quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

(Continuação 17) - Actualização em 16/09/2019 e 20/03/2022

10.11 Ribeira da Asprela ou Ribeira da Manga


A ribeira da Asprela, também conhecida por ribeira da Manga, resulta da reunião de dois ribeiros, um com origem em Contumil, que passa pelo Hospital do Conde de Ferreira, denominado Ribeira do Outeiro ou Rego das Consortes e, um outro, com origem na zona da Areosa, também conhecido por ribeira da Areosa. 
A estas águas, depois de passarem pelo solo das Faculdades de Engenharia  e de Economia, junta-se, posteriormente, um regato conhecido por ribeira de Paranhos, que nasce no alto da Rua Augusto Leça, passa pelas traseiras da Escola Preparatória de Paranhos e, depois de servir aí um lavadouro público, segue na proximidade da igreja de Paranhos e da Faculdade de Medicina dentária, indo desaguar na formada Ribeira da Asprela, em direcção a Matosinhos, já que é um afluente do rio Leça.
Nas zonas em que corre a céu aberto, isso acontece, quase sempre, em canal artificial. 
 
 

Formação da Ribeira da Asprela, antes da intervenção paisagística – Cortesia de “oportoeagua.blogspot.com”
 
 
Na foto acima, antes da existência do Parque da Asprela, podemos observar o local da reunião das águas vindas do curso de água proveniente da zona da Areosa (canal à esquerda) com um outro, com origem na zona de Contumil (canal à direita) e que, por passar nas traseiras do Hospital do Conde de Ferreira, no Outeiro, também é chamado de ribeiro do Outeiro.
De assinalar que a este curso de água vindo de Contumil e que no seu percurso, seguindo em mina no interior do Hospital do Conde de Ferreira, se junta um outro riacho que, com origem na Rua Dr. Pires de Lima, segue canalizado pela Rua Augusto Lessa, Vitorino Damásio e Luís Woodhouse, caindo num lavadouro público, ao fundo da Rua do Relógio.
Por aqui existiu, em tempos, a Fonte do Vale, localizada na chamada Agra de Coalhães.
 
 
 

Tanque ao fundo da Rua do Relógio – Ed. MAC

 
 

Troço do ribeiro do Outeiro, vindo do Hospital Conde de Ferreira e de Contumil, junto do Bairro do Outeiro – Ed. MAC
 
 

Local de chegada do ribeiro vindo de Contumil ao novo Parque da Asprela – Ed. MAC
 
 
 
O troço do regato, da foto abaixo, vindo dos lados da Areosa, junto à Faculdade de Engenharia, no edificado “Parque da Quinta de Lamas”, uma área com potencial ecológico elevado e que, por isso, já foi alvo de tratamento paisagístico, há alguns anos.
 
 
 
 
 

Troço do regato vindo dos lados da Areosa, junto à FEUP – Ed. MAC


 


Local de chegada do ribeiro vindo da Areosa ao novo Parque da Asprela – Ed. MAC
 
 
O Parque da Asprela, inaugurado em 20 de Março de 2022, passou a apresentar, à vista, o curso de água resultante da reunião dos dois ribeiros que acabaram por formar a ribeira da Asprela, a partir da confluência da Rua Roberto Frias com a Rua Júlio Amaral de Carvalho.
 
 
 

Local de encontro dos dois ribeiros que formam a Ribeira da Asprela que corre para a esquerda da foto – Ed. MAC


Ribeira de Paranhos vinda da Rua Augusto Lessa


 
 
 

Ribeira da Asprela nas traseiras do Instituto Português de Oncologia – Cortesia de “oportoeagua.blogspot.com”
 
 
 

A ribeira da Asprela do lado exterior da Estrada da Circunvalação, correndo em direcção ao rio Leça - Cortesia de “oportoeagua.blogspot.com”






O rio Tinto, que desagua na margem direita do rio Douro, é um rio com extensão e caudal bastante modesto, estando todo o seu curso dentro da Área Metropolitana do Porto.
O Rio Tinto nasce em Ermesinde, no lugar da Formiga, no concelho de Valongo, percorrendo naquela freguesia cerca de 3,3 km, depois segue para a freguesia de Rio Tinto, no concelho de Gondomar, onde percorre cerca de 5,4 km e, por último, entra na freguesia de Campanhã, no concelho do Porto, onde percorre cerca de 3 km, antes de desaguar no rio Douro, no lugar do Freixo. O comprimento total do rio Tinto é de aproximadamente 11,7 km.
Camilo Oliveira (1983) descreve, assim, o rio Tinto: 


“Nasce próximo de Ermezinde e passa por Medancelhe, Lourinha, ponte de Rio Tinto, Pêgo Negro e desagua no Esteiro de Campanhã. Neste ribeiro e próximo de Medancelhe desagua um pequeno regato denominado «Granja» e que nasce próximo da Areosa e um outro denominado «Contumil» que nasce no lugar de Contumil, passa próximo da estação do caminho- de- ferro de Campanhã e desagua no mesmo ribeiro, no lugar de Benjóia, freguesia de Campanhã. Existem neste ribeiro os seguintes peixes: boga, escalo e enguia.”


Dois importantes afluentes do Rio Tinto são a ribeira de Cartes e a ribeira de Currais e referindo-se a elas, o site da CMP, diz o seguinte:


“A ribeira de Cartes é um afluente do Rio Tinto e localiza-se na sua maioria na freguesia de Campanhã. Esta linha de água apresenta apenas um troço a céu aberto junto da Rua Amorim Carvalho e tem, na cidade do Porto, uma extensão de 4,39 km e uma bacia de 2,02 km2. Apenas 1,96% da ribeira se encontra a céu aberto.
A ribeira de Currais é outro afluente do Rio Tinto e localiza-se nas freguesias de Campanhã e Paranhos no concelho do Porto e na freguesia de Rio Tinto, concelho de Gondomar. Apresenta uma extensão de 789 m. Esta linha de água apresenta apenas 17% a céu aberto. 
O Metro do Porto, no âmbito da construção da Estação de Nau Vitória da linha para Gondomar, procedeu à requalificação do troço da ribeira de Currais a montante do entubamento junto do Centro de Comando Operacional do Porto (Rede Ferroviária Nacional - REFER EPE)”.



Rio Tinto 1931- Fonte Arquivo Histórico- gisaweb.cm-porto



Actualmente, nas margens do rio Tinto, que foi completamente despoluído, estende-se um passadiço de 6,5 Km, entre o Parque Urbano de Rio Tinto e o Parque Oriental do Porto, que pode ser percorrido de bicicleta, a caminhar ou a correr.


Passadiço do rio Tinto – Fonte: “oportoencanta.com”


Construção da estrada marginal (Avenida Paiva Couceiro) junto à foz do rio Tinto – Fonte: Arquivo Histórico Municipal do Porto



A ponte sobre o rio Tinto que se observa na foto acima, foi mandada levantar, no início do século XIX, pela Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro.



Rio Tinto na sua foz – Ed. MAC

Na foto acima está a foz do Rio Tinto (vindo da esquerda), já próximo do Freixo e observa-se, ainda, o rio Douro, que corre à direita.
Cem metros mais a montante do rio Douro, junto do paredão frontal (que se observa na foto), está a desaguar o Rio Torto.
O rio Torto é um afluente na margem direita do rio Douro. É um rio de extensão e caudal bastante modesto, estando todo o seu curso dentro da Área Metropolitana do Porto.
O rio Torto nasce em Baguim do Monte onde percorre cerca de 2,5 km, depois passa por Fânzeres numa extensão de cerca de 3,5 km, por Gondomar (São Cosme) em cerca de 3 km, faz fronteira entre São Cosme e Campanhã durante cerca de 400 metros, entre Valbom e Campanhã durante aproximadamente 800 metros e, por fim, percorre cerca de 2 km em Campanhã até desaguar no rio Douro no lugar do Freixo a montante da foz do rio Tinto. No total possui um comprimento de cerca de 12 km.


Foz do Rio Torto – Ed. MAC


Ribeira da Asprela, Rio Tinto e Rio Torto


No mapa anterior observam-se os percursos da ribeira da Asprela e dos rios Tinto e Torto.

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