento e a oração.
 
 
 

Capela da Quinta do Tronco
 
 
 
“Esta extensa propriedade rústica constituía, com esta denominação, um prazo de vidas foreiro ao Cabido da Sé (muitos foros e ou prazos eram concedidos em vida pela Casa Real Portuguesa, como recompensa de serviços à nobreza), com o foro anual de seiscentos réis em dinheiro, dois alqueires de trigo, vinte e nove de pão meada, cinco galinhas; e de lutuosa seiscentos reais em dinheiro e duas galinhas, com o laudemio (o direito ao recebimento do foro) de 4 para 1 que, pela faculdade que os enfiteutas (arrendatário; aquele que usufrui de um imóvel mediante pagamento de um valor, de um foro, previamente acertado com o proprietário) tinham para subemprazar, fizeram três emprazamentos de terras que ficaram fora da referida Quinta mas que a ela pertenciam,. das quais, no ano de 1777, eram possuidores João da Silva e  sua mulher, José Ferreira de Aguiar e sua mulher, e Domingos Alves, solteiro.
Neste mesmo ano de 1777, por se acharem extintas, havia já muitos anos, as vidas do prazo por falecimento de Luís Freire de Sousa, última vida que nele foi, passou esta fertilíssima «Quinta» e casais dela a Francisco Maria de Andrade Corvo de Camões e Neto, fidalgo da Casa Real,  e compunha-se de casas principais sobradadas e telhadas, capela, casas térreas para servidão de caseiros, estrebarias, palheiros, aidos, enxidos (quintal), cortinha, pomar, jardim com lago, devesas, inúmeros campos, entre eles os denominados do Agueto e da Revolta, bouças, etc. etc.  
Em 1817, o possuidor desta propriedade (o primeiro dono continuava a ser o Cabido da Sé) era o Dr. Jerónimo José Soares e “sua esposa D. Maria Miquelina de São José, da cidade do Porto. Tinha sido renovado o prazo em Jerónimo de Magalhães aos dezassete dias do mês de Julho de 1668 nas notas do tabelião Cristóvão d'Oliveira, da cidade do Porto, e que o possuía por título de arrematação em hasta pública, por execução de sentença feita a Francisco Maria de Andrade Corvo, arrematação que foi efectuada a 19-8-1800 e que do mesmo prazo pagavam anualmente ao Cabido, pelo S. Miguel, a seguinte renda: 14 alqueires e meio de centeio, 14 alqueires e meio de milhão, 2 alqueires de trigo, 5 galinhas e seiscentos réis em dinheiro e de lutuosa (direito que os donatários recebiam por morte dos seus rendeiros) seiscentos réis em dinheiro e 2 galinhas e domínio das compras, vendas ou trocas de 4 para 1 , isto é, a quarta parte do preço por que se fizessem com as mais condições e obrigações constantes do prazo velho”.
Horácio Marçal, In “S. Veríssimo de Paranhos”, páginas 144, 145, 146
 
 
 
 
Na Quinta do Tronco existiu, no início do século XX, uma vacaria que foi precursora na distribuição de leite engarrafado e rivalizou com a leitaria da Quinta do Paço (Paços de Ferreira), que tinha um posto de distribuição de leite, bem perto, na Rua da Ribeira Grande. Chamava-se "Vacaria Higiénica". 
 
 

Distribuidoras de leite da Quinta do Tronco
 
 

Estábulos da Quinta do Tronco
 
 

Aspecto da Leitaria da Quinta do Tronco durante o engarrafamento
 
 
Horácio Marçal em 1954, descrevia o destino da área antigamente afecta à Quinta do Tronco:
Uma fracção acabaria nas mãos de Manuel da Silva Lopes Júnior. Outra fracção, importante também, tinha sido adquirida pela “Nova Empresa Industrial de Curtumes”, ao Amial.
Outra, ainda, tinha passado a integrar a chamada «Quinta do Dias» e as restantes foram ocupadas por prédios de habitação, tanto na Rua do Amial como na Rua Nova do Tronco.


Capela do Bairro do Amial



Uma outra capela existe no Bairro do Amial, na Praça das Gardénias (à face da Rua Engº Carlos Amarante), tendo sido para aí transladada, em 1938, vinda da Quinta das Areias ou Quinta de Furamontes, quando a quinta foi comprada aos seus proprietários para ser ocupada por um horto municipal.
Hoje, é a Capela de Nossa Senhora de Fátima, construída inicialmente em 1758, em honra de Nossa Senhora do Pilar, na Quinta da Capela ou Casal das Areias e também chamada Quinta de Furamontes, em Campanhã.
Antes da sua demolição, em 1937, os proprietários da quinta, transportaram e ofereceram a Imagem da Nossa Senhora do Pilar, do Século XVII, que lá existia e se passara a chamar de Nossa Senhora das Dores, à Igreja de Campanhã, onde ainda poderá estar.



A Capela reconstruída no Bairro do Amial




Uma outra capela, denominada Ermida de S. Roque, já desaparecida, ficava no Lugar da Igreja no Largo da Pontinha e pertencia aos moradores.
No ano de 1647, ou pelo menos em 1724 já existia esta ermida que foi erecta pela confraria de S. Roque e S. Sebastião.
Foi sucessivamente abandonada, as suas chaves entregues, reedificada por estar danificada em 1885 e demolida em Janeiro de 1887 em virtude de profanações continuadas. 



Dados históricos da freguesia por datas


1588 – A 25 de Junho realiza-se o primeiro assento de casamento entre Thomas Annes e Catarina Annes
1588 – A 20 de Novembro realiza-se o primeiro assento de óbito com o funeral de João da aldeia de Lamas
1597 – Realiza-se o primeiro baptismo com assento a 29 de Novembro, com o nome de André.
1689 – A localidade de Paramio passa a chamar-se, oficialmente, e pela primeira, vez Paranhos
1835 – É criada uma Junta de Freguesia que até 1910 se chamou Junta de Paróquia
1837 – A freguesia de Paranhos é integrada na cidade do Porto
1873 – É estabelecido o primeiro serviço público de transportes da Carris para Paranhos, feito por tracção animal com os “carros americanos” puxados por uma ou duas parelhas de mulas
1883 - O benemérito Conde de Ferreira (Joaquim Ferreira dos Santos) deixa no seu testamento a edificação de um hospital, no antigo Largo das Regateiras, para “alienados” na freguesia
1891 – Chega pela primeira vez a iluminação pública à freguesia, a gás
1895 - Os carros de tracção animal começam a ser substituídos por veículos de tracção eléctrica
1900 – Há 13 848 residentes na freguesia
1905 - Ano em que se registou o maior número de óbitos: 420
1922 – Chega a iluminação eléctrica à freguesia
1926 – Ano em que se registou o maior número de baptismos: 678
1947 – Ano com o maior número de casamentos: 194 uniões
1948 – Os Serviços de Transportes Colectivos do Porto realizam o seu primeiro serviço de autocarros na freguesia (Em 1946, a Companhia Carris de Ferro do Porto tinha sido nacionalizada pela Câmara Municipal do Porto, que forma o Serviço de Transportes Colectivos do Porto para gerir o sistema de carros eléctricos, sendo a primeira linha de autocarros, entre a Avenida dos Aliados e Carvalhido, implementada a 1 de Abril de 1948).

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