quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

(Continuação 11)


Localizava-se este manancial no sítio de Malmeajudas, actualmente conhecido como Guindais. Abastecia um lavadouro público, que ficava abaixo dele e o Chafariz da Praça da Ribeira, anterior ao actual, e era abundante em água.
Em 1885, Tito Bourbone de Noronha acerca deste manancial escreve o seguinte:

“Nos Guindaes de Baixo, Ribeira, foi aberta uma mina em um monte marginal ao rio Douro; esta mina de 100 metros aproximadamente de extensão é cavada em rocha.
A agua pouco abundante fornece uma fonte nos Guindaes de Baixo, na extremidade sul da mina, e d‟aqui parte um tubo de ferro que vae alimentar a fonte da Ribeira ao fundo da Rua de S. João… A agua é um pouco insipia, sem cheiro e de bom aspecto.”

Fonte de Malmajudas (Desaparecida)

O nome desta fonte teve origem no nome do manancial que a abastecia. Pouco se sabe sobre ela a não ser que se localizava nos Guindais, talvez, próximo da calçada da Corticeira e, apenas se conhece o valor de uma obra de reparação, que sofreu no ano de 1669 ano em que foi adjudicada a ligação ao Chafariz da Ribeira.


Fonte das Aguadas (Desaparecida)

A Fonte das Aguadas ficava junto do rio Douro próximo das escadas da Aguada, que partem do extremo da Rua Gomes Freire, no términos da Alameda das Fontainhas. Por essas escadas se desce até à Avenida Paiva Couceiro.
Em 1785 esta fonte terá sido reconstruída.
A Fonte das Aguadas aparece referida por Manuel Pereira de Novais, em finais do séc. XVII, junto ao rio Douro.
Nas Memórias Paroquiais de 1758, o padre Simão Duarte de Oliveira refere-se a esta fonte como tendo uma água muito boa, e servia para abastecer as embarcações que iriam viajar para o estrangeiro, e daí o nome Aguadas.



Segundo J. Bahia Junior:

“A fonte da areia ou dos Guindais, antigamente conhecida pelo nome de Fonte das Lágrimas, apenas podemos dizer que já existia em 1669, como consta da memória do padre Balthazar Guedes, já citada”.

A Fonte da Areia que já existiria em 1669 e também é conhecida como Fonte dos Guindais, era conhecida no século XVII, como Fonte da Lada.
Estava localizada junto ao muro que sobe para o Codeçal e, segundo Baltasar Guedes, para aceder à fonte tinha-se de descer uns degraus.
O mesmo indica que esta obra era já muito antiga, e a água nascia no cimo da serra e era grossa.
Quanto à Fonte das Lágrimas há quem discorde de Bahia Júnior e a situe entre a Rampa das Carquejeiras e a Quinta da China e ter risco de Nasoni. É o caso de Germano Silva. Cremos, no entanto, que a razão deve estar com Bahía Júnior.

“Em 1745, o mestre pedreiro Silvestre Moreira arrematou uma obra na Fonte das Lágrimas, por 390$00 réis, e em 1784, esta fonte estava num estado tão degradado que foi mandada reparar. A obra foi arrematada pelo mestre pedreiro José Ferreira, que recebeu o pagamento em duas partes: o primeiro foi em 3 de Janeiro de 1785, tendo recebido 21$080 réis; e o segundo foi em 4 de Março do mesmo ano, não se sabendo a quantia.”
In Dissertação de Mestrado da UP de Diogo Emanuel Pacheco Teixeira


Fonte da Arca do Cais dos Guindais (Desaparecida)

No exterior, já no cais, havia outra fonte chamada Fonte da Arca do Cais dos Guindais, que tinha a nascente dentro de uma casa arruinada, e cuja água era muito boa e servia para consumo das embarcações.
Segundo J. Bahia Junior em 1909, a primitiva Fonte da Areia já tinha desaparecido e sido substituída por aquela que o povo e o higienista identificava pelo mesmo nome, após a construção da Avenida da Ponte e, da ligação desta, ao Cais da Ribeira.

“A Fonte da Areia ou dos Guindaes situada no Caes da Ribeira, tem a sua bica, emergindo do paredão que forma a Avenida da Ponte, formada por um tubo de ferro de grande calibre que a traz encanada desde a sua nascente que fiça do lado opposto da Avenida por baixo das Escadas do Codeçal e á entrada da Viella das Panellas, no ponto em que se vê um arco de pedra meio soterrado (…) Parece ter sido aí primitiva Fonte dos Guindaes, encanada depois de concluida a Avenida da Ponte para o Cães da Ribeira”.
Fonte: J. Bahia Junior


Fonte da Areia (após mudança de local) em 1909 - Fonte: J. Bahia Junior



A Fonte da Ribeira encontra-se na Praça da Ribeira encostada à face do prédio entre as ruas de S. João e Mercadores. Foi terminada em 1784 por ordem de João de Almada e Melo. É servida por água do manancial de Malmajudas ou dos Guindais.


À direita da foto está o Chafariz da Ribeira - Ed. "Illustração Portugueza", de 14 Outubro de 1907



Fonte da Ribeira actualmente


Chafariz da Ribeira e Fonte do Cubo


Fonte do cubo

Existiu no meio da Praça da Ribeira uma antiga fonte e lavadouro público construídos em 1678, servidos pelo manancial de Malmajudas ou dos Guindais. Segundo o beneditino Pereira de Novais “era de mucho adorno e perfeccion”.
Durante a remodelação da Praça da Ribeira entre 1776 e 1780 a fonte referida foi desmantelada tendo sido substituída pela Fonte da Ribeira cuja edificação terminou em 1783.
O seu local foi descoberto em trabalhos arqueológicos e aí foi construída a Fonte do Cubo, projecto do escultor José Rodrigues, já nos nossos dias. 

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