segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

(Continuação 15) - Actualização em 27/09/2019


Em 19 de Dezembro de 1844 é tomada pela Câmara Municipal, a resolução de assegurar para a Fonte do Rio da Bica, as águas do manancial do Burgal, pelo que, foi firmado naquela data, um contrato com a proprietária do terreno, chamado o Bragal ou Burgal, para a cedência de todas as águas que houvesse no seu Campo do Lameiro, e a concessão de fazer nele todas e quaisquer obras que quisesse, não as podendo fazer a proprietária, nem abrir poços, ou de alguma forma prejudicar as nascentes das águas públicas.
Este manancial tinha a entrada para a sua mina na então (em 1909) chamada, Travessa da Conceição.
O topónimo Burgal continua a existir, nas imediações daquele local, na Rua Burgal de Cima e Rua Burgal de Baixo, com a capela de Nossa Senhora da Conceição por perto.




Fonte do Rio da Bica, no Largo da Feira, na Foz do Douro



Não há memória de quando se construiu na Foz do Douro, a Fonte do Rio da Bica, mas deverá ter sido após 1844, depois de negociada a cedência das águas do manancial do Burgal.
Instalada no local observado na foto acima, ocuparia, primitivamente, o espaço fronteiro onde hoje está um bloco habitacional e que, naqueles tempos, foi o Largo da Feira.
As águas vindas do Manancial do Burgal, no seu trajecto até esta fonte, juntavam-se a um outro pequeno caudal vindo de uma segunda mina e seguiam, até ela, num cano de ferro.



Fonte do Rio da Bica com o seu tanque e lavadouros – Fonte: J Bahia Júnior, 1909, Pág. 95


Actualmente, a montante desta fonte, existe uma muito mais recente, para onde foi desviado o caudal de água que fornecia aquela antiga fonte.


Nova Fonte do Rio da Bica



Fonte do Rio de Cima ou Fonte do Burgal (desaparecida)


A montante da primitiva fonte do Rio da Bica, existiu, mesmo, junto à nascente do manancial do Burgal, uma outra fonte mais antiga.
A Fonte do Rio de Cima abastecia-se numa mina do manancial do Burgal e, segundo Sousa Reys, localizava-se no Lugar do Carvalho, próximo da Capela de Nossa Senhora da Conceição.
É possível, que esta fonte tenha uma existência anterior ao contrato de 19 de Dezembro de 1844, entre a Câmara e a proprietária do manancial do Burgal.


Fonte do Rio de Cima e entrada da mina (M) do manancial do Burgal – Fonte: J. Bahia Júnior, 1909, Pág 94





Fonte do Adro ou Fonte da Igreja ou Fonte dos Frades ou Fonte de Santa Bêda


Fonte dos Frades – Ed. Mac



Esta fonte fica nas traseiras da Igreja de S. João da Foz e, a água para esta fonte, vinha da mina conhecida pelo nome de Mina do Andressen.
Foi esta fonte, pertença dos Monges Beneditinos do Mosteiro de Santo Tirso, senhores do Couto da Foz do Douro, mas, sempre o povo se abasteceu nela, quando a posse foi dessa congregação.
Pensa-se que o aqueduto da gravura abaixo, já próximo da Rua Padre Luís Cabral, serviria para levar a água para a residência dos padres de S. Tirso, antigos senhores da Foz do Douro e seria um lanço do aqueduto que tem uma outra parte, reconstruída recentemente, próximo da Praça do Império.


Aqueduto da Foz do Douro na Rua de Montebelo - Ed. “A Nossa Foz do Douro”




Peça escultórica megalítica de fonte multi-bicos, simulando um aqueduto, próximo da Praça do Império




Fonte da Cantareira


Segundo J. Bahia Junior:


“Fica esta fonte situada junto da linha marginal, entre os prédios n.os 56 e 58 e a sua nascente tem a porta d'entrada para a mina, ao fundo do quintal da casa n.° 58, propriedade do Sr. Thomaz José da Silva, que lhe fica por detraz. É uma espaçosa fonte, toda em pedra, de grande trabalho e custo, tendo uma bica e tanque centraes recolhidos dentro de uma espécie de nicho e uma outra bica de cada lado com o seu respectivo tanque”.




Fontainhas é termo arcaizante que significa o mesmo que fontinhas. Não sabemos de quando data, mas o beneditino Manuel Pereira de Novais, no séc. XVII, esclarece-nos que das Fontainhas ia a água para o Colégio da Companhia de Jesus, hoje Seminário Maior.

Manancial das Fontainhas em 1909 - Fonte: J. Bahia Junior


Na foto acima vemos a abertura principal e ramo colateral do Manancial das Fontainhas.

Trajecto das minas no Manancial das Fontainhas em 1909 - Fonte: J. Bahia Junior




Situa-se esta fonte na Alameda das Fontainhas, onde pelo S. João, se levanta uma cascata.


Fonte das Fontainhas em 1909 - Ed. J. Bahia Junior


Fonte das Fontainhas - Ed. Domingos Alvão


Fonte das Fontainhas 1940

Cascata de S. João na fonte - Ed. “portopatrimoniomundial.com”




“A Fonte do Carvalhinho encontra-se, seguindo a Estrada da Circum-vallação junto da margem do rio, a partir do Rego Lameiro e na direcção da corrente. Está situada entre a ponte de D. Maria e a de D. Luiz, junto do portão da Fabrica de louça do Carvalhinho”.
Fonte: J. Bahia Junior


 “A fonte do Carvalhinho foi arrematada a 30 de Dezembro de 1626, pelo mestre pedreiro Pantaleão Pereira, sendo construída em São Nicolau. Visto esta fonte pertencer ao grande número das que não chegou aos nossos dias, tentamos encontrar descrições sobre ela.
Manuel Pereira de Novais, apenas referência uma fonte do Carvalhinho, bem como no «Mappa das Fontes publicas naõ fornecidas pelo Aqueducto de Paranhos e do Campo grande, com algumas observações Historicas», de 1835, também nos diz que a nascente ficava por trás da fonte, e a água era de boa qualidade e abundância”.
In Dissertação de Mestrado da UP de Diogo Emanuel Pacheco Teixeira

Esta fonte deve ser a referida por Júlio Dinis no romance “Uma Família Inglesa” ao descrever um passeio da personagem, Manuel Quintino, pela marginal do rio Douro.


Fonte do Carvalhinho em 1909 – Ed. J. Bahia Junior


Na foto acima com a letra P está identificada a porta de entrada da mina.

Sem comentários:

Enviar um comentário