Em
19 de Dezembro de 1844 é tomada pela Câmara Municipal, a resolução de assegurar
para a Fonte do Rio da Bica, as águas do manancial do Burgal, pelo que, foi
firmado naquela data, um contrato com a proprietária do terreno, chamado o Bragal ou Burgal, para a cedência de todas as águas que houvesse no seu
Campo do Lameiro, e a concessão de fazer nele todas e quaisquer obras que
quisesse, não as podendo fazer a proprietária, nem abrir poços, ou de alguma
forma prejudicar as nascentes das águas públicas.
Este
manancial tinha a entrada para a sua mina na então (em 1909) chamada, Travessa
da Conceição.
O
topónimo Burgal continua a existir, nas imediações daquele local, na Rua Burgal
de Cima e Rua Burgal de Baixo, com a capela de Nossa Senhora da Conceição por
perto.
Fonte do Rio da Bica, no Largo da Feira, na Foz do Douro
Não há memória de quando se construiu na Foz do Douro, a
Fonte do Rio da Bica, mas deverá ter sido após 1844, depois de negociada a
cedência das águas do manancial do Burgal.
Instalada no local observado na foto acima, ocuparia,
primitivamente, o espaço fronteiro onde hoje está um bloco habitacional e que,
naqueles tempos, foi o Largo da Feira.
As águas vindas do Manancial do Burgal, no seu trajecto até
esta fonte, juntavam-se a um outro pequeno caudal vindo de uma segunda mina e
seguiam, até ela, num cano de ferro.
Fonte do Rio da Bica com o seu tanque e lavadouros – Fonte:
J Bahia Júnior, 1909, Pág. 95
Actualmente, a montante desta fonte, existe uma muito mais
recente, para onde foi desviado o caudal de água que fornecia aquela antiga
fonte.
Nova Fonte do Rio da Bica
Fonte do Rio de Cima
ou Fonte do Burgal (desaparecida)
A montante da primitiva fonte do Rio da Bica, existiu, mesmo,
junto à nascente do manancial do Burgal, uma outra fonte mais antiga.
A Fonte do Rio de Cima abastecia-se numa mina do manancial
do Burgal e, segundo Sousa Reys, localizava-se no Lugar do Carvalho, próximo da
Capela de Nossa Senhora da Conceição.
É possível, que esta fonte tenha uma existência anterior ao
contrato de 19 de Dezembro de 1844, entre a Câmara e a proprietária do
manancial do Burgal.
Fonte do Rio de Cima e entrada da mina (M) do manancial do
Burgal – Fonte: J. Bahia Júnior, 1909, Pág 94
Fonte do Adro ou Fonte da Igreja ou Fonte
dos Frades ou Fonte de Santa Bêda
Fonte dos Frades – Ed. Mac
Esta fonte fica nas traseiras da Igreja de S. João da Foz e,
a água para esta fonte, vinha da mina conhecida pelo nome de Mina do Andressen.
Foi esta fonte, pertença dos Monges Beneditinos do Mosteiro
de Santo Tirso, senhores do Couto da Foz do Douro, mas, sempre o povo se
abasteceu nela, quando a posse foi dessa congregação.
Pensa-se que o aqueduto da gravura abaixo, já próximo da Rua
Padre Luís Cabral, serviria para levar a água para a residência dos padres de
S. Tirso, antigos senhores da Foz do Douro e seria um lanço do aqueduto que tem
uma outra parte, reconstruída recentemente, próximo da Praça do Império.
Aqueduto da Foz do Douro na Rua de Montebelo - Ed. “A Nossa
Foz do Douro”
Peça escultórica megalítica de fonte multi-bicos, simulando um
aqueduto, próximo da Praça do Império
Fonte da Cantareira
Segundo J. Bahia
Junior:
“Fica esta fonte
situada junto da linha marginal, entre os prédios n.os 56 e 58 e a
sua nascente tem a porta d'entrada para a mina, ao fundo do quintal da casa n.°
58, propriedade do Sr. Thomaz José da Silva, que lhe fica por detraz. É uma
espaçosa fonte, toda em pedra, de grande trabalho e custo, tendo uma bica e
tanque centraes recolhidos dentro de uma espécie de nicho e uma outra bica de
cada lado com o seu respectivo tanque”.
Fontainhas é termo arcaizante que significa o mesmo que
fontinhas. Não sabemos de quando data, mas o beneditino Manuel Pereira de
Novais, no séc. XVII, esclarece-nos que das Fontainhas ia a água para o Colégio
da Companhia de Jesus, hoje Seminário Maior.
Manancial das Fontainhas em 1909 - Fonte: J. Bahia Junior
Na foto acima vemos a abertura principal e ramo colateral
do Manancial das Fontainhas.
Trajecto das minas no Manancial das Fontainhas em 1909 - Fonte:
J. Bahia Junior
Situa-se
esta fonte na Alameda das Fontainhas, onde pelo S. João, se levanta uma
cascata.
Fonte
das Fontainhas em 1909 - Ed. J. Bahia Junior
Fonte das Fontainhas
- Ed. Domingos Alvão
Fonte das Fontainhas
1940
Cascata de S. João
na fonte - Ed. “portopatrimoniomundial.com”
“A Fonte do
Carvalhinho encontra-se, seguindo a Estrada da Circum-vallação junto da margem
do rio, a partir do Rego Lameiro e na direcção da corrente. Está situada entre
a ponte de D. Maria e a de D. Luiz, junto do portão da Fabrica de louça do
Carvalhinho”.
Fonte: J. Bahia Junior
“A fonte do Carvalhinho foi arrematada a 30 de Dezembro de 1626, pelo
mestre pedreiro Pantaleão Pereira, sendo construída em São Nicolau. Visto esta
fonte pertencer ao grande número das que não chegou aos nossos dias, tentamos
encontrar descrições sobre ela.
Manuel Pereira de
Novais, apenas referência uma fonte do Carvalhinho, bem como no «Mappa das Fontes publicas naõ fornecidas
pelo Aqueducto de Paranhos e do Campo grande, com algumas observações
Historicas», de 1835, também nos diz que a nascente ficava por trás da
fonte, e a água era de boa qualidade e abundância”.
In Dissertação de Mestrado da UP de Diogo Emanuel Pacheco
Teixeira
Esta fonte deve ser a referida por Júlio Dinis no romance
“Uma Família Inglesa” ao descrever um passeio da personagem, Manuel Quintino,
pela marginal do rio Douro.
Fonte do Carvalhinho em 1909 – Ed. J. Bahia Junior
Na foto acima com a letra P está identificada a porta de
entrada da mina.
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