domingo, 15 de janeiro de 2017

(Continuação 21)




Esta fonte esteve num armazém em Miragaia e foi transferida para o actual local, a meio das Escadas do Monte dos Judeus.

Fonte do Armazém - Ed. Isabel Silva

Tudo indica que foi para aqui removida das imediações deste local e hoje é uma peça escultórica.








Fonte da Quinta do Gólgota



Esta fonte estava inserida numa propriedade particular, a Quinta da Póvoa ou dos Ingleses. O topónimo Póvoa, entende-se, associado a Póvoa do Vilar.
O lugar do Gólgota localiza-se no Porto, entre as ruas do Campo Alegre e de Entre Campos, remetendo-nos aquele termo, de origem aramaica, significando caveira, para a colina onde Jesus foi crucificado (o Calvário, perto de Jerusalém).
Na casa e respectiva quinta, onde se encontra a fonte, viveu com a sua família um cidadão inglês chamado Gwyn Jennings, havendo, também, notícia de que aí viveu, desde os anos sessenta e até ao princípio dos anos oitenta, do século XX, o Dr. Bernardo Lencastre Mendes de Almeida (Conde de Caria).
Esta propriedade pertence, desde 1984, à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Em 2014/2015 o edifício foi alvo de uma nova intervenção de reabilitação, processo com coordenação geral do Arq. Álvaro Siza, coordenação operativa do CEFA (Arq. Nuno Valentim e Arq. José Luís Gomes) e execução da empresa 3M2P - Construção e Reabilitação de Edifícios, Lda.
Encimando um portão de acesso ao antigo solar da Quinta da Póvoa, conhecida por Quinta do Gólgata ou Casa Cor-de-Rosa, pode apreciar-se uma pedra de armas (século XVIII), da família Teixeira, Coelho, Pinto e Pereira.






"A quinta da Póvoa teve como seu ultimo proprietário Eydio Teixeira Duarte Coelho Pinto Pereira, meu bisavô, que foi casado com Leonor Freitas Velloso. Seu filho, meu avô, que também teve o nome de seu Avô, chamava-se Januário Teixeira Duarte e foi casado, com Laura Ortigão Miranda. Desse casamento nasceram duas filhas; Leonor Ortigão Miranda Teixeira Duarte Osório casada com Alberto Almeida Marques Osório, coronel de artilharia - minha Mãe e Teresa Ortigão Miranda Teixeira Duarte Espregueira Mendes casada com João Espregueira Mendes médico ortopedista da cidade do Porto.
O brasão de família que se encontra no actual portal da casa e igual ao que se encontra no jazigo de família do cemitério de Agramonte. O anel de brasão que tem sido transmitido nas diversas gerações está agora legitimamente na minha posse. e terá continuidade no meu filho Tiago Duarte Rocha Leite Ortigão Osório".

Cortesia de Rui Osório, em 8 Novembro de 2019



Casa da Quinta do Gólgata









Tal como outras fontes, este fontanário não desapareceu, mas mudou de sítio... É em ferro-fundido, sendo um dos mais belos exemplares da Fundição do Bom Sucesso.
Dada a sua dupla função de fornecer água e iluminação, encontra-se no seu topo um magnífico lampião que quase parece de ferro forjado. Encontrava-se instalado na Praça de Carlos Aberto por influência da Sociedade Protectora dos Animais, conforme se verifica pela tabuleta colocada no seu corpo principal.
Essa agremiação instalou um outro na Praça da Batalha em frente ao Teatro Nacional S. João.
Tem duas taças, uma superior para os cavalos beberem e outra inferior para os cães e gatos.
No alçado oposto, existe uma torneira para as pessoas poderem beber.
Este fontanário está presentemente no parque dos SMAS na Rua Barão de Nova Sintra.

Marco Fontanário da Praça Carlos Alberto nos jardins dos SMAS


Placa de inscrição do antigo Bebedouro, ou marco Fontanário, da Praça da Batalha


Praça Carlos Alberto com o seu fontanário e candeeiro a gás

Actualmente, existem no Parque da Pasteleira, dois outros marcos fontanários do mesmo estilo e que tinham as mesmas funções do instalado na Praça Carlos Alberto, desconhecendo-se, porém, os locais onde estavam instalados. Possivelmente, um deles terá vindo da Praça da Batalha.

Um dos Fontanários no Parque da Pasteleira

Fonte do Esteiro de Campanhã

Fica esta fonte, na esquina das ruas do Freixo e da Senhora da Hora com a sua nascente, que a abastecia, localizada nas imediações da Rua Senhora da Hora, no sítio da Granja, já depois da Capela de S. Pedro, num monte bem perto do rio da Granja que por aí passa.

Fonte do Esteiro de Campanhã ao centro, actualmente - Ed. MAC

Fonte do Esteiro de Campanhã – Ed. J. Bahia Junior



Sobre esta fonte escreveu J. Bahia Junior:
“A Fonte dos Fogueteiros é anterior a 1820, pois que a 24 de fevereiro d'este anno foi feita uma Vistoria por se saber que a Santa Casa da Misericórdia andava então fazendo na cerca do seu Hospital uma nova mina, que se temia prejudicasse a da fonte publica e conheceu-se no referido auto que tendo esta o seu nivel mais alto 9 palmos e direcção différente, não podia prejudica-la.
Esta fonte esteve em outros tempos encostada aos alicerces do Hospital, mas tendo-se construido o paredão para a nova rua que havia de continuar a da Restauração, desde logo se lhe deixou um arco para a collocação da mesma fonte, cuja obra, parece foi concluida no anno de 1843, como se vê da Vereação de 31 de maio, em que se resolveu fosse novamente á praça, para se arrematar a casa que n'elle havia para habitação da pessoa que ficava com o encargo da limpeza da fonte.


Aqui ficava a fonte dentro da arcada


Em frente no seguimento da escadaria, na foto acima, fica a Rua da Lage e no arco da parede de suporte da Rua da Restauração ficava a Fonte dos Fogueteiros, virada para a Rua dos Fogueteiros, actual Rua Azevedo de Albuquerque. É possível ver na arcada as janelas da casa do guarda da fonte.



O Chafariz do Largo da Policia colocado na actual Rua Saraiva Carvalho, ao lado do que foi o Recolhimento das Meninas Desamparadas e no que é hoje o Largo Actor Dias, é formado por um tanque circular a meio do qual se levanta uma coluna terminada superiormente por uma pirâmide quadrangular, tendo em uma das suas faces a abertura da caixa divisória e em outras duas faces opostas as bicas deste Chafariz.

Chafariz do Largo da Polícia

Chafariz do Largo da Polícia


Chafariz na actualidade - Ed. MAC



A fonte da Igreja de Campanhã é mencionada pelo reitor João Camelo de Miranda, nas Memórias Paroquias de 1758, juntamente com as fontes da Granja, do Gorgulhão e de Contumil, como sendo das melhores águas do entre Douro e Minho, e que já naquela altura não se encontravam bem conservadas.
Para além desta informação, pouco ou nada se sabe sobre o destino destas fontes, a não ser o da fonte da Igreja de Campanhã, que em 1943, encontrava-se coberta de silvas e rodeada por uma montureira, tendo sido nessa década que se procedeu a recuperação da fonte, bem como a zona envolvente. A fonte encontrava-se abaixo do nível do solo, em local próximo da igreja, tendo-se acesso por uma escadaria.

Fonte da Igreja - Ed. MAC

J. Bahia Junior escreve sobre esta fonte:
“ …seguirmos pela estrada que vae passar em frente á Igreja de Campanhã, tomando pela primeira travessa que encontramos á nossa esquerda depois de termos passado a Igreja, pouco adeante encontramos, á esquerda também, uma abertura do muro que separa este caminho do campo que lhe fica inferiormente collocado, levando-nos por uma escada a, uma fonte, que é a Fonte da Igreja. Tem esta fonte uma só bica e por cima d'ella a porta d'entrada para a sua nascente. A agua está represada á entrada da porta até á altura da bica e uma mina muito acanhada se continua por debaixo de uns campos até ás proximidades do prédio que se vê a pouca distancia da fonte. Esta mina é capeada- e não dista o seu tecto do nivel dos campos, medida superior a 3 metros”.

A fonte localizada na Rua da Corujeira de Baixo está actualmente recuperada e cuidada. 

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