11.6 Bombeiros
No Porto os Serviços de Incêndio funcionaram desde o século XV.
A Câmara na reunião de 14 de Julho de 1513 decidiu:
"Eleger diversos cidadãos para fiscalizar se os
restantes moradores da cidade apagavam o lume das cozinhas à hora indicada pelo
sino da noite".
“O acórdão municipal
de 17 de outubro de 1722 determinou a eleição de 100 homens para acudir aos
incêndios, dando origem a uma organização de combate aos fogos na cidade do
Porto. Com a reestruturação efetuada ao abrigo da Provisão de D. João V de 9 de
setembro de 1728, os efetivos duplicam, passando este corpo a designar-se Companhia do Fogo ou Companhia da Bomba.
A partir de 1832 a Companhia da Bomba toma o nome de Companhia de Incêndios. Em
1858, o Senado da Câmara cria o Pelouro dos Incêndios, o que vai permitir uma
melhor articulação entre o município e os bombeiros.
Aprovado o novo
regulamento e o quadro de pessoal que começou a vigorar a partir de janeiro de
1888, a Companhia de Incêndios volta
a mudar de nome para Corpo de Salvação
Pública. Em janeiro de 1941, com a entrada em vigor da nova organização dos
serviços da Câmara Municipal do Porto, o Corpo de Salvação Pública evolui para Batalhão de Sapadores Bombeiros,
ficando subordinado à Direção dos Serviços de Urbanização e Obras.
Entre os séculos XVIII
e XX os bombeiros dispuseram de estações de apoio que estavam distribuídas pela
cidade. A estação principal de comando estava situada no edifício junto aos
Paços do Concelho. Em 1904 iniciou-se a construção de um edifício para quartel
dos bombeiros municipais, situado na Rua de Gonçalo Cristóvão. A necessidade de
instalações modernas levou à transferência para um novo quartel na Rua da
Constituição que é inaugurado em 1959, recebendo o nome de Quartel Guilherme
Gomes Fernandes”.
In gisaweb.cm-porto.pt
Em 1722 foi, então,
inaugurada a Companhia do Fogo ou Companhia da Bomba. Em acórdão de 17/10/1722
determinava-se a eleição de 100 homens para acudirem aos incêndios, que tinham
a regalia da isenção do serviço militar.
A partir de 1856
começaram a receber soldo.
“Segundo um pequeno livro de
Guilherme Gomes Fernandes, dedicado pelos Bombeiros Municipais do Porto,
aos seus camaradas do estrangeiro e editado pela Typographia a vapor de José da
Silva Mendonça a qual existia na Rua do Almada, 96 e Praça D. Pedro,
95, em 1901, pode ler-se:
«A primitiva
organização dum Serviço de Incendios no Porto data do século XV». A Municipalidade não possuía mais que uma bomba de braços que, em caso de
incendio, era conduzida e manobrada por oito serventes. Existia também uma
companhia composta por 54 homens dos quais 40 estavam encarregados da condução
de baldes para a alimentação da bomba, um para o lampião de iluminação em caso
de perigo, para
manobrarem a bomba braçal, com cordas para guindar
a mangueira da bomba, com machados e gadanhos e o último tinha por missão
encher os barris.
O serviço de
abastecimento da água aos bombeiros, até 1820, era da obrigação dos taberneiros
com exclusivo de venda de vinho da Companhia, mas em 17 de Agosto de 1831, tal
tarefa passou a competir aos aguadeiros, quase todos naturais de Tuy e outras
localidades galegas.
Os diferentes
chafarizes da Cidade, com os seus respectivos aguadeiros e competentes
capatazes, seriam organizados em três companhias:
1ª, da Senhora
da Batalha; 2ª, de Santa Teresa e 3ª de S. Domingos,
correspondentes aos respectivos chafarizes.
A 1ª Companhia
seria constituída pelos aguadeiros dos chafarizes da Batalha, Santa Catarina,
ruas Chã e de S. Sebastião; a 2ª, pelos dos, chafarizes da Praça de Santa
Teresa, rua do Almada, rua das Oliveiras, Fábrica do Tabaco, Praça Nova e Porta
do Olival; e a 3ª pelos chafarizes de S. Domingos, Taipas, Congostas, Praça da
Ribeira, Fonte da Areia e fonte da Colher”.
Com a devida vénia a António Artur Pires Dias (aluno do curso de
História da Faculdade de Letras do Porto)
Aguadeiro
Bomba de Picotas puxada à mão em 1878 por Bombeiros Municipais
Foi em 1853 que a
Câmara mandou colocar caixas em ferro fundido, com indicação na porta, dos
locais e correspondente número de badaladas que indicavam o local de um
incêndio. Assim, era fácil aos bombeiros e populares saberem onde tinha
deflagrado o incêndio.
Nos anos 60 do séc.
XX ainda existiam 6 caixas de toque a incêndio e que estavam nos seguintes
locais: Igreja de Nossa Senhora da Esperança em S. Lázaro, Igreja de S.
Lourenço, Igreja de S. Nicolau, Igreja da Vitória, Largo da Maternidade e
Quartel dos Sapadores Bombeiros.
Caixa de Toque na
Igreja de S. Lourenço com data 1853 - Ed. MAC
No Largo da
Maternidade com data de 1882 - Ed. Manuel José Cunha
Na foto acima no
Largo da Maternidade e confluência com a Rua da Boa Nova, é visível a caixa de
toque de incêndio com a inscrição da data de 1882, passados já 49 anos, sobre a
implementação do sistema.
Em "O Tripeiro", Série
V, Ano V, encontra-se a lista dos toques dos sinos, indicativa dos locais onde
deflagravam incêndios, reproduzida a partir do "Guia do Viajante na cidade do Porto e seus arrabaldes", de Alberto Pimentel, publicado em 1877.
Caixa de Toques ou
de Sinais serviam no seu tempo para indicar o lugar da cidade onde deflagrasse
um incêndio. Um zelador era possuidor da chave da caixa e conforme o número de
toques era identificada a zona em que o sinistro estava a ocorrer.
As caixas tinham
acoplado um sino ou então serviam-se do sino da igreja junto das quais
normalmente estavam colocados e, assim, os bombeiros sabiam onde o incêndio
tinha lugar.
Na Foz do Douro
Na foto acima está
assinalada na oval a amarelo o que resta de uma caixa de toques, embutida na
fachada da casa na esquina da Rua Padre Luís Cabral e Rua Miguel de Sousa
Guedes, que tem inscrita a data de 1853, precisamente o ano em que arrancou o
sistema.
Eu 1889, já existia
uma outra lista de toques.
Obrigado pela vénia.
ResponderEliminarMuito em breve será publicado um livro sobre os bombeiros na cidade do Porto que estou a preparar. O texto apresenta-se muito mais completo, mais desenvolvido e acompanhado de muitas imagens que ilustram o seu conteúdo em comparação com o trabalho que fiz no curso de História
Com os melhores cumprimentos,
António Artur Pires Dias
Ficamos à espera da publicação do seu livro e que, por esta via ou outra sejamos avisados desse evento para adquirirmos a obra.
EliminarMuito obrigado por seguir este desprentensioso blogue.
Cumprimentos
Américo Conceição