Quando em 29 de Março de 1809, o exército francês, sob o
comando do Marechal Soult, invadiu pela segunda vez o país e chegou ao Porto,
deu-se a tragédia da Ponte das Barcas, em que milhares de portuenses ficaram
sepultados nas águas do Douro.
Sensibilizado, o Padre José de Oliveira fundou, em 1814, o
Seminário dos Meninos Desamparados, com o intuito de recolher crianças e jovens
que haviam perdido os pais.
Inicialmente, o padre acolheu algumas crianças na sua casa
e, outras, em casa do seu amigo João Manuel Rodrigues Barbosa. Mais tarde, com
a fundação do seminário, juntou-as, numa casa da Rua das Hortas, hoje do
Almada, mas, como o número ia crescendo à medida que a Obra se tornava conhecida,
viu-se forçado a fixar-se numa casa da Rua S. Dinis e, depois, num edifício
junto da Torre da Marca, contíguo à capela do Senhor Jesus da Boa Nova.
Depois de ter conhecido várias instalações na cidade, a instituição
transfere-se em 30 de Abril de 1863 para a Quinta do Pinheiro em Campanhã,
doada juntamente com outros bens, pelo ilustre proprietário e benfeitor Luís
António Gonçalves Lima com a condição determinante de que, em caso de
apropriação governamental ou extinção por qualquer outro motivo, passariam a
propriedade e o edifício para a posse da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
A instituição que começou por recolher as crianças órfãs,
cujos pais morreram na tragédia, acolhe hoje, em regime de internato, crianças
e jovens do sexo masculino, de risco, encaminhadas pelo Tribunal de Menores e
Família e Comissões de Proteção de Menores, bem como, actua em algumas áreas
voltadas para acolher crianças e jovens em risco e de meios desfavorecidos,
visando o desenvolvimento da formação intelectual integral.
Começando por ser Seminário dos Meninos Desamparados passou a Internato
Juvenil Padre José de Oliveira (homenageado sob a forma de um busto existente
no jardim), designando-se actualmente por Centro Juvenil de Campanhã.
Em 20 de Novembro de
1986, por escritura pública, esta instituição passou a denominar-se Centro
Juvenil de Campanhã.
Desde 1998 a
Assembleia Geral aprovou novos Estatutos e uma nova denominação: Centro Juvenil
de Campanhã - Seminário dos Meninos Desamparados e que actualmente é uma
Instituição Particular de Solidariedade Social.
No actual edifício funcionam uma Creche e Jardim de Infância com 150
crianças, um Internato com 80 crianças e, ocupando parte das instalações, a
Universidade Lusófona.
Estão também aqui instalados algumas dezenas de alunos oriundos dos
países Africanos de expressão oficial portuguesa, sob a égide da Fundação
Afro-Lusitana.
Seminário dos Meninos Desamparados com capela dedicada a S.
José (ao centro)
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