sábado, 21 de janeiro de 2017

(Continuação 4)


Quando em 29 de Março de 1809, o exército francês, sob o comando do Marechal Soult, invadiu pela segunda vez o país e chegou ao Porto, deu-se a tragédia da Ponte das Barcas, em que milhares de portuenses ficaram sepultados nas águas do Douro.
Sensibilizado, o Padre José de Oliveira fundou, em 1814, o Seminário dos Meninos Desamparados, com o intuito de recolher crianças e jovens que haviam perdido os pais.
Inicialmente, o padre acolheu algumas crianças na sua casa e, outras, em casa do seu amigo João Manuel Rodrigues Barbosa. Mais tarde, com a fundação do seminário, juntou-as, numa casa da Rua das Hortas, hoje do Almada, mas, como o número ia crescendo à medida que a Obra se tornava conhecida, viu-se forçado a fixar-se numa casa da Rua S. Dinis e, depois, num edifício junto da Torre da Marca, contíguo à capela do Senhor Jesus da Boa Nova.
Depois de ter conhecido várias instalações na cidade, a instituição transfere-se em 30 de Abril de 1863 para a Quinta do Pinheiro em Campanhã, doada juntamente com outros bens, pelo ilustre proprietário e benfeitor Luís António Gonçalves Lima com a condição determinante de que, em caso de apropriação governamental ou extinção por qualquer outro motivo, passariam a propriedade e o edifício para a posse da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
A instituição que começou por recolher as crianças órfãs, cujos pais morreram na tragédia, acolhe hoje, em regime de internato, crianças e jovens do sexo masculino, de risco, encaminhadas pelo Tribunal de Menores e Família e Comissões de Proteção de Menores, bem como, actua em algumas áreas voltadas para acolher crianças e jovens em risco e de meios desfavorecidos, visando o desenvolvimento da formação intelectual integral.
Começando por ser Seminário dos Meninos Desamparados passou a Internato Juvenil Padre José de Oliveira (homenageado sob a forma de um busto existente no jardim), designando-se actualmente por Centro Juvenil de Campanhã. 
Em 20 de Novembro de 1986, por escritura pública, esta instituição passou a denominar-se Centro Juvenil de Campanhã.
Desde 1998 a Assembleia Geral aprovou novos Estatutos e uma nova denominação: Centro Juvenil de Campanhã - Seminário dos Meninos Desamparados e que actualmente é uma Instituição Particular de Solidariedade Social.
No actual edifício funcionam uma Creche e Jardim de Infância com 150 crianças, um Internato com 80 crianças e, ocupando parte das instalações, a Universidade Lusófona.
Estão também aqui instalados algumas dezenas de alunos oriundos dos países Africanos de expressão oficial portuguesa, sob a égide da Fundação Afro-Lusitana.

Seminário dos Meninos Desamparados com capela dedicada a S. José (ao centro)

Sem comentários:

Enviar um comentário